Saldo de radiação e Fluxo de calor no solo para a Micro Bacia Hidrográfica de Serra Branca PB Usando técnicas de Sensoriamento remoto

Documentos relacionados
SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO BALANÇO DE ENERGIA E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REGIÃO SEMIÁRIDA.

ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS DA SUPERFÍCIE DO SOLO EM CAATINGA PERNAMBUCANA

Estimativa dos valores de saldo de radiação e fluxo de calor no solo em diferentes condições antrópicas na bacia do rio Ji-Paraná, Rondônia

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

Estimativa dos valores de Saldo de Radiação e de Fluxo de Calor no Solo no município de São José do Sabugi PB (Brasil), utilizando o algoritmo SEBAL

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO BAIXO SÃO FRANCISCO

Utilização do IVAS e da Temperatura da superfície para análise multitemporal das mudanças ambientais no Parque Natural da Serra da Estrela (Portugal)

DETERMINAÇÃO DAS COMPONENTES DO BALANÇO DE ENERGIA À SUPERFÍCIE COM TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

Saldo de Radiação em Região Semiárida do Nordeste do Brasil

UTILIZAÇÃO DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO PARA ÁREAS PRÓXIMAS AO RESERVATÓRIO EPITÁCIO PESSOA DURANTE PERÍODO DE CRISE HÍDRICA ( )

EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DIÁRIA UTILIZANDO PRODUTOS DO SENSOR MODIS/TERRA NA BACIA DO RIO PARACATU

6º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica - CIIC a 15 de agosto de 2012 Jaguariúna, SP

USO DE SENSORIAMENTO REMOTO NA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO NA MICRORREGIÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA BA

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE ANÁLISE ESPAÇO TEMPORAL DO NDVI UTILIZANDO O MODELO SEBAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

USO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS VULNERÁVEIS AO PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO

ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO UTILIZANDO IMAGEM DO SENSOR MODIS/TERRA EM SUB-BACIAS DO PARACATU

Bolsista: Graduanda em Biologia, UNICAMP, Campinas-SP, Colaboradora: Graduanda em Geografia, UNICAMP, Campinas-SP.

Estimativa do albedo da superfície para o município de Itaituba PA a partir de imagens TM Landsat 5

2 Doutor Prof. Instituto de Ciências Atmosféricas, ICAT/UFAL,

NYRON FERNANDO SILVA DA COSTA 1,2 FREDERICO TEJO DI PACE 2 SAMUELLSON LOPES CABRAL 2

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

ANÁLISE DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO DA DIFERENÇA NORMALIZADA PARA CIDADE DE TRIUNFO/PE UTILIZANDO IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT 5 TM E O ALGORITMO SEBAL.

SALDO DE RADIAÇÃO POR MEIO DE IMAGENS ORBITAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DO ARARIPE 1

DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL ENERGETICO FOTOVOLTAÍCO NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI POR IMAGEM DE SATÉLITE

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE EM RESPOSTA À COBERTURA VEGETAL NA BACIA DO RIBEIRÃO DAS POSSES, MINAS GERAIS

Alexandro Medeiros Silva 1 Richarde Marques da Silva 2

SENSORIAMENTO REMOTO INTRODUÇÃO E ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006


Avaliação do Albedo de Superfície Utilizando Imagens do Satélite Landsat 5 TM e o algoritmo SEBAL. Gabriel Alves Veloso 1 Roberto Rosa 1 1

Universidade Federal do Ceará - UFC/DENA Caixa Postal Fortaleza - CE, Brasil

Revista Brasileira de Geografia Física

Observar que o cosseno do ângulo zenital Solar é igual ao seno do ângulo de elevação Solar.

Mapeamento do uso do solo para manejo de propriedades rurais

Determinação da temperatura instantânea da superfície terrestre da cidade de Maceió- Al, com base em imagens TM - Landsat 5.

COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ALVOS

ESTIMATIVA DO BALANÇO RADIATIVO EM ÁREA DE CAATINGA ATRAVÉS DE IMAGENS ORBITAIS MODIS. Francineide A. C. Santos 1, Carlos A. C.

Características do saldo de radiação na Amazônia Ocidental

Mapeamento e comparação entre índices de vegetação utilizando imagem OLI/Landsat 8 na bacia do Rio Bacanga, São Luís (MA)

Celina Cândida Ferreira Rodrigues 1 ; Jéssica Gomes Fontes Nery 2 ; Thomás Rocha Ferreira 3 ; Bernardo Barbosa da Silva 4

Diagnóstico do albedo de superfície e índice de área foliar na bacia hidrográfica do rio Tapacurá - PE

MONITORAMENTO ESPAÇO-TEMPORAL DE ÍNDICES ESPECTRAIS DE VEGETAÇÃO PARA A BACIA DO RIO GRAMAME-PB

BALANÇO DE RADIAÇÃO PELO EMPREGO DO ALGORITMO SEBAL E IMAGEM LANDSAT 8 NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO DO NORTE-CE

Revista Brasileira de Geografia Física

Uso do SEBAL na variação temporal do albedo de superfície na bacia do Forquilha, Ceará, baseado em imagens LANDSAT 5-TM

ESTRUTURA DE UMA IMAGEM E CALIBRAÇÃO RADIOMÉTRICA AULA 01. Daniel C. Zanotta 14/03/2018

Elvis Bergue Mariz Moreira 1 Ranyere Silva Nóbrega 1

DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DA VEGETAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO CEARENSE/BRAZIL

VARIABILIDADE DO NDVI NA BACIA DO RIO TRUSSU CEARÁ

AVALIAÇÃO DO ALBEDO EM ÁREAS AGRÍCOLAS IDENTIFICADAS A PARTIR DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

ANÁLISE TEMPORAL DO USO DA TERRA UTILIZANDO ÍNDICES VEGETATIVOS NA CHAPADA DO APODI CE

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO EVI E DO FLUXO DE CALOR NO SOLO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO COM BASE EM IMAGENS DO MODIS/TERRA

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR NO SOLO UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL/METRIC E IMAGENS SATÉLITES NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

BALANÇO DE RADIAÇÃO EM ÁREAS IRRIGADAS UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT 5 - TM

Implementação preliminar do modelo SEBAL para estimativa da evapotranspiração na Mesorregião do Sul Goiano.

Estimativa da Temperatura da TST

USO DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NA AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL NA ÁREA RURAL DO MUNÍCIPIO DE MACEIÓ

PREDIÇÃO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL POR SENSORIAMENTO REMOTO ATRAVÉS DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 1

UTILIZAÇÃO DO MODELO SWAT PARA VERIFICAÇÃO DA INFLUENCIA DO DESMATAMENTO NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE CORREÇÃO ATMOSFÉRICA EM IMAGENS MULTIESPECTRAIS LANDSAT 8 OLI

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DIÁRIA EM SUB-BACIAS DO PARACATU UTILIZANDO PRODUTOS DO SENSOR MODIS

Sensoriamento Remoto I Engenharia Cartográfica. Prof. Enner Alcântara Departamento de Cartografia Universidade Estadual Paulista

DIAGNÓSTICO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NUM MUNICÍPIO DO SEMI-ÁRIDO PERNAMBUCANO

APLICAÇÃO DE MODELO AGROMETEOROLÓGICO ESPECTRAL NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO, UTILIZANDO IMAGENS RAPIDEYE

COMPARAÇÃO ENTRE OS DESEMPENHOS DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NDVI, SAVI E IAF NO MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO DA BACIA DO RIO PIRAPAMA - PE

BALANÇO DE RADIAÇÃO EM MOSSORÓ-RN, PARA DOIS PERÍODOS DO ANO: EQUINÓCIO DE PRIMAVERA E SOLSTÍCIO DE INVERNO RESUMO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO SOBRE O ALBEDO DE UMA CULTURA DE AMENDOIM RESUMO

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

PALAVRAS-CHAVE: SEBAL, bacia hidrográfica, planejamento ambiental.

7 Agrometeorologia. Janice Freitas Leivas Antônio Heriberto de Castro Teixeira Ricardo Guimarães Andrade

ESTIMATIVA DE PARÂMETROS BIOFÍSICOS E EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO UTILIZANDO SENSORIAMENTO REMOTO

Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE 2 Rua Manoel de Medeiros, S/N. Dois Irmãos, Recife-PE

Proposta de utilização da interface Python/ArcGIS para o cálculo do albedo superficial através de imagens Landsat 5 -TM

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO EM ÁREA CONTENDO A BACIA DO RIO PRATAGY-AL

Eixo Temático ET Meio Ambiente e Recursos Naturais

ANÁLISE DA VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DA COBERTURA DO SOLO E DE PARÂMETROS BIOFÍSICOS NA BACIA EXPERIMENTAL DE SÃO JOÃO DO CARIRI - PB

Vinícius Emmel Martins 2, Dieison Morozoli Da Silva 3, Sidnei Luís Bohn Gass 4

Estimativa do balanço de radiação em áreas irrigadas utilizando imagem do Landsat 5 - TM

COMPARAÇÃO ENTRE O SALDO DE RADIAÇÃO ESTIMADO PELO SEBAL E DADOS DE SUPERFICIE EM UMA REGIÃO EM CONDIÇÕES DE CERRADO

Determinação do coeficiente de cultivo e da evapotranspiração real do algodão irrigado utilizando imagens de satélite

DETERMINAÇÃO DE NDVI E ALBEDO DE SUPERFICIE NO MUNICIPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES PE A PARTIR DE IMAGENS DO SATELITE LANDSAT 5 TM

ANÁLISE DO ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR EM AREAS DE CULTIVO DE CANA-DE- AÇUCAR NA MICRORREGIÃO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, ALAGOAS UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL

09/03/2017. O que é Sensoriamento Remoto? Tipos de Sensoriamento Remoto REVISÃO SENSORIAMENTO REMOTO AULA ZERO. Satélites.

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM ÁREAS COM DIFERENTES CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL

José Alberto Quintanilha Mariana Giannotti

Análise do desconforto térmico causado pela ilha de calor urbana em um bairro do Recife-PE utilizando sensoriamento remoto

10264 MODELAGEM ESPACIAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM AGROECOSSISTEMA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU

REVISÃO SENSORIAMENTO REMOTO AULA ZERO. Daniel C. Zanotta 14/03/2018

DESENVOLVIMENTO DA COLETÂNEA DE MAPAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS

AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CALOR NO SOLO, TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE E ALBEDO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MOXOTÓ-PE ATRAVÉS DE IMAGENS TM - LANDSAT-5

Analise do balanço hídrico e do albedo nas áreas de mangue do litoral sul de Pernambuco

ANÁLISE COMPARATIVA DO ALBEDO DA SUPERFÍCIE MEDIDO SOBRE A CULTURA DE BANANA E ESTIMADO ATRAVÉS DE IMAGENS MODIS/Terra

GEOPROCESSAMENTO. Sensoriamento Remoto. Prof. Luiz Rotta

ANÁLISE DO BALANÇO DE RADIAÇÃO EM SUPERFÍCIE DO EXPERIMENTO CHUVA VALE DO PARAÍBA PARA DIAS SECOS E CHUVOSOS. Thomas KAUFMANN 1, Gilberto FISCH 2

Análise do Comportamento da Temperatura de Superfície e Fluxo de Calor no Solo: um Estudo de Caso no Perímetro Urbano de Montes Claros, Minas Gerais

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR E DA SUPERFÍCIE NO SÍTIO BOA FELICIDADE EM SÃO JOSÉ DO SABUGI-PB NO SEMI-ÁRIDO DO BRASIL

Investigação observacional do albedo, da transmissividade e da radiação de onda curta na Estação Antártica Brasileira

Estudo da evapotranspiração real diária utilizando imagem de satélite na bacia do rio Paracatu

Lucas da Silva Mestre em Manejo de Solo e Água, Prof. IFCE, Campus Quixadá, CE

Transcrição:

Saldo de radiação e Fluxo de calor no solo para a Micro Bacia Hidrográfica de Serra Branca PB Usando técnicas de Sensoriamento remoto Luilton Pereira Rocha (1); Clênia Rodrigues Alcântara (2) (UFCG, luilton-pereira@hotmail.com (1).;clenia.alcantara@ufcg.edu.br (2)) Introdução: O domínio da caatinga no interior da Paraíba é uma área com concentração de precipitação pluviométrica em curtos períodos de tempo, normalmente em torno de três meses do ano, e condicionada a um elevado déficit hídrico e forte radiação solar. Fazer seu acompanhamento ambiental é um passo para entender os mecanismos naturais e antrópicos que atuam sobre as regiões da caatinga. Uma forma de análise é por meio do Sensoriamento remoto, que através do processamento de imagens de satélites com alta resolução, possibilita a obtenção e acompanhar, espaçotemporalmente, de um determinado recorte além de ser uma técnica de relativo baixo custo. Dentre vários algoritmos para obtenção de diversos resultados, pode-se destacar o SEBAL (Surface Energy Balance Algorithm for Land) desenvolvido por Bastiaanssen (1995), que é amplamente aplicado em estudos de fluxos de calor latente e sensível à superfície, saldo de radiação e índices de vegetação (BASTIAANSSEN et al., 1998; ALLEN et al., 2002). Um ponto bastante forte deste modelo é que não depende de instrumentos no local do estudo para que possa se obter estas variáveis, pois os resultados são obtidos a partir dos fluxos de troca de energia entre três níveis, que são o solo, vegetação e atmosfera (Furlan et al., 2011). A área escolhida para a pesquisa foi uma bacia hidrográfica, que segundo Tucci (1997), representa uma área de captação natural da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída. Compõe-se de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório. A bacia hidrografia do rio Serra Branca que fica localizada no interior da Paraíba, mais precisamente na microrregião do Cariri Ocidental, sob as coordenadas x:7º34s e Y:36º35W com seu tamanho aproximado de 407 Km², abrigada dentro dos limites municipais de São João do Cariri e Serra Branca. Face ao exposto, o objetivo deste estudo foi demostrar o comportamento da bacia hidrografia do rio Serra Branca, durante um período de oito anos por meio do Saldo de Radiação (Rn) e Fluxo de calor no solo (G). Além disso buscou-se também verificar se há homogeneidade em toda sua extensão, a partir das variáveis estudadas. Materiais e Método: Para atender aos objetivos propostos, este estudo utilizou como suporte a base de dados composta pelas imagens dos satélites Landsat 5 e 8 adquiridas do acervo da USGS Explorer (earthexplorer.usgs.gov), e disponibilizadas de forma gratuita. Os procedimentos para obtenção dos produtos via geoprocessamento consistir am de préprocessamento, no qual se incluem a aquisição das cenas, correção radiométrica, ortorretificação, empilhamento e recorte da área pretendida. As imagens do Landsat 5 são compostas por sete bandas espectrais com resolução de 30 x 30 m, com exceção da banda 6 (banda termal) que tem resolução de 120 x 120 m. O Landsat 8 possui onze bandas, com resolução, também, de 30 x 30 m, com exceção das bandas 10 e 11 (bandas termais) com 100 x 100 m.

Foram coletadas e tratadas imagens para os dias de 28/10/2009, 22/04/2010, 10/12/2013, 27/09/2015, 12/08/2016 e 28/06/2017. Para a escolha das imagens foram delimitadas uma escala de tempo para fazer a progressão temporal e um período de oito anos, com imagens escolhidas nenhuma nuvem em todo o período de tempo analisado. Para se obter os produtos pretendidos, foi aplicado o que preconiza o algoritmo SEBAL. Para obter o saldo de radiação e o fluxo de calor no solo foram seguidos uma série de passos como mostrado na Figura 1. Inicio Imagem de Satélite Calibração Radiometrica Reflectancia Albedo Planetário e de superfície Índices de vegetação NDVI SAVI IAF Temperatu ra da superfície e Fluxo de calor no solo Saldo de radiação EVI Figura 1: Sequência com as etapas computacionais do modelo de processamento do Saldo de Radiação (Rn) e do fluxo de calor no solo (G) utilizando o SEBAL. As imagens obtidas são compostas por bandas espectrais em coloração de cinza, e este procedimento será calculado para todas as bandas, determinando assim o seu número digital (ND), que equivale a radiância. Os valores ND variam de 0 a 255 para TM (landsat 5,7) e de 0 a 65,535 para OLI (Landsat 8). A reflectância é a razão entre o fluxo de radiação refletida e o fluxo de radiação incidente e é calculada para cada banda. O albedo do topo da atmosfera foi obtido a partir da combinação das reflectâncias monocromáticas. Logo após, foi determinado o albedo da superfície (α), com a correção dos efeitos atmosféricos. Dentro dos índices de vegetação, o primeiro a ser determinado foi o IVDN (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada) e em seguida o SAVI (Índice de Vegetação Ajustado para os Efeitos do Solo). Este índice é usado para diminuir a influência dos efeitos do background solo. Por último foi calculado o índice de área folear (IAF), que mostra a quantidade de folha por área. Para calcularmos a temperatura de superfície (Ts), foram utilizadas as bandas termais (Lλ, 6 para Landsat 5 e 10 e 11 para Landsat 8), a partir da radiância espectral e da emissividade térmica (εnb) dentro do intervalo para o Landsat 5 e 8, respectivamente, 10,4-12,5 µm e 10.60 11.19 µm. A radiação de onda curta incidente (Rs ) foi calculada a partir do ângulo zenital (z), o inverso da distância relativa terra-sol (dr) e ambas têm como base a constante solar. A transmissividade atmosférica (τsw) é obtida a partir de dados SRTM (Missão Topográfica Radar Shuttle). Para radiação de onda longa emitida pela superfície (RL ) se utilizou a emissividade atmosférica (ε0) e a temperatura de superfície. A estimativa de radiação de onda longa emitida pela atmosfera na direção da superfície (RL ) é derivada a partir da emissividade (ε0) e a temperatura do ar. Por fim, o saldo de radiação à superfície (Rn) [Wm 2 ] é obtido utilizando-se a Equação 01 (Allen et al., 2002): R n = R sol,inc (1 α sup ) R ol,emit + R ol,atm (1 ε o )R ol,atm (01) O fluxo de calor no solo (G) [Wm -2 ] foi obtido a partir da Equação 02 desenvolvida por Bastiaanssen (2000), que mostra os valores do fluxo próximos ao meio-dia. Considerando a correção dos valores do fluxo de calor para corpos d agua (NVDI < 0), considerou-se G=0,3Rn (Silva e Bezerra, 2006).

G = [ T S α (0,0038. α + 0,0074. α2 )(1 0,98. NDVI 4 )] (02) A seguir, foi determinado dois pontos de interesse. Um dos locais está no setor mais elevado da bacia hidrográfica como pode ser visto pelo ponto azul na figura 2 da bacia do rio Serra Branca, sob as coordenadas; O36 46 16.511 S7 29 25.135; O36 46 12.792 S7 29 20.447; O36 46 14.635 S7 29 26.060, este local tem está melhor preservado. O outro ponto está mais próximo do centro da bacia (Ponto Vermelho Figura 2). Este local tem uma atuação antrópica mais intensa. Sua localização se encontra entre as coordenadas O36 39 19.964 S7 30 0.322; O36 39 3.249 S7 29 36.888; O36 39 22.776 S7 29 59.403. Figura 2: Mapa de Altimetria e Localização das áreas de interesse. O ponto vermelho representa a área de maior influência antrópica (X - A) e o Azul, o de menor atuação antrópica (X - B). Resultados e discussão: Os resultados obtidos permitiram comparar espacialmente os efeitos da cobertura do solo sobre o saldo de radiação e o fluxo de calor ao longo de oito anos, sobre a superfície da Bacia, notadamente, considerando os dois pontos, que diferencia os ambientes por níveis de degradação. Na Figura 3, são apresentados os resultados para o saldo de radiação (RN). Nela, pode ser visto que a menor perda energia ocorreu no ano de 2010 com valores médios de 310 Wm 2, pois são decorrentes de valores altos de Albedo de superfície e Temperatura. Destaque-se que Albedo com valores elevados representam uma alta reflexão de radiação, corroborado pela imagem que mostra uma quantidade elevada de solo exposto e uma baixa quantidade de vegetação com folhagem.

Figura 3: Saldo de Radiação 10/2009 a 06/2017. A seguir, no gráfico da Figura 4, pode-se observar a evolução temporal do saldo de radiação para os pontos selecionados. Pode-se destacar o aumento dos valores entre 2009 e 2015. Observase um aumento dos valores no local com menor ação antrópica ratificando a resistência que a vegetação da caatinga tem à estiagens longas. Entretanto, houve um decréscimo a partir de 2015 até 2017 em ambos os locais, podendo-se destacar, por exemplo, a expansão de áreas para plantio e construção na área de maior influência antrópica. Já na área de menos antropizadas pode-se destacar, por exemplo, a extração de madeira e também a folhagem da caatinga que cai nas épocas sem chuva, deixando o solo exposto no dia do imageamento do satélite. 700 Saldo de Radiação - Rn 600 500 400 300 RN - A RN - B 200 2009 2010 2013 2015 2016 2017 Figura 4: Dados para Saldo de Radiação: RN - A para Ponto de Maior influência antrópica; RN - B ponto de Menor atuação antrópicas. O fluxo de calor no solo (G), além da temperatura de superfície é influenciado pelo Rn e pelas características do solo e da vegetação entre outros. Como observado em Oliveira et al. (2009), os valores mais elevados são caracterizados por áreas sob atividades antrópicas ou áreas de solo exposto, apresentando um valor superior a 65,01Wm 2.

A Figura 4, mostra espacialmente o (G) no decorrer dos anos deste estudo, com destaque para os anos de 2013 e 2015, que possuem altos valores, chegando a extrapolar os 100 Wm 2 em grande parte da bacia. Alguns trechos a oeste da área possuem menores valores de fluxo, que estão relacionados a menor ação antrópica e também por uma elevação de 750 m de altitude, o que favorece o registro de menor temperatura e, portanto, menores valores de fluxo. Figura 5: Saldo de Radiação 10/2009 a 06/2017. Da mesma forma que foi visto no Gráfico da Figura 4, o Gráfico da Figura 6, mostra claramente pouca variação entre os pontos A e B, com um aumento considerável até o ano de 2013. Note-se que os valores de 2015 são muito aproximados nos dois pontos de coleta. O fato mostra que as condições ambientais são tão críticas, ante a longa estiagem, que determinadas condições fazem pouca ou nenhuma diferença em alguns índices. Para os anos seguintes, 2016 e 2017 observou-se um decréscimo nos valores de fluxo. 120 Fluxo de Calor do Solo - G 100 80 60 40 G - A G - B 20 2009 2010 2013 2015 2016 2017 Figura 6: Dados para Fluxo de Calor no Solo G; G- A para Ponto de Maior influência antrópica; G - B ponto de Menor atuação antrópicas.

Conclusões: Pode-se perceber, de acordo com os resultados obtidos, que o comportamento da bacia está muito atrelado aos períodos úmidos e estios. exemplo disso são os anos de 2009, 2010, 2016 e 2017, onde se nota uma melhor resposta da vegetação, ajudando assim a dissipar a energia emitida para a atmosfera. Nos anos estudado, pode-se entender que as ações antrópicas em conjunto com a dinâmica ambiental, foram fatores atuantes que influenciam no comportamento da bacia hidrográfica, interferindo intensamente nos índices da bacia. Foi possível perceber que a heterogeneidade da bacia, apresenta maior grau de antropismo na porção central e leste e, a oeste e noroeste melhores condições de preservação tem uma menor atuação antrópica. Todavia, a pressão das demandas por recursos vegetais tem sido tão intensa que o sistema Caatinga não foi capaz de se regenerar e, portanto, registra-se um ambiente com solos expostos, inexistência de umidade no solo, justificando os valores apresentados. Referências Bibliográficas: ALLEN, R. G., TREZZA, R. & TASUMI M. Surface energy balance algorithms for land. Advance training and user s manual, version 1.0, pp. 98, 2002. BASTIAANSSEN, W. G. M., PELGRUM H., WANG, J. MORENO, Y. M.J., ROERINK, G. J. & VAN DER WAL, T. The Surface Energy Balance Algorithm for Land (SEBAL) 2. Validation. Journal of Hydrology, 212-213: 213-229, 1998. Furlan, D. N.; Ballester, M. V. R.; Andrade, R. G. Estimativa dos valores de saldo de radiação e fluxo de calor no solo em diferentes condições antrópicas na bacia do rio Ji-Paraná, Rondônia XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto SBSR. Curitiba 2011 Oliveira, T.H.; Galvíncio, J.D.; Araújo, M.S.B.; Pimentel, Mendonça, R. M.; Silva, B.B. Avaliação do fluxo de calor no solo, temperatura da superfície e albedo na bacia hidrográfica do rio Moxotó- PE através de imagens TM - Landsat-5. In: XIII Simpósio de Geografia Física Aplicada, Viçosa, 1, pp. 69-89. 2009. Silva, B.B. da; Bezerra, M.V.C. Determinação dos fluxos de calor sensível e latente na superfície utilizando imagens TM Landsat 5. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 14, n. 2, p. 174-186, 2006. TUCCI, C. E. M. 1997. Hidrologia: ciência e aplicação. 2.ed. Porto Alegre: ABRH/Editora da UFRGS, 1997.