PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Assuntos Jurídicos 11.7.2017 PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE Assunto: Parecer fundamentado da Câmara Baixa dos Países Baixos sobre a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à conciliação entre a vida profissional e a vida familiar dos progenitores e cuidadores e que revoga a Diretiva 2010/18/UE do Conselho (COM(2017)0253 C8-0137/2017 2017/0085(COD)) Nos termos do artigo 6.º do Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, qualquer Parlamento nacional pode, no prazo de oito semanas a contar da data de envio de um projeto de ato legislativo, dirigir aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão um parecer fundamentado em que exponha as razões pelas quais considera que o projeto em questão não obedece ao princípio da subsidiariedade. A Câmara Baixa dos Países Baixos procedeu ao envio do parecer fundamentado em anexo sobre a proposta de diretiva em epígrafe. Segundo o Regimento do Parlamento Europeu, a comissão competente em matéria de observância do princípio da subsidiariedade é a Comissão dos Assuntos Jurídicos. NP\1129697.docx PE607.873v01-00 Unida na diversidade

ANEXO Jean-Claude Juncker Presidente da Comissão Europeia Rue da Loi/Wetstraat, 200 B-1049 Bruxelas Bélgica Haia, 27 de junho de 2017 Assunto: Parecer fundamentado sobre o princípio da subsidiariedade da proposta de diretiva da UE relativa à conciliação entre a vida profissional e a vida familiar (COM(2017)253) Senhor Presidente, A Câmara Baixa dos Países Baixos apreciou a proposta referida em epígrafe à luz do princípio da subsidiariedade, em conformidade com o procedimento previsto. Para tal, aplicou o artigo 5.º do Tratado UE e o Protocolo n.º 2 ao Tratado de Lisboa relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade. Pela presente, cumpre-me informar que a Câmara Baixa dos Países Baixos considera que a proposta em epígrafe viola o princípio de subsidiariedade. A maioria dos deputados da Câmara Baixa dos Estados Gerais considera que a proposta não diz respeito a um problema transnacional ou a um assunto que só possa ser tratado através de medidas a nível da UE. A proposta não diz respeito a um problema transnacional ou a um assunto que não possa ser tratado pelos Estados-Membros. Além disso, não é claro qual o benefício de harmonizar as regulamentações dos Estados-Membros sobre a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar, tendo em vista o funcionamento do mercado interno; o domínio da política social e, nesse contexto, a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar é uma matéria que deve ser essencialmente decidida a nível nacional. A conciliação entre a vida profissional e a vida familiar é, por excelência, uma questão de escolha individual e, se necessário, de política nacional, ambas decorrendo de considerações nacionais, sociais e culturais específicas, baseadas em parte no sistema de política nacional. Pelas razões acima expostas, a Câmara Baixa dos Países Baixos chegou à conclusão de que a Comissão Europeia não demonstrou satisfatoriamente que a proposta de diretiva obedece ao princípio da subsidiariedade. O anexo inclui os contributos dos grupos políticos, expondo mais pormenorizadamente as respetivas posições no que diz respeito à aplicação do princípio da subsidiariedade e outras matérias. Foram enviadas cartas idênticas ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao Governo dos Países Baixos. Aproveito a oportunidade para reiterar a V. Ex.ª os protestos da minha elevada consideração. Khadija Arib Presidente da Câmara Baixa dos Estados Gerais PE607.873v01-00 2/6 NP\1129697.docx

Anexo à carta à Comissão Europeia: Contributos dos grupos políticos Expõem-se em seguida os contributos dos vários grupos políticos relativamente à proposta da UE. A Câmara Baixa dos Países Baixos é composta por 150 assentos parlamentares. Os assentos estão distribuídos da seguinte forma: Volkspartij voor Vrijheid en Democratie (Partido Popular para a Liberdade e a Democracia) VVD (33) Partij voor de Vrijheid (Partido da Liberdade) PVV (20) Christen Democratisch Appel (Apelo Democrata-Cristão) CDA (19) Democraten 66 (Democratas 66) D66 (19) GroenLinks GL (14) Socialistische Partij (Partido Socialista) SP (14) Partij van de Arbeid (Partido Trabalhista) PvdA (9) ChristenUnie (União Cristã) CU (5) Partij voor de dieren (Partido pelos Animais) PvdD (5) 50PLUS (4) Staatkundig Gereformeerde Partij (Partido Político Reformado) SGP (3) DENK (3) Forum voor Democratie (Fórum pela Democracia) FvD (2) Oito grupos políticos apresentaram os seus contributos no âmbito da avaliação da compatibilidade da proposta com o princípio da subsidiariedade. Subsidiariedade Os deputados do grupo VVD consideram que a proposta não obedece ao princípio da subsidiariedade. A proposta relativa à conciliação entre a vida profissional e a vida familiar prevê uma série de normas mínimas novas ou mais rigorosas para a licença parental, de paternidade e de prestação de cuidados, incluindo o novo direito de os progenitores gozarem pelo menos dez dias úteis de licença por ocasião do nascimento de um filho. A diretiva em vigor (2010/18/UE) não vinca adequadamente o direito de ambos os pais beneficiarem de uma licença parental, na opinião da Comissão. Um dos problemas aos olhos da Comissão é que os homens não são devidamente encorajados a gozar uma licença de prestação de cuidados, e outro é que a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar deixa algo a desejar em determinados Estados-Membros. Assim, a Comissão considera que o quadro jurídico da UE em vigor prevê incentivos limitados para que os homens assumam uma parte igual das responsabilidades familiares. Os deputados do grupo VVD não consideram que exista um problema claramente supranacional que os Estados-Membros não possam resolver por si. A conciliação entre a vida profissional e a vida familiar é, por excelência, uma questão de escolha individual e, se necessário, de política nacional, ambas decorrendo de considerações nacionais, sociais e culturais específicas, baseadas em parte no sistema de política nacional. Não existe um claro valor acrescentado decorrente de normas mínimas à escala da UE. Os deputados do grupo VVD contestam igualmente a opinião de que a UE possa invocar como objetivo geral que todos realizem na mesma medida tarefas de prestação de cuidados. Esta é, em grande medida, uma questão sobre a qual os indivíduos e os pais devem tomar uma decisão em conjunto. NP\1129697.docx 3/6 PE607.873v01-00

Além disso, a proposta não contém uma análise adequada das consequências das propostas políticas. A legislação e regulamentação existentes, e as informações atuais sobre condições e contratos coletivos de trabalho divergem grandemente dessas regras em todos os Estados- Membros. A operação deverá garantidamente implicar muita burocracia, do que resultarão seguramente críticas das autoridades, e em particular das autoridades europeias. Além disso, na sua abordagem específica a normas mínimas, a Comissão parte do pressuposto de que o Reino dos Países Baixos não seja, por si só, capaz de escolher os seus objetivos, ou então não possua os instrumentos adequados para formular políticas com base nas suas próprias escolhas políticas. Tão-pouco é claro que haveria um valor acrescentado na harmonização gradual das regras em matéria de conciliação entre a vida profissional e a vida privada nos vários Estados-Membros. Os deputados do grupo VVD não consideram automaticamente a Europa mais capaz de agir neste domínio que um Estado-Membro tomado individualmente. Pelo contrário. Os deputados do grupo PVV consideram que a política social é uma questão nacional, pelo que a proposta deve ser rejeitada por razões de subsidiariedade. Os deputados do grupo CDA referem que cabe aos próprios Estados-Membros determinar se e de que forma as medidas podem lograr uma conciliação entre a vida profissional e a vida familiar. Isso não se enquadra nas competências da Europa. Não existe aqui um problema transnacional que os Estados-Membros não possam resolver por si próprios. Os deputados do grupo D66 são muito favoráveis ao alargamento da licença parental por ocasião do nascimento de um filho, em consequência do que os pais, bem como os parceiros e as mulheres que vivam em união de facto com as mães biológicas, possam passar mais tempo com o seu filho recém-nascido. Este aspeto é muito importante para o desenvolvimento da criança. Também é muito importante para promover o emprego das mulheres. A disparidade nas taxas de emprego entre homens e mulheres é ainda demasiado elevada. Os deputados concordam, por isso, com a ideia de que deveria ser possível dividir de forma equilibrada o tempo entre o trabalho e as responsabilidades inerentes à prestação de cuidados, e que os parceiros devem poder partilhar estas responsabilidades de forma equilibrada. Dada a importância do alargamento destas disposições, deixaria os deputados desapontados se os Países Baixos não pudessem tomar por si as disposições necessárias, mas fossem obrigados a fazê-lo por força de legislação europeia. Os deputados concordam com o Governo em que, por um lado, é desejável dispor de uma norma europeia mínima, em resultado da qual se poderia desenvolver uma igualdade de condições entre os Estados-Membros. Mas, por outro lado, há também margem para diferenças entre os Estados- Membros. E a formulação de uma política social é em primeiro lugar da responsabilidade dos próprios Estados-Membros. Há certamente margem para que a UE desempenhe um papel na mesma, como fez com a diretiva relativa à licença de maternidade em 1992 e com a diretiva relativa à licença parental em 2010. Os deputados do grupo D66 gostariam de ver uma explicação aprofundada das razões para que a presente diretiva deva ser adotada a nível europeu, por que razão o assunto não pode ser regulamentado pelos próprios Estados-Membros e por que razão não se tomou a decisão de apresentar uma recomendação em vez de uma diretiva, antes de o grupo emitir um parecer final. PE607.873v01-00 4/6 NP\1129697.docx

Os deputados do grupo da Esquerda Verde (GroenLinks) consideram que a proposta obedece ao princípio da subsidiariedade. Os deputados concordam com todos os argumentos aduzidos pela Comissão. Os deputados deste grupo parlamentar consideram que os trabalhadores devem beneficiar das mesmas condições de trabalho na Europa. As regras que regem as licenças fazem parte disso. Por isso, compete à UE propor legislação sobre o assunto. Atualmente, os Estados-Membros da UE não estão a lograr promover suficientemente a igualdade na partilha de responsabilidades de assistência entre homens e mulheres. É conveniente que a União Europeia estabeleça normas mínimas que confiram aos trabalhadores europeus os mesmos direitos e que promovam a igualdade de género no mercado de trabalho. Os deputados do grupo SP consideram que a proposta não obedece ao princípio da subsidiariedade. Os deputados do grupo SP consideram que os assuntos sociais e a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar são questões que devem ser objeto de uma decisão a nível nacional. Fazem parte do sistema de segurança social, sistema esse que é da competência dos Estados-Membros. A proposta não diz respeito a um problema transnacional ou a um assunto que só possa ser tratado através de medidas a nível da UE. Atualmente, já está pendente nos Países Baixos, por exemplo, uma proposta legislativa para alargar a licença de paternidade. Os deputados do grupo ChristenUnie (União Cristã) consideram que a proposta de diretiva viola o princípio da subsidiariedade. Embora estes deputados não sejam contrários à ideia de alargar, por exemplo, a licença de paternidade ou a licença para prestação de cuidados ou ainda à adoção de medidas adicionais relativas ao emprego e aos cuidados de saúde, entendem que isto não pode ser de forma alguma objeto de uma decisão a nível europeu. Os deputados consideram que as medidas propostas relativas à concessão de licença e questões conexas são de competência nacional, pelo que não existem aspetos supranacionais que não possam ser resolvidos pelos próprios Estados-Membros. Os deputados do grupo SGP observam que cabe por excelência aos Estados-Membros determinar que relação é desejável entre a vida profissional e a vida familiar à luz da cultura de um determinado Estado-Membro. Na ótica destes deputados, a parte da proposta sobre se deve também haver direito a licença remunerada não obedece especificamente ao requisito de subsidiariedade. A legislação europeia deve limitar-se ao direito de gozar a licença. Para estes deputados, não é claro por que razão é necessário um nível mínimo uniforme de licença remunerada na perspetiva do funcionamento do mercado interno. Base jurídica Os deputados do grupo VVD declaram que a Comissão baseia a proposta no artigo 153.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Este artigo refere a igualdade entre homens e mulheres quanto às oportunidades no mercado de trabalho e ao tratamento no trabalho. A Comissão considera essa disposição de caráter muito geral como um convite para propor regras mínimas altamente específicas em matéria de conciliação entre a vida profissional e a vida familiar. Os deputados do grupo VVD contestam que a Comissão tenha um mandato para anular a intervenção das autoridades nacionais neste domínio. A alegada base jurídica no que respeita à igualdade de oportunidades entre homens e mulheres não corresponde de modo algum a uma base jurídica que permita a Bruxelas intervir nas escolhas pessoais de homens e mulheres quanto à organização da sua vida familiar. A alegada base jurídica também é demasiado genérica e NP\1129697.docx 5/6 PE607.873v01-00

indeterminada para proporcionar uma base para eliminar os poderes das autoridades nacionais de prosseguir as suas próprias políticas neste domínio. Os deputados do grupo PVV não têm observações a fazer quanto à base jurídica. Os deputados do grupo CDA concordam com a base jurídica, mas não a consideram aplicável, uma vez que entendem que o princípio da subsidiariedade não está a ser cumprido: as medidas destinadas a melhorar o equilíbrio entre vida profissional e a vida familiar são uma questão exclusiva da responsabilidade das autoridades nacionais. Os deputados do grupo D66 consideram correta a base jurídica da proposta da UE. Os deputados do grupo GroenLinks (Esquerda Verde) têm uma posição favorável à base jurídica proposta pela Comissão para a proposta da UE. Os deputados do grupo SP consideram correta a base jurídica da proposta da UE. Em particular porque está formulada em termos tão gerais. A forma como a igualdade entre homens e mulheres quanto às oportunidades no mercado de trabalho e ao tratamento no trabalho deve ser especificamente visada é da competência dos próprios Estados-Membros. É suficiente a Diretiva 2010/18/UE. Os deputados do grupo ChristenUnie (União Cristã) consideram que o artigo 153.º do TFUE obriga a União Europeia a dar mostras de contenção quando os Estados-Membros são capazes de agir. A ação da União Europeia deve, no máximo, ser complementar e de apoio. Esse não é o caso da proposta de diretiva, nem é necessário ou desejável para efeitos da concessão de licença. Os deputados do grupo SGP observam que a base jurídica no Tratado diz respeito a oportunidades no mercado de trabalho e ao tratamento no trabalho. Estes deputados observam que a proposta não visa eliminar obstáculos efetivos a este respeito, mas que incide no equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar com base em considerações de conveniência política. Essa preocupação mais ampla mais ampla que o que seria adequado à luz do Tratado é visível nomeadamente quanto ao objetivo de apoiar a progressão das mulheres na carreira. A licença de paternidade tem também um objetivo mais amplo, designadamente a participação na educação das crianças. Estes deputados consideram a base do Tratado inadequada para medidas que ultrapassem questões de oportunidades no mercado de trabalho e de tratamento no trabalho. Os deputados do grupo SGP observam igualmente que um direito a 10 dias de licença remunerada imporia um pesado encargo às pequenas empresas. Assim, a proposta é dificilmente compatível com a obrigação do Tratado de evitar esses encargos. PE607.873v01-00 6/6 NP\1129697.docx