Seminário Alusivo aos 30 anos do Acidente de Bhopal Data: 03 de dezembro de 2014 Horário: das 9:00 às 16:45h Promoção: FUNDACENTRO Participação: Fundacentro/Cetesb/ Abiquim/Sindiquim/ Fequimfar/CPCAPV Local: R. Capote Valente, 710 SÃO PAULO-SP
Seminário Alusivo aos 30 anos do Acidente de Bhopal Análise crítica do acidente de Bhopal Falhas ocorridas José Possebon 03 de dezembro de 2014
Processo de fabricação do ICM As matérias primas utilizadas são Monometilamina e Fosgênio. O Fosgênio é produzido no local, pela reação de Cloro e Monóxido de Carbono. O Monóxido de Carbono(CO) é produzido numa área adjacente, dentro da unidade. A Monometilamina(MMA) e o Cloro (Cl) são trazidos por caminhões, de outras partes do país, estocados em tanques e usados quando necessário. O Clorofórmio é utilizado como solvente, dentro do processo.
Processo de fabricação do isocianato de metila
Processo de fabricação do isocianato de metila
Processo de fabricação do Sevin isoc. de metila + 1-naftol = 1-naftol-N-metilcarbamato
Toxicologia dos produtos utilizados Produto L.T. IPVS Canc. Cloreto de metilcarbamoila 0,005 --- A2 p Isocianato de metila 0,02 3 sens. Fosgênio 0,1 2 --- Cloro 0,5 10 A4 Ácido clorídrico 2 C 50 A4 Monometil amina 5 100 --- Clorofórmio 10 500 A3 Monóxido de carbono 25 1.200 --- 1-Naftol sens.
Efeitos tóxicos do isocianato de metila I Vômitos, queimadura nos olhos, nariz e garganta, provocando cegueira. Edema pulmonar e bronquio constricção provocando a morte por falência respiratória Efeitos no sistema neurológico(dor de cabeça, distúrbio do equilíbrio, depressão, fadiga e irritabilidade) Efeitos teratogênicos Nos filhos das mulheres afetadas pelo vazamento(icm +????)
Alcance do vazamento de I.C.M.
Planta da unidade da Union Carbide
Conseqüências do acidente Crianças nascidas de mães contaminadas
Conseqüências do acidente
Relação das falhas em Bhopal 1 - Sistema de instrumentação 2 - Procedimento de isolamento dos tanques de ICM 3 - Sistema de refrigeração do ICM 4 - Lavador de gases 5 Tocha de segurança flare 6 - Cortina de água 7 - Sistema de armazenamento do isocianato de metila 8 - Sistema de inertização dos tanques de ICM 9 Falhas gerenciais
1 - Sistema de instrumentação Como a manutenção dos instrumentos era insuficiente, eles falhavam freqüentemente e por isso não eram confiáveis e muitos sinais de alarmes eram desprezados.
2 - Procedimento de isolamento dos tanques de ICM Como as tubulações tinham que ser lavadas periodicamente, havia risco de entrar água nos tanques de ICM e havia um procedimento para isolar os tanques através de um flange cego colocado na tubulação principal. Esse procedimento não foi feito porque demoraria cerca de duas horas e o operador tinha que usar roupa para vazamento químico.
3 - Sistema de refrigeração do ICM Como o isocianato de metila tem que ser mantido a 0 C existia um sistema de refrigeração que tinha sido retirado de operação para manutenção e estava inoperante no dia do acidente.
4 - Lavador de gases O lavador de gases utilizava uma solução de hidróxido de sódio para neutralizar o ICM, mas também estava inoperante a espera de manutenção. Mesmo que estivesse operando seria insuficiente para a quantidade de gás que vazou.
5 Tocha de segurança flare O flare estava desativado com um trecho de tubulação retirado para manutenção. Se estivesse em operação queimaria todo o isocianato de metila, impedindo a contaminação ambiental.
6 - Cortina de água A cortina de água foi ligada mas o alcance era de 12 a 15 metros e partia do solo, para controle de vazamentos. Como o flare estava inativo por ter um trecho de tubulação retirado para manutenção, o vazamento de ICM deve ter sido no vent dos tanques a 30 metros de altura, ou no topo do lavador de gases,
7 - Sistema de armazenamento do isocianato de metila O Isocianato de Metila refinado pode ser estocado em 2 ou 3 tanques com capacidade para 15.000 galões cada. Geralmente o terceiro tanque era utilizado para estocagem de emergência e para controlar temporáriamente o ICM fora de especificação, antes de reprocessá-lo. No dia do acidente os três tanques estavam cheios de ICM.
7 - Sistema de armazenamento do isocianato de metila Os produtos dos tanques são circulados por um trocador de calor, resfriados em um sistema de refrigeração com capacidade para 30 toneladas, tudo para manter o ICM à temperatura de zero graus Celsius e 2,4 bar, daí o ICM refinado é transferido para as unidades de derivados. No dia do acidente a temperatura era de 200º C e a pressão de 14 bar.
7 - Sistema de armazenamento do isocianato de metila O Isocianato de Metila fora de especificação pode retornar para um ou dois locais no sistema de reprocessamento. Se necessário pode ser transferido para o SLG (Sistema de Lavagem de Gases) ou queimado na tocha.
8- Sistema de inertização dos tanques de ICM Havia um sistema de pressurização dos tanques de ICM com nitrogênio para impedir a entrada de qualquer substância no tanque. Provavelmente a válvula estava com vazamento pois permitiu a entrada de água no tanque.
Sistema de armazenamento do isocianato de metila
9 Falhas gerenciais a) Gerência não comprometida com a Segurança do Trabalho (o Supervisor de Segurança foi para a manutenção e de lá para outros setores). b) Falta de interesse pela gerência da planta c) Falta de sistema de controle de emergências. d) A empresa procurou se eximir de culpa acusando os trabalhadores de sabotagem.
30 anos após o acidente a planta continua abandonada Na foto do The New York Times meninos brincando na bacia de lodo químico. Ela tinha sido coberta com concreto e plástico que com o tempo rachou.
30 anos após o acidente a planta continua abandonada
30 anos após o acidente a planta continua abandonada
30 anos após o acidente a planta continua abandonada
30 anos após o acidente a planta continua abandonada
OBRIGADO!!!!! José Possebon Engenheiro Químico e de Segurança do Trabalho Tecnologista aposentado da Coordenação de Higiene do Trabalho, Setor de Agentes Químicos da Fundacentro, Mestre em Sistemas de Gestão pela UFF e Diretor Adjunto da Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho e Consellheiro Fiscal da Associação Brasileira de Higienistas Ocupaciodnais jose.possebon@uol.com.br