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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Documento de sessão B8-1132/2016 19.10.2016 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência de uma declaração da Vice-Presidente da Comissão / Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança nos termos do artigo 123.º, n.º 2, do Regimento sobre segurança nuclear e não proliferação (2016/2936(RSP)) Urmas Paet, Petras Auštrevičius, Dita Charanzová, Gérard Deprez, Fredrick Federley, Ivan Jakovčić, Ilhan Kyuchyuk, Valentinas Mazuronis, Louis Michel, Javier Nart, Jozo Radoš, Marietje Schaake, Pavel Telička, Hilde Vautmans em nome do Grupo ALDE RE\1107406.doc PE589.732v01-00 Unida na diversidade

B8-1132/2016 Resolução do Parlamento Europeu sobre segurança nuclear e não proliferação (2016/2936(RSP)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta a sua Resolução, de 10 de março de 2010, sobre o Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares 1, Tendo em conta a sua Resolução, de 17 de janeiro de 2013, sobre as recomendações da Conferência de Análise do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) no que se refere ao estabelecimento de uma zona sem armas de destruição maciça no Médio Oriente 2, Tendo em conta a Estratégia da UE contra a proliferação de ADM adotada pelo Conselho Europeu em 12 de dezembro de 2003, Tendo em conta o facto de não se ter chegado a acordo sobre um documento final durante a Conferência de Análise do TNP de 2015, Tendo em conta as Conclusões do Conselho sobre a Nona Conferência de Análise das Partes no Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares (8079/15), Tendo em conta os documentos adotados na Cimeira sobre Segurança Nuclear realizada em Washington na primavera de 2016, Tendo em conta a Resolução 2310 (2016) do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o 20.º aniversário do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (TE), Tendo em conta a Declaração de Tbilissi, de 1977, adotada por consenso pela Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, Tendo em conta a declaração do G7, de 11 de abril de 2016, sobre não proliferação e desarmamento, emitida em Hiroshima (Japão), Tendo em conta a Resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas, de 13 de dezembro de 2011, sobre o estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares no Médio Oriente (A/RES/66/61), Tendo em conta a Decisão 2012/422/PESC do Conselho, de 23 de julho de 2012, que apoia um processo conducente ao estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e de todas as outras armas de destruição maciça no Médio Oriente 3, Tendo em conta a Resolução A/RES/70/33 da Assembleia-Geral das Nações Unidas, de 1 JO C 349 E de 22.12.2010, p. 77. 2 JO C 440 de 30.12.2015, p. 97. 3 JO L 196 de 24.7.2012, p. 67. PE589.732v01-00 2/8 RE\1107406.doc

7 de dezembro de 2015, sobre a prossecução das negociações multilaterais sobre o desarmamento nuclear, e o relatório do Grupo de Trabalho Aberto à Assembleia-Geral das Nações Unidas, adotado em 19 de agosto de 2016 (A/71/371), Tendo em conta o artigo 123.º, n.º 2,do seu Regimento, A. Considerando que o ambiente de segurança na vizinhança da União Europeia se deteriorou consideravelmente, tendo-se tornado menos previsível; que existem ameaças de natureza convencional e não convencional geradas por intervenientes estatais e não estatais, tanto a nível regional, como a nível mundial; B. Considerando que a paz, a segurança e a estabilidade internacionais estão a ser seriamente ameaçadas por vários desenvolvimentos, designadamente a deterioração das relações entre Estados detentores de armas nucleares, como a Federação da Rússia, os Estados Unidos da América, a Índia, o Paquistão e Israel, bem como pela prossecução do desenvolvimento da capacidade nuclear pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC); C. Considerando que a proliferação de armas de destruição maciça (ADM) biológicas e químicas tem vindo a ser minimizada e gradualmente suspensa mediante a aplicação eficaz à escala internacional da proibição e das obrigações constantes da Convenção sobre as Armas Biológicas e Toxínicas (CABT), de 1972, e da Convenção sobre Armas Químicas (CAQ); que, porém, a proliferação das armas de destruição maciça e dos respetivos vetores constitui uma das mais sérias preocupações para a comunidade mundial; D. Considerando que, em janeiro de 2016, nove países os Estados Unidos, a Rússia, o Reino Unido, a França, a China, a Índia, o Paquistão, Israel e a República Popular Democrática da Coreia possuíam um total de cerca de 15 395 armas nucleares, contra cerca de 15 850 em 2015; E. Considerando que é prioritário impedir as organizações terroristas e quaisquer outros Estados de obter ou utilizar armas nucleares, reduzir e eliminar todos os arsenais nucleares e avançar para um mundo sem armas nucleares; F. Considerando que não se registaram quaisquer progressos no que se refere às medidas concretas com vista ao desarmamento nuclear acordadas na Conferência de Análise de 2010 do TNP; que a Conferência de Análise de 2010 do TNP conferiu uma atenção renovada às incidências das armas nucleares em termos humanitários; G. Considerando que o reforço dos objetivos centrais dos três pilares do TNP, a saber, a não proliferação, o desarmamento e a cooperação, visando uma utilização pacífica da energia nuclear para fins civis, deve continuar a ser uma prioridade; H. Considerando que as potências nucleares signatárias do TNP estão a modernizar e a reforçar os respetivos arsenais nucleares e a atrasar as medidas destinadas à redução ou à eliminação dos seus arsenais nucleares, bem como ao abandono de uma doutrina militar centrada na dissuasão nuclear; I. Considerando que a Rússia e os Estados Unidos continuam a aplicar o Novo Tratado de RE\1107406.doc 3/8 PE589.732v01-00

Redução de Armas Estratégicas (START), que expirará em 2021; que a Federação da Rússia ignorou a proposta formal dos Estados Unidos no sentido de encetar negociações com vista à conclusão de um acordo que suceda ao novo Tratado START e que ainda não foi negociado o seguimento a dar ao referido tratado com o objetivo de reduzir as armas nucleares estratégicas e não estratégicas, tendo em vista a sua eliminação; J. Considerando que os ensaios de armas nucleares explosivos e/ou quaisquer outras explosões nucleares constituem uma ameaça à paz e à segurança internacionais e comprometem o regime de desarmamento nuclear e não proliferação à escala mundial; que o tratado de proibição de ensaios é a via formal mais eficaz para proibir os ensaios de armas nucleares e quaisquer outras detonações nucleares; que 2016 assinala o 20. aniversário da abertura à assinatura do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (TE), em 24 de setembro de 1996; K. Considerando que, não obstante todos os esforços envidados, ainda não se realizou a conferência sobre o estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e de todas as outras armas de destruição maciça no Médio Oriente, prevista para dezembro de 2012, em conformidade com os acordos de consenso alcançados pelos Estados Partes no TNP na Conferência de Análise de 2010; L. Considerando que a segurança das armas nucleares utilizadas pelos EUA na Turquia é objeto de maior controlo na sequência do conflito armado na Síria; M. Considerando que o controlo do armamento e os acordos de não proliferação são uma parte importante do sistema de segurança pós-guerra Fria na Europa, que agora parece cada vez mais frágil face à agressão russa na Ucrânia; N. Considerando que em 5 de dezembro de 2015 se assinalou o 20.º aniversário da assinatura do Memorando de Budapeste; que a Ucrânia tem respeitado todas as disposições do memorando e tem assumido posições pró-ativas em questões de desarmamento e não proliferação de armas nucleares, ao contrário da Federação da Rússia, que violou os seus compromissos através da ocupação de parte do território da Ucrânia (a Crimeia) e do lançamento de um ataque armado no leste da Ucrânia; que esta situação criou um perigoso precedente, uma vez que um Estado que tinha garantido a segurança da Ucrânia em resposta à decisão do país de aderir ao TNP, enquanto Estado não detentor de armas nucleares, violou a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e prejudicou e danificou gravemente não só a credibilidade do instrumento no seu conjunto mas também as garantias negativas de segurança oferecidas pelo Estado detentor de armas nucleares, bem como o próprio TNP e a ideia da prossecução da não proliferação e do desarmamento nuclear à escala global, com base no Direito internacional e nos tratados multilaterais; O. Considerando que a Rússia instalou sistemas de mísseis Iskander com capacidade nuclear em Kaliningrado, tendo como objetivo a realização de exercícios e sobrevoos com sistemas de capacidade nuclear, e que a sua decisão de suspender o Acordo sobre a Gestão e a Eliminação do Plutónio, concluído com os Estados Unidos em 2000, aumentou as preocupações quanto à maior dependência da Rússia de armas nucleares; P. Considerando que a UE desempenha um papel importante enquanto parte do Plano de Ação Conjunto Global acordado com o Irão, designadamente enquanto membro efetivo PE589.732v01-00 4/8 RE\1107406.doc

da Comissão Conjunta que supervisiona a aplicação do acordo; Q. Considerando que, em 9 de setembro de 2016, a RDPC realizou o seu quinto ensaio nuclear, apenas alguns meses após o ensaio realizado em 6 de janeiro de 2016; que este quinto ensaio, descrito pela RDPC como «um ensaio bem-sucedido de uma bomba de hidrogénio», viola claramente as suas obrigações internacionais decorrentes das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Declaração Conjunta da Coreia do Sul e da Coreia do Norte sobre a Desnuclearização da Península Coreana de 1992, segundo a qual os dois países não desenvolverão nem manterão quaisquer armas nucleares; que a proliferação de quaisquer armas de destruição maciça mas, em especial, de armas nucleares e respetivos vetores de fornecimento, constituem uma ameaça à paz e à segurança internacionais; que a RDPC anunciou a sua saída do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares (TNP) em 2003, tem vindo a realizar ensaios nucleares desde 2006 e declarou oficialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear para efeitos de dissuasão em 2009, o que significa que a ameaça que o país representa para os seus vizinhos do nordeste asiático e para a paz e segurança regionais e internacionais aumentou; R. Considerando que a estratégia europeia de segurança de 2003 declarou que a proliferação de armas de destruição maciça é potencialmente a maior ameaça para a nossa segurança, incluindo a possibilidade de uma corrida às armas de destruição maciça, e que a União Europeia está empenhada em alcançar uma adesão universal aos regimes previstos pelos tratados multilaterais, bem como em reforçar os tratados e as suas disposições em matéria de verificação; que estratégia global da UE de 2016 não faz qualquer referência às ADM, à não proliferação e ao controlo do armamento; S. Considerando que, durante a preparação para a Conferência de Análise de 2015 do TNP, a União Europeia lamentavelmente não foi capaz de chegar a acordo quanto a uma posição comum sobre o desarmamento nuclear, reconhecendo pela primeira vez a existência de «diferentes pontos de vista» no que respeita às consequências da manutenção de armas nucleares, e que a Conferência de Análise de 2015 do TNP foi incapaz de adotar um documento final devido às divergências relativamente à prossecução dos esforços regionais com vista à criação de uma zona livre de ADM no Médio Oriente; T. Considerando que a UE se comprometeu a utilizar todos os instrumentos ao seu dispor para evitar, dissuadir, suspender e, se possível, eliminar os programas de proliferação que causam preocupação à escala global, como se refere claramente na Estratégia da UE contra a Proliferação de ADM adotada pelo Conselho Europeu em 12 de dezembro de 2003; 1. Manifesta profunda preocupação face à deterioração da segurança regional e internacional, ao ressurgimento do papel das armas nucleares nesse contexto e à não aplicação de medidas eficazes de desarmamento e não proliferação; 2. Exorta todos os Estados detentores de armas nucleares a tomarem medidas provisórias concretas para reduzir o risco de detonações nucleares, nomeadamente através da redução do estado operacional das armas nucleares e da sua transferência das zonas de implantação para os locais de armazenamento, da restrição do papel das armas nucleares nas doutrinas militares e da diminuição rápida de todos os tipos de armas nucleares; RE\1107406.doc 5/8 PE589.732v01-00

3. Manifesta profunda preocupação face às eventuais violações do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF); 4. Apoia a Cimeira sobre Segurança Nuclear de 2016, reconhecendo que o comércio não autorizado de materiais nucleares e respetiva utilização representa uma ameaça imediata e grave à segurança mundial, e aguarda com expectativa a localização e a segurança física total de todos os materiais utilizados para o fabrico de armas; 5. Congratula-se com a conclusão dos trabalhos do Grupo de Trabalho Aberto sobre a prossecução das negociações multilaterais sobre o desarmamento nuclear, em conformidade com a Resolução A/RES/70/33 da Assembleia-Geral das Nações Unidas; saúda a recomendação à Assembleia-Geral das Nações Unidas, formulada no relatório final do Grupo de Trabalho Aberto (A/71/371) e adotada com um apoio generalizado em 19 de agosto de 2016, no sentido de que esta convoque uma conferência em 2017, aberta a todos os Estados, a fim de negociar um instrumento juridicamente vinculativo destinado a proibir as armas nucleares e tendente à sua eliminação total; reconhece que tal medida reforçará os objetivos e as obrigações constantes do TNP em matéria de não proliferação e desarmamento, contribuindo igualmente para a criação de condições para a segurança mundial e para um mundo sem armas nucleares; 6. Convida os Estados-Membros da UE a apoiarem a convocação da referida conferência em 2017 e a participarem construtivamente nos seus trabalhos, e convida a VP/AR Federica Mogherini e o Serviço Europeu para a Ação Externa a contribuírem de forma construtiva para os trabalhos da conferência de negociação de 2017; 7. Relembra o 20.º aniversário da abertura à assinatura do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (TE), em 24 de setembro de 1996, e sublinha que um tratado universal de proibição total de ensaios, que seja efetivamente verificável a nível internacional, constitui o meio mais eficaz de proibir os ensaios de armas nucleares explosivos e quaisquer outras explosões nucleares; 8. Exorta os restantes Estados enumerados no Anexo II do TE, cuja ratificação é necessária para a sua entrada em vigor, a assinarem e/ou ratificarem o TE urgentemente para que este instrumento internacional decisivo produza pleno efeito jurídico sem demora, e saúda, neste contexto, a adoção da Resolução 2310 (2016) do Conselho de Segurança das Nações Unidas; 9. Manifesta o seu apreço pelos progressos significativos alcançados pela Comissão Preparatória da OTE no que respeita à conclusão e aplicação do seu eficaz Sistema Internacional de Vigilância que, mesmo sem a entrada em vigor do Tratado, contribui para a estabilidade regional enquanto medida importante de instauração de confiança, reforça o regime de não proliferação nuclear e desarmamento e tem benefícios científicos e civis suplementares para os Estados; está convicto de que, a fim de assegurar o funcionamento contínuo do sistema de controlo, a Comissão Preparatória da OTE continuará a depender das contribuições financeiras dos Estados; 10. Exorta os Estados detentores de armas nucleares a porem termo a qualquer planeamento estratégico futuro baseado na utilização da capacidade nuclear; apela ao aprofundamento do diálogo com todos os Estados detentores de armas nucleares, com vista à prossecução de um programa comum no sentido de uma redução progressiva do PE589.732v01-00 6/8 RE\1107406.doc

arsenal de ogivas nucleares; apoia, em particular, as medidas tomadas pelos EUA e pela Rússia com vista à redução substancial dos seus arsenais nucleares, nos termos acordados no novo Tratado START; 11. Reconhece que a eliminação do território europeu dos arsenais de armas nucleares de curto alcance, de armas táticas e de armas consideradas subestratégicas poderia contribuir de forma positiva para a criação de condições para a construção de mais zonas livres de armas nucleares, contribuindo deste modo para o cumprimento das obrigações constantes do TNP em matéria de não proliferação e desarmamento, enquanto se estabelece um precedente para um maior desarmamento nuclear; 12. Louva a criação de zonas desnuclearizadas enquanto medida positiva rumo a um mundo sem armas nucleares; entende, neste contexto, que uma zona desnuclearizada no Médio Oriente teria uma importância vital para a consecução de uma paz duradoura e global na região; manifesta, neste contexto, a sua profunda deceção perante a incapacidade de realização da conferência de 2012 prevista no TNP, sobre a criação de uma zona livre de ADM no Médio Oriente; 13. Apoia a realização de novas diligências com vista a reforçar o mandato da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), incluindo a generalização dos protocolos adicionais aos Acordos de Salvaguardas da AIEA e outras iniciativas destinadas a desenvolver medidas de instauração de confiança; 14. Considera que o Plano de Ação Conjunto Global (PACG), também conhecido como acordo nuclear com o Irão, constituiu uma realização notável para a diplomacia multilateral, e para a europeia em particular, e deve permitir não apenas uma melhoria substancial das relações entre a UE e o Irão, mas também a promoção da estabilidade em toda a região; considera que todas as partes têm agora a responsabilidade de garantir a sua aplicação plena e estrita; congratula-se com a criação da Comissão Mista composta por representantes do Irão e pelo grupo E3/UE+3 (China, França, Alemanha, Federação da Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), juntamente com a VP/AR; apoia plenamente o papel da VP/AR, enquanto coordenadora da Comissão Mista criada ao abrigo do PACG, e entende que a aplicação plena e estrita do PACG continua a revestirse de extrema importância; 15. Condena os últimos ensaios nucleares conduzidos pela RPDC e a sua rejeição de diversas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a mais recente, de 2 de março de 2016 (2070); insta a RPDC a abster-se de mais ações provocatórias, interrompendo os seus programas nucleares e de mísseis balísticos de forma total, verificável e irreversível, a cessar imediatamente todas as atividades conexas e a cumprir todas as suas obrigações internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Conselho de Governadores da AIEA, bem como as demais normas internacionais em matéria de desarmamento e não proliferação, e a regressar à mesa das negociações; exorta a RPDC a assinar e a ratificar sem demora o Tratado sobre a Proibição Total de Ensaios Nucleares; afirma o seu desejo de uma solução diplomática e política para a questão nuclear da RPDC; exorta a China, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a exercer uma pressão contínua sobre a RPDC; 16. Acolhe favoravelmente a inclusão de cláusulas relativas à não proliferação de ADM nos RE\1107406.doc 7/8 PE589.732v01-00

acordos entre a UE e países terceiros, bem como nos planos de ação; salienta que tais medidas devem ser aplicadas por todos os países parceiros da UE, sem exceção; 17. Congratula-se com a apresentação da estratégia global da UE e exorta o SEAE, enquanto medida de acompanhamento, a atualizar e a alargar a Estratégia da UE contra a Proliferação de ADM, de 2003, e as «Novas linhas de ação», de 2009, tendo em conta as questões e os problemas acima descritos, de modo a tornar a UE uma força motriz no reforço e na prossecução de acordos multilaterais em matéria de desarmamento nuclear e não proliferação; 18. Saúda o facto de o Consórcio da UE para a Não Proliferação e outras organizações da sociedade civil e grupos de reflexão se debruçarem regularmente sobre estas questões e convida o Consórcio da UE para a Não Proliferação a alargar a sua agenda de modo a incluir, em pé de igualdade, considerações sobre desarmamento; 19. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução aos Estados-Membros, à Vice-Presidente/Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, ao Conselho, à Comissão, ao Secretário-Geral das Nações Unidas, ao Alto-Comissário das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento, à Organização do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares e ao Diretor-Geral da AIEA. PE589.732v01-00 8/8 RE\1107406.doc