IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONENTES MINERAIS DE ROCHAS CARBONÁTICAS DA FORMAÇÃO JANDAÍRA POR MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

Documentos relacionados
Resumo. VII Simpósio Brasileiro de Geofísica. Copyright 2016, SBGf - Sociedade Brasileira de Geofísica

ESTIMATIVA DA COMPOSIÇÃO MINERAL DE ROCHAS SEDIMENTARES A PARTIR DE IMAGENS MICROTOMOGRÁFICAS DE RAIOS-X

DESCRIÇÃO DE AMOSTRAS DE CALHA DO POÇO 7-CLB-1-RN PERFURADO PELA EMPRESA PARTEX BRASIL NO CAMPO COLIBRI, BACIA POTIGUAR/RN

A CADEIA PRODUTIVA DO PETRÓLEO

PETROFÍSICA E CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE ROCHAS CARBONÁTICAS DO NORDESTE BRASILEIRO

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS MICROESTRUTURAIS DE ROCHAS RESERVATÓRIO DO AQUÍFERO GUARANI POR MICROTOMOGRAFIA

Análise de Imagens de Micro-tomógrafo Digitalizadas para a Caracterização Microestrutural de Carbonatos

RECONSTRUÇÃO DO PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL DE POÇOS SITUADOS NA BACIA POTIGUAR COM BASE EM AMOSTRAS DE CALHA

DESCRIÇÃO DE AMOSTRAS DE CALHA DO POÇO 7-CLB-2-RN PERFURADO PELA EMPRESA PARTEX BRASIL NO CAMPO COLIBRI, BACIA POTIGUAR/RN

CARACTERÍSTICAS DOS RESERVATÓRIOS

A CADEIA PRODUTIVA DO PETRÓLEO

MODELAGEM DAS ZONAS DE FLUXO USANDO AS TÉCNICAS: ZONEAMENTO ESTATÍSTICO E FZI

ANÁLISE PETROFÍSICA DE ROCHAS CARBONÁTICAS EM AFLORAMENTOS NA PEDREIRA SÁ, BACIA SERGIPE - SE

CARACTERIZAÇÃO DE ZONAS PRODUTIVAS E CORRELAÇÃO DE POÇOS A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO DE PERFIS ELÉTRICOS

MODELAGEM DE RESERVATÓRIOS

ESTUDO DAS GEOPRESSÕES APLICADAS AO ASSENTAMENTO DAS SAPATAS DE REVESTIMENTO NA BACIA DO SOLIMÕES

MS-001 Desenvolvimento de Modelos e Análise de Sensibilidade de Parâmetros na Simulação de Falhas em Dutos e Estruturas

AGG 209 INTRODUÇÃO À PETROFÍSICA AULA 1

è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra.

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA

ANAIS do XXIX Congresso Brasileiro de Espeleologia Ouro Preto MG, de junho de Sociedade Brasileira de Espeleologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PROCESSOS

5 Resultados e Discussões

2 Exploração e Produção de Petróleo

3 Caracterização do Sítio Experimental

PRH 02 Formação de Profissionais de Engenharia Civil para o Setor de Petróleo e Gás

3 Aspectos Geológicos e Geotécnicos

PETROFÍSICA DE AMOSTRAS DE ROCHAS SILICICLÁSTICAS DA FORMAÇÃO FELIZ DESERTO, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS

Geologia. Tecnologia de Informação e Comunicação. Escola Básica 2,3 Paulo da Gama. Amora, outobro Aluno: André Costa. Professor: Sérgio Heleno


PROPOSTA DE PADRONIZAÇÃO DAS DENOMINAÇÕES DOS AQUÍFEROS NO ESTADO DE SÃO PAULO. José Luiz Galvão de Mendonça 1

GEOPROCESSAMENTO. Bases conceituais e teóricas. Prof. Luiz Henrique S. Rotta

Falhas sísmicas podem ser definidas como uma quebra na continuidade original dos horizontes. São fraturas que causam um deslocamento relativo das

RECURSOS ENERGÉTICOS. Prof. Dr. Adilson Soares Site:

Figura 1 Localização do pré-sal no Brasil Fonte: Petrobras (c2012).

VII Simpósio Brasileiro de Geofísica. Copyright 2016, SBGf - Sociedade Brasileira de Geofísica

GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA:ESTRUTURA GEOLÓGICA, TIPOS DE ROCHAS E RECURSOS MINERAIS. MÓDULO 04 GEOGRAFIA I

ANÁLISE PETROFÍSICA DE CARBONATOS DA FORMAÇÃO CABAÇOS, BACIA LUSITÂNICA

Análise Microestrutural de Cerâmicas Porosas de SiC por Transmissão de Raios Gama e Microtomografia de Raios X

Desafios Regulatórios del área del Pré-Sal

AQUÍFERO BARREIRAS: ALTO POTENCIAL HÍDRICO SUBTERRÂNEO NA PORÇÃO DO BAIXO RIO DOCE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

PERFILAGEM DE POÇOS DE PETRÓLEO. José Eduardo Ferreira Jesus Eng. de Petróleo Petrobras S.A.

2 Tomografia Computadorizada de Raios X

Ensaios geofísicos. Introdução à Geotecnia

PETROFÍSICA DE ARENITOS E GIPSITAS DA BACIA DO ARARIPE. Federal de Campina Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica

Estrutura Geológica do Planeta

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Mercado de Trabalho... 5

Gravimetria: fundamentos e aplicações módulo 4

Profissão em expansão no Brasil e no exterior

OTIMIZAÇÃO DOS PARÂMETROS OPERACIONAIS PARA AUMENTAR A RENTABILIDADE DE PROJETOS DE INJEÇÃO DE ÁGUA APÓS O VAPOR EM RESERVATÓRIOS DE ÓLEO PESADO

CAPÍTULO 2 ÁREA DE ESTUDOS A proposta do Sítio Controlado de Geofísica Rasa - SCGR

EFEITO DA DOLOMITIZAÇÃO NA MODIFICAÇÃO DE PROPRIEDADES PETROFÍSICAS DE ROCHAS RESERVATÓRIOS DO PRÉ-SAL

Divisão Ambiental Prazer em servir melhor!

Estrutura geológica e formas de relevo. Professora: Jordana Costa

4 Analise de Pressão de Poros

1 Introdução 1.1. Definição do problema

Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações

Processamento de Imagens Digitais

*CO 2-equivalente é a quantidade de CO 2 que causaria a mesma força radiativa** que certa quantidade emitida de outro gás do efeito estuda.

Sensoriamento Remoto no Estudo da Água

de Pesquisas Energéticas e Nucleares

Definição de uma Imagem Digital

Correção da Atividade

ZONEAMENTO ESTATÍSTICO APLICADO EM RESERVATÓRIOS PETROLÍFEROS, BACIA DE CAMPOS - RJ

Um Estudo Comparativo Aplicado à Segmentação de Imagens de Rochas Reservatório ENEIDA ARENDT REGO

ESTUDO HIDROGEOLÓGICO E GEOFÍSICO NA BORDA DA BACIA POTIGUAR, FAZENDA MACACOS, LIMOEIRO DO NORTE/CE.

V SEMANA DE GEOCIÊNCIAS: GEOCIÊNCIAS ALÉM DO ÓBVIO: NOVAS TECNOLOGIAS, CONEXÕES E COMUNIDADE. Instituto de Geociências

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E HIDRÁULICAS DOS POÇOS TUBULARES DA APA CARSTE LAGOA SANTA E ENTORNO, MG

Sensoriamento Remoto e Qualidade da Água

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro

S O. PauloValentim 2010

8 Conclusões e Considerações Finais

1 Introdução 1.1. Descrição do Problema

BLOCO V ÁGUA COMO RECURSO NO MOMENTO ATUAL. Temas: Escassez. Perda de qualidade do recurso (água) Impacto ambiental

Título do projeto: Linha de Pesquisa: Justificativa/motivação para realização do projeto: Objetivos:

CARACTERIZAÇÃO DOS ARGILOMINERAIS DOS ARENITOS DA FORMAÇÃO FURNAS, REGIÃO DE CAMPO NOVO-PR

Reyes-Pérez, Y.A. Tese de Doutorado 51

5 Resultados e Discussões

BACIA DO RECÔNCAVO. Paulo de Tarso Araripe Superintendência de Definição de Blocos

A área de estudo está localizada no campus da Universidade de São Paulo, na região

BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL 2006 ano base 2005

Sensoriamento Remoto I Engenharia Cartográfica. Prof. Enner Alcântara Departamento de Cartografia Universidade Estadual Paulista

CARACTERIZAÇÃO DE ROCHAS RESERVATÓRIO POR MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

5. Caracterização do Solo

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro

Gerenciamento de dados de métodos potenciais aerogeofísicos e formatação para o Padrão ANP2B WORKSHOP PADRÃO ANP2B RP-MSV-92 22/08/2013 REV.

ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO DE ESTIMATIVA DE RECURSOS E RESERVAS DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL ( RTR)

4 Resultados e Discussão 4.1. Efeito da Resolução

ESTUDO DA APLICAÇÃO DO VAPEX EM RESERVATÓRIOS DE ÓLEO EXTRAPESADO

ESTUDO DA APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE ARDÓSIA COMO FONTE DE MAGNÉSIO PARA SÍNTESE DE FERTILIZANTES MINERAIS

Propriedades das rochas Aula 3

PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL DA FORMAÇÃO BARREIRAS NA PORÇÃO CENTRO-SUL DA ÁREA EMERSA DA BACIA DE CAMPOS (RIO DE JANEIRO)

2 O Processo de Avaliação de Recursos de Petróleo Não Descobertos

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO DO PLANO DE AVALIAÇÃO DE DESCOBERTAS DE PETRÓLEO OU GÁS NATURAL E DO RESPECTIVO RELATÓRIO FINAL

Mapeamento Geológico

Processamento Digital de Imagens

Processamento Digital de Imagens

Transcrição:

IENTIFIAÇÃO OS OMPONENTES MINERAIS E ROHAS ARBONÁTIAS A FORMAÇÃO JANAÍRA POR MIROTOMOGRAFIA E RAIOS X Mábia Ruana Silva de Sena 1 ; José Agnelo Soares 2 1 Universidade Federal de ampina Grande, Unidade Acadêmica de Mineração e Geologia mabia_ruana@hotmail.com 2 Universidade Federal de ampina Grande, Unidade Acadêmica de Mineração e Geologia agnelosoares@gmail.com RESUMO As construções de modelos digitais de rochas a partir de um conjunto de imagens de tomografia de raios x é uma técnica bastante utilizada atualmente. Esta permite a identificação das propriedades petrofísicas e, recentemente, foi proposta a caracterização mineral de rochas baseada no processamento destas imagens. A determinação da composição mineral de rochas reservatório é importante, pois controla propriedades fundamentais como as propriedades elásticas, que são utilizadas no método sísmico, o qual se constitui no principal método de exploração e de monitoramento de reservatórios de petróleo e gás. O objetivo deste trabalho é a identificação dos prováveis minerais presentes em seis amostras de rochas carbonáticas da Formação Jandaíra através do método de caracterização mineral, a partir de imagens digitais de microtomografia de raios x ( T), comparando os resultados com a análise de difração de raios x (RX). Os resultados alcançados demonstram que as amostras são formadas essencialmente por calcita e/ou dolomita, composição confirmada pela análise de difração de raios x, com exceção dos minerais com teores pequenos e amorfos que a técnica RX não identifica. Embora o imageamento por T se constitua em uma técnica relativamente custosa, ela permite identificar e quantificar não só os principais minerais constituintes, mas também elementos traços e elementos amorfos, além de ter inúmeras outras aplicações, como determinação de porosidade, densidade, permeabilidade, propriedades elásticas e elétricas, forma e tamanho de poros e grãos, dentre outras. Palavras-chaves: caracterização mineral, microtomografia de raios x, difração de raios x. 1. INTROUÇÃO A Bacia Potiguar está localizada no extremo Nordeste do Brasil, abrangendo uma área de aproximadamente 48 km², sendo 45% encontrados emersos e 55% submersos, englobando predominantemente o norte do estado do Rio Grande do Norte e uma pequena parte do Nordeste do eará. O Alto de Fortaleza determina o seu limite oeste com a Bacia do eará e o Vale de anguaretama define seu limite leste com a Bacia Paraíba. Ao sul é limitada pelo embasamento cristalino, enquanto que ao norte vai até a isóbata de 2m (NETO et al., 27; SANTOS, 29; ARARIPE & FEIJÓ, 1994). contato@conepetro.com

A Figura 1 apresenta o mapa geológico simplificado da Bacia Potiguar. Figura 1: Mapa geológico simplificado da Bacia Potiguar. Fonte: antas, 1998. e acordo com Françolin & Szatmari (1987), apud antas (1998), a Bacia Potiguar tem sua formação no Neojurássico. Sua origem está relacionada à fragmentação do continente Gondwana, e diretamente ligada à abertura do Atlântico Sul. As amostras de rochas carbonáticas utilizadas neste trabalho pertencem a Formação Jandaíra da Bacia Potiguar. A Formação Jandaíra tem sua origem no Turoniano ao ampaniano, sendo constituída por rochas carbonáticas que recobriram toda a porção emersa da bacia. Apresenta como litotipos os calcarenitos bioclásticos, às vezes associados com algas verdes, e calcilutitos com marcas de raízes e gretas de contração, com cores variando do cinza claro ao amarelo, com um certo nível evaporítico na base. A sua maior espessura é estimada em 6 metros e as menores estão localizadas nos extremos leste e oeste da bacia. Esta unidade é considerada o litotipo mais predominante da bacia na parte emersa e apresenta um contato concordante com a Formação Açu. Na superfície, os afloramentos se estendem na direção W-E por quase toda a chapada do Apodi, excetuando a zona litorânea, onde se encontram cobertos por sedimentos cenozóicos (ARARIPE & FEIJÓ, 1994; NETO et al., 27). A região do Rio Grande do Norte e do eará, locais onde está localizada a bacia Potiguar, está entre as maiores produtoras de petróleo onshore (em terra) do Brasil, com campos em águas rasas e campos terrestres. O primeiro campo descoberto no Rio Grande do Norte foi o de Ubarana, na costa de Guamaré, em operação desde 1976. No eará o primeiro campo descoberto foi Xaréu, em 1977. O primeiro poço terrestre entrou em operação em dezembro de 1979 e permanece em atividade, com a diferença de ser movido à energia solar. 1.1. Microtomografia de raios-x Uma técnica que vêm sendo bastante utilizada nos dias atuais é a construção de contato@conepetro.com

modelos digitais de rochas a partir de um conjunto de imagens de tomografia de raios-x de alta resolução adquiridas em amostras de rochas. Essa técnica permite o reconhecimento das propriedades petrofísicas presentes na rocha. Porto (215) estudou a estimação das propriedades petrofisicas a partir de imagens microtomográficas de raiosx, onde obteve resultados que demonstra a viabilidade da caracterização das propriedades físicas das rochas a partir do imageamento destas por microtomografia computadorizada de raios x e propôs um novo método para a análise da composição mineral de rochas baseado no processamento das imagens microtomográficas. Este trabalho tem o objetivo de identificar os prováveis minerais presentes nas rochas carbonáticas da Formação Jandaíra, através do método de caracterização mineral proposto por Porto (215) a partir de imagens digitais de microtomografia de raios x ( T) comparando os resultados com a análise de difração de raios x (RX). 2. METOOLOGIA Foram utilizadas seis amostras de rochas carbonáticas da Formação Jandaíra, nomeadas como P1, P2, P3, P4, P5 e P6. A análise petrofísica realizada é constituída por simulações computacionais a partir de imagens digitais de T adquiridas em subamostras de plugues. Esta análise foi realizada no Laboratório de Petrofísica da Universidade Federal de ampina Grande (UFG). As imagens microtomográficas foram adquiridas no Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas da Universidade Federal de Santa atarina, no equipamento XRAIA, modelo Versa XRM 5. Este opera uma fonte de raios-x de 3 a 16 kv, potência de 2 a 1 W, trabalha com um tamanho máximo de objetos de até 3 mm de comprimento, apresenta uma resolução espacial 3 de até,7µm e lentes com aumento óptico e geométrico de até 4 vezes. As imagens são adquiridas por uma câmera tipo de 248 x 248 pixels e suporta amostras de até 15kg de massa. Os dados do microtomógrafo são registrados na forma de projeções do objeto, em diversos ângulos, sobre o detector plano, obtendo as chamadas radiografias. Em seguida essas radiografias passam por um processo de reconstrução a fim de gerar os tomogramas bidimensionais (slices), os quais quando empilhados, geram uma imagem tridimensional do objeto imageado (Figura 2). contato@conepetro.com

densidade e que ocorre em associação com os minerais típicos de rochas carbonáticas. O fluxograma da Figura 4 sintetiza este procedimento. Figura 2: onjunto de radiografias, slices horizontais e reconstrução 3 de uma subamostra. O programa computacional utilizado para caracterização mineral por meio de imagens de microtomografia é o Avizo Fire que realiza análises tridimensionais na linha de ciências dos materiais. Nas imagens se reconhece cada fase mineral pela sua tonalidade e pelas formas apresentadas (Figura 3). Em seguida se extrai um subvolume da imagem para cada fração mineral observada e, a partir dos histogramas de cada fração, se determina o intervalo e o valor médio de tom de cinza característico de cada fração mineral. onstrói-se um gráfico de dispersão, no qual são plotados os valores de tons de cinza médio e de densidade das frações minerais e de poros conhecidas e ajusta-se uma função contínua de potência aos pontos do gráfico. Para as frações minerais desconhecidas, por interpolação pela função de ajuste de potência, determina-se a densidade. E por fim com a densidade calculada para uma dada fase desconhecida identifica-se o mineral que apresenta aquela Figura 3: Imagens microtomográficas das seis amostras analisadas (a): P1, (b): P2, (c): P3, (d): P4, (e): P5 e (f): P6. contato@conepetro.com

XR-6 com radiação de ukα, intervalo de 5 2 8, filtro de níquel, passo de,2/seg e fendas Soller. Os dados de RX foram adquiridos no Laboratório de aracterização de Materiais da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais da UFG. Figura 4: Fluxograma do procedimento para determinação da composição mineral por T. Na análise por RX o método qualitativo empregado foi o do pó e o equipamento utilizado foi o SHIMAZU 3. RESULTAOS E ISUSSÃO A análise por microtomografia forneceu a identificação e a quantificação dos minerais presentes nas amostras de rochas, de acordo com a Tabela 1. Tabela 1: omposição mineral das amostras determinada pela análise das imagens de microtografia de raios x. Amostra (%) alcita olomita Quartzo Ankerita Magnesita Limonita Argila Matéria Orgânica Fóssil mais poroso P1 15,8-69,54 3,42 -,4 - - - - - Fóssil menos poroso P2 3,8 36,69 - - -,2 - - - 21,31 41,98 P3,7 83,77 - - - -,2 15, 1,21 - - P4,12 77,55 - -,2 - - - - 5,61 16,84 P5,66 43,46 - - -,3 - - - - 56,54 P6 2,6-48,65-4,33,4-1,98 - - - Pode-se observar que os componentes mineralógicos essenciais de uma rocha carbonática, calcita e dolomita, foram identificados em todas as amostras analisadas. as seis amostras, quatro apresentaram matriz calcítica e duas matriz dolomítica (ver Tabela 1). Em níveis acessórios foram identificados quatro minerais: quartzo, ankerita, magnesita e limonita. Em algumas amostras foi identificada a presença de fósseis com porosidade variável, os quais, apesar de não se constituírem em minerais, apresentam contato@conepetro.com

valores próprios de densidade (devido à variação nos valores de porosidade). Adicionalmente, foram identificados teores de argila em duas amostras e de matéria orgânica (em uma amostra). A análise por RX apenas identificou a presença de minerais, sem quantificá-los. Os resultados foram obtidos a partir de difratogramas conforme apresentados nas Figuras 5 a 1. Figura 7: ifratograma da amostra P3. 18 16 14 12 8 6 4 2-2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 - alcita Figura 8: ifratograma da amostra P4. Figura 5: ifratograma da amostra P1. 18 16 - alcita 25 2 15 5 Q Q Q - olomita Q - Quartzo 14 12 8 6 4 2-2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Figura 9: ifratograma da amostra P5. Figura 6: ifratograma da amostra P2. 2 - alcita 18 16 14 12 8 6 4 2 - alcita 15 5 1 2 3 4 5 6 7 8 9-2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 contato@conepetro.com

Figura 1: ifratograma da amostra P6. 3 25 2 15 5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 - alcita - olomita A Tabela 2 evidencia a composição mineral das amostras estudadas de acordo com as análises de RX. A letra X indica a ocorrência do mineral correspondente naquela amostra e o hífen indica ausência do mineral. Tabela 2: omposição mineral por RX. Amostras alcita olomita Quartzo P1 - X X P2 X - - P3 X - - P4 X - - P5 X - - P6 X X - X: mineral presente, -: mineral ausente Os minerais identificados através da análise por RX foram: calcita, dolomita e quartzo. Não é possível a identificação de minerais com teores pequenos (traços) e elementos amorfos como a matéria orgânica. Os resultados indicam pontos de concordância e de discordância entre os dois métodos de análise. Ambos os métodos identificaram a presença de calcita em todas as amostras analisadas (com exceção da amostra P6 que não foi identificada presença de calcita na análise por T, apenas pela análise por RX). A presença de dolomita foi identificada nas amostras P1 e P6 tanto na análise por T como pela análise por RX. O quartzo foi identificado apenas na amostra P1 em ambas as análises. Os demais minerais acessórios (ankerita, magnesita e limonita) foram identificados apenas na análise por T. Os minerais de argila e a matéria orgânica, por serem potencialmente amorfos, não podem ser identificados por RX. Os teores relativos aos fósseis, quantificados por T, não são identificados como tal pelo RX, uma vez que estes elementos são compostos por minerais, como a calcita. 4. ONLUSÕES A partir da análise dos resultados presente neste trabalho ficou demonstrada a capacidade de se determinar a composição mineral de rochas a partir da análise de imagens de microtomografia de raios x, a qual foi confirmada pela análise de difração de raios x. contato@conepetro.com

Embora o imageamento por ct se constitua em uma técnica relativamente custosa, ela permite identificar e quantificar não só os principais minerais constituintes, mas também elementos traços e elementos amorfos. Além do mais, muitas outras propriedades petrofísicas e petrográficas podem ser extraídas dessas imagens, sendo a análise da composição mineral apenas uma informação a mais a ser obtida. A composição mineral de rochas reservatório controla propriedades importantes como as propriedades elásticas, que são utilizadas no método sísmico, o qual se constitui no principal método de exploração e de monitoramento de reservatórios de petróleo e gás. Outra propriedade que depende da composição mineral é a molhabilidade e, consequentemente, a permeabilidade da rocha e o índice de recuperação do reservatório. 5. AGRAEIMENTOS Os autores agradecem ao convênio PETROBRAS/UFG Petrofísica convencional e digital de rochas carbonáticas do nordeste brasileiro pelo suporte financeiro e permissão para publicação destes resultados. 6. REFERÊNIAS BIBLIOGRÁFIAS ARARIPE, P. T; FEIJÓ, F. J. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobrás, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p-127-141, jan/mar. 1994. ANTAS, F, E. P. Gravimetria e Sensoriamento Remoto: uma aplicação ao estudo da tectônica recente entre Macau e São Bento do Norte (RN). 1998. issertação (Mestrado em Geofísica) Programa em Pós- Graduação em Geodinâmica e Geofísica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1998. NETO, O.. P; SOARES, U. M; SILVA, J.G. S; ROESNER, E. H; FLORENIO,. P; SOUZA,. A. V. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobrás. Rio de Janeiro, v. 15, n.2, p. 357-369, maio/nov. 27. PORTO, A. L. Estimação de propriedades petrofísicas de rochas sedimentares a partir de imagens microtomográficas de raios-x. 215. Tese de outorado. Programa de Pósgraduação em Engenharia de Processos. Universidade Federal de ampina Grande, ampina Grande, 215. SANTOS, S.. N. Análise estratigráfica e caracterização faciológica de depósitos sedimentares neocretácicos pertencentes à Formação Açu, Bacia Potiguar emersa-rn. contato@conepetro.com

29. issertação (Mestrado em Geociências) Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 29. contato@conepetro.com