PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Assuntos Jurídicos 8.2.2017 PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE Assunto: Parecer fundamentado da Câmara dos Representantes irlandesa sobre a proposta de Diretiva do Conselho relativa à matéria coletável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCIS) (COM(2016)685 C8-0472/2016 2016/0337(CNS)) Nos termos do artigo 6.º do Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, qualquer Parlamento nacional pode, no prazo de oito semanas a contar da data de envio de um projeto de ato legislativo, dirigir aos Presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão um parecer fundamentado em que exponha as razões pelas quais considera que o projeto em questão não obedece ao princípio da subsidiariedade. A Câmara dos Representantes irlandesa procedeu ao envio do parecer fundamentado em anexo sobre a proposta de diretiva em epígrafe. Segundo o Regimento do Parlamento Europeu, a comissão competente em matéria de observância do princípio da subsidiariedade é a Comissão dos Assuntos Jurídicos. NP\1115609.docx PE597.704v01-00 Unida na diversidade

ANEXO CÂMARA DOS REPRESENTANTES IRLANDESA RELATÓRIO DO COMITÉ MISTO DE FINANÇAS, DESPESAS E REFORMAS PÚBLICAS, E DO PRIMEIRO-MINISTRO SOBRE AS PROPOSTAS DE DIRETIVA DO CONSELHO RELATIVA A UMA MATÉRIA COLETÁVEL COMUM CONSOLIDADA DO IMPOSTO SOBRE AS SOCIEDADES (MCCCIS) (COM(2016)683) E DE DIRETIVA DO CONSELHO RELATIVA A UMA MATÉRIA COLETÁVEL COMUM DO IMPOSTO SOBRE AS SOCIEDADES (COM(2016)685). A resolução junta foi aprovada pela Câmara dos Representantes irlandesa na sua reunião do presente dia, 15 de junho de 2016. Presidente da Câmara dos Representantes irlandesa A transmitir ao: Presidente do Parlamento Europeu PE597.704v01-00 2/15 NP\1115609.docx

A Câmara dos Representantes irlandesa: 1) toma nota do relatório do Comité Misto de Finanças, Despesas e Reformas Públicas, e do Primeiro-Ministro, aprovado ao abrigo do artigo 114.º do Regimento, sobre as propostas de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCIS) (COM (2016)683) e de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum do imposto sobre as sociedades (COM(2016)685), apresentado à Câmara dos Representantes irlandesa, em 14 de dezembro de 2016, em conformidade com o artigo 114.º, n.º 3, alínea b), do seu Regimento; 2) tendo em conta o relatório supracitado, e no exercício das suas funções nos termos do artigo 7.º, n.º 3, do Ato da União Europeia de 2009, considera que as propostas de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCIS) (COM(2016)683) e de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum do imposto sobre as sociedades (COM(2016)685) não obedecem ao princípio da subsidiariedade pelas razões expostas no ponto 3 do relatório; e 3) informa que, nos termos do artigo 114.º, n.º 4, do Regimento, uma cópia da presente Resolução bem como o parecer fundamentado e o referido relatório serão transmitidos aos Presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão. NP\1115609.docx 3/15 PE597.704v01-00

Câmaras do Parlamento Comité Misto de Finanças, Despesas e Reformas Públicas, e Primeiro-Ministro COM (2016)683 e COM (2016)685 Proposta de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCIS) e Proposta de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum do imposto sobre as sociedades (MCCIS) Dezembro de 2016 32FPERT002 PE597.704v01-00 4/15 NP\1115609.docx

ÍNDICE 1. Introdução...6 2. Controlo pelo Comité Misto...7 3. Parecer do Comité Misto...7 4. Recomendação do Comité Misto...10 5. Membros do Comité Misto de Finanças, Despesas e Reformas Públicas e Primeiro-Ministro...11 6. Decisões de reenvio...12 NP\1115609.docx 5/15 PE597.704v01-00

COMITÉ MISTO DE FINANÇAS, DESPESAS E REFORMAS PÚBLICAS, E PRIMEIRO-MINISTRO Relatório ao abrigo do artigo 114.º do Regimento da Câmara dos Representantes irlandesa e do artigo 107.º do Regimento do Senado irlandês sobre os documentos COM(2016)683 e COM(2016)685 Proposta de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum consolidada do imposto sobre as sociedades (MCCCIS) e Proposta de Diretiva do Conselho relativa a uma matéria coletável comum do imposto sobre as sociedades (MCCIS). 1. Introdução 1.1 O princípio da subsidiariedade está definido no artigo 5.º, n.º 3, do TUE nos seguintes termos: «Em virtude do princípio da subsidiariedade, nos domínios que não sejam da sua competência exclusiva, a União intervém apenas se e na medida em que os objetivos da ação considerada não possam ser suficientemente alcançados pelos Estados-Membros, tanto ao nível central como ao nível regional e local, podendo contudo, devido às dimensões ou aos efeitos da ação considerada, ser melhor alcançados ao nível da União.» O artigo 5., n. 3, confere igualmente aos Parlamentos nacionais a responsabilidade específica de assegurar que as instituições da UE aplicam o princípio em conformidade com o Protocolo n. 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade. 1.2 O teste previsto pelo artigo 5., n. 3, do TUE é, na prática, um exercício de «eficiência comparativa», que verifica a «necessidade» e o «valor acrescentado»: (i) (ii) Necessidade Serão necessárias medidas a nível da UE para atingir o objetivo da proposta? Esse objetivo só pode ser atingido de forma total ou suficiente com a intervenção da UE? Valor acrescentado Seria o objetivo mais bem alcançado ao nível da UE, ou seja, a ação da UE representaria um valor acrescentado relativamente a uma ação ao nível dos Estados-Membros? 1.3 Para auxiliar os Parlamentos nacionais na sua avaliação da observância do princípio da subsidiariedade, o Protocolo n.º 2, artigo 5.º, prevê explicitamente que: «Todos os projetos de atos legislativos devem incluir uma ficha com elementos circunstanciados que permitam apreciar a observância dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade. A mesma ficha deve conter elementos que permitam avaliar o impacto financeiro do projeto, bem como, no caso das diretivas, as respetivas implicações para a regulamentação a aplicar pelos Estados-Membros [...].» PE597.704v01-00 6/15 NP\1115609.docx

1.4 Por conseguinte, qualquer novo projeto de ato legislativo deve basear-se numa «ficha com elementos circunstanciados» que permita aos Parlamentos nacionais aferir a conformidade do ato com o princípio da subsidiariedade deve preencher claramente os critérios da «necessidade» e do «valor acrescentado» deve, em conformidade com o princípio da atribuição consignado no artigo 5.º, n.º 2, do TUE, demonstrar que a União atua «unicamente dentro dos limites das competências que os Estados-Membros lhe tenham atribuído nos Tratados para alcançar os objetivos fixados por estes últimos.» 2. Controlo pelo Comité Misto de Finanças, Despesas e Reformas Públicas, e pelo Primeiro-Ministro O Comité Misto (a seguir designado por «Comité») examinou esta proposta em três reuniões, realizadas em 1 de dezembro de 2016, 6 de dezembro de 2016 e 13 de dezembro de 2016. 2.1 Na sua reunião de 1 de dezembro, o Comité concluiu que os documentos COM(2016)683 e COM(2016)685 necessitavam de uma análise mais profunda e acordou em convidar funcionários do Ministério das Finanças, da Câmara dos Revisores de Contas e da Comissão Europeia para uma reunião do Comité, tendo em vista debaterem mais profundamente e serem informados sobre os aspetos técnicos das propostas. O Comité decidiu igualmente convidar partes interessadas/peritos para debater as implicações mais vastas destas propostas para a estrutura fiscal das sociedades da Irlanda. 2.2 Os respetivos representantes participaram nas reuniões de 6 e 13 de dezembro do Comité. Após a apreciação destas questões pelo Comité, este apresentou um parecer fundamentado sobre a proposta na sua reunião de 14 de dezembro. 3. Parecer do Comité Misto O Comité dispensou particular atenção às disposições do Tratado e entende que a proposta não obedece ao princípio da subsidiariedade. Os motivos são indicados nos parágrafos que se seguem: 3.1 O Comité é de opinião que a Comissão Europeia não respeitou devidamente os requisitos processuais (conforme o Protocolo n.º 2, artigo 5.º) de fornecer uma ficha com elementos circunstanciados com indicadores quantitativos e qualitativos suficientes que permitam aos Parlamentos nacionais avaliar plenamente todas as implicações de uma proposta transfronteiriça desta natureza. O Comité assinala a publicação de uma avaliação efetuada pelos serviços da Comissão, mas manifesta preocupação quanto à metodologia utilizada para calcular, para a Irlanda, uma diminuição líquida das receitas do imposto sobre o rendimento das sociedades no valor de 1,4 % do PIB. Na ausência de uma análise pormenorizada e devido ao facto de o estudo da Comissão Europeia não incluir dados sobre vendas detalhadas por destino, o Comité considera que a percentagem de 1,4 % subestima o impacto real destas propostas nas receitas dos impostos sobre o rendimento das sociedades. NP\1115609.docx 7/15 PE597.704v01-00

3.2 O Comité constata igualmente que a avaliação de impacto efetuada pela Comissão sugere que a MCCCIS pode potenciar na UE um aumento do crescimento até 1,2 %. No entanto, o Comité constata igualmente que a avaliação de impacto é omissa em relação aos efeitos da MCCCIS em cada um dos Estados-Membros. O Comité é ainda de opinião que as propostas terão um impacto desproporcional sobre as economias abertas mais pequenas de alguns Estados-Membros, nas quais se inclui a Irlanda. 3.3 O Comité está convicto de que as implicações da proposta se inserem, de um modo geral, no domínio da política fiscal, pelo que colidem com uma competência nacional. 3.4 O Comité considera que as propostas afetam diretamente as taxas de impostos soberanas atualmente em vigor nos Estados-Membros, assim como a capacidade e a competência exclusiva destes de, no futuro, fixarem taxas de impostos. 3.5 Além disso, a intenção de introduzir uma taxa única na proposta de consolidação irá implicar, efetivamente, a abolição das duas taxas atualmente em vigor na Irlanda, nomeadamente a taxa de imposto não comercial de 25 % e a taxa de imposto sobre as mais-valias de 33 %. O Comité observa que o impacto da taxa de imposto única deveria ser mais claramente articulado, dado que esta implicação surgiu durante as audições do Comité. Durante este exame, o Comité foi informado de que a Irlanda poderia vir a perder mais de 450 milhões de euros com a abolição do sistema de duas taxas. 3.6 O Comité regista que as propostas cedem à Comissão a responsabilidade por um elemento da política fiscal dos Estados-Membros, sem estabelecer claramente benefícios que ainda não existam nos termos da Diretiva Antielisão Fiscal, aprovada em julho de 2016. 3.7 Em relação à criação de uma matéria coletável única, o Comité conclui que tal pode provocar uma redução da base coletável atualmente existente na Irlanda. Por conseguinte, o Comité considera que as receitas fiscais diminuirão significativamente, com o consequente impacto negativo sobre o Tesouro irlandês e sobre a capacidade de financiamento dos serviços públicos. 3.8 O Comité constata que as propostas permitem o funcionamento paralelo de dois sistemas fiscais diferentes, apesar de algumas empresas mais pequenas poderem optar pelo novo regime MCCCIS. Esta abordagem é suscetível de aumentar a complexidade do sistema fiscal. Consequentemente, o Comité observa que, tal como foram publicadas, as propostas não podem cumprir os objetivos pretendidos de redução da carga administrativa e de simplificação do sistema fiscal. 3.9 O Comité manifesta igualmente preocupação com a possibilidade de as propostas poderem ser contraproducentes em relação a iniciativas lançadas pela OCDE através da iniciativa BEPS. A Irlanda tem contribuído e participado ativamente com a OCDE em várias iniciativas de reforma. O Comité considera que deve ser dado tempo suficiente para a aplicação das diversas ações BEPS e, consequentemente, para a respetiva revisão, a decorrer em 2020. O Comité observa que a proposta MCCCIS visa eliminar os preços de transferência PE597.704v01-00 8/15 NP\1115609.docx

dentro da UE. Contudo, o Comité entende que os preços de transferência continuarão a verificar-se no que respeita às atividades fora da UE. A OCDE e as iniciativas do BEPS têm procurado reformas multilaterais que tomem em consideração o ambiente fiscal a nível mundial. O Comité é de opinião que estas propostas podem prejudicar as iniciativas BEPS em curso e, por conseguinte, são desnecessárias no âmbito das reformas existentes que incluem princípios de plena concorrência para os preços de transferência. 3.10 O Comité observa que, caso a MCCCIS seja introduzida, é provável que se possa perder jurisprudência e conhecimentos especializados significativos sobre a administração fiscal na Irlanda. O Comité entende que a introdução de um sistema fiscal totalmente novo na Irlanda é suscetível de complicar um ambiente fiscal reconhecido pela sua transparência e acessibilidade. O Comité manifesta preocupação pelo facto de a perda de tais conhecimentos e precedentes estabelecidos ao longo de um período considerável ser contraproducente e poder, de facto, gerar confusão e incerteza para as empresas. 3.11 O Comité regista que os três fatores incluídos nas fórmulas de imputação no âmbito do elemento de consolidação da proposta parecem ser arbitrários. Além disso, a fórmula de imputação ignora a existência de «ativos incorpóreos» que, num ambiente empresarial cada vez mais digitalizado, constituem uma percentagem crescente dos ativos das empresas. Invariavelmente, a afetação com base nas vendas significa que os países de maior dimensão, com populações maiores e uma base de clientes maior, receberão significativamente mais receitas fiscais do que os Estados mais pequenos, apenas devido à sua escala. 3.12 O Comité é igualmente de opinião que a fórmula de repartição dos lucros, conforme definida no MCCCIS, dificilmente será mais capaz de retirar capacidade de planeamento fiscal do que as regras referentes aos preços de transferência atualmente existentes. 3.13 O Comité manifesta preocupação em relação ao futuro papel dos tribunais nacionais no que respeita às tomadas de decisão em matérias fiscais a nível nacional. Nos termos da MCCCIS, pretende-se que as questões e litígios fiscais sejam adjudicados ao Tribunal de Justiça Europeu. O Comité considera que os cidadãos irlandeses devem ter o direito a manter os direitos atuais consagrados na lei irlandesa de poderem aceder a serviços jurídicos e decisões judiciais sobre matérias fiscais de caráter nacional. 3.14 O Comité questiona o argumento de que a «MCCCIS aumentará o investimento e o crescimento em toda a Europa». O Comité regista que as pequenas empresas podem beneficiar de maiores deduções e despesas, no âmbito da matéria coletável comum, como forma de reduzir as dívidas fiscais. As grandes empresas podem igualmente rever as suas carteiras de investimentos na Europa, o que pode, por sua vez, conduzir a uma diminuição do investimento interno, tornando a Europa um destino potencialmente menos atraente para o investimento e menos competitiva no mercado mundial. 3.15 O Comité entende que os pontos anteriores, tomados em conjunto, demonstram claramente que as propostas de diretiva violam o princípio da subsidiariedade. NP\1115609.docx 9/15 PE597.704v01-00

4. Recomendação do Comité Restrito O Comité aprovou, em 14 de dezembro de 2016, o relatório supracitado, nos termos do artigo 114.º do Regimento da Câmara dos Representantes e do artigo 107.º do Regimento do Senado. O Comité, nos termos desses artigos, recomenda que a Câmara de Representantes e o Senado adotem o parecer fundamentado que figura no ponto 3 acima referido. John McGuinness, T.D. Presidente 14 de dezembro de 2016 PE597.704v01-00 10/15 NP\1115609.docx

MEMBROS DO COMITÉ MISTO DE FINANÇAS, DESPESAS E REFORMAS PÚBLICAS, E PRIMEIRO-MINISTRO Deputados: John McGuinness T.D. (FF) (Presidente), Peter Burke T.D. (FG) Michael D Arcy T.D. (FG) Pearse Doherty T.D. (SF) Michael McGrath T.D. (FF) Paul Murphy T.D. (Ind) Seán Sherlock T.D. (Lab) Senadores: Paddy Burke (FG), Rose Conway-Walsh (SF), Gerry Horkan (FF) (Vice-Presidente), Kieran O Donnell (FG) NP\1115609.docx 11/15 PE597.704v01-00

DECISÕES DE REENVIO a. Funções do Comité nos termos dos Regimentos [Regimento da Câmara dos Representantes, artigo 84.º-A; Regimento do Senado, artigo 70.º A] 1) O Comité Restrito avalia e informa a Câmara dos Representantes sobre: a) Os aspetos da despesa, administração e política de um ou mais ministérios do Governo e de organismos públicos selecionados pelo Comité; e b) As matérias da União Europeia dentro da esfera de competências do(s) ministérios(s) pertinente(s). 2) O Comité Restrito nomeado nos termos do Regimento pode ser associado a um Comité Restrito nomeado pelo Senado irlandês para o exercício das funções estabelecidas no Regimento, com exceção das definidas no ponto 3, e deve apresentar relatórios sobre os mesmos a ambas as Câmaras do Parlamento irlandês. 3) Sem prejuízo do disposto no ponto 1, o Comité Restrito, nomeado nos termos do Regimento e em relação aos ministério(s) pertinente(s), deve considerar: a) Projetos de lei; b) Propostas de resolução, incluindo propostas na aceção do artigo 187.º do Regimento; c) Estimativas para os serviços públicos; e d) Outras questões que a Câmara dos Representantes reenvie para o Comité Restrito; e e) Demonstrações financeiras anuais, incluindo o desempenho, a eficiência e a eficácia na utilização de fundos públicos; e f) As revisões da relação custo-benefício e das políticas selecionadas pelo Comité Restrito. 4) Relativamente ao(s) ministério(s) pertinente(s) e aos organismos públicos associados, o Comité Misto pode analisar as seguintes questões: a) Questões de política e governação da responsabilidade oficial do ministro; b) Assuntos públicos administrados pelo ministério; c) Questões políticas surgidas nas revisões da relação custo-benefício e das políticas realizadas ou encomendadas pelo ministério; d) Política governamental e governação referente aos organismos sob a tutela do PE597.704v01-00 12/15 NP\1115609.docx

ministério; e) Questões políticas e de governação respeitantes a organismos financiados, parcial ou totalmente, pelo Estado, ou estabelecidos ou nomeados por um membro do Governo ou do Parlamento irlandês; f) A estrutura ou articulado geral de um projeto de lei; g) Qualquer relatório pós-aprovação apresentado a uma ou a ambas as Câmaras por um membro do Governo ou ministro de Estado sobre qualquer projeto de lei aprovado pelas Câmaras do Parlamento irlandês; h) Instrumentos jurídicos, incluindo os apresentados em versão definitiva ou em projeto a uma ou a ambas as Câmaras e aqueles elaborados nos termos dos Atos das Comunidades Europeias de 1972 a 2009; i) Documentos estratégicos apresentados a uma ou a ambas as Câmaras do Parlamento irlandês, nos termos do Ato de Gestão do Serviço Público de 1997; j) Relatórios anuais, ou relatórios anuais e contas, exigidos por lei e submetidos a uma ou a ambas as Câmaras do Parlamento irlandês, do ministério ou dos organismos referidos nas alíneas d) e e), bem como os resultados operacionais e de desempenho geral, documentos estratégicos e planos empresariais desses organismos; e k) Outras questões que lhe possam ser ocasionalmente reenviadas pela Câmara dos Representantes. 5) Sem prejuízo do disposto no ponto 1, o Comité Misto, nomeado nos termos do Regimento e em relação ao(s) ministério(s) pertinente(s), deve considerar: a) Projetos de atos legislativos da UE enviados ao Comité Restrito nos termos do artigo 114.º do Regimento, incluindo a conformidade de tais atos com o princípio da subsidiariedade; b) Outras propostas de legislação da UE e questões políticas conexas, incluindo programas e orientações elaborados pela Comissão Europeia como base de uma eventual ação legislativa; c) Documentos não legislativos publicados por qualquer instituição da UE, relacionados com questões políticas da União; e d) Questões incluídas para apreciação nas ordens do dia das reuniões dos Conselhos de Ministros da UE pertinentes e os resultados dessas reuniões. 6) Caso um Comité Restrito nomeado nos termos do Regimento seja associado a um Comité Restrito nomeado pelo Senado irlandês, o presidente do Comité Restrito da Câmara dos Representantes presidirá igualmente ao Comité Misto. NP\1115609.docx 13/15 PE597.704v01-00

7) Os membros a seguir indicados podem participar nas reuniões dos comités mistos ou restritos nomeados nos termos do Regimento, para o exercício das funções definidas no ponto 5, e participar nos trabalhos sem direito de voto, nem de apresentação de propostas ou de alterações: a) Deputados ao Parlamento Europeu eleitos pelos círculos eleitorais da Irlanda, incluindo da Irlanda do Norte; b) Membros da delegação irlandesa à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa; e c) A convite do Comité, outros deputados ao Parlamento Europeu. 8) O Comité Restrito nomeado nos termos do Regimento, relativamente a qualquer Provedor de Justiça encarregado da supervisão dos serviços públicos sob a tutela do(s) ministério(s) pertinente(s), pode considerar: a) Propostas relativas à nomeação de um Provedor de Justiça que possam ser reenviadas ao Comité; e b) Relatórios do Provedor de Justiça apresentados a uma ou a ambas as Câmaras do Parlamento irlandês, selecionadas pelo Comité. b. Âmbito e contexto das atividades dos Comités (nos termos dos Regimentos) [Regimento da Câmara dos Representantes, artigo 84.º-A; Regimento do Senado, artigo 70.º] 1) O Comité Misto apenas pode considerar tais questões, participar nas atividades, exercer as competências e desempenhar as funções para que está devidamente autorizado nos termos das suas decisões de reenvio e pelo Regimento; e 2) Tais questões, atividades, competências e funções devem ser pertinentes e apenas suscitadas no contexto da elaboração de um relatório à Câmara dos Representantes e/ou ao Senado. 3) O Comité Misto não deve examinar qualquer questão que já esteja a ser analisada, ou em relação à qual tenha sido entregue uma notificação de proposta para avaliação pelo Comité das Contas Públicas nos termos do artigo 186.º do Regimento e/ou do Ato (de Alteração) do Supervisor e Presidente do Tribunal de Contas de 1993; e 4) Qualquer questão que já esteja a ser analisada, ou em relação à qual tenha sido entregue uma notificação de proposta de exame pelo Comité Misto das Petições Públicas, no exercício das suas funções, nos termos dos Regimentos [Regimento da Câmara dos Representantes, artigo 111.º-A, e Regimento do Senado, artigo 104.º-A]. 5) Se lhe for solicitado, o Comité Misto deve abster-se de efetuar perguntas em sessões públicas ou de publicar informação confidencial referente a qualquer assunto, com a devida justificação por escrito feita por: PE597.704v01-00 14/15 NP\1115609.docx

a) Um membro do Governo ou um ministro de Estado; ou b) O principal responsável de um organismo tutelado por um ministério, ou que seja no todo ou em parte financiado pelo Estado, ou ainda estabelecido ou nomeado por um membro do Governo ou pelo Parlamento: Desde que o Presidente possa recorrer de um tal pedido feito ao Chefe do Conselho / Presidente, cuja decisão será final. 6) Todos os comités restritos para os quais são reenviados projetos de lei são instruídos para assegurar que não mais de dois comités restritos se reunirão num mesmo dia, para analisar um projeto de lei, salvo se a Câmara dos Representantes, depois de devidamente notificada pelo Presidente do Comité Restrito, revogar esta instrução por proposta do Primeiro-Ministro, nos termos do artigo 28.º do Regimento da Câmara dos Representantes. Os presidentes dos comités restritos são responsáveis pelo cumprimento desta instrução. NP\1115609.docx 15/15 PE597.704v01-00