CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE

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Transcrição:

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE Cooperação nacional e internacional no âmbito do ICICT: mapeamento visando institucionalização por CLAUDENICE CARVALHO GIRÃO GOMES INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA ICICT / FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Projeto apresentado ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Orientadora: Cícera Henrique da Silva, Doutora em Ciência da Informação Rio de Janeiro, Novembro/2008

S U M Á R I O 1. INTRODUÇÃO... 3 2 JUSTIFICATIVA... 5 3 REFERENCIAL TEÓRICO... 8 4. OBJETIVOS... 11 5. METODOLOGIA... 12 6. RESULTADOS ESPERADOS... 14 7. REFERÊNCIAS CONSULTADAS... 15 8. CRONOGRAMA... 16 9. ORÇAMENTO... 17 2

1. INTRODUÇÃO A cooperação, em especial a internacional, garante novas oportunidades para os países em desenvolvimento. O compartilhamento dos custos, o acesso à experiência, tecnologia e instalações, privilegiando a negociação e a decisão conjunta, são benefícios da cooperação, sobretudo das cooperações em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), considerando que através de redes cooperativas as instituições de P&D assumem o compromisso de alcançar um objetivo comum, visando adquiri e integrar os diversos conhecimentos e capacidades necessárias para inovar tecnologias complexas. Desde sua criação, a Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, tem participado ativamente desse tipo de intercâmbio; o primeiro de que se tem conhecimento foi com o Instituto Pasteur, na França. Com sólida atuação internacional, a Fiocruz firma um número crescente de acordos de cooperação com instituições de diversos países. Mas não é apenas com instituições do exterior que a Fundação estabelece convênios. Faz parte de sua tradição a cooperação técnica com variados órgãos públicos de todas as regiões do país, como laboratórios, instituto, secretarias, universidades, serviços de saúde e instituições de ciência, tecnologia, educação e cultura. São parcerias nas áreas de vigilância sanitária e epidemiológica, atenção especializada em saúde, informação científica em saúde, desenvolvimento tecnológico e formação de recursos humanos. Este tipo de iniciativa está em consonância com sua missão de gerar, absorver e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos em saúde, por meio do desenvolvimento integrado das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, ensino, produção de bens, prestação de serviços de referência e informação, com a finalidade de proporcionar apoio estratégico ao Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuir para melhoria da qualidade de vida da população e para o exercício pleno da cidadania. 3

Em meio à crescente inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nos diversos âmbitos da sociedade, a cooperação em ciência no campo da saúde tem sido cada vez mais estimulada na busca crescente de compartilhar conhecimento, adquirir habilidades e contribuir para o alcance de um objetivo comum. As redes cooperativas organizam-se a partir da formulação de um projeto de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, objetivando a busca de novos conhecimentos, conduzido de forma coletiva, reunindo instituições de pesquisa. Entretanto, algumas destas iniciativas se encontram no nível de rede de pesquisadores e não de instituições de pesquisa, o que muitas vezes não é do conhecimento institucional. Com o objetivo de dar maior visibilidade à rede nacional e internacional de uma unidade da Fiocruz, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, transformada em instituição de ensino e pesquisa em 2006, propõe-se neste projeto o mapeamento das iniciativas de colaboração que ainda estejam no nível informal e que, potencialmente, podem evoluir para cooperação institucional e obter-se desta forma subsídios para a criação e implantação de um instrumento para a formalização e acompanhamento dos projetos de cooperação nacional e internacional, no âmbito do ICICT. A finalidade do instrumento é apoiar o processo de gestão dos convênios e parcerias, desde as primeiras negociações, o desenvolvimento e seus desdobramentos. 4

2. JUSTIFICATIVA A disseminação do conhecimento científico, por meio de publicação de artigos em co-autoria, aquisição de novas de tecnologias e o compartilhamento delas, viagens internacionais, congressos e a formação de recursos humanos para a pesquisa, vêm impulsionando o desenvolvimento da ciência. Uma rede cooperativa organiza-se a partir da formulação de um projeto de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, na busca de novos conhecimentos para alcançar objetivos comuns, especialmente no campo das ciências da saúde, que no mundo globalizado, necessita de contribuições especializadas de vários paises do mundo, além da necessidade de compartilhar os elevados custos de pesquisas. Neste contexto, o investimento em novas parcerias para impulsionar o crescimento das áreas de ensino e pesquisa, tem sido constante no Icict, o que vem elevando o número de convênios firmados e colaborações envolvendo pesquisadores do Instituto. Há 21 anos, primeiro como Superintendência, depois como Centro e desde 2006 como Instituto de pesquisa, o Icict desenvolve estratégias e executa ações para fortalecer o campo da comunicação e informação científica em saúde, visando aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS) e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Nos últimos anos, uma das principais iniciativas foi a definição de projetos estratégicos integradores, que reconhecessem e respeitassem a diversidade das atividades do Instituto, para fortalecer a identidade, incluindo a interação com as demais Unidades da Fiocruz, a articulação com o SUS, com instituições de ensino e pesquisa e com outros órgão governamentais. Entre as diretrizes e objetivos estão o fortalecimento das instâncias de formulação, deliberação e execução das áreas de atuação da Unidade, a indução das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o aperfeiçoamento do processo de gestão da informação e comunicação, por meio da criação e colaboração entre as redes e a construção de um programa de ensino. 5

Em 2006, o Icict assumiu o desafio de responder como Unidade Técnico- Científica da Fiocruz, com o reconhecimento do impacto de suas pesquisas, da criação do seu programa de pós-graduação e da qualificação permanente de seus serviços. Como conseqüência, houve a ampliação de cooperações internacionais como com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), Governo de Angola e instituições acadêmicas no exterior que apresentam a evolução das ações do Instituto para fortalecer os campos da comunicação e informação científica e tecnológica em saúde. Atualmente, no âmbito internacional, o Icict atua junto ao Ministério da Saúde Angolano para estruturar a primeira Rede de Bibliotecas em Saúde no país africano. Outro projeto de cooperação internacional é o da Rede Ibero-americana de Aleitamento Materno, cujo Instituto atua na secretaria executiva junto à Rede Brasileira de Banco de Leite Humano. A aliança com a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa) é outro investimento de cooperação com a América Latina. O Instituto também apóia a Rede Franco-Brasileira de Pesquisadores sobre as Mediações e Usos Sociais de Saberes e Informações (Rede Mussi) para ampliar o debate sobre questões de pesquisa e de formação no campo de estudos da ciência da informação e da comunicação no Brasil e na França. No âmbito nacional, o Instituto vem desenvolvendo parcerias desde sua criação, entre elas, a da rede de cooperação com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas/OMS) na área de saúde pública, prestação de serviços, como, comutação bibliográfica e projetos de informação científica integrados, que avançaram para o atual projeto de Biblioteca Virtual em Saúde. Destacam-se também as parcerias com o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que visa o desenvolvimento de qualificação da área de ensino, gestão e incorporação tecnológica e com o Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis), do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na produção audiovisual, visando a criação de um documentário focado na pesquisa Ensino da Integralidade na formação em saúde (EnsinaSus). 6

De fato, ao longo de sua existência, o Icict manteve colaboração com organizações nacionais e internacionais, por meio de ação individual de seus pesquisadores e colaboradores, estando algumas destas mapeadas pelo órgão máximo de planejamento da instituição e formalizadas por algum instrumento oficial, como por exemplo, um termo de convênio, contrato ou projeto. Entretanto, muitas das colaborações mantêm-se ainda no nível individual, seja no âmbito do ensino e pesquisa ou em serviços, não havendo qualquer institucionalização, mas que podem ser potencialmente objeto de ação formal de cooperação. Atenta a estas ocorrências, e com a premência de responder às demandas da Direção que necessita conhecer o nível de colaboração mantido na Unidade, propõe-se neste projeto a criação e implantação de um instrumento para formalização e acompanhamento dos projetos de cooperação, que reúna todas as informações referentes às parcerias já formalizadas e às iniciativas de colaboração que ainda estejam no nível informal e que possam evoluir para cooperação institucional. 7

3. REFERENCIAL TEÓRICO A base teórica desta proposta são os estudos relacionados à colaboração e cooperação científica e tecnológica. As razões que levam a uma colaboração são diversas e podem se dar entre pesquisadores, grupos de pesquisa ou uma instituição. Uma parceria estratégica se refere a acordos que levam a alcançar objetivos comuns, atendendo às demandas do mercado globalizado. Por certo, uma colaboração pode acontecer pelo simples fato de um pesquisador fornecer algum material ou compartilhar de uma idéia participando como co-autor de um artigo. Em outros casos, pesquisadores de diferentes organizações podem colaborar com conhecimento tácito, habilidades específicas, formação de recursos humanos e compartilhamento de equipamentos e laboratórios. As colaborações também são motivadas pela necessidade de adquirir recursos materiais e financeiros, demandados pelos altos custos das pesquisas e necessidade de utilização de equipamentos cada vez mais caros e complexos. Colaboração e cooperação têm conceitos diferentes, como descreve Silva (2007): Colaboração e cooperação têm conceitos diferentes, embora ambas signifiquem trabalhar em conjunto. A colaboração é não eqüitativa e assimétrica, o que implica a existência de um ator principal, responsável pelo projeto/programa e proprietário dos resultados mais interessantes do ponto de vista de aplicação estratégica, industrial e comercial, enquanto outros membros são apenas coadjuvantes. A prática de colaboração é uma necessidade intrínseca da ciência para compartilhar conhecimento e facilitar o desenvolvimento de uma pesquisa por meio da soma de competências. A vida moderna e globalizada é em grande parte uma conseqüência do avanço científico e tecnológico ocorrido no último século. Dentro de um novo contexto criado pela globalização, de acordo com Silva (2007), 8

a colaboração teve que evoluir para uma parceria mais eqüitativa, privilegiando a decisão conjunta, a definição de projetos em comum acordo e o compartilhamento dos custos dos projetos. Neste caso, cada parceiro traz o que tem de melhor, e o resultado e o sucesso de uma pesquisa cabem a todos os envolvidos. Também como conseqüência do processo de globalização, a internacionalização da ciência traz para a produção do conhecimento a soma de competências específicas, em especial no campo das Ciências da Saúde e Biomédicas, como por exemplo, as pesquisas sobre doenças infecciosas que necessitam de conhecimento tanto da imunologia como bacteriologia e ainda os programas de cooperação sobre o aquecimento global, que todos têm interesse em se beneficiar. Os interesses políticos e econômicos comuns motivam a formação de redes na tentativa de somar esforços e superar as deficiências individuais. Segundo Velho (2001), as redes regionais de cooperação em Ciência e Tecnologia (C&T) ainda são um fenômeno recente e, em se tratando dos paises em desenvolvimento, como no caso do Brasil, ainda encontram-se muitas barreiras, como as dificuldades financeiras que estes paises enfrentam, a situação de dependência em relação aos países mais desenvolvidos, os sistemas de pesquisas ainda muito recentes e o baixo desenvolvimento tecnológico. A transversalidade da Ciência e Tecnologia (C&T) facilita o diálogo entre atores políticos e as negociações entre nações, aponta o Silva (2007). C&T é um componente transversal de várias atividades econômicas e sociais. Assim existe uma tendência de os parceiros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) se congregarem em torno de idéias e de projetos comuns tendo como objetivo final essas e outras atividades. A finalidade é minimizar gastos em infra-estrutura e valorizar a fertilização cruzada de conhecimentos, ou seja, com retroalimentação, e não de maneira linear. Este é um ponto comum à cooperação, que tem a mesma característica: é também transversal e rompe com os setores, agregando funções. De acordo com Longo e Oliveira (2000), a competição entre empresas nos níveis mundial e local, a partir da globalização e abertura ao livre comércio, 9

propiciam, no início dos anos 70, o surgimento das pesquisas cooperativas com apoio legal nos paises desenvolvidos, reunindo instituições de pesquisas, na tentativa de reduzir os custos das produções científicas, estudos e desenvolvimentos tecnológicos e aprimorar melhor o potencial tecnológico disponível. Em conseqüência, nos países em desenvolvimento, entidades nacionais de produção, pesquisa e ensino, públicas e privadas, passaram a trabalhar cooperativamente, tanto a nível local como a nível internacional. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem uma centenária história de colaboração internacional. A própria criação da instituição foi resultado da experiência e aprendizagem de Oswaldo Cruz no Instituto Pasteur, na França. Desde então, muitos pesquisadores brasileiros, através de viagens internacionais, vêm impulsionando o desenvolvimento da Ciência, na busca por conhecimentos e novas experiências. Entretanto, conforme apontado por Pereira (2005), a diversidade de temas, recortes institucionais e áreas e linhas de pesquisa no campo da saúde, torna complexo acompanhar e gerir as atividades de colaborações em pesquisa, principalmente aquelas que ocorrem no domínio informal, considerando, principalmente as colaborações entre pesquisadores individuais ou grupos de pesquisas que não demandam a chancela institucional para se realizarem. Situação idêntica se repete no âmbito da unidade Icict e dada a importância destas iniciativas no âmbito das instituições de P & D, é dentro deste contexto que se insere o presente projeto. 10

4. OBJETIVOS GERAL O objetivo deste projeto é apresentar uma proposta de criação e implantação de um instrumento para formalização e acompanhamento dos projetos de cooperação no âmbito do ICICT. ESPECÍFICOS - mapear as parcerias existentes que estejam firmadas por meio de instrumentos formais de cooperação; - mapear as iniciativas de colaboração que ainda estejam no nível informal e que, potencialmente, podem evoluir para cooperação institucional; - identificar as variáveis que representam um acordo de cooperação, que serão necessárias para o desenvolvimento do sistema proposto. 11

5. METODOLOGIA Para o desenvolvimento da pesquisa, a metodologia prevista se desdobra nas etapas a seguir discriminadas, que se complementam, de forma a alcançar os objetivos planejados. A primeira delas será identificar os indícios de colaboração a partir de consultas com os órgãos internos responsáveis pela coleta de dados envolvendo atividades desenvolvidas pelo quadro técnico da Unidade como: _ Serviço de Planejamento, que gerencia.os convênios e parcerias firmados através de termos de cooperação, contratos, acordos e outros documentos formais; _ Assessoria de Pesquisa da Unidade, que dispõe de acervo documental referente aos projetos de pesquisa desenvolvidos na Unidade; _ Serviço de Recursos Humanos, que atua no processo de afastamento do país dos profissionais da Unidade, nos casos de viagens para missões no exterior. Visando a validação dos resultados obtidos nesta etapa e a obtenção de dados complementares das colaborações em andamento, a segunda etapa será a estruturação de um questionário para entrevista de pesquisadores e gestores. A terceira etapa se constituirá na análise de todas as informações coletadas para identificar as variáveis necessárias para o desenvolvimento da proposta de criação do instrumento de formalização e acompanhamento dos projetos de cooperação. Adicionalmente, serão feitos contatos com órgãos de planejamento da instituição visando a identificação de possíveis modelos de sistemas existentes e seu confronto com o modelo percebido a partir da análise dos subsídios arrolados anteriormente. 12

Cumpridas estas etapas de coleta e análise, partir-se-á então para o desenho de modelo de sistema de acompanhamento e gestão das parcerias nacionais e internacionais da Unidade, que deverá ser analisado/validado pelas instâncias internas de planejamento e gestão, bem como pelos atores articuladores da cooperação da Unidade. 13

6. RESULTADOS ESPERADOS O principal resultado esperado com a implementação do presente projeto é a identificação de todas as parcerias estabelecidas entre o Instituto e outras instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, seja no nível formal ou não, tornando possível o gerenciamento destas parcerias e identificando outras colaborações em potencial. Espera-se ainda apoiar os processos de gestão dos convênios de cooperação e projetos de pesquisas, já existentes na Unidade, a partir das primeiras negociações. 14

7. REFERÊNCIAS CONSULTADAS FARIA, L. ; COSTA, M.C. Cooperação Científica Internacional: estilos de atuação da Fundação Rockfeller e da Fundação Ford. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol.49, n.1, p.159-191, 2006. LONGO, W.P. ; OLIVEIRA, A.R.P..Pesquisa cooperativa e centros de excelência. Parcerias Estratégicas, n.9, out., 2000. Disponível em: <http://www.cgee.org.br/arquivos/pe_09.pdf#page=173.> Acesso em: 10 jun. 2008. PEREIRA, E. Gestão da Cooperação Internacional: a construção de um Sistema de Informação para a Cooperação Internacional - o caso FIOCRUZ / INSERM. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. Dissertação (Mestrado) Curso de Mestrado Profissional de Gestão da Informação e Comunicação em Saúde da Escola Nacional de Saúde SILVA, D. H. Cooperação internacional em ciência e tecnologia: oportunidades e riscos. Revista Brasileira de Política Internacional. v.50, n.1, p.5-28, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v50n1/a01v50n1.pdf> Acesso em: 10 jun.2008. VELHO, L. A cooperação científica e tecnológica internacional: passado e presente. In:. Cooperação em ciência e tecnologia no Mercosul: síntese final. Brasília: 1997. p.13-19 VELHO, L. Redes regionais de cooperação em C&T e o Mercosul. Parcerias Estratégicas, n.10, mar. 2001. 15

8. CRONOGRAMA ATIVIDADES/MESES Levantamento dos documentos/dados existentes no Serviço de planejamento Levantamento dos documentos/dados existentes na Assessoria de Pesquisa Levantamento dos documentos/dados existentes no Serviço de Recursos Humanos Elaboração e aplicação de questionário Análise das informações coletadas Elaboração da proposta de desenvolvimento Apresentação da proposta 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre 16

9. ORÇAMENTO Investimento Valor R$ Recursos Humanos 12.000,00 Transcrição de Fitas 1.500,00 Microcomputador 2.500,00 Impressora Jato de tinta 500,00 No-Break 500,00 Material de consumo 1.000,00 Total 18.000,00 17