RESUMO. INTRODUçÃO. com T. rangeli. Infecção experimental com T.

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Transcrição:

Rev. nst. Med. trop. São Paulo 23(L) :18-27, janeiro-fevereiro, 1981 cdu 593.161.t3 616.937.3 ASPECTOS BrOLóGTGOS E CRAçÃO EM MAXMUS (UHLER, 1894) MASSA DE D,PETALOGASTER (TRATOMNAE) Air C. BARRETTO (1), Áluizio B. PRATA (1), Philip D. MAtSDEN (1), qesar C. CUBA (1) e Conceição P. EGUERA (2) RESUMO Dipeúalogaster maximus é capaz de sobreviver maior período de tempo e produzir maior quantidade de ovos quando mantidos em temperatura ambiente (médias: máxima27,2"c, mínima 22,4c) do que quand.o mantidos em temperatura mais alta (28"c-3'c). Entretanto, a média de ovos por fêmea,/semana é 2,8 vezes mais alta no último grupo. Os ovos eclodem entre 27 e 33 dias e o ciclo ninfal varia entre gg e 434 dias com a média de 164 dias. As ninfas do." estádio iniciam alimentação ao 8.. dia de vida, mas,somente no 6.' dia g2% dos exemplares realizam a primeira refeição. A quantidade de sangue ingerida aumenta gradativamente com o estádio ninfal. Os valores médios foram? mg (máximo: 5 mg) para a ninfa e 2.46g mg (máximo: 4.235 mg) pataa fêmea. por outro lado, D. maximus é capaz de sobreviver por longos períodos de tempo em jejum completo, variando o máximo de 12 dias na ninfa r e 184 dias na ninfa v. D. maximus adaptou-se facilmente em condições laboratoriais, sendo possível sua criação em larga escala. Em um plantel d-e 595 fêmeas, alimentadas apenas uma vez mensalmente, obteve-se 61.681 ovos, com a média de 13,6 ovos/fêmea. Os Autores consideram esse triatomíneo o mais adequado para ser utilizado no diagnóstico parasitológico da Doença de Chagaç pelas seguintes razões: a) facilidade de se obter uma grande colônia em laboratório; h) suscetibilidade desse triatomíneo à diferentes cepas de Trypanosoma cruzi; c) grande agressividade e capacidade de ingestáo de sangue; d) vantagens do emprego da ninfa L NTRODUçÃO Dipetalogaster maximus, o maior triatomíneo conhecido, vive restrito à uma pequena área no sul da Península da Baixa Califórnia, no México. A espécie coloniza entre rochas e aparentemente se alimenta de sangue de lagartos e roedores 8. Sangue de primata foi identificado no conteúdo intestinal de um exemplar coletado po.r MARSDEN & col.6. No período compreendido entre os anos de 1939 e 1964 foram realizadas oito coletass. Mais recentementee, em 1974, um dos Autores (P.D.M.) realizou uma coleta de 185 exemplares, da qual se originou a colônia mantida neste laboratório. nfecção natural por formas semelhantes à Trypanosoma cruzi foi arssinalada por Mazzotti (] ÍAZZOTT & DAS 7) e por MARSDEN & col.6. Esses últimos Autores caracterizaram um dos isolados como T. cruzi, além de registrar também um exemplar infectado, provavelmente, com T. rangeli. nfecção experimental com T. cruzi foi realizada por RYCKMAN & RYCK- MAN e por BARRETTO & col. t. A espécie tem sido utilizada com sucesso na técnica do xenodiagnóstico por pesquisadores da Universidade de Brasília 1,3,4,s. Alguns dados sobre a biologia desse triatomíneo, baseados em alguns exem. Trabâlho realizado com auxílio do conselho Nacional de Desenvolvimento CientÍfico e Tecnológico (CNpq), Brasil. PDE-2-1-7 e 2-1-1 e do Ministério da Saúde (Sucam) (1) Faculdade de Ciências da Saúde - Núcleo de Medicina Tropical - Universid.ad.e de Brasília, D.F. - Brasil (2) nstituto de Ciências Exatas

BARRETTO, A. C.; pr,{tá, A. R.; MARSDEN, p. D.; CUBA, C. C. & TRGUERA, C, p. _ em Aspectos massa de biológicos Dipefalogaster maximus (uhler, e criação 1894) (Triatominae). R v. rnst. Med, trop. são paulo a3:lg-zz. isar. plares coletados no campo, são apresentados por RYC(MAN & RYCKMAN8. O principal objetivo d.este trabalho é o estu. do de vários aspectos da biologia de D. maxi. mus, visando sua criação em larga escala no la_ boratório para o seu emprego na técnica do xe_ nodiagnóstico. MATERAL E METODOS Os insetos utilizados nos experimentos são oriundos de uma colônia iniciada neste labo_ ratório em L974, a partir d.e exemplares coleta_ dos por um dos Autores (p.d.m.) próximo à lo_ calidade de El Triunfo, Baixa Califórnia. México. As observações foram conduzidas em tem_ peratura e umidade controladas (28_BoC e b_ 6Vo de umidade relativa do ar) e,/ou em tem_ peratura ambiente (médias: mínima 22.4oC e máxima 27,2..C). A,s experiências foram realizadas entre 19?5 e l9?8. Longevidade e fecundidade das fêmeas Foram utilizados dois grupos de insetos. O primeiro comporsto de l fêmeas acasaladas ca_ da uma com um exemplar macho e mantidas em temperatura ambiente (médias: mínima 22,4C, máxima 27,ZoC). Uma delas foi coletaila no campo em estádio ninfal V. No segund.o gru. po foram utílizadas sete fêmeas também isoladas com um macho cada e mantidas em ambiente com temperatura (28-3oC) e umidade relativa do ar (5-6Vo) controladas. A alimentação era realizada com gâlinhas, cada B dias. Tempo de eclosão e fertilidade dos ovos Ovos postos por grupors de fêmeas acasaladas foram coletados e determinados o período de eclosáo e os índices de fertilidad.e. Essa observação foi conduzida em ambiente com tem. peratura e umidade controladas (2BoC-8.C. 5_ 6Va ). Primeira alimentação de ninfas, após eclosão dos ovos Foram utilizados 1 grupors de t exempla_ res de ninfa e oferecida alimentação em ga_ linhas desde o primeiro dia de vida, em tempe_ ratura ambiente (médias:. mínima 22.4oC. máxi_ ma 27.2oC). Ciclo ninfal Neste experimento foram utilizadas 6?6 ninfas do." estádio e observadas as mudas dos es_ tádios ninfais até o aparecimento dos ad.ultos. A alimentação era realizada com galinhas, usualmente ulna vez entre as mudas. Somenre aqueles exemplares que se recusavam a sugar ou sugavam pouca quantidade de sangue eram submetidos à nova tentativa de alimentação Esse experimento foi conduzido em ambienre com temperatura e umidade controladas (28-3.c - 5_6%). Capacidade de ingestão de sangue Foram utilizados B exemplares de cada estádio ninfal, 19 machos e 24 fêmeas, os quais eram pesados em balança analítica marca Sar_ torius (USA capacidade 1-169) antes e logo após o repasto sanguíneo realizado em galinhas. Foram determinadas as quantidades máximas, mínimas e médias de sangue ingerídas, além da relação ingestão de sangue,/peso do estádio ninfal. Temperatura ambiente (médias: mínima 22,4'C, máxima 27,2"C). Sobrevivência ao jejum completo e prolongado Trinta exemplares de cada estádio ninfal, 21 machos e nove fêmeas foram utilizados nesse experimento. Logo após a eclosão dos ovos ou muda dos insetos, os exemplares eram mantidos em cristalizadores, sem nenhuma alimenração, até a morte. Experiência realizada em temperatura e umidade controladas (29-8.C. 5_ 6%). Criação em larga escala O método utilizado na criação desse triatomíneo foi basicamente o estabelecido por CE. RSOLA & col.2. A temperatura foi mantida entre 2B'C e 3.C e a umidade relativa do ar entre 5 e 6%. As caixas de acrílico sáo do[adas de gavetas onde sáo recolhidos semanalmen- Ee os ovos que passam através de uma malha de 4mm (FiS. 1). A alimentaçá.o era realizada, mensalmente, desarmando-se parcialmente a caixa e colocando-se uma galinha na parte superior (Fig. 2). O uso de pombos foi abando. nado devido à mortalidade causada pela grande quantidade de sangue ingerida por essa espécie de triatomíneo. 19

BAR'R'ETTO' A. C.; PRATA', A. R,.; MARSDEN, P. D.; CUBA, C. C. & TRGUERA, C. P. - Aspectos biológicos e criação em massa de Dipetalogaster maximus (Uhler, 1894) (TÌiatominae). Êev. nst. Med. trop. São paulo ZB:18-2?, 1981. TABELA Fertilidade de ovos postos por Dipetalogastet maximus (Temperatua: 28-3.C Umidade: - 5-6%) Semana 2 5 6 7 i t2 13 4 lð 16 Total N.o ovos postos 34?6 97 391 11 223 318 347 218 173 339 996 3?3 352 1.38 5.719 Eclosáo (*) N.o 254 9 36 '19 25 218 296 31? 168 14 283 823 28 292 1.195 4.863 83,6 55,3 92,8 92,1 78,3 8,7 97,8 93,1 91,? 77,t 83,5 83,5 82,7 83, 86,6 85, (*) O período de eclosão variou entre 2? e 33 dias, com a média de 3 dias. Primeira alimentação de ninfas, após eclosão dos ovos Observa-se (Tabela V) que nenhum exemplar foi capaz de se alimentar nos dois primei. ros dias de vida e apenas um deles realizou um repasto aos três dias. No quarto dia de vida mais 2 exemplares se alimentaram mas apenas no sexto dia g2vo deles havia completado o pri. meiro repasto sanguíneo. T,{BELA V Primeira alimentação de um grupo de 1 ninfas de D. maximus Dias após eclosão -2 6 N.o (*) O restante (9 ninfas) recusou alimentacão Ciclo ninfal 1 2 37 34 Ninfas alimentadas ' Os resultados apresentados na Tabela V mostram que o tempo médio que cada estádio necessita para efetuar a muda aumentâ gradativamente nos estádios mais velhos. Assim o." estádio necessita 7,2 dias pâra passar ao.' estádio e o V.' estádio realiza a 'sua muda em um período médio de 61 dias. Aqueles exemplares que se recusavam a se alimentar ou sugavam pouca quantidade de sangue não realizavam a muda ou levavam mais tempo para fazêlo. Muitos deles morriam durante a fase de muda, quando o novo estádio não conseguia se libertar da exúvia, principalmente do V.. estádio para a, fase adulta. O tempo mínimo do ciclo ninfal foi de gg dias e o máximo de 434, com a média de 164 dias. o/o, 1, 2, 37, 34, o/o acumulado, 1, 21, 58, 92, (+) Estádio V (*) MÍnimo: Máximo: Médio: TABELA V Ciclo ninfal de Dipetalogaster maximus. (Temperatura: 28-3oC Umidade relativa: b-6/o) - Duração do ciclo (*) N." exemplares (em N,o exemplares que dias) mudaram Mínimo Máximo 99 dias 434 dias 164 dias 676 64 619 564 4 64 619 564 45t 297 13 l4 16 21 óð 56 45 69 138 726 Média 19,8 38,9 o.l Desviopadrão :L i a i :L C, 8,3 T7,L 18,6 Capacidade de ingestão de sangue Os dados apresentados na Tabela V referem-se a repastos sanguíneos realizados em galinhas. A ninfa sugou o máximo de llb mg, com a média de 7 mg. A quantidade de sangue ingerida aumenta progressivamente de acordo com o estádio ninfal, alcançando a nin fa V o máximo de 2.92 mg, com a média de 1.?74 mg. A fêmea ingere uma quantidade de 22

BARRETTO, A. C.; prata, A. R.; MARSDEN, p. D.; CUBA, C. C. & TRGUERA, C. p. _ em massa de.a.spectos Dipetalogastet biológicos maximus (uhler, e criação 1894) (Triâtominae). Rev. rnst. Med. trop. são paulo 23:1g-2?. 1981. sangue maior do que o macho, alcançando o máximo de 4.325 mg e média de 2.46g mg. Vin- te e quatro fêmeas foram capazes de ingerir quase 6 g de sangue. TABELA V Quantidade de sangue ingerida por ninfas e adultos de Dipetalogasr,er maximus exemplares em cada estádio) quando alimentados em galinhas (8 Estágio. V Peso dos insetos (mg) Total Média Total Média p/ inseto p/ inseto 35 895 2.3 5.2 1.6 é,(-) 1.45 53 g (1) O. DU (*) Foram utilizados apenas t9 6 e g tl 29 6',t 773 35 2. 5.216 12.885 22.545 53.235 13.65 59.254 Sangue ingerido (mg) 7 429 1.774 718 2.468 Mínimo Máximo 3 22 26 59 14 73 5 33 59 1.47 2.92 1.8 4.325 Desvio. padrã,o + a! t,21,?3,89,274,661 1,138,291 Relação ingestão,/peso 5, 1,3 3,6 Sobrevivência ao jejum compleúo e prolongado Quando submetida ao jejum completo, a ninfa sobreviveu o máximo de tr2.dias:^e-.em média 71,1. A, ninfa sobreviveu 95 dias. em média, a ninfa 125, a V lt3 e a V tob. Os adultos machos e fêmeas sobreviveram em mé_ dia 15 e 14 dias, respectivâmente. Á. exceeão da ninfa que sobreviveu em média pouco mais de dois meses, todos os outros estádios foram capazes de sobreviverem entre três e quatro me_ ses em média, em completo jejum (Tabela V). TABELÂ V Sobrevivência de Dipet ogaster maximus ao jejum prorongado (Temperatu a ambíente _ Médias: máximà Z7,2"Ci mínima 22.4"C) N.o Estádio Exemplares Mínimo Máximo Média 3 3 3 V 3 v3 ô2r 9e Sobrevivência (dias) 43 t2 68 147 63 198 64 154 79 r84 52 164 83 tz,t Desviopadrão 7,! :L 25,8 95,6 21,1 t25,2 È 23,6 3,i! 2,1 18,5 23,s 15,1 13,5 14,6! 21,5 Criação em larga escala :..: -,., Na Tabela V sã,o apresentados os resultados de um lote de bl fêmeas acasaladas e ali_ mentadas mensalmente. Neste grupo a mortalidade das fêmeas iniciou-se na B.',semana da ex_ periência (3,9% de mortalidade). Após 2 seha_ nas, a mortalidade atingiu a mais de um terço das fêmeas (37,2Vo ). Daí em diante a mortalida_ de aumentou em rítmo crescente até atingir a % na 44a semana. A produção total de ovos foi de 6.899, com a média de 185,2 ovos por fê. mea, durante as 44 semanas de observação. Os resultados obtidos de 22 caíxas contando 5g5 fêmeas sáo apresentados na Tabela X. A mor_ talidade % das fêmeas) variou entre o mínimo de 3 (caixa ) e o máximo de 68 sema_ nas (caixa 16). A produção total de ovos foi de 61.6, com média de 18,6 ovosdêmea. DSCUSSÃO Os resultados obtidos sobre.a longevidade e fecundidade de fêmeas de D. maximus, indi_ vidualmente acasaladars e mantidas em diferen_ tes temperaturas (Tabelas f e ), quando ana_ lisadas estatisticamente (Test T de student de igualdade das médias), indicam que esses inse_ tos são capazes de viverem mais tempo em tem_ peratura ambiente (22-27"C) e produzirem maior quantidade de ovos do que quando mantidas em temperatura mais alta (28.C-8.C) e umidade re_ lativa do ar entre b e 6% (p <,b). No en_ tanto, a média de ovos postos por fêmea/sema_ na do grupo mantido em temperatura mais alta foi significativamente superior (2,S vezes) do que aquela obtida do grupo mantido em tem_ peratura ambiente. O período de pré-oviposição não apresentou alteração significativa nos dife_ rentes ambientes (p >,5). E sabido que a oviposição é influenciada não somente pelo nú_ merolde refeições sànguíneas como também pe_ la temperatura. Os'únicos dados conhecid.os so_ 23

BARRETTO, A. C.; PRATA, A. R..; MÂRSDEN, P. D.; CUBA, C. C. & TRGUERÁ, C. P. - Aspectos biológicos e criação m massa de Dipetalogastet m ximus (Uhler, 1894) (Triatominae). Rev, nst. Med, trop. São Paulo Z3tL8-27, L981. TABELÌ{ tongevidade e postura de fêmeâs de D, maximus alimentadas mensalmente tiva: 5-6%) Semanas 2 3 o 7 o 1 t2 13 t4 l5 16 l7 18 19 2 2L 22 23 24 26 27 28 29 3 31 32 35 36 37 38 39 4 4t 44 N.o fêmeas vrvas 5t 49 48 45 43 4 4 37 32 31 29 26 26 27 2t 2 1q 18 18 77 to l5 12 3 2 2 Mortalidade cumulativa c/ 4 semanas ( o/o ) (,) 2 (3,9) (r5,?) 74 (2'.t,4) 79 (3'.t,2) 25 (49,) 31 (6,8) 34 (66,6) 4 ('t8,4) 48 (94,7) (1,) N.. ovos/ semana 45 285 223 723 191 43 258 2L 4 27 589 239 167 345 147 34r 334 55 92 3 259 25 1 4 233 24 3 't9 i93 r32 19 2',t6 26 5 69 182 34 22 D 1 V N.. ovos/ 4 semanas 676 9 1.?5 1. 934 523 546 62 57 (TemÞeratura: 28-3.C - Umidade rela- Média ovos fem/semana.88 5.59 4,37 2,41 3,75 8,43 5,6,43,83 4,5 13,9 5,56 4,6 8,63 3,68 9,22 qqa 14,85.9 8,35 8,62,38, i5 9,71 9,?1 1,43 a4 1,16 733 1,6 16,24 12,88 5.?5 16.55 3,9?.33 2,33.,,5, Média ovos fem/dia.13.8,62,34,54 1,2,'t2,6,12,64 1,87,?9,58,53 L,32 1,36,4.1 1,19 7,23,5,2 1,39 1,39,2,56 1,45,UÐ,15 1,84,48,82 2,36 n4ã, 1,5 2,9,,,?, bre a longevidade e oviposição de D. maximus são relatados por rùyckman & RYCKMANs. Entretanto, esses Autores trabalharam com alguns poucos exemplares coletados no campo e não indicam em que temperatura os insetos foram mantidos. A fertilidade dos ovos e índices de eclosão foram observados também por RYCKMAN & RYCKMAN s. Em um experimen. to levado a efeito com duas fêmeas coletadas no campo e que permaneceram com machos por toda a vida, a média de eclosáo dos ovos foi de 8,1%. Em nossa experiência com 5.719 ovos coletados durante 16 semanas consecutivas de caixas que continham fêmeas e machos, a média de eclosão foi de 85,%, variando entre 55,3Vo e 97,8%. Os dados sobre o ciclo ninfâl indicam que o período de tempo gasto nas mudas aumenta nos cstáilio$;ninfais mais velhos, fato também ob-

BARRETTO, A. C.; PRATA, A. R.; MAR,SDEN, P. D.; CUBA, C. C. e TRGUERA, C. p. _ ern Aspectos massa de biotógicos Dipeúalogaster e criagão maximus (Uhler, 1894) (Triatominae). nev. nst, Med. trop. São paulo UB:18_22, 19g1. TABELA X Longevidade e postura de 22 grupos de D. maximus do plantel de eprodução Caixa n.o N.o fêmeas inicial (semana) Sobrevida máxima N.o ovos postos totai N.. ovos/fêmeas média 4 6 7 o 1 t2 L4 15 16 vt 18 19 2 27 27 24 2L 2 26 3 2L 27 2',1 25 25 48 29 14,l 25 44 (*) (u) O número epresenta a sobrevida da última fêmea do grupo 4L 33 38 42 39 43 45 52 3 45 43 42 6 68 48 56 55 5 39 54 3.6? 3.292 1.598 924 7.54'-t 2.761 7.453 4.135 2.218 t Ão7 r.593 3.726 4.184 5.53 3.662 4.29 3.69 2-97 7.256 3.34 133,9 13?,1 76,1 46,2 r, 32, r7't,8 15,6 5,? 5,2 qoa?,3 84,7 4,8 83,2 138,9 167,'t 2't,2 179,4 12,3 servado em outras espécies de triatomíneos (ZELEDON,& col. 1o; CERSOLA & col.z). Os ovos eclodem entre 27 e 38 dias após a postura e as ninfas do L. estádio iniciam a alimentâção ao 3.' dia de vida mas somente ao 6.. dia 92% delas já fizeram sua primeira refeição. As mu_ das são fortemente influenciadas pelo repasto sanguíneo. Ninfas que se alimentam com pequena quantidade de sangue levam mais tempo para efetuar a muda ou não conseguem passar ao estádio seguinte se não obtiverem uma refeiçáo adicional. Aquelas que tiveram uma refeiçáo que lhes permita a repleção total mudam mais ra_ pidamente. A mortalidade de alguns exemplares bem alimentados, assim como a mortalidade du. rante a muda, sobretudo do V.. estádio para adulto. permanece sem explicação aparente. Muitors exemplares adultos emergem da exúvia com defeitos nas patas e asas, não havendo também explicação satisfatória. Entretanto há alguma evidência de que pelo menos o defeito observado nas patas seja motivado por mani. pulação com pinças de ninfas recém-mudâdas,. cujo revestimento quitinoso ainda não estava completamente endurecido. O ciclo ninfal variou, em condições de temperaturâ e umidade controladas, entre gg e 484 com uma média de 164 dias. Esses dados não podem ser comparados aqueles de RyCKMAN & RYCKMAN e, devido ao fato de que esses Au_ tores trabalharam com poucos exemplares, co_ letados no campo, em estádio ninfal. Dados sobre preferência alimentar e quan_ tidade de sangue ingerido são apresentados- por RYCKMAN & RYCKMAN s que relatam o faro desse triatomíneo se alimentar experimental_ mente em homem, cáo, carneiro, gado, coelho, rato e galinha e que duas fêmeas adultas foram capazes de ingerir, conjuntamente, 4.848 mg de,sangue quando alimentadas em coelhos; tam_ bém BARRETTO,& col. 1 verificaram a facilida_ de com que D. maximus se alimenta, durante o dia, em homem, coelho, galinha e pombo. CUBA & col.3, utilizando esse triatomíneo em xenodia. gnóstico humano, compararam as quantidades de sangue ingeridas pelos estádios ninfais e de D. maximus e de T. infestans. Em nossa experiência utilizando galinhas como fon. te de alimentação, D. maximus se mostrou mui. to voraz ingerindo grandes quantidades de san. gue. A ninfa foi capaz de ingerir o máximo de 5 mg, com a média de 7 mg, enquanto CUBA & col.3. no homem, obtiveram uma média de 93,8 mg. Essas quantidades de sangue ingeridas 25

BARRETTO, A. C.; PRATA, A. R.; MÄRSDEN, P. D.; CUBA, C. C. & TRGUERA, C. P. - Aspectos biológicos e cìiaçáo em massa de Dipetalogaster maximus (Uhler, 1894) (Triatominae). Rev. nst. Med, trop, São Paulo 23:18-27, 1981. pela ninfa de Ð. maximus sáo comparáveis ou mesmo superiores àquelas conseguidas com a ninfa de T. infestans 2'3'e. A ninfa de D. maximus, utilizada na técnica do xenodiagnóstico (CUBA & col. s) sugando 8,5 vezes mais do que o mesmo estádio de T. infestans, foi capaz de ingerir, em galinha, a média de 429 mg de sangue. Também o V.' estádio ninfal de D. maximus, empregado ânteriormente em xenodiagnóstico (BARRETTO & col. 1), ingeriu o máximo de 2.92 mg e média de L.774 mg ou seja 5 vezes o seu peso corpóreo. A relaçáo ingestão de san. gue,/peso do inseto é menor nos adultos, principalmente nos machos (1,3 vezes) mas a fêmea sugou, em média, o equivalente a 3,6 vezes o seu peso corpóreo, sendo o máximo de 4.325 mg. Por outro lado, é conhecida a capacidade de triatomíneos sobreviverem sem alimentação por longos períodos de tempo. Com referência a D. rnaximus, RYCKMAN & RYCKMAN 8 observaram ninfas do.' estádio, alimentadas uma só vez, sobreviverem até o.ito meses e se referem também ao fato de um exemplar bem alimentado sobreviver 595 dias. Nossas observa' ções foram realizadas visando sobretudo o emprego de D. maximus na técnica do xenodiagnóstico e por esse motivo as experiências foram realizadas submetendo-se os exemplares ao jejum completo. No entanto, algumas observa. ções realizadâs em grupos de insetos que tiveram uma única e farta alimentação demonstraram que eles não tiveram uma sobrevida maior do que aqueles submetidos ao jejum completo, com exceção de um exemplar do Vo estádio que teve uma sobrevida maior (244 dias) do que aqueles que não tiveram um repasto sanguíneo. A ninfa, por exemplo, alimentada, so. bfeviveu em média 52,7 e o máximo de 86 dias e não alimentada 72,5 em média, e o máximo. de 12 dias. Esse fato pode ser devido à freqüente mortalidade verificada em D. maximus durante a fase de muda entre os exemplares que foram alimentados, o que não ocorre entre os exemplares que não tiveram um repasto sanguíneo e consequentemente não podem efetuar a muda. Fato semelhante foi ob'servado na espécie Tria. toma dimidiata por ZELEDON & col. r. Esses Autores observaram que a sobrevida desse inseto era maior nos exemplares que sugavam uma quantidade de sangue insuficiente para que o inseto efetuasse a muda, ao contrário daqueles que mudavam após uma refeição sanguínea, os quaís morriam mais ra'oidamente Um dos aspectos fundamentais para que uma espécie de triatomíneo seja utilizada na técnica do xenodiagnóstico é a possibilidade de sua criaçáo em larga escala no laboratório. Nesse trabalho demonstrou-se que ). maximus adaptou-se facilmente à condições laboratoriais à partir de alguns exemplares trazidos do campo. Um grupo de 5L fêmeas, alimentadas apenâs uma vez, mensalmente, foi capaz de sobreviver até 44 semanas (1,% de mortalidade) com uma produçáo de 6.899 ovos e médias de 135,2 ovos,æêmea. Esses dados são inferiores aqueles obtidos de fêmeas isoladas cotrl um macho (Tabela ) e mantidas nas mesmas condições, mas rsão bastante semelhantes aqueles obtidos por CERSOLA & co1.2 com um plantel não selecionado de T. infestans, porém alimentados, semanalmente. De acordo com esses Autores, quando se trabalha com grandes quantidades de inseto.s, somente oferecendo alimentação com freqüência (duas vezes por semana) consegue-se que todos os exemplares ingiram quantidades de sangue suficientes. Por essa ra záo, infere-se que a produçáo de ovos de D. ma. ximus pod-erá ser incrementada com maior fre. qüência de alimentação. Em nossa criação em larga escala, caixas contendo 595 fêmeas alimentadas uma vez mensalmente, produziram 61.6 ovos, com a média de 13,6 ovos/fêmea. A facilidade de criação de D. maximus em larga escala, sua agressividade e capacidade de ingerir grandes quantidades de sangue, além de sua suscetibilidade à cepas de Trypanosoma s q2i 1,3'4's e das vantagens de emprego da ninfa do.' estádio na técnica do xenodiagnóstico (MARSDEN & col.s) fazem desse triatomíneo o inseto mais adequado para ser utilizado no diagnóstico parasitológico da Doença de Chagas crônica. SUMMARY liotogical ásþects and large scale culúivation of Dipetalogaster maximus (Uhler, 1894) (Triatominae) Dipetalogaster maximus is capable of living a longer time and producing more eggs when kept at the ambient temperature in BrasÍlia (mean maximum: 27.2"C, mean minimum: 22.4'C\. than when maintained at 28"C-3"C However the mean egg yield the female per week is increased 2,5 times at the higher temperature. 26

BAR,R,ET,TO, A. C.; PRATA, A' R''; MARSDEN, p' D.; cuba, c. c. 3z TRTGuERA, c. p. em massa de -.aspectos biológicos e criação Dipet logaster maximus (Uh1er, tg94) (Ttiatominae). Rev. nst. Med. trop. São paulo pb:18_2?, t98l. At 2B.o to 3.C the eggs hatch between 2?_BB days and the nymphal cycle varies between gg and 234 days with a mean of 164 days. Nymphs of the first instar begin to feed on the third day of life but only after the sixth day lnas g2,vo feeding been recorded. The quantity of blood ingested rises in relation to the nymphal stage. Mean values were 7 mg (maximum l1b mg) for the firrst instar and 2.468 mg (maximum 4.28s mg) for the adult female. On the other hand D. maximus is capable of living for long periods of time at ambient temperatures in complete starvation (maximum: 12 days for the first instar and 184 days of the fifth instar). Ð. maximus easily adapted to the laborarory conditions permitting large scale cultivation. A battery of 595 females maintained at 28.-BoC and feeding once a month prod.uced 61,6b1 eggs with a mean of 13.6 eggs per female. This triatomid appeans to be the most suitable to use in the parasitological diagnosis of Chagas Disease for the following reasons: a) the ease of obtaining a large laboratory colony, b) the susceptibility to different strains of Trypa, nosoma cruzi so far tested, c) its capacity to ingest blood and its voracity to feed and d) the use of the first instar as the xenodiagnostic agent. REFERÊNCAS BBLOGRAFCAS 1. B.qERETTO, A. C.; MAÌ,SDEN, p. D.; CUBA, C. C. & AVÁRENGA, N. J. _ Estudo preliminar sobre o em_ prego de Dipetalogaster maximus (Uhler, 1894) (Tria. tominæ) na técnica do xenodiagnóstico em foma crõ_ nica de Doença de Chagas. Rev. nst. Med. útop. São Paulo 2: 183-189, 19?8. 2. CERSOLA, J. A.; ROHWEDER,, R,. W.; SEGURA, E. L.; DEL PRADO, C. E.; A-REZ, M. &. MARTN, c. J. W. - El xenodiagnóstico. Monografia. nstituto Na_ cional de diagnóstico e nvestigación de la Enfermedad de Chagas "Dr. Mario Fatala Chaben,,. Buenos Aires. Argentina, 1974. CUBA, C. C.; _ALVARENGA, N. J.; BARRETTO,.{. C.; M,RSDEN, P. D. & CHARN, C. _ Nuevos estudios comparativos entte Dipetalogaster maximus y Triatoma infestans en el xenodiagnóstico de la infección chagá_ sica crónicâ humana. Rev. nsú. Med.. trop. São paulo 2: 145-1, 19?8. CUBA, C. C.; ALVARENGA, N. J.; BARRETTO,.4.. C.: MÂRSDEN, P. D.; MACEDO, V. & PNHO cam.{, M. - Dipetalogaster maximus (Hemiptera, triatominae) for xenodiagnosis of patients with serologically detectable Trypanosoma cruzi infection. Trans. E, Soc. Ttop. Med. & Hyg. 13: 524-52,1, 1979. MARSDEN, P. Ð.; BARRETTO, A. C.; CUBA, C. C.: PNHO GAMA, M. & ACKERS, J. - mprovements in routine xenodiagnosis with first insta Dipetalog ster maximus (Uhler, 1894) (Triâtominae). Am. J. Trop. Med. & Hyg. 28: 649-652, t9?9. MARSDEN, P. D.; CUBA, C. C.; ALVARENGA, N. J. & BAR'RETTO, A. C. - Repoú on a field collection of Dipetalogaster maximus. Rev. nst. Med. trop. São Paulo 21: 22-26, 7979. M.AZZOTT, L. & DAS, E. - Resumen d.e los datos pu_ blicados sobre la enfe medad d.e Chagas en Mexico- Rev, Soc. Mex. Historia Natural l: 1A-1, 19?9. RYCKMAN, R. E. & RYC{MAN, A. E. _ Epizootiology of Tr 4ranosoma cruzi in Mexico (Hemiptera: Reduvii_ dae) (Kineto-plastida: Trypanosomidae). J. Med. Ent. 4: 18-188, 1967. SZUMLEWCZ, Á. p. - Laboratory colonies of tria_ tominae, Biology and population Dynamics. fn pro. ceedings of an nternaúional SJmposium. Belo Hori. zonte, Brazil. Scientific puþlication n.. B1B, P.A.H.O.- pp. 63-82, 1975. ZELEDON, R,.; GUARDA, V. M.; ZrfñGA, A. ß SWARTZWELDER, J. C. - Biology and Ethiology of Triatoma dimidiúa (Latreille, 1Bt1). J. Med. Ent. Ì: 313-319. 19?. Receþido para pubiicação em 15/1/199.,n