LÍNGUA PORTUGUESA Professoras: Natália Oliveira e Natália Souza
FRASE, PERÍODO E ORAÇÃO SÃO A MESMA COISA?
FRASE Unidade de comunicação linguística, caracterizada [...] do ponto de vista comunicativo - por ter um propósito definido e ser suficiente para defini-lo-, e do ponto de vista fonético - por uma entonação [...] que lhe assinale nitidamente o começo e o fim. Camara, 1997, p.122
PERÍODO Emprega-se a denominação período para as orações que constituem uma frase. Assim como em: Vá à padaria e traga oito pãezinhos. O período é sempre uma oração?
ORAÇÃO É uma frase que apresenta determinado tipo de estrutura interna, incluindo sempre um predicado e frequentemente um sujeito. Ex.: Vá à padaria.
UM VULTO CRESCE NA ESCURIDÃO. CLARISSA SE ENCOLHE. É VASCO. (VERÍSSIMO, 1953: 118) Nesse trecho, há três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases. Cada uma delas encerra um enunciado expresso num arcabouço linguístico em que entram um sujeito (vulto, claro na primeira, mas oculto na última, e Clarissa) e um predicado (cresce, se encolhe, é Vasco). (GARCIA, 2010, p. 32)
MAS NEM SEMPRE ORAÇÃO É FRASE! Convém que te apresses. Joana me ligou para dizer que virá mais tarde.
OS TIPOS DE FORÇA ILOCUCIONÁRIA QUE ENCONTRAMOS GERALMENTE NO DISCURSO: Declaração; Pergunta; Exclamação; Ordem; Pedido; Promessa; Expressão de desejo; etc.
TIPOS DE ORAÇÃO As orações do português podem ser distinguidas em cinco tipos: 1. Imperativas Frite um ovo para o doutor. 2. Interrogativas Você vai fazer o que? 3. Exclamativas Como você é incompetente! 4. Declarativas O bode comeu minha camisa. 5. Optativas Que a sorte o acompanhe!
FRASES DE SITUAÇÃO Ai! Contramão Perigo de vida Apartamentos à venda Socorro! Com licença Que bom! Silêncio
FRASES NOMINAIS Cada louco com sua mania! Cada louco (tem) sua mania! Cada macaco no seu galho. Cada macaco (deve ficar) no seu galho. Independência ou morte! (Desejamos) independência ou morte! Dia de muito, véspera de nada. Dia de muito (é) véspera de nada.
TERMOS DA ORAÇÃO
TERMOS ESSENCIAIS São os elementos que ordinariamente concorrem para a formação da oração. São dois: Sujeito e predicado
COMO DESCOBRIR O SUJEITO?
EXEMPLOS: Pedro foi ferido na guerra. Trabalho e honra deve ser um lema de todos nós. Ao professor e ao pai do menino chegam reclamações dos colegas. O amanhecer do trabalho há de antecipar-se ao amanhecer do dia.
O SUJEITO PODE SER: Simples Composto Oculto Indeterminado Oração sem sujeito
SUJEITO SIMPLES Quando representado por um só ente, ou por entes de uma mesma espécie, isto é, quando representado por um nome no singular ou no plural. Ex.: O livro é bom. Os livros são bons.
SUJEITO COMPOSTO Quando representado por entes diversos, ou seja, por mais de um substantivos, ou por mais de uma palavra, ou expressão substantivada. Ex.: O livro e o lápis são bons. Ser e não ser são coisas opostas.
SUJEITO OCULTO, INDETERMINADO E ORAÇÃO SEM SUJEITO SÃO A MESMA COISA?
SUJEITO OCULTO Está implícito na oração, ou seja, o sujeito não está expresso, mas é facilmente identificável pelo contexto ou pela desinência verbal. Por isso, esse tipo de sujeito é conhecido como oculto, implícito, elíptico, subentendido ou desinencial. Ex.: Não consigo parar de ler esse livro. O menino aproximou-se e contou uma longa história.
SUJEITO INDETERMINADO Quando de impossível identificação. Em português, assinala-se a indeterminação do sujeito de três modos: 1) Verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito. Normalmente falam pelas costas por ser mais conveniente. [Alguém fala, não se diz quem.] // Roubaram minha bolsa. [Alguém roubou, não se sabe quem.] 2) Verbo ativo na 3ª pessoa do singular + partícula de indeterminação do sujeito SE. Vive-se bem neste lugar. 3) Verbo no infinitivo impessoal Para conquistar sua confiança, é necessário trabalhar arduamente. [ = Para (alguém) conquistar sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar arduamente.]
ORAÇÃO SEM SUJEITO As orações sem sujeito são construídas com os verbos impessoais, os quais não apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais verbos são usados na 3ª pessoa do singular.
São verbos impessoais: 1) HAVER com sentido de existência, ocorrência ou tempo decorrido. Havia dez pessoas na reunião. Houve dois feridos no acidente. 2) FAZER, PASSAR, FICAR e ESTAR, com referência ao tempo ou aspectos naturais. Faz dois anos que me formei. Hoje fez muito calor. Ficou escuro de repente. 3) Verbos que indicam fenômenos naturais: chover, ventar, nevar, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer. Ventou muito durante a noite. Chovia torrencialmente. Usados em sentido figurado, esses verbos têm sujeito e deixam de ser impessoais. O orador trovejava ameaças. Chovem notícias tristes nos jornais.
PREDICADO O que se declara do sujeito. Ex.: A águia VOOU.
O PREDICADO PODE SER: Verbal Nominal Verbo nominal
PREDICADO VERBAL O predicado verbal possui obrigatoriamente um verbo, o qual é o núcleo do predicado. O verbo é núcleo do predicado quando é nocional, ou seja, que demonstra uma ação. Ex.: Nós vimos o balão. Meu pai escreveu uma carta para o diretor do colégio.
PREDICADO NOMINAL É constituído de um verbo de ligação e do complemento, complemento este chamado de predicativo. Ex.: João é estudioso. O pássaro está doente.
PREDICADO VERBO NOMINAL O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional, como vimos no predicado verbal, e um predicativo, que pode referir-se tanto ao sujeito quanto ao verbo. Ex.: Ele morreu pobre. O pai encontrou-o pobre.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO São chamados assim porque aparecem na oração completando necessariamente o sentido de algum outro termo: O complemento nominal O complemento verbal O agente da passiva
COMPLEMENTO NOMINAL É o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo, objetivo direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou ao vocativo. O complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de uma preposição. Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos. Nome (substantivo): necessidade Complemento nominal: de medicamentos. Decidiu favoravelmente ao acusado. Nome (advérbio): favoravelmente Complemento nominal: ao acusado. Esta conduta é prejudicial à saúde. Nome (adjetivo): prejudicial Complemento nominal: à saúde.
COMPLEMENTO VERBAL Também chamado de objeto, é o complemento exigido pelo verbo, para que ele tenha sentido completo. Ex.: Algumas pessoas tomam vinho. Sujeito: Algumas pessoas Verbo transitivo direto: tomam Objeto direto: vinho Amélia acredita em discos voadores. Sujeito: Amélia Verbo transitivo direto: em discos voadores.
AGENTE DA PASSIVA O agente da passiva é o sujeito na voz ativa. O objeto direto da voz ativa passa a sujeito da voz passiva. Ex.:
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO São complementos que aparecem na oração com efeito meramente informativo: Adjunto adnominal Adjunto adverbial Aposto Vocativo
ADJUNTO ADNOMINAL Termos que acompanham o substantivo tendo como função caracterizar, modificar, determinar ou qualificar o nome. Os adjuntos adnominais podem ser: pronomes, numerais, artigos, adjetivos e locuções adjetivas. Esta moça ganhou uma brilhante joia. Os meninos comportados são estudiosos. Aqueles dois meninos são muito mal educados.
ADJUNTO ADVERBIAL É um termo acessório da oração, que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio. De acordo com a finalidade que exprimem eles são classificados em: modo, tempo, intensidade, negação, afirmação, dúvida, finalidade, matéria, lugar, meio, concessão, argumento, companhia, causa, assunto, instrumento, fenômeno da natureza, paladar, sentimento, preço, oposição, acréscimo, condição. Ex.: É muito útil falar claro e bem. Os doces estavam muito saborosos.
APOSTO Termo acessório que tem como função explicar, resumir, especificar sobre algo que já foi dito anteriormente. Geralmente, ele é separado por vírgulas, parênteses ou travessões. Ex.: Doutora Ana, a melhor nutricionista da cidade, foi a melhor profissional que eu consultei. Júnior, meu primo, está doente.
VOCATIVO Termo utilizado para evocar, chamar ou interpelar o falante, sendo portanto, um termo independente, posto que não possui relação sintática com outro termo da oração. Geralmente o vocativo é separado por vírgulas. Ex.: Paulo, venha cá. Já lhe disse, Vitória, você não vai!
A HIERARQUIA DOS CONSTITUINTES Meus vizinhos arranjaram um cachorro horrivelmente barulhento. Podemos fazer um primeiro corte, definindo os grandes constituintes (ou sintagmas) da oração, da seguinte forma: [Meus vizinhos] [arranjaram]- [um cachorro horrivelmente barulhento]
RECAPITULANDO... 1) Como se classificam os termos da oração? 2) Quais os termos que frequentemente concorrem para a formação da palavra? 3) Como descobrir o sujeito de uma oração? 4) Procure o sujeito da seguintes orações: a) Os chorões melancólicos inclinam-se sobre a água cristalina do lago. b) O vendaval sinistro lembrava aos homens a existência de um criador.
RECAPITULANDO... 5) Cite algumas orações sem sujeito. 6) Quais os termos integrantes da oração? 7) Como se inicia um complemento nominal? 8) O que é complemento verbal? 9) Qual o último dos termos integrantes da oração? Dê exemplos. 10) Quais os termos acessórios da oração? 11) O que é aposto? E vocativo?
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO: ENCADEAMENTO E HIERARQUIZAÇÃO Num período composto, normalmente estruturado isto é, não constituído de frases de situação ou de contexto, as orações se interligam mediante dois processos sintáticos universais: a coordenação e a subordinação.[...] (Garcia, 2010, p. 42) Ela chegou e apresentou as novas ações a serem executadas. Assim que ela chegou, apresentou as novas ações a serem executadas.
COMPOSTO POR COORDENAÇÃO As orações são sócias (coordenadas) e se dizem da mesma natureza e função. Devem ter a mesma estrutura interna e se interligam por meio de conectivos chamados conjunções coordenativas. Cada uma possui sua autonomia, porém, se unem para tornar a informação mais completa e significativa: Penso, logo existo. Ele sabia a verdade, mas ela negou tudo. Vive hoje na maior miséria, no entanto já possuiu uma das maiores fortunas deste país.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
ALGUNS EXEMPLOS
ALGUNS EXEMPLOS