ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Documentos relacionados
PARECER COM(2015)303 Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera o Regulamento (CE) n /1995 do Conselho que

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PARECER. COM(2013)7 40 Proposta de DECISÃO DO CONSELHO relativa a uma Cimeira Social Tripartida para o Crescimento e o Emprego

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS. Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Parecer COM(2013)726 RELATÓRIO DA COMISSÃO RELATÓRIO ANUAL SOBRE O CONTROLO DA APLICAÇÃO DO DIREITO DA UE (2012)

Conselho da União Europeia Bruxelas, 24 de fevereiro de 2016 (OR. en)

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Parecer COM(2015)128. transporte marítimo e que altera o. Regulamento (UE) n /2013

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS. Parecer COM(2014)249

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relativo a

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

COMISSÃO DE TRABALHO, SEGURANÇA SOCIAL E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RELATÓRIO [SEC (2010) 887] [SEC (2010) 888]

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA COM(2013)930. Proposta de DECISÃO DO CONSELHO que altera a Decisão 2009/831/CE no que se. refere ao seu período de aplicação.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Parecer. COM(201 2)772 Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relativa aos equipamentos marítimos e que revoga a Diretiva 96/98/CE

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

,...,-,,':"':',,':"':',,-:-:.,7"!,,,_ !!!!!! ;;;;!!!!! ,4SSEMBLEIA DA /ÇEPÚBUCA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS, DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS RELATÓRIO COM (2013) 404 final PROPOSTA DE DIRECTIVA DO

fundamentação lógica da criação de um regime de rotulagem para a produção local e

PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA


Parecer. COM(2014)212 Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa às sociedades unipessoais de responsabilidade limitada

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÂO DE ASSUNTOS EUROPEUS. PARECER COM(201 2)789 COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO sobre conteúdos no mercado único digital

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

O TRATADO DE LISBOA OS PARLAMENTOS NACIONAIS. Assembleia da República Comissão de Assuntos Europeus


***I PROJETO DE RELATÓRIO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASSEMBLEIA DA REPUBLICA

relatórios anuais de atividades Estados-Membros, em conformidade com o ponto 3 do anexo

Parecer. COM(2015)84 DECISÃO DO CONSELHO Relativa à assinatura, em nome da. COM(2015)86 DECISÃO DO CONSELHO Relativa à assinatura, em nome da

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS. Parecer COM(2014)211

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

processo de construção da União Europeia, com as alterações introduzidas pelas

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPUBLICA COMISSAO DE ASSUNTOS EUROPEUS. Parecer

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

A8-0323/3. Alteração 3 Claude Moraes em nome da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

PARTE 1- NOTA INTRODUTÓRIA

ASSEMBLEIA DA REPIJ]3LICA. Deputado Paulo Mota Pinto. Presidente da Comissão de Assuntos. Europeus. /2014 Data:

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

NOTA CONSIDERANDOS. Assim sendo, deve dar-se por integralmente reproduzido, evitando-se uma repetição de análise e consequente redundância.

Jornal Oficial da União Europeia L 181. Legislação. Atos não legislativos. 60. o ano. Edição em língua portuguesa. 12 de julho de 2017.

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do Processo de Construção da União Europeia 1

A8-0167/5 ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU * ao projeto do Tribunal de Justiça

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

Relatório. Proposta de Diretiva do Parlamento. [COM (2013) 162] que aproxima as legislações dos Estados- Membros em materia de marcas (Reformulação)

III. (Actos preparatórios) CONSELHO

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

i1w Autor: Deputada COM (2013) 296 Comissão de Economia e Obras Públicas Parecer da Comissão de Economia e Obras Públicas

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Alteração 3 Claude Moraes em nome da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU *

Um quadro para as políticas de clima e de

UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 25 de abril de 2014 (OR. en) 2013/0313 (COD) PE-CONS 78/14 FIN 242 CODEC 888

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A Comissão de Assuntos Europeus PARECER

PE-CONS 30/16 DGD 1 UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 23 de setembro de 2016 (OR. en) 2015/0306 (COD) PE-CONS 30/16 MIGR 126 FRONT 280 COMIX 498 CODEC 1003

Jornal Oficial da União Europeia L 103 I. Legislação. Atos legislativos. 62. o ano. Edição em língua portuguesa. 12 de abril de 2019.

A8-0250/ Proposta de decisão (COM(2014)0713 C8-0277/ /0337(COD)) ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU * à proposta da Comissão

Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO

Proposta de DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

PE-CONS 40/17 DGE 1 UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 10 de outubro de 2017 (OR. en) 2017/0013 (COD) PE-CONS 40/17 ENV 658 MI 530 CODEC 1166

Documento de sessão cor01 RETIFICAÇÃO

Alteração 1 Anneleen Van Bossuyt em nome da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU *

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

COMISSAO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Transcrição:

COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS Parecer COM(2014)382 Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro 1

COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS PARTE I - NOTA INTRODUTÓRIA Nos termos do artigo 7.º da Lei n.º 43/2006, de 25 de agosto, que regula o acompanhamento, apreciação e pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do processo de construção da União Europeia, com as alterações introduzidas pelas Lei n.º 21/2012, de 17 de maio, bem como da Metodologia de escrutínio das iniciativas europeias aprovada em 8 de janeiro de 2013, a Comissão de Assuntos Europeus recebeu a Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013 1 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro [COM(2014)382 2 ]. A supra identificada iniciativa foi enviada à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, atento o respetivo objeto, a qual analisou a referida iniciativa e aprovou o Relatório que se anexa ao presente Parecer, dele fazendo parte integrante. PARTE II CONSIDERANDOS 1 - A presente iniciativa diz respeito à Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro. 1 http://eur-lex.europa.eu/lexuriserv/lexuriserv.do?uri=oj:l:2013:180:0031:0059:pt:pdf 2 http://www.ipex.eu/ipexl-web/dossier/document/com20140382.do 2

COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS 2 A iniciativa em análise tem por objetivo alterar o artigo 8.º, n.º 4, do Regulamento (UE) n.º 604/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida 3 (a seguir designado por Regulamento de Dublim III). 3 Importa referir que a presente iniciativa tem devidamente em conta a decisão do Tribunal de Justiça no processo C-648/11. Pretende pôr termo à atual ambiguidade da disposição relativa aos menores não acompanhados e que não têm membros da família, irmãos ou familiares no território dos Estados-Membros, conferindo segurança jurídica quanto à responsabilidade pela análise do pedido de proteção internacional em tais casos. 4 - Por último, referir que o relatório apresentado pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias foi aprovado e reflete o conteúdo da Proposta com rigor e detalhe. Assim sendo, deve dar-se por integralmente reproduzido. Desta forma, evita-se uma repetição de análise e consequente redundância. Atentas as disposições da presente proposta, cumpre suscitar as seguintes questões: a) Da Base Jurídica A presente proposta altera o Regulamento (UE) n.º 604/2013, recorrendo à mesma base jurídica, nomeadamente o artigo 78.º, n.º 2, alínea e), do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. b) Do Princípio da Subsidiariedade Atendendo a que o objetivo da presente iniciativa, não pode ser suficientemente realizado pelos Estados-Membros e pode, pois, devido às dimensões e efeitos da 3 JO L 180 de 29.6.2013, p. 31. 3

COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS mesma, ser mais bem alcançado a nível da União, pode esta adotar medidas em conformidade com o princípio da subsidiariedade consagrado no artigo 5.º do Tratado da União Europeia (TUE). É, pois, cumprido e respeitado o princípio da subsidiariedade. PARTE III - PARECER Em face dos considerandos expostos e atento o Relatório da comissão competente, a Comissão de Assuntos Europeus é de parecer que: 1. A presente iniciativa não viola o princípio da subsidiariedade, na medida em que o objetivo a alcançar será mais eficazmente atingido através de uma ação da União. 2. Em relação à iniciativa em análise, o processo de escrutínio está concluído. Palácio de S. Bento, 16 de setembro de 2014 O Deputado Autor do Parecer O Presidente da Comissão (Gabriel Goucha Corte-Real) (Paulo Mota Pinto) 4

COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS PARTE IV ANEXO Relatório da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. 5

COMISSÃO DE ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS, DIREITOS, LffiERDADES E GARANTIAS RELATÓRIO COM (2014) 382 final - PROPOSTA DE REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera o Regulamento (UE) D. 0 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro I. Nota preliminar Ao abrigo do disposto no artigo 7, n. 0 2, da Lei n. 0 43/2006, de 25 de Agosto, alterada pela Lei n. 0 21/2012, de 17 de Maio, relativa ao "Acompanhamento, apreciação e pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do processo de construção da União Europeia", a Comissão de Assuntos Europeus solicitou à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a emissão de relatório sobre a COM (2014) 382 final. Tal relatório destina-se a analisar a observância do princípio da subsidiariedade, nos termos previstos no Protocolo n. o 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, anexo ao Tratado da União Europeia (TUE) e ao Tratado do Funcionamento da União Europeia (TFUE). 11. Do objeto, conteúdo e motivação da iniciativa 1

A COM (2014) 382 final refere-se à Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n. o 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado-Membro. É objetivo da presente proposta a alteração do n. 0 4 do artigo 8. 0 do Regulamento (UE) n. 0 604/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho 1, que estabelece os mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um menor não acompanhado por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida. Assim, pretendendo pôr fim à ambiguidade decorrente da atual disposição referente aos menores não acompanhados e que não têm membros da família, irmãos ou familiares no território dos Estados-Membros - cuja revisão 2 ficou dependente da decisão do Tribunal de Justiça (TJ) no processo C-648/11 -, entende a Comissão que a presente proposta deve ser rapidamente apresentada, pois visa conferir segurança jurídica quanto à responsabilidade pela análise do pedido de proteção internacional em tais situações. Foi então entendimento do TJ que o segundo parágrafo do artigo 6. 0 do Regulamento citado 3 (que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de asilo apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro), deve ser interpretado no sentido de que, em circunstâncias como as do processo principal, em que o menor não acompanhado, que não tenha qualquer membro da família legalmente presente no território de um Estado-Membro e tenha apresentado pedidos de asilo em mais de um Estado-Membro, o "Estado-Membro 1 Designado Regulamento de Dublin III. 2 E que a Comissão declarou não poder constituir um precedente de atuação, mas acedeu por se pretender a imediata adoção da proposta de Regulamento. 3 Que tinha sido decidido manter essencialmente inalterado pelos colegisladores. 2

responsável" é aquele em que o menor se encontra depois de aí ter apresentado um pedido de asilo. Para além da regulação desta situação, a presente proposta apresenta também solução para os casos em que o menor não se encontra em nenhum dos Estados-Membros em que tenha apresentado o pedido de asilo, prevendo os critérios para a determinação do Estado Membro responsável nesta situação: redação proposta para o n. 0 4 do artigo 8. 0 : 4-B- caso o menor apresente um pedido no Estado-Membro onde se encontra (e que previamente o informou do direito de o fazer), este será o responsável pela análise do mesmo, desde que no superior interesse da criança; se o menor não apresentar tal pedido, o responsável será o Estado-Membro onde tiver sido apresentado o pedido mais recente. o Base jurídica A presente proposta de Regulamento funda-se no artigo 78, n. 0 2, alínea c) do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), que se reporta às políticas relativas aos controlos nas fronteiras, ao asilo e à imigração, e que estabelece o seguinte: "Artigo 78 1. A União desenvolve uma política comum em matéria de asilo, de protecção subsidiária e de protecção temporária, destinada a conceder um estatuto adequado a qualquer nacional de um país terceiro que necessite de protecção internacional e a garantir a observância do princípio da não repulsão. Esta política deve estar em conformidade com a Convenção de Genebra, de 28 de Julho de 1951, e o Protocolo, de 31 de Janeiro de 1967, relativos ao Estatuto dos Refugiados, e com os outros tratados pertinentes. 2. Para efeitos do no 1, o Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário, adoptam as medidas relativas a um sistema europeu comum de asilo que inclua: a) Um estatuto uniforme de asilo para os nacionais de países terceiros, válido em toda a União; 3

b) Um estatuto uniforme de protecção subsidiária para os nacionais de países terceiros que, sem obterem o asilo europeu, careçam de protecção internacional; c) Um sistema comum que vise, em caso de afluxo maciço, a protecção temporária das pessoas deslocadas; d) Procedimentos comuns em matéria de concessão e retirada do estatuto uniforme de asilo ou de protecção subsidiária; e) Critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de asilo ou de protecção subsidiária; f) Normas relativas às condições de acolhimento dos requerentes de asilo ou de protecção subsidiária; g) A parceria e a cooperação com países terceiros, para a gestão dos fluxos de requerentes de asilo ou de protecção subsidiária ou temporária. 3. No caso de um ou mais Estados-Membros serem confrontados com uma situação de emergência, caracterizada por um súbito fluxo de nacionais de países terceiros, o Conselho, sob proposta da Comissão, pode adoptar medidas provisórias a favor desse ou desses Estados-Membros. O Conselho delibera após consulta ao Parlamento Europeu. " o Princípio da subsidiariedade Para os efeitos do disposto no artigo 5, n. 0 S 1 e 2, do Tratado da União Europeia (TUE) e no artigo 69 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), bem como no Protocolo n. 0 2 anexo, relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, verifica-se que a essencialidade desta proposta de Regulamento, que visa alterar um Regulamento já adotado, numa matéria que envolve a cooperação dos diversos Estados-Membros envolvidos nos processos a que o mesmo se aplica, requer uma ação à escala da União Europeia e não pode ser alcançado pelos Estados-Membros isoladamente. Com efeito, atendendo à natureza transnacional inerente ao instituto do asilo, a intervenção ao nível da União Europeia é necessária para que se alcance o desiderato da 4

presente proposta. Ora, uma ação a nível nacional não sena suficiente para atingir este objetivo. Não é possível esperar que uma ação a nível dos Estados-Membros individualmente atinja o mesmo resultado. Daí que se conclua que a proposta em causa é conforme ao princípio da subsidiariedade. 111 - Conclusões Face ao exposto, a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias conclui o seguinte: a) Que a COM (2014) 382 final - "Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n. o 604/2013 no que se refere à determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado por um menor não acompanhado por um membro da família, irmão ou outro familiar legalmente presente num Estado Membro" não viola o princípio da subsidiariedade; b) Que o presente relatório deve ser remetido à Comissão de Assuntos Europeus. Palácio de S. Bento, 1 O de julho de 2014 A Deputada Relatora 5