NOME DO PALESTRANTE Empresa
O Início da Luta No início dos anos 90, a indústria de telhas e caixas d água, Eternit, e a indústria de lonas e pastilhas de freio, LonaFlex, deixam a cidade de Osasco e abandonam centenas de trabalhadores de suas fábricas contaminados com amianto e sem qualquer tipo de assistência; Em 1995, o Sindicato dos Metarlúgicos de Osasco e Região e os trabalhadores contaminados procuram o vereador Marcos Martins e denunciam o descaso das empresas.
Criação da Abrea Em meados de 1995, trabalhadores contaminados pelo Amianto fundam a Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto) www.abrea.com.br A iniciativa contou com o apoio de Marcos Martins.
Projeto de Lei Municipal Diante das denúncias, Marcos Martins elabora Projeto de Lei Municipal para banir o amianto de Osasco; foram 3 projetos até o ano 2000, sendo todos vetados pelos governos à época; Após Encontro Mundial com 32 países para discutir os malefícios do amianto, realizado em Osasco, no ano 2000, o Executivo Municipal envia Projeto de Lei para proibir o uso do amianto à Câmara; Em 2001, é regulamentada a Lei Municipal 90/00, que proíbe o uso do amianto em Osasco.
Proibição do Amianto no Estado Em 2007, Marcos Martins assume como deputado estadual na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; No dia 27 de Março de 2007, Dia Mundial de Combate às Doenças do Trabalho, Marcos Martins protocola Projeto de Lei para proibir o uso do amianto no Estado de São Paulo; Aprovado em junho por unanimidade pelos deputados, no dia 27 de julho transforma-se na Lei Estadual nº 12.684/07, após ser sancionada pelo Governador José Serra.
Lei 12.684/07 Fundamentos A Lei 12.684/07 prevê: A completa proibição do amianto no Estado de São Paulo a partir de 1º de janeiro de 2008. Obras públicas e privadas de uso público, desde julho, quando foi sancionada a Lei, encontram-se impedidas de utilizar produtos que contenham o mineral, além de serem obrigadas a expor placa com os seguintes dizeres: Nesta obra não há utilização de amianto ou produtos dele derivados, por serem prejudiciais à saúde.
Lei 12.684/07 Fundamentos As empresas ou instituições, públicas e privadas Responsáveis pela execução de obras de manutenção, demolição, remoção de material, bem como sua destinação final, que contenham amianto ou em relação às quais haja suspeita de o conterem, deverão respeitar as normas técnicas previstas no Código Sanitário do Estado de São Paulo, bem como as disposições contidas na legislação estadual e federal, em regulamentos, portarias, normas coletivas de trabalho e em termos de ajuste de conduta, pertinentes ao objeto desta lei, que sejam mais restritivas no que concerne às medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.
Lei 12.684/07 Fundamentos As empresas ou instituições, públicas e privadas Quando requisitado pelo SUS, é obrigatório o fornecimento, pelas empresas que tenham utilizado o amianto no Estado de São Paulo até a data da entrada em vigor desta lei, de informações referentes aos empregados e ex-empregados que tenham sido expostos ao amianto, como nome e endereço completos, cargo ou função, data de nascimento, data de admissão e, se for o caso, da demissão, data da cessação da exposição, diagnóstico dos exames clínico e radiológico e prova de função pulmonar, inclusive exames complementares, se houver.
Lei 12.684/07 Fundamentos Ao Poder Executivo Cabe cuidar de divulgar amplamente a nocividade do asbesto, também orientando quanto à manutenção dos produtos anteriormente instalados, até sua inteira eliminação. O novo diploma legal instituiu, por fim, normas de Saúde Pública referentes à matéria. Criar, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e demais unidades de saúde, programas para desenvolver ações de vigilância em saúde e assistência especializada que visem à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento das doenças decorrentes do trabalho com o amianto.
Lei 12.684/07 Fundamentos Ao Poder Executivo A não observância ao disposto nesta Lei é considerada infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades estabelecidas no Título IV, do Livro II, do Código Sanitário do Estado de São Paulo, Lei nº. 10.083, de 23 de setembro de 1998.
Divulgando a luta pelo Estado Para debater sobre a implementação e regularização da Lei 12.684/07 Marcos Martins e Abrea realizam Audiência Pública na Assembléia Legislativa de São Paulo no dia 13 de setembro de 2007; Como deputado estadual, Marcos Martins percorre o Estado para divulgar a Lei 12.684/07 e para pedir apoio de parlamentares municipais e da população na luta contra o amianto.
A força do lobby do Amianto Dias após o sancionamento da Lei 12.684/07, o lobby do amianto entra com uma ADIn (Ação Direta de Incostitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal), mas não obtém Liminar para impedir o implementação da Lei; No dia 20 de agosto, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) obtém liminar no TJ-SP (Tribunal de Justiça) impedindo provisariamente o vigor da Lei 12.684/07.
Decisão Inédita O STF, que sempre se posicionou pela incompetência das esferas municipal e estadual para legislarem sobre asbesto, pela primeira vez revê a questão, com repercussão na imprensa; No dia 13 de novembro, a liminar da Fiesp é derrubada e o STF determina o cumprimento da lei paulista 12.684/07.
Continuidade da Guerra Jurídica Na véspera das festividades de fim de ano, 20 de dezembro, o STF concede à industria do amianto liminar que suspende a Lei 12.684, que vigoraria em sua plenitude a partir do dia 1 de janeiro; A Assembléia Legislativa de São Paulo protocola no dia 27 de dezembro, agravo regimental e uma ação cautelar no STF para derrubar a liminar do Lobby do amianto. Ambos foram postergados pelo STF.
Dando prosseguimento à Luta Em 2008 Enquanto aguarda a decisão do STF, Marcos Martins planeja continuar com ações de conscientização por todo o Estado de São Paulo, divulgando os malefícios que o amianto causa aos seres humanos e ao meio ambiente. O deputado apoiará medidas que possam modificar a Lei Federal 9.055/95 que permite o uso controlado do crisotila branco. Marcos Martins avalia que este é um dos caminhos para banir o amianto do Brasil.