ANÁLISE IMEDIATA DE BIOMASSAS AMAZÔNICAS



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Transcrição:

Proceedings of the 11 th Brazilian Congress of Thermal Sciences and Engineering -- ENCIT 2006 Braz. Soc. of Mechanical Sciences and Engineering -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006 Paper CIT06-0551 ANÁLISE IMEDIATA DE BIOMASSAS AMAZÔNICAS Antonio Geraldo de Paula Oliveira Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica - LABGAS, Sala 5. Belém-PA-Brasil, CEP: 66075-110 ageraldo@ufpa.br Genésio Batista Feitosa Netto Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica, Sala 105 Manoel Fernandes Martins Nogueira Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica; Sala 202. Belém-PA-Brasil, CEP: 66075-110 mfmn@ufpa.br Hebert Willian Martins Coutinho Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica, Sala 206 Gonçalo Rendeiro Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica LABVAPOR, Sala 1, Belém-PA-Brasil, CEP: 66075-110 rendeiro@ufpa.br Resumo. Os sistemas isolados da Amazônia buscam uma alternativa a geração diesel. Dentre as energias renováveis, eventuais substitutas do petróleo, a biomassa é aquela capaz de fornecer grandes quantidades de energia tanto para transporte quanto para geração de eletricidade. Este trabalho apresenta os resultados da caracterização energética de 80 biomassas sólidas produzidos na Amazônia, através de análise imediata da biomassa seca (teor de voláteis, teor de carbono fixo e teor de cinzas), da determinação do poder calorífico superior e da densidade a granel. Essas informações são essenciais para a qualificação e quantificação do potencial energético disponível na biomassa residual amazônica. Palavras chave: caracterização de biomassa, análise imediata, biomassa amazônica. 1. Introdução Os sistemas isolados da Amazônia buscam uma alternativa a geração diesel. A biomassa vem ganhando espaço no cenário energético, pois dentre as fontes renováveis de energia ela possui potencial de suprir grandes quantidades de energia a preços competitivos e com um mínimo de impacto ambiental, a qualificando como candidato preferencial a substituto energético para os combustíveis fóssil (Silva, Rocha et al., ; Rosilo-Calle e Bajay, 2000; Nogueira e Cruz, 2004). No Estado do Pará são processados aproximadamente 10,8 milhões de metros cúbicos de madeira por ano dos quais 3,6 milhões são economicamente viáveis de serem exploradas quando comparadas com a geração diesel perfazendo um total de geração anual de 160 MW médios (Pinheiro, Nunes et al., ; Pinheiro, Rendeiro et al., 2004). Outra grande aplicação da biomassa é a produção de carvão vegetal fabricado a partir da lenha pelo processo de carbonização ou pirólise. O Brasil é o maior produtor mundial desse insumo energético. No setor industrial (quase 85% do consumo), o ferro-gusa, aço e ferro-ligas são os principais consumidores do carvão de lenha, que funciona como redutor (coque vegetal) e energético ao mesmo tempo. O setor residencial consome cerca de 9% seguido pelo setor comercial com 1,5%, representado por pizzarias, padarias e churrascarias (Infoener e Cenbio, 2006). Essa qualificação e quantificação do potencial energético da biomassa só podem ser possíveis se estiverem disponíveis os seus parâmetros energéticos (Tillman, 1991). Essa caracterização é feita com a medição do poder calorífico superior, dos teores de voláteis, cinzas, carbono fixo e densidade a granel. Este trabalho apresenta o resultado da caracterização energética de 80 espécies de biomassas da região amazônica realizadas no laboratório do grupo de Energia, Biomassa e Meio Ambiente EBMA da Universidade Federal do Pará para dar suporte à determinação do potencial energético de resíduos de biomassa. 2. Metodologias Empregadas A metodologia empregada será descrita separadamente para cada um dos ensaios realizados.

2.1 Amostragem e Preparação das Amostras A preparação das amostras foi feita obedecendo à norma NBR 6923 (Carvão Vegetal Amostragem e Preparação da Amostra). Este procedimento foi utilizado na preparação das amostras a serem utilizadas nos ensaios de teor de voláteis, cinzas, carbono fixo e também nos ensaios de poder calorífico superior e de densidade a granel. A aparelhagem e materiais utilizados foram: Triturador, mostrado na Figura 1; Balança analítica com capacidade de 5 kg; Saco plástico para freezer com fecho (33 x 41cm), com etiqueta de identificação; Saco de ráfia. Figura 1 Triturador de amostras (a) Fechado (b) Detalhe local de colocação da amostra 2.2 Determinação do Poder Calorífico Superior (PCS). Os ensaios de determinação do poder calorífico superior foram realizados obedecendo à norma. NBR 8633 (Carvão Vegetal Determinação do Poder Calorífico). Foi medido o poder calorífico superior em base seca da biomassa. A aparelhagem utilizada foi uma bomba calorimétrica digital (Modelo C2000 Control, Ike Werke), mostrada na Figura 2. Figura 2 Bomba calorimétrica digital 2.3 Determinação do Voláteis. Os ensaios de determinação do teor de voláteis foram realizados obedecendo à norma NBR 8112 (Carvão Vegetal Análise Imediata). A aparelhagem e materiais utilizados foram: Forno (mufla vertical) com temperatura controlada até 1100º C Mod. VMF / ASTM (Carbolite), mostrado na Figura 3;

Cadinho de aço inox ou porcelana com tampa; Espátula de aço inox; Balança analítica com sensibilidade de 0,001 g; Cronômetro; Luva de kevlar; Avental de raspa; Pinça metálica de cabo longo; Recipiente de cerâmica; Suporte metálico para o cadinho; Placa de amianto. Figura 3 Forno mufla vertical 2.4 - Determinação do Cinzas Os ensaios de determinação do teor de voláteis foram realizados obedecendo à norma NBR 8112 (Carvão Vegetal Análise Imediata). A aparelhagem e materiais utilizados foram: Forno (mufla horizontal) com temperatura controlada até 1100º C (Modelo AAF 1100 Carbolite), mostrado na Figura 4. Cadinho de aço inox ou porcelana com tampa; Espátula de aço inox; Balança analítica com sensibilidade de 0,001 g; Luva de kevlar; Avental de raspa; Pinça metálica de cabo longo; Recipiente cerâmico; Bandeja com cabo do forno. Figura 4 Forno mufla

2.5 - Determinação do Carbono Fixo Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-0551 Os ensaios de determinação do teor de voláteis foram realizados obedecendo à norma NBR 8112 (Carvão Vegetal Análise Imediata). A aparelhagem e materiais utilizados foram os mesmos do item 2.4. 2.6 - Determinação da Massa Específica (Densidade à Granel) Os ensaios de determinação da massa específica foram realizados obedecendo à norma NBR 6922 (Ensaios Físicos Determinação da Massa Específica). Os materiais utilizados foram: Balança com capacidade máxima igual a 130 kg e precisão de 50 gramas; Caixa de paredes rígidas com as seguintes dimensões internas. 600x600x600 mm, e de massa conhecida. 3. Resultados A Tabela 1 mostra os resultados obtidos através dos ensaios realizados com as diferentes espécies de biomassa. ID Comercial Tabela 1: Propriedades das espécies de biomassas ensaiadas. PCS Carbono Voláteis científico: (kcal/kg) Fixo Cinzas Densidade à Granel (kg/m3) 1 Acapu 4944.30 20.907 78.718 0.3745 250.0 2 Amesclão Trattinnickia burseraefolia 4500.00 255.00 3 Anani 4400.00 269.00 4 Andiroba Carapa guianensis Aubl. 4720.67 10.14 89.86 0.00 290.00 5 Angelim 4183.33 15.13 70.01 14.86 280.00 6 Angelim fava 4200.00 260.00 7 Angelim Pedra Hymenolobium spp. 4739.40 17.15 81.56 1.30 265.00 8 Angelim vermelho Dinizia excelsa 4881.00 20.34 79.61 0.05 250.00 9 Araracanga Aspidosperma desmanthum 4500.00 280.00 10 Bacuri Platonia insignis 4600.00 280.00 11 Bambu 4533.67 17.78 81.34 0.88 267.00 12 Breo 4756.20 14.19 85.62 0.19 259.00 13 14 Buchas trituradas de dendê Cacho seco de amêndoa 4142.40 15.23 72.86 9.91 298.00 4622.67 16.60 80.55 2.85 200.00

ID Comercial 15 Cajuaçu Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-0551 científico: Anacardium spp. PCS (kcal/kg) Carbono Fixo Voláteis Cinzas Densidade à Granel (kg/m3) 4200.00 230.00 16 Caroço de açaí NT 4576.00 19.45 79.44 1.11 240.00 17 Casca de amêndoa 5308.33 20.66 77.73 1.61 220.00 18 Casca de palmito 3864.67 18.00 76.14 5.86 240.00 19 Cascas de castanha do 4843.60 27.07 71.04 1.88 240.00 Pará 20 Cascas de nozes 5039.00 22.49 75.86 1.65 260.00 21 Cedrinho Erisma uncinatum 4400.00 235.00 22 Cedro 4827.20 15.27 84.63 0.10 249.00 23 Cedrorana Cedrelinga catenaeformis 4300.00 250.00 24 Cedro-rosa 4400.00 260.00 25 Copaíba Copaifera spp. 4755.00 9.05 90.87 0.08 250.00 26 Cumaru Dipteryx odorata 4810.30 13.29 86.65 0.07 270.00 27 Cupiúba Goupia glabra 4500.00 260.00 28 Curupixá Micropholis venulosa 4600.00 255.00 29 Faieira Roupala montana 4400.00 210.00 30 Falso Pau- Brasil 5257.20 21.42 78.39 0.19 220.00 31 Fava-Amargosa vatairea spp. 4400.00 210.00 32 Faveira-Bolota Parkia pendula 4300.00 213.00 33 Faveira-Branca Parkia spp. 4400.00 235.00 34 Fibra de coco 4458.33 24.67 70.60 4.73 282.00 35 Fibra de dendê 3953.18 19.59 76.21 4.20 200.00 36 Frejó 4400.00 200.00 37 Garapa 4463.00 18.33 78.51 3.17 200.00 38 Goiabão Pouteria pachycarpa 4300.00 250.00

ID Comercial 39 Guariúba científico: Clarisia racemosa PCS (kcal/kg) Carbono Fixo Voláteis Cinzas Densidade à Granel (kg/m3) 4300.00 220.00 40 Ipê Tabebuia spp. 4400.00 230.00 41 Jarana Lecythis lurida 4500.00 220.00 42 Jatobá Hymenaea courbaril 4636.60 19.99 79.63 0.38 200.00 43 Jutaí 4400.00 230.00 44 Louro Ocotea spp./nectandra spp. 4200.00 280.00 45 Louro-Faia Euplassa spp. 4710.00 17.75 82.04 0.21 230.00 46 Lourovermelho Nectandra rubra 4000.00 220.00 47 Macacaúba Playmiscium spp. 4100.00 200.00 48 Maçaranduba Manilkara spp. 4804.33 17.36 82.43 0.20 373.00 49 Mandioqueira Qualea albiflora 4705.30 16.04 83.23 0.73 200.00 50 Marupá Simarouba amara 4739.00 14.81 84.91 0.27 230.00 51 Melancieiro 4770.67 5.36 93.87 0.77 220.00 52 Mogno 4740.20 19.72 78.43 1.84 250.00 53 Morototó Schefflera morototoni 4200.00 230.00 54 Muirapiranga Brosimum spp. 4000.00 260.00 55 Munguba- Grande-da- Terra-Firme Eriotheca longipedicellata 4200.00 250.00 56 Orelha-de- Macaco Enterolobium schomburgkii 4000.00 255.00 57 Palmito 3977.67 17.63 76.24 6.13 230.00 58 Parapará jacaranda copaia 3900.00 220.00

ID Comercial 59 Pau-Amarelo científico: Euxylophora paraensis PCS (kcal/kg) Carbono Fixo Voláteis Cinzas Densidade à Granel (kg/m3) 4000.00 200.00 60 Pau-marfim 4611.30 15.25 84.07 0.69 237.00 61 Pau-preto 5307.80 20.02 79.36 0.62 210.00 62 Pequiá 63 Pequiarana Caryocar villosum Caryocar glabrum 4749.20 15.60 82.63 1.77 280.00 3900.00 300.00 64 Pracuuba 4894.00 18.17 80.92 0.91 280.00 65 Quaruba Vochysia spp. 4518.40 17.06 81.96 0.97 250.00 66 Quenga de coco 4908.67 19.30 79.74 0.95 300.00 67 68 Resíduo de favadanta Resíduo de uncária 4774.70 19.08 76.86 4.06 313.00 4965.00 21.49 70.10 8.41 222.00 69 Roxinho Peltogyne spp. 4740.00 19.59 80.08 0.33 230.00 70 Sapucaia Lecythis pisonis 4000.00 240.00 71 Sucupira Bowdichia nitida 4824.20 16.70 82.76 1.69 250.00 72 Sumaúma Ceiba pentandra 3900.00 240.00 73 Talo de uncária 4663.70 22.32 74.81 2.87 230.00 74 Tamboril Enterolobium maximum 3600.00 240.00 75 Tanimbuca Buchenavia spp. 4679.40 19.80 78.01 2.26 200.00 76 Tatajuba Bagassa guianensis 4570.33 17.58 81.81 0.61 240.00 77 Tauari Couratari spp. 4745.80 16.75 82.56 0.69 200.00 78 Taxi Tachigali myrmecophila 4000.00 200.00 79 Timborana piptadenia suaveolens 4200.00 230.00 80 Uxi Endopleura uchi 3900.00 200.00

4. Conclusões Pode-se observar na Figura 5 e na Figura 6 que as biomassas, no geral, apresentam consideráveis diferenças em suas composições. O valor médio do poder calorífico superior (PCS) encontrado foi de 4691,06 kj/kg, apresentando um desvio padrão de 312,09 kj/kg, a espécie com o maior PCS foi a casca de Amêndoa com 5308,33 kj/kg e o menor foi a casca de Palmito com 3864,67 kj/kg. Como mostrado na Figura 5. Quanto ao teor de voláteis, a média foi de 80,06%, apresentando um desvio padrão de 5,19%, a espécie com o maior teor de voláteis foi o Melancieiro com 93,87% e com o menor foi o Angelim com 70%. O teor de carbono fixo médio foi de 17,77% com um desvio padrão de 3,87%, a espécie com o maior teor de carbono fixo foi a casca de Castanha do Pará com 27.07% e a que apresentou um menor teor foi o Melancieiro com 5,35%. O teor de cinzas médio foi de 2,17% com um desvio padrão de 3%, tendo por espécie com maior teor de cinzas o Angelim com 14,85% e com menor o Angelim Vermelho com 0,05%. A densidade a granel entre as espécies apresentou uma média de 246,63 kg/m³ com um desvio padrão de 36,182 kg/m³, onde a espécie de maior densidade a granel foi a Maçaranduba com 373 kg/m³ e a menor densidade obtive-se do Cacho Seco de Amêndoa com 200 kg/m³. 100 6000 90 80 5000 Voláteis e Carbono Fixo 70 60 50 40 30 4000 3000 2000 20 10 0 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 Poder Calorífico (kk/kg) 77 1000 0 Espécies Poder Calorífico Voláteis Carbono Fixo Figura 5: Gráfico das propriedades das espécies.

16 400.0 14 350.0 12 300.0 Cinzas 10 8 6 4 250.0 200.0 150.0 100.0 Densidade à Granel (kg/m³) 2 50.0 0 0.0 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 Espécies Cinzas Densidade à granel Figura 6: Gráfico das propriedades das espécies. Agradecimentos Os autores agradecem o apoio do MME no financiamento do projeto de Implantação da Planta de Potência a Vapor, a Rede CELPA e ao CNPQ por conceder bolsa aos alunos. Referências Bibliográficas Infoener e Cenbio. Banco de Dados de Biomassa no Brasil - Carvão Vegetal: http://infoener.iee.usp.br/scripts/biomassa/br_carvao.asp 2006. Nogueira, M. F. M. e P. T. A. Cruz. Oportunidades para o Desenvolvimento da Biomassa Energética no Brasil. Biomassa Energia, v.1, n.2, p.29-36. 2004. Pinheiro, G., M. V. Nunes, et al. Qualidade de Energia na Geração Distribuida - Caso de Usina de Biomassa. UFPA. Belém: Pinheiro, G., G. Rendeiro, et al. Resíduos do Setor Madeireiro: Aproveitamento Energético. Biomassa & Energia,, v.1, n.2, p.199-208. 2004. Rosilo-Calle, F. e S. V. Bajay. Uso da Biomassa para Produção de Energia na Industria Brasileira. Campinas: editora Unicamp. 2000. 447 p. Silva, I. M. O. D., B. R. P. D. Rocha, et al. Biomass Residues for Energy Generation in Marajo Island, Brazil. UFPA. Belém: Tillman, D. A. The Combustion of Solid Fuels and wastes. San Diego: Academic Press. 1991. 378 p.

PROXIMATE ANALYSIS FOR AMAZON BIOMASSES Genésio Batista Feitosa Netto Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica, Sala 105 Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-0551 Antonio Geraldo de Paula Oliveira Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica-LABGAS, Sala 5 ageraldo@ufpa.br Manoel Fernandes Martins Nogueira Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica, Sala 201 mfmn@ufpa.br Hebert Willian Martins Coutinho Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica, Sala 206 Gonçalo Rendeiro Campus Universitário do Guamá, Lab. de Eng. Mecânica-LABVAPOR, Sala 1 rendeiro@ufpa.br Abstract In order to asses the potentiality of Amazon biomasses to generate power, either to supply electric energy to the grid or as fuel to plants supplying power for off-grid location, data for their proximate analysis must be available. A literature review on the subject indicated a lack of information and data concerning typical Amazon rain forest species. This work aimed to characterize (proximate analysis) 80 Amazon species in order to evaluate the energy resource from woody biomass wastes in Amazon region. Higher Heating Value, Carbon, Volatile and Ash contents were measured in a dry basis. The measurements were performed obeying the following Brazilian standards, NBR 6923, NBR 8112, NBR 8633, NBR 6922. Keywords: proximate analysis, Amazon biomasses, biomass characterization