ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU 2004) DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA NO CERRADO

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Transcrição:

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU 2004) DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA NO CERRADO Eleusio Curvelo Freire (Cotton Consultoria Ltda. / eleusiofreire@hotmail.com), Camilo de Lelis Morello (Embrapa Algodão), Fabio Akiyoshi Suinaga (Embrapa Algodão), João Luis da Silva Filho (Embrapa Algodão), Murilo Barros Pedrosa (Fundação Bahia), Adelardo José da Silva Filho (Embrapa Algodão), Arnaldo Rocha de Alencar (Embrapa Algodão). RESUMO - A Embrapa Algodão, possui quatro programas de melhoramento com localizações e objetivos distintos, incluindo o melhoramento do algodoeiro no cerrado do Mato Grosso, no cerrado de Goiás, no cerrado da Bahia e no semi-árido nordestino. Por exigências do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC do Ministério da Agricultura e Abastecimento, a coordenação do melhoramento da Embrapa Algodão anualmente programa ensaios de VCU, que incluem todas as linhagens com possibilidades de lançamento futuro, para fins de avaliação e caracterização final. Neste trabalho são apresentados os resultados dos ensaios de VCU conduzidos na safra 2003/04 no cerrado brasileiro, incluindo os estados de Mato Grosso, Goiás e Bahia. Estes ensaios foram planejados no delineamento de blocos casualizados com 18 tratamentos e 4 repetições. Os locais de condução dos ensaios VCU, foram o Cerrado da Bahia, de Goiás e de Mato Grosso. Os resultados obtidos nos ensaios de VCU resultaram na escolha das linhagens CNPA CO 97-1682 e CNPA CO 98-6399, lançadas com as denominações de BRS Camaçari e BRS Araçá, para o Cerrado da Bahia e Mato Grosso. Palavras-chave: algodão, VCU, cultivares. INTRODUÇÃO A Embrapa Algodão, possui quatro programas de melhoramento com localizações e objetivos distintos, incluindo o melhoramento do algodoeiro no cerrado do Mato Grosso, no cerrado de Goiás, no cerrado da Bahia e no semi-árido nordestino. Por exigências do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC do Ministério da Agricultura e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Abastecimento, as empresas obtentoras devem anualmente registrar e conduzir ensaios para fins de determinação do Valor de Cultivo e Uso VCU, onde devem ser incluídas cultivares comerciais já registradas e protegidas e, as linhagens que o obtentor considera que possuem potencialidades para comercialização futura. Para atendimento ao SNPC, a coordenação do melhoramento da Embrapa Algodão anualmente programa ensaios de VCU, que incluem todas as linhagens com possibilidades de lançamento futuro, para fins de avaliação e caracterização final. A metodologia utilizada pela Embrapa para a identificação e lançamento de cultivares de algodão foi apresentada por Freire et al (2005a). O uso desta metodologia, e o cumprimento de exigências legais, incluindo a realização de ensaios de VCU, resultaram no lançamento da cultivar BRS Araçá, na safra 2003/04, para uso no cerrado do Mato Grosso (FREIRE, et al 2005b). Neste trabalho são apresentados os resultados dos ensaios de VCU conduzidos na safra 2003/04 no cerrado brasileiro, incluindo os estados de Mato Grosso, Goiás e Bahia.

MATERIAL E MÉTODOS Estes ensaios foram planejados no delineamento de blocos casualizados com 18 tratamentos e 4 repetições. A parcela experimental foi constituída por 4 linhas de 5 m lineares, plantadas no espaçamento de 0,9 m, perfazendo 18 m 2, com área útil de 9 m 2, correspondendo as duas linhas centrais, sendo que após o desbaste foram deixadas 7 plantas por metro linear de sulco. As cultivares e linhagens participantes dos ensaios de VCU na safra 2003/04 foram as seguintes: BRS Aroeira, BRS Ipê, Delta Opal, BRS Cedro, CNPA CO 98-7663, CNPA CO 98-6399, CNPA CO 97-1692, CNPA GO 2000-995, CNPA GO 2000-999, CNPA GO 2000-1156, CNPA GO 2000-1167, CNPA BA 98-6123, CNPA BA 2000-2229,CNPA CO 97-302,CNPA CO 97-873,CNPA CO 99-11849, CNPA CO 99-11612 e BRS Verde. Foram efetuadas avaliações da produtividade de algodão em caroço (Rend) e de pluma (RenF) em kg/ha, rendimento de fibras em % (RendF), características tecnológicas de fibras, obtidas em HVI, incluindo: uniformidade (UNF), resistência (STR), finura (MIC), comprimento de fibras (LEN), e, índice de fiabilidade (CSP). Os locais de condução dos ensaios VCU, foram os municípios de Formosa do Rio Preto, Primavera do Leste e Santa Helena, localizados no cerrado da Bahia, de Goiás e de Mato Grosso. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos ensaios de VCU conduzidos na Bahia, Mato Grosso e Goiás, estão apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3. Na Tabela 1 estão os dados obtidos no VCU conduzido na Bahia, onde se verifica que as linhagens CNPA BA 6123, CNPACO 98-6399, CNPA CO 99-11612, CNPA CO 97-302 e CNPA GO 2000-1167 apresentaram as maiores produtividades e possuem potencialidades reais de serem lançadas como novas cultivares, pelo equilíbrio de suas características. Na Tabela 2 estão os dados obtidos no VCU conduzido em Primavera do Leste, MT, incluindo avaliações de resistência a doenças, aderência de capulhos e acamamento. Na Tabela 3 estão os dados obtidos no VCU conduzido em Santa Helena de Goiás. Com base nos resultados obtidos nestes ensaios de VCU foram escolhidas as linhagens CNPA CO 97-1682, que foi lançada como BRS Camaçari para o cerrado da Bahia; e a linhagem CNPA CO 98-6399, lançada com a denominação de BRS Araçá, para o cerrado de Mato Grosso. As metodologias utilizadas para a escolha e lançamento destas cultivares foram semelhantes às descritas por Freire et al (2005 a, b). CONCLUSÕES Os resultados obtidos nos ensaios de VCU resultaram na escolha das linhagens CNPA CO 97-1682 e CNPA CO 98-6399, lançadas com as denominações de BRS Camaçari e BRS Araçá, para o cerrado da Bahia e Mato Grosso,respectivamente. CONTRIBUIÇÃO PRATICA E CIENTIFICA DO TRABALHO Neste trabalho foram relatadas as metodologias utilizadas para a avaliação de linhagens a serem lançadas como novas cultivares de algodão pela Embrapa na safra 2003/04. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, E.C.; SUINAGA, F. A.; FARIAS, F. J. C.; MORELLO, C.L.; SILVA FILHO, J.L.; PEDROSA, M. B.; CHITARRA, L.G.; VIDAL NETO, F.C.; ANDRADE, F.P,; SANTOS, J.W.; ARAUJO, G,P,; LIRA,

A.J.S.; MENZES, V.L. BRS Araçá. Cultivar precoce e com resistência a viroses para o cerrado de Mato Grosso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 5, Salvador, 2005. Anais...Campina Grande; Embrapa Algodão, 2005. CD Room. FREIRE, E.C.; MORELLO, C.L; SUINAGA, F. A.;BRUNETTA,E.; BRUNETTA, P.; SILVA FILHO, J.L.; PEDROSA, M. B. Metodologia participativa para lançamento de cultivares no cerrado brasileiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 5, Salvador, 2005. Anais...Campina Grande; Embrapa Algodão, 2005. CD Rom.

Tabela 1. Médias de características agronômicas e tecnológicas de fibras dos genótipos de algodoeiro. Ensaio de Valor Cultivo e Uso (VCU), Faz.Independencia, Formosa do Rio Preto, BA. 2003/2004. Tratamentos % FIBRA REND RENDF UNF STR MIC LEN CSP BRS Aroeira 39,0 f 4767,0abc 1860,0 bc 86,3 a 33,7 a 4,3 ab 32,4 a 2342,5abcd BRS Ipê 41,3 bcde 5218,3abc 2151,8 ab 84,8ab 30,7ab 4,6 a 29,6 ef 2198,5 de Delta Opal 42,3 bcde 5185,0abc 2195,0 ab 85,7ab 33,0 a 4,4 ab 30,7 cde 2326,3abcde BRS Cedro 44,7 a 4948,8abc 2209,3 ab 85,2ab 31,6 a 4,6 a 30,6 cde 2237,8 cde BRS Peroba 40,8 cdef 4977,8abc 2028,5 ab 85,5ab 31,5 a 4,3 ab 31,0abcde 2285,8abcde CNPA CO 98-6399 41,8 bcde 5322,3abc 2225,3 ab 84,6ab 33,2 a 4,2 ab 30,8abcde 2287,3abcde CNPA CO 97-1692 40,3 ef 5229,0abc 2106,3 ab 84,9ab 30,8ab 4,3 ab 31,1abcde 2272,3abcde CNPA GO 2000-995 41,5 bcde 5407,3 ab 2239,8 ab 85,9ab 30,8ab 4,4 ab 30,7 bcde 2282,8abcde CNPA GO 2000-999 42,2 bcde 5454,0 ab 2296,3 ab 85,7ab 30,3ab 4,3 ab 30,6 cde 2274,0abcde CNPA GO 2000-1156 43,3 ab 5535,5 ab 2396,0 a 85,8ab 33,4 a 4,5 ab 30,8abcde 2309,0abcde CNPA GO 2000-1167 42,7 abc 5588,5 ab 2387,5 a 85,4ab 31,7 a 4,3 ab 31,4 abcd 2356,8 abc CNPA BA 98-6123 40,6 def 5693,5 a 2311,0 ab 86,4 a 31,7 a 4,0 bc 32,4 ab 2403,0 ab CNPA BA 2000-2229 35,6 g 4112,0 c 1463,5 c 85,4ab 32,3 a 3,5 cd 31,9 abc 2414,3 a CNPA CO 97-302 42,7 abcd 5576,8 ab 2376,5 a 84,7ab 31,2 a 4,2 ab 30,7 bcde 2263,5 bcde CNPA CO 97-873 42,9 ab 4365,0 bc 1872,5 bc 84,3ab 31,0ab 4,2 ab 30,2 def 2210,0 de CNPA CO 99-11849 43,2 ab 5317,0abc 2295,3 ab 84,7ab 32,9 a 4,5 ab 30,5 cde 2276,5abcde CNPA CO 99-11612 42,6 abcd 5700,0 a 2426,3 a 85,0ab 31,9 a 4,4 ab 30,7 cde 2248,3 cde BRS Verde 30,4 h 2251,5 d 682,8 d 83,8 b 25,8 b 3,1 d 28,7 f 2195,0 e Média 40,98 5036,06 2084,63 85,22 31,52 4,22 30,81 2287,96 F 65,57 ** 12,12 ** 19,50 ** 2,90** 2,95** 8,85 ** 7,69 ** 5,06 ** C.V. (%) 2,0 9,35 9,21 0,95 6,45 5,85 2,06 2,44 * Médias seguidas da mesma letra, dentro das colunas, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2. Médias das avaliações de doenças efetuadas no Ensaio de Valor Cultivo e Uso (VCU), Primavera do Leste, 2003/2004 Genótipos Características1,2 VIR RLA ALTURA AC AD %Fibra Rend RendF BRS AROEIRA 1,8b 2,6a 100,5 a 1,1b 1,6a 39,8c 299,4ª 118,9a BRS IPÊ 2,1b 2,6a 98,8 a 1,1b 1,1b 41,3c 262,7ª 108,6a DELTA OPAL 1,1c 2,9a 97,5 a 1,0b 1,1b 41,1c 291,9ª 119,9a BRS CEDRO 1,0c 3,0a 100,0a 1,5a 1,1b 46,6a 288,6ª 134,2a BRS PEROBA 1,9b 2,5a 103,0a 1,0b 1,3b 41,8c 255,5ª 106,4a CNPA CO 98-6399 1,3c 2,8a 100,0a 1,0b 1,2b 41,1c 247,8ª 101,9a CNPA CO 97 1692 0,8c 2,5a 111,8 a 1,3a 1,6a 41,5c 303,0a 125,8a CNPA GO 2000-995 1,9b 3,1a 102,0a 1,0b 1,2b 42,0c 255,9ª 107,5a CNPA GO 2000-999 1,3c 2,9a 102,5 a 1,1b 1,4a 42,0c 247,8ª 104,1a CNPA GO 2000-1156 2,4b 2,4a 104,3 a 1,1b 1,1b 43,1b 257,8ª 111,1a CNPA GO 2000-1167 1,8b 1,8b 98,8 a 1,4a 1,1b 43,1b 307,8ª 132,6a CNPA BA 98-6123 1,4c 2,3b 102,0a 1,1b 1,3a 41,5c 287,2ª 119,4a CNPA BA 2000-2229 3,7ª 2,3b 102,8 a 1,1b 1,1b 36,0d 167,0b 59,9b CNPA CO 97-302 1,1c 2,5a 97,0a 1,0b 1,4a 43,4b 275,7ª 120,0a CNPA CO 97-873 2,4b 1,8b 108,3 a 1,6a 1,0b 42,0c 259,7ª 109,4a CNPA CO 99-11849 2,1b 2,3b 102,0a 1,4a 1,0b 43,3b 253,0a 109,4a CNPA CO 99-11612 1,3c 1,9b 112,0a 1,3a 1,3a 42,8b 331,8ª 142,1a BRS VERDE 1,0c 2,5a 105,3 a 1,0b 1,1b 32,5e 118,2b 39,6b 1 VIR: Severidade do ataque de mosaico das nervuras fsp. Ribeirão Bonito; RLA: Severidade do ataque de Ramularia areola; AC: Escala de notas de acamamento; AD: Escala de notas de aderência da fibra; Rend: produtividade de algodão em caroço (@/ha); RendF: produtividade de algodão em fibra (@/ha). Médias seguidas da mesma letra, dentro das colunas, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 3. Médias das avaliações de linhagens e cultivares do ensaio VCU, para caracteres tecnológicos de fibra, de produção e desenvolvimento, em Santa Helena de Goiás. 2003/2004. TRATAMENTOS PF REND RENDF LEN MIC SFI STR CSP BRS AROEIRA 38,5d 4638a 1785 30,9abcd 4,6 4,8c 31,5 2259abcd BRS IPÊ 40,8bcd 4369a 1781 29,5e 4,9 5,8bc 30,0 2174ed DELTA OPAL 40,8bcd 4614a 1881 30,5abcde 4,7 5,9bc 32,4 2260abcd BRS CEDRO 44,4ª 4071ab 1807 29,8de 4,9 6,0bc 30,7 2175ed BRS Perobá 40,1bcd 4243a 1706 30,5abcde 4,8 5,9bc 31,2 2190ecd CNPA CO 98-6399 40,5bcd 4266a 1729 30,3abcde 4,7 6,7b 30,7 2211ecd CNPA CO 97 1692 39,4cd 3937ab 1552 30,3abcde 4,8 6,1bc 31,0 2209ecd CNPA GO 2000 995 40,9bcd 4110ab 1682 29,5e 5,0 6,2bc 29,8 2178ecd CNPA GO 2000 999 41,4abcd 4308a 1785 30,3abcde 4,9 5,9bc 31,2 2251abcd CNPA GO 2000 1156 42,8ab 4595a 1968 31,2abc 4,8 5,8bc 31,8 2274abc CNPA GO 2000 1167 41,0bcd 4568a 1873 31,5ab 4,8 6,2bc 32,2 2325ab CNPA BA 98 6123 40,3bcd 4262a 1717 31,7a 4,7 5,8bc 31,4 2323ab CNPA BA 2000 2229 34,7e 2216c 773 31,6ab 3,9 6,2bc 32,9 2343a CNPA CO 97 302 42,5abc 4253a 1809 30,0cde 4,9 6,4bc 29,3 2169ed CNPA CO 97 873 39,8bcd 4475a 1774 30,2bcde 4,6 5,9bc 32,0 2240bcd CNPA CO 99 11849 41,7abc 4535a 1889 30,6abcde 4,7 5,7bc 31,1 2255abcd CNPA CO 99 11612 42,3abc 4258a 1800 29,7de 5,2 5,5bc 31,5 2136e BRS VERDE 28,8f 3072bc 885 27,9e 3,0 8,8a 22,6 2163ed MÉDIAS 40,0 4155 1678 30,3 4,7 6,1 30,7 2229 CV (%) 3,0 10,3 10,6 1,7 4,4 11,1 5,6 1,9 F 34,0 7,9 13,2 11,8 20,9 5,3 6,6 10,6 Médias seguidas das mesmas letras, dentro das colunas, não diferem estatisticamente entre pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.