UFGD/FCA Dourados MS, 1 Mestrandos em Produção Vegetal UFGD/FCA 2 Graduando em agronomia UFGD 3 Pesquisador da Embrapa

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Transcrição:

EFEITO DA CERCOSPORIOSE NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE HÍBRIDOS DE MILHO Wesley Souza Prado 1 ; Luan Marlon Ribeiro 1 ; Arthur Kenji Mendes Maeda 1 ; Emanoel Sanches Martins 2 ; Gessi Ceccon 3 ; Livia Maria Chamma Davide 4 ; UFGD/FCA Dourados MS, Email: wesleywsp@hotmail.com 1 Mestrandos em Produção Vegetal UFGD/FCA 2 Graduando em agronomia UFGD 3 Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste 4 Professora Dra. da UFGD-FCA RESUMO O objetivo do trabalho foi quantificar os efeitos da cercosporiose no rendimento de diferentes híbridos pré-comerciais de milho no Mato Grosso do Sul. O experimento foi conduzido na Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados - MS. Foram semeados 31 híbridos pré-comerciais e 5 híbridos comerciais (testemunhas). O delineamento experimental foi blocos casualizados, com duas repetições cada tratamento. Ao longo do ciclo da cultura foram realizadas 4 avaliações de severidade da doença, com o auxílio da escala de notas. Para avaliar a severidade da doença ao longo do tempo foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Os dados da produtividade de grãos e da AACPD foram submetidos à análise de variância, seguido por teste de agrupamento de média. Foi possível constatar variabilidade genética em relação aos híbridos estudados quanto aos caracteres produtividade de grãos e severidade de doença. Doze híbridos pré-comerciais podem ser considerados promissores com relação a característica produtividade. Seis híbridos précomerciais e os comerciais AG8088PRO e DKB390PRO apresentaram comportamento superior quanto a resistência a cercosporiose. A cercosporiose influenciou a produtividade de grãos dos híbridos estudados, demonstrando a variabilidade e a suscetibilidade entre os genótipos. Palavras Chave: Cercospora zeae-maydis; Doenças do Milho; Rendimento de grãos INTRODUÇÃO A ocorrência de doenças pode ser listada entre um dos principais fatores que afetam a cultura do milho, podendo causar grandes prejuízos a cultura. Pinto et al. (2004) considera que o aumento da área plantada, a obtenção de cultivares com susceptibilidade a doenças, plantios consecutivos ao longo de anos, o manejo inadequado da irrigação e as práticas de plantios diretos sobre restos culturais de milho podem ter contribuído para a proliferação de patógenos.

Dentre as doenças foliares, a cercosporiose, cujo agente etiológico é Cercospora zeaemaydis Tehon & E.Y. Daniels é, atualmente, uma das principais doenças da cultura do milho em vários países. Os sintomas caracterizam-se por manchas de coloração cinza, retangulares a irregulares, com as lesões desenvolvendo-se paralelas às nervuras. Pode ocorrer acamamento em ataques mais severos da doença. A sua disseminação ocorre por meio de esporos e restos de cultura levados pelo vento e por respingos de chuva. Os restos de cultura são, portanto, fonte local e fonte para outras áreas (Casela et al., 2006). Como no estado do Mato Grosso do Sul a cultura do milho está em uma das pricipais culturas semeadas, requerendo assim, híbridos com produtividades altas e elevada tolerância às principais doenças, como a Cercospora, Phaeosphaeria, Turcicum e o complexo das doenças de colmo, devendo então apresentar elevada capacidade de adaptação às condições climáticas adversas, principalmente déficit hídrico e temperatura (AGUIAR, 2003 ). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi quantificar os efeitos da cercosporiose no rendimento de diferentes híbridos pré-comerciais de milho no Mato Grosso de Sul. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Embrapa Agropecuária Oeste, no município de Dourados, região Centro-Sul do estado de Mato Grosso do Sul, no ano agrícola de 2014. Foram utilizados 36 híbridos, sendo 5 híbridos comerciais colocados como testemunha e 31 híbridos pré comerciais. O delineamento experimental foi blocos casualizados, com duas repetições cada tratamento. Cada parcela experimental foi composta por 2 linhas de 5 m de comprimento com espaçamento de 0,90 m entre fileiras e de 0,20 cm entre plantas. A área útil foi de 7,2 m 2. O início e o desenvolvimento da epidemia ocorreram por infecção natural. A severidade média da doença foi avaliada em todas as plantas da parcela com o auxílio da escala de notas proposta pela Agroceres (1996). As notas de severidade desta escala variam de 1 a 9, onde 1:0% de doença, 2: 0,5% de área foliar lesionada, 3: 10%, 4: 30%, 5: 50%, 6: 70%, 7: 80%, 8: 90% e 9: 100% de área foliar lesionada. Nas notas de 1 a 4, os híbridos são considerados de alta a mediana resistência. Nas notas 5 a 6, os híbridos possuem mediana suscetibilidade e notas de 7 a 9, são considerados de suscetíveis à altamente suscetíveis. Foram realizadas quatro avaliações, em intervalos de sete dias, sendo a primeira 80 dias após o plantio. A produtividade dos híbridos foi obtida por meio da pesagem das parcelas, sendo convertida para hg há -1 e corrigida para 13% de umidade.

Para avaliar a severidade das doenças ao longo do tempo foi estimada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) de acordo com a fórmula proposta por Campbell e Madden (1990): n 1 i1 Y i1 Yi 2 xt 2 T 1, em que: Y i: severidade da doença na época de avaliação i ( i = 1,...n); Y i+1: severidade da doença na época de avaliação i+1 ; T 2 -T 1 : Tempo entre duas avaliações; n: número total de observações. Os dados da produtividade de grãos e da AACPD foram submetidos à análise de variância, seguido pelo teste de agrupamento de médias Scott-Knott, com auxilio do Programa Genes (CRUZ, 2006). RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir dos resultados obtidos na análise de variância, verificou-se que os híbridos apresentam comportamento diferenciado com relação à característica produtividade de (Tabela 1). Batista (2010), avaliando 22 híbridos comerciais em Augusto Pestana - RS verificou diferenças significativas para produtividade em relação ao desempenho dos diferentes genótipos utilizados no experimento. O autor comenta a produção de grãos é um dos fatores mais importantes na escolha de um híbrido de milho e está relacionada com a genética da planta, fatores climáticos e a região onde a cultivar será implantada. Sousa et al. (2013), não encontrou diferenças estatísticas entre os híbridos estudados em Ipameri-MG, isso pode ser devido a utilização de apenas 5 genótipos e condições ideais na safrinha, não possibilitando diferir estatisticamente quanto a produtividade de grãos. Tabela 1 Resumo da análise de variância de 36 tratamentos com relação à produtividade de grãos (Kg ha -1 ) e a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Quadrado Médio FV GL PROD AACPD Bloco 1 267,954 561.71 Tratamento 35 1.212.782,65** 35.917,11** Resíduo 35 381.782,56 5.730,14 CV% 11,8 25,51 Média 5.234 296,7 ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. PROD: Produtividade de grãos; AACPD: área abaixo da curva de progresso da doença.

Para a AACPD, também foram observadas diferenças significativas (Tabela 1), indicando que os genótipos diferem entre si quanto à susceptibilidade a doença. Com relação à produtividade, o maior rendimento foi apresentado pelo híbrido précomercial 15, com média de 7.058,18 kg ha -1, entretanto este não diferiu estatisticamente de outros 11 híbridos pré-comerciais e 3 comerciais (Tabela 2). A produtividade média do híbrido 15 pode ser considerada boa para as condições de safrinha 8.114 kg ha -1 e superior às médias de produtividade do Brasil 4.943 kg ha -1 e do Mato Grosso do Sul 4.514 ha -1 (CONAB, 2013). O híbrido comercial mais produtivo foi o DKB390PRO com média de 6161.29 kg ha -1, também acima nacional e do MS. O pior rendimento foi do híbrido pré-comercial 31, com média de 3.902,19 kg ha -1, também não diferindo estatisticamente de outros 18 pré-comerciais e 2 comerciais. Essas baixas produtividades no país decorrem de vários fatores, incluindo cultivares susceptíveis a doenças como a cercosporiose. A severidade da doença verificada no experimento permitiu discriminar os híbridos quanto a sua resistência (Tabela 2). Considerando os dados da AACPD, observou-se que os híbridos mais resistentes a Cercospora zeae-maydis foram os pré-comerciais 30, 32, 22, 3, 15 e 36 e os comerciais AG8088PRO e DKB390PRO. E os mais suscetíveis foram os précomerciais 9 e 11. O híbrido comercial 2B707HX foi o mais suscetível, tendo alcançado maior valor de AACPD (666.067) Os diversos híbridos comportaram-se como moderada resistência. Brito et al. (2007), avaliando o efeito da cercosporiose no rendimento de híbridos comerciais de milho também encontrou diferenças significativas para AACPD, classificando os híbridos em resistentes, moderadamente resistentes e suscetíveis, assim, como no presente estudo. Barbosa (2013) constatou que dois híbridos apresentaram alta produtividade de grãos e satisfatório nível de resistência à cercosporiose, concluindo que para a avaliação do nível de resistência a essa enfermidades deve-se optar pela avaliação no período que compreende 80 a 100 dias após a emergência das plantas, o qual fornece resultados semelhantes à AACPD. Alguns híbridos que apresentaram menor AACPD apresentaram maiores produtividades, como por exemplo, os comerciais AG8088PRO e DKB390PRO, e os précomerciais 15 e 30. Demonstrando que um dos efeitos para queda da produtividade é a resistência de híbridos a doenças, como cercosporiose. E híbridos que apresentaram maiores índices de AACPD apresentaram menores produtividades como o 9 e 11, confirmando o efeito da doença nos genótipos (Tabela 2).

Brito et al. (2007) evidenciaram que híbridos com índice de AACPD menores obtiveram maiores produtividades, e também alguns com maiores AACPD apresentaram menores produtividades. Assim como no presente trabalho, os comerciais, AG8088PRO e DKB390PRO, e os pré comerciais 30 e 15 obtiveram os menores valores de AACPD e também maiores produtividades. Tabela 2 - Resultados médios da produtividade de grãos (Kg ha -1 ) e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) obtidos em 36 híbridos de milho. Híbridos PROD Híbridos PROD Híbridos AACPD Híbridos AACPD 15 7.058 a 7 5.091 b 30 8,5151 d 4 286,4729 c 19 6.801 a 23 5.088 b AG8088PRO 89,0285 d 19 325,8659 b 36 6.485 a 22 4.897 b DKB390PRO 96,1244 d 6 332,9618 b DKB390PRO 6.161 a 32 4.866 b 32 110,3162 d 33 336,8034 b 33 6.087 a 20 4.839 b 22 128,3855 d 17 336,8034 b AG8088PRO 6.076 a 24 4.805 b 3 128,3855 d 35 336,8034 b 8 5.930 a 13 4.795 b 15 153,5508 d 20 357,5214 b 12 5.917 a 4 4.727 b 36 178,716 d 29 361,9687 b 2B707HX 5.873 a 11 4.727b 28 209,7476 c 3H842 361,9687 b 5 5.735 a 14 4.722 b 7 236,1424 c 24 361,9687 b 17 5.687 a 26 4.682 b 16 254,2118 c 2 369,1004 b 27 5.674 a 35 4.677 b 23 254,2118 c 12 383,2923 b 30 5.548 a 6 4.549 b 26 254,2118 c 25 387,1339 b 16 5.482 a 2 4.545 b 8 261,3077 c 31 387,1339 b 29 5.411 a BRS1055 4.230 b 14 261,3077 c 27 433,6228 b 25 5.268 b 9 3.951 b BRS1055 261,3077 c 9 501,4352 a 3H842 5.143 b 3 3.905 b 5 286,4729 c 11 619,5781 a 28 5.109 b 31 3.902 b 13 286,4729 c 2B707HX 666,067 a Média 5.234 Média 296,709 CV (%) 11,8 CV (%) 25,51 Médias seguidas de letras distintas minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05), CONCLUSÃO Conclui-se que dentre os genótipos avaliados há híbridos promissores quanto a produtividade de grãos e resistência a cercosporiose. A severidade da doenças influenciou a produtividade de grãos dos híbridos pré-comerciais e comerciais estudados, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, C,G, Milho safrinha - critérios para escolha de cultivares de milho híbrido,

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