EDIÇÃO ESPECIAL DE GREVE 16 DE AGOSTO/2012 Executivo procura espaço no Orçamento de 2013 para contemplar servidores

Documentos relacionados
Bolsonaro vai ao Congresso e entrega proposta de reforma da Previdência

Dilma abre espaço para reajustes de salários na Polícia Federal

Governo alega inconstitucionalidade para vetar projeto de reajuste do judiciário

Acordos devem prevalecer sobre a CLT, diz ministro

Diante da piora das estimativas, o governo Temer terá de definir um novo corte de despesas no Orçamento e buscar novas receitas.

MINIsTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS TERMO DE COMPROMISSO

Ato contra a terceirização no Recife une sindicatos e movimentos sociais

Não à Reforma da Previdência!

22 de Setembro: Paralisação Nacional contra as reformas trabalhista e da Previdência

CLIPPING OUVIDORIA GERAL DO DF. Quinta-feira, 27 de março de OUVIDORIA GERAL DO DF. Diretoria de Planejamento

Aumento real da aposentadoria coloca em risco salário mínimo O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (24)

Mais categorias aceitam parcelar reajuste salarial

Nova gestão nem começou e governo federal já ataca direitos trabalhistas

paralisam e protestam contra a terceirização e os ajustes fiscais

CNASI-AN ORIENTA SERVIDORES E ASSOCIAÇÕES PARA ADERIREM A MOBILIZAÇÕES CONTRA PEC 2 Sex, 30 de Setembro de :31

Na Bahia, os funcionários terceirizados da UFBA estão paralisados desde o dia 13 de maio.

Crédito: Guina Ferraz Proposta insuficiente do BB foi apresentada na quarta rodada, em Brasília

Mais de 200 mil pessoas protestam contra reformas e por Diretas Já! no Ocupa Brasília Seg, 29 de Maio de :35

A ideia, diz ele, é substituir o fator, criado em 1999, por uma fórmula que retarde as aposentadorias no Brasil.

Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais

Boletim Econômico Edição nº 19 fevereiro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Em meio a polêmicas, greve dos professores estaduais do RS completa um mês

Relatório da Audiência da CNTSS/CUT com o Ministério do Desenvolvimento Social

Docentes de várias universidades estaduais intensificam mobilização e deflagram greves

Telefone: / Fax:

Encontro com os Sindicalizados/Servidores da SURGO. ASMETRO-SN : O Seu Sindicato de Fato e de Direito

Informativo janeiro/2018

Crédito: Seeb São Paulo Paralisação de agência do Bradesco no centro de São Paulo

Comércio amarga redução de vagas

A remuneração dos negros também permanece desigual, 12,7% mais baixa

FECOMÉRCIO VEÍCULO: TRIBUNA DO NORTE DATA: EDITORIA: ECONOMIA

Engenheiros têm até dia 29 para regularizar a sua contribuição sindical urbana

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público. As Relações de Trabalho no Serviço Público. Sérgio Mendonça SRT/MP

Crédito: Seeb BH Bancários de Belo Horizonte ampliam paralisações e pressionam bancos

PEC 241, agora PEC 55: os impactos na vida de todos os trabalhadores e da população

TERCEIRIZAÇÃO: aprovação da lei é o início dos ataques aos nossos direitos. À luta!

Reforma reduz valor das aposentadorias e afeta consumo das famílias

Tentativa do governo é isolar categorias do serviço público, greve na saúde continua e

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve decisão que condenou a BRF Brasil Foods

CARTA DOS TRABALHADORES DO PARANÁ AO CANDIDATO

Lula presta depoimento a Sérgio Moro em Curitiba PR

08/01/2019 TÍTULOS. Diário de Coimbra Diário de Leiria Público. cm-pombal.pt

C L I P P I N G DATA:

Onde está o dinheiro arrecado pelo Brasil?

Impacto do Reajuste do Judiciário previsto pelo Projeto de Lei 7.920/2014

SEMANA DO PRESIDENTE. DE 2 A 6 DE OUTUBRO DE Nº 73 Acesse e curta /MiguelTorresFS 2 DE OUTUBRO

Pauta: 1 - Informes; 2 - Conjuntura; 3 - Propostas/Encaminhamentos.

PLENÁRIA NACIONAL DA FENASPS

Entenda o que está em jogo com a aprovação da

09/12/2015 Consórcio privado no Eixo Anhanguera

2015 PRORROGAÇÃO DE MANDATO

MINHA CASA, MINHA VIDA (MCMV)

Repercussão da coletiva sobre a necessidade de reajuste da Tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas em 57,12%

Prioridade para o desemprego

Relatório da reunião da Mesa Setorial de Negociação Permanente dos ministérios da Saúde e do Planejamento, Orçamento e Gestão 07 de junho de 2018

RELATÓRIO DA REUNIÃO REALIZADA NO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO DIA 19 DE JULHO DE 2017

Boletim 999/2016 Ano VIII 14/06/2016

Em defesa da manutenção do salário mínimo vinculado às aposentadorias

Governo quer lançar novo PAC de R$ 53 bilhões (/noticias/geral/ governo-quer-lancarnovo-pac-de-r-53-bilhoes)

Boletim 763/2015 Ano VII 21/05/2015

Entenda ponto a ponto o que propõe o governo

Infraestrutura estagnada: o nó da economia brasileira

Transferência de renda é a principal marca da gestão Lula

Dia Nacional de Luta da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) mobiliza trabalhadores em todo o país

S I N O P S E S I N D I C A L J U N H O D E

22/12/2015 PMDB pode apoiar Caiado

Pimentel descumpre acordos e professores aprovam greve a partir do dia 8: Piso salarial é o mínimo

Regras de segurança desagradam indústria

CIRCULAR 8/2013-PRE/FNP. Assunto: Decisão da Plenária Três Federações em Belém dias 27 e 28 de Junho de 2013

Crédito: Fenae Caixa apresenta proposta muito aquém do que os trabalhadores reivindicam

Governo libera R$ 140 milhões para conclusão da segunda ponte do Rio Guaíba

DELEGADOS FAZEM PARALISAÇÃO HISTÓRICA

Democratização do Estado e negociação coletiva. Senador José Pimentel 4/4/2014

Bombas do próximo governo Por Ribamar Oliveira De Brasília 01/10/2010

Crise leva 111 categorias a fechar acordo com redução de salários

14/09/17. Servidores federais já podem aderir a PDV

A informação necessária

S I N O P S E S I N D I C A L A G O S T O D E Categoria Data-base Inflação acumulada INPC-IBGE

Reforma trabalhista terá primeira audiência pública no Senado na quarta

DIRIGENTES DO SINDICATO DOS CONTABILISTAS DE VOLTA REDONDA PARTICIPA

g1 globoesporte gshow famosos & etc vídeos MENU G1 Alagoas MENU G1 Alagoas notificaçõesminha conta 1 de 12 06/05/ :13

Segmento atacadista já eliminou 6 mil vagas no ano

GOVERNO VETA REESTRUTURAÇÃO DE CARREIRAS DO INCRA, PREJUDICANDO PÚBLICO BENEFICIÁ Sex, 18 de Janeiro de :23

Cadastre-se. Portal Vermelho.:: A Esquerda Bem Informada ::. Portal Vermelho Brasil, terça-feira, 27 Abril 2010

PROCERGS Trabalhadores da Procergs suspendem greve

Sumário-Executivo *****

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Procergs novamente na feira, a partir das 9h!

Crédito: Jaílton Garcia/ Contraf-CUT Jaílton Garcia/ Contraf-CUTA Fenaban preferiu responder que ainda vai consultar as instituições

CAMPANHA SALARIAL 2015 Debate sobre carreira

Relatório Trabalhista

PEC n 241. o novo regime fiscal e seus possíveis impactos SINDPD - RJ

Brazilian Economic Outlook

CARTA DOS TRABALHADORES DO PARANÁ AO CANDIDATO

Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT Avanços foram insuficientes na negociação deste sábado 27, em São Paulo

CÂMARA DOS DEPUTADOS Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira

Intervenção militar e Fora, Temer mantém a rodovia BR 163 bloqueada no km 1000 em Novo Progresso

Edição 934 Dezembro/2016

INFORME ESPECIAL ASSESSORIA PARLAMENTAR Nº 01

Transcrição:

EDIÇÃO ESPECIAL DE GREVE 16 DE AGOSTO/2012 Executivo procura espaço no Orçamento de 2013 para contemplar servidores Diante da insistência dos servidores públicos, cuja greve provoca transtornos à população e impõe pesados custos ao setor produtivo, a presidente Dilma Rousseff deu ontem sinal positivo para que o Ministério do Planejamento reserve recursos para reajustes a uma parte do funcionalismo em 2013. No quadro mais conservador, a proposta orçamentária que será encaminhada ao Congresso até 31 de agosto terá R$ 14 bilhões para a correção de salários, já incluídos os R$ 7,1 bilhões ofertados a professores (R$ 4,2 bilhões) e técnicos administrativos de universidades (R$ 2,9 bilhões). No cenário mais otimista, a fatura chegará a R$ 22 bilhões, ainda muito longe dos R$ 92 bilhões que os servidores querem. O que pesa contra a maior generosidade do Palácio do Planalto são os incentivos fiscais que Dilma ainda quer conceder ao setor produtivo. Estamos fechando as contas. Mas o importante é que a presidente já indicou até quanto poderemos dar de reajustes, disse um técnico do Planejamento. A reserva de recursos foi definida na reunião da junta orçamentária, na última segunda-feira. Mas ainda dependia do aval da presidente Dilma. Foi por essa razão que o Ministério do Planejamento não apresentou nada de concreto nas últimas conversas com representantes dos servidores. O governo havia suspendido as negociações por duas semanas para fazer as contas. Com isso, criou muita expectativa no funcionalismo. Porém, a demora para encontrar verbas no Orçamento acabou provocando frustrações nos grevistas, que elevaram o tom contra o governo, a ponto de prenderem o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, por várias horas em um sala de reuniões do ministério. (FONTE: JULIANA BRAGA CORREIO WEB) Protesto de servidores em greve prejudica trânsito na Esplanada dos Ministérios Brasília - Um protesto dos servidores federais em greve prejudica o trânsito na Esplanada dos Ministérios, região central de Brasília, na manhã de hoje (15). Os manifestantes se concentraram no início da manhã em frente à Catedral Metropolitana, e, pouco após as 10h, saíram marchando pela Esplanada, fechando parte da pista. Os veículos que se aproximam estão sendo desviados pela Polícia Militar (PM).

De acordo com a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), participam do ato 12 mil servidores de várias unidades da Federação. Eles chegaram a Brasília de ônibus na segunda e na terça-feira e estão acampados na Esplanada. A PM do Distrito Federal não confirmou o número, mas também não divulgou uma estimativa própria. Segundo o Condsef, o objetivo da manifestação é pressionar o governo na semana em que o Ministério do Planejamento negocia com as categorias paralisadas. Os servidores carregam bandeiras e faixas, além de apitos, cornetas e tambores. Eles são acompanhados por dois carros de som. (FONTE: AGÊNCIA BRASIL) Governo deve propor reajuste entre 4,5% e 5,5% O governo federal decidiu fazer uma proposta salarial concreta aos servidores públicos, em greve há mais de dois meses. O acordo apresentado prevê reajuste entre 4,5% e 5,5%, a partir do próximo ano, e o estabelecimento de uma política de aumentos salariais até 2015. Algo nos moldes feitos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao salário mínimo e que dê "previsibilidade" ao processo, conforme informou ao Valor fonte autorizada do Palácio do Planalto. Incomoda muito à presidente Dilma Rousseff a ideia segundo a qual seu governo não queria negociar com os sindicalistas. "O governo quer uma solução para a greve e que os servidores voltem ao trabalho", disse um auxiliar da presidente. Dilma só não teria apresentado antes uma proposta porque ainda não tinha uma resposta concreta para dar aos trabalhadores. Isso aconteceu ontem quando o Ministério do Planejamento apresentou o projeto do governo às centrais. Apesar do clima tenso, ruas interditadas e até de um acidente com ônibus que traziam policiais federais para protestar em Brasília - e que deixou 22 feridos -, o encontro das centrais com representantes do governo, ontem, não deixa de representar uma distensão nas relações políticas entre o Palácio do Planalto com os sindicalistas. O dia amanheceu tumultuado em Brasília. Logo cedo, dois ônibus que traziam de Goiânia agentes da Polícia Federal para a manifestação na Esplanada dos Ministérios se envolveram em um acidente com um Gol e outro ônibus. Pelo menos 4.500 servidores (12 mil, segundo os organizadores) fecharam três faixas da via provocando um congestionamento que se refletiu por toda a região sul da cidade. No fim da manhã, dirigentes das centrais se reuniam com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e o secretário do Tesouro, Arno Augustin. O governo também fez uma nova proposta para os técnicos-administrativos de universidades federais, mas manteve a oferta de reajuste salarial em 15,8% divididos em três anos. Só a proposta em relação aos técnicos levaria a um impacto suplementar de R$ 170 milhões no Orçamento. Ao longo dos três próximos anos, a estimativa é de R$ 2,9 bilhões. O impacto total, se vingar o acordo com todos os servidores, somente poderá ser estimado depois que for definido o índice de reajuste de cada categoria. Com relação aos professores, o Palácio do Planalto não está disposto a dar um tostão a mais do que já propôs. Auxiliares da presidente afirmaram que o governo só não apresentou antes uma proposta aos servidores porque não havia fechado os cálculos para o Orçamento de 2013. Na conversa com os sindicalistas, Carvalho adiantou: "A proposta não é a dos sonhos, é a possível."

Muito embora Lula insista que não interveio no assunto, quando conversou com sindicalistas da CUT criticou a falta de "jogo de cintura" dos técnicos do Ministério do Planejamento no trato com os grevistas. Antes dos sindicalistas, o presidente teve uma longa conversa com a presidente Dilma Rousseff. Além da proposta salarial concreta para o conjunto de servidores, que estava sendo discutida ontem à noite pelas centrais, o acordo do governo também prevê tratamento diferenciado para algumas categorias - militares, por exemplo -, não no que se refere diretamente aos salários, mas a benefícios. No fim do dia, os agentes da Polícia Federal eram os servidores que ainda demonstravam um alto grau de radicalização. Eles reivindicam reajuste de até 160% em três anos. O diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Pérsio Fagundes, disse que não foi discutida nenhuma tabela de correção salarial na reunião com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O presidente da federação sindical dos policiais federais, Marcos Winck, prometeu uma "quintafeira negra" em reação à não apresentação de uma proposta, com operações-padrões em portos, aeroportos e fronteiras. Enquanto isso, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que está otimista com a possibilidade de fechar um acordo ainda hoje com os técnicos administrativos das universidades federais. Depois disso, é preciso chegar a um consenso no que diz respeito ao cronograma de reposição de aulas, o que deve acontecer nos meses de janeiro, dezembro e fevereiro. (FONTE: RAYMUNDO COSTA E LUCAS MARCHESINI - VALOR ECONÔMICO - COLABORARAM EDNA SIMÕES E MURILO RODRIGUES ALVES) Impacto de greves nas eleições já preocupa PT Receio de que as paralisações prejudiquem os candidatos do partido já foi levado à presidente Dilma Rousseff pelo presidente da legenda, Rui Falcão A direção do PT começou a mostrar preocupação com a onda de greves no governo federal e as consequências que deverão ter no resultado das eleições municipais de outubro. O receio de que as paralisações prejudiquem os candidatos do partido já foi levado à presidente Dilma Rousseff pelo presidente da legenda, Rui Falcão, segundo petistas. Um dirigente do PT disse ao Estado que o tema da greve está presente nas eleições, principalmente nas grandes cidades, onde partidos como o PSTU e o PSOL têm quadros dirigentes nos sindicatos e bases fortes. Estes partidos aproveitam as greves para atacar o PT e dizer que, no governo, a legenda de Luiz Inácio Lula da Silva comporta-se como as outras, recusando-se a negociar com os dirigentes dos servidores públicos. A preocupação no PT cresceu um pouco mais depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou publicamente apoio à forma como a presidente Dilma Rousseff tem enfrentado a onda de greves. Ontem, o ex-presidente disse que Dilma foi obrigada a endurecer com o servidores em greve. Não vejo como ela não pudesse enrijecer, avaliou. Em palestra na capital paulista, FHC lembrou ainda que o governo enfrenta dificuldades financeiras e que sua situação é distinta do período governado por Lula. A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram no governo Lula, que tinha mais folga (orçamentária), a receber aumentos. Alguns dirigentes petistas viram na atitude de FHC não um ato de solidariedade à presidente, mas uma forma de provocação ao partido. Em toda sua existência, o PT procurou apoio no funcionalismo público. Tanto é que os maiores sindicatos de funcionários públicos e a Confederação Nacional dos Servidores Federais (Condsef) são ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o braço sindical petista. Embora a eleição seja municipal e os debates digam respeito aos problemas das cidades, não há como negar que haverá reflexos no resultado da eleição, avalia o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da CUT. (FONTE: AGÊNCIA ESTADO) Governo só tem R$ 14 bilhões Vai ser realmente difícil governo e servidores públicos federais grevistas chegarem a um acordo. Isso porque a equipe econômica afirma que tem R$ 14 bilhões para atender as reivindicações da categoria. E esse valor inclui as propostas já apresentadas pelo governo para os servidores da educação e os técnicos administrativos, cujos reajustes podem consumir cerca de R$ 6 bilhões do orçamento de 2013. O problema é que, juntas, as demandas dos servidores chega a R$ 92 bilhões. De acordo com cálculos dos sindicalistas, para atender minimamente as reivindicações de todas as categorias seriam necessários entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões. Ou seja, a conta não fecha. O Ministério do Planejamento comanda as negociações com os sindicalistas até o dia 31, quando terá que enviar ao Congresso o projeto de Lei Orçamentária prevendo quais categorias terão aumento salarial. As primeiras reuniões da mesa permanente de negociação começaram na segunda-feira, mas em nenhuma delas chegou-se a um acordo. Por isso, a expectativa do Executivo é que a pressão dos servidores em greve aumente nas próximas semanas, porque essa é a única oportunidade que as categorias têm para garantir reajustes para o ano que vem.

Reajustes diferenciados Ontem, milhares de servidores federais em greve marcharam pela Esplanada dos Ministérios, na região central de Brasília, durante todo o dia e no início da noite (veja as fotos). De acordo com os organizadores do Dia de Lutas, mais de 12 mil servidores se manifestaram. Para a Polícia Militar, foram cinco mil. A disposição do governo continua sendo de conceder reajustes diferenciados apenas para os professores e os militares e apresentar algumas propostas pontuais de aumento para servidores de nível médio e aqueles que têm menores remunerações, conforme já noticiamos aqui na coluna. Ontem, a presidente Dilma Rousseff voltou a dizer que a prioridade do governo é garantir o emprego "daqueles que não têm estabilidade". Ou seja, os trabalhadores da iniciativa privada. O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, afirmou que ouviu do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que o governo está disposto a negociar com todas as categorias dos servidores. "A proposta seria de manter o poder aquisitivo dos servidores para os próximos anos", disse Nobre. ATAQUE E CONTRA-ATAQUE Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 33 categorias, cerca de 370 mil servidores, estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reivindicações. As carreiras típicas de Estado prometem cruzar os braços por tempo indeterminado a partir do dia 20. Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento. No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com estados e municípios para substituir os funcionários parados. As entidades que representam os servidores denunciaram o governo a organismos internacionais, como a OIT. Com a ajuda do calendário A estratégia do governo é contar com o calendário para forçar os funcionários públicos a aceitar correções salariais mais modestas ou, em alguns casos, nada. Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os reajustes salariais só podem ser pagos se o Executivo houver enviado projeto de lei propondo os novos valores até o dia 31 de agosto do ano anterior. Esse é também o prazo máximo para envio da proposta do orçamento para o ano seguinte, onde estará a previsão de gastos adicionais com salários. Assim, o próximo dia 31 é data fatal para os negociadores. As categorias que conseguirem acordo até esse prazo receberão mais em 2013. As demais terão de negociar no ano que vem e esperar até 2014 para ver alguma alteração no contracheque. "Não adianta manter greve depois do dia 31", admite o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa. "A perspectiva legal de atender algum pedido depois de fechado o orçamento é nenhuma." Por isso, comentam técnicos, não é só o governo que tenta ganhar tempo. Os sindicatos, sobretudo os que adotaram posições mais radicais, precisam construir uma saída para o movimento. O governo pretende dar algumas respostas ainda esta semana. Os técnicos das universidades federais, por exemplo, receberão números. Questionado se o governo estaria "enrolando" para ganhar tempo até o dia 31, ele foi cauteloso. "Não posso afirmar isso antes de sexta-feira", respondeu. Lula apoia Dilma O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma forcinha para a posição da presidente Dilma Rousseff sobre a greve dos servidores federais, ao afirmar que o governo nem sempre pode atender aquilo que as pessoas querem. "É direito dos trabalhadores fazerem greve, mas é direito do governo atender ou não", disse. Para Lula, o governo está disposto ao diálogo, mas depende de um orçamento que está para ser votado pelo Congresso Nacional. "As pessoas devem compreender que o governo não tem todo o dinheiro que a gente lá fora pensa que tem. O dinheiro é limitado." Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff vive a "angústia" de não poder atender o que os trabalhadores reivindicam porque o "dinheiro é muito curto". Ele citou a crise internacional. Esplanada parou A manifestação dos servidores públicos federais em greve alterou o trânsito na área central de Brasília ontem. A marcha dos grevistas ocupou todas as faixas de carro de um dos lados da Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes seguiram em direção ao Palácio do Planalto, onde a presidente Dilma Rousseff lançava pacote de concessões de obras federais em cerimônia com políticos e empresários. Na marcha, em alto-falante, grevistas afirmavam que o governo quer colocar em campos opostos os servidores públicos e aqueles da iniciativa privada. (FONTE: PONTO DO SERVIDOR MARIA EUGÊNCIA JORNAL DE BRASÍLIA)

Servidores do INSS fazem paralisação nas agências do Paraná Protesto faz parte de manifestação em todo o Brasil para pedir reajuste salarial, concurso público e reformulação da carreira Os funcionários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) realizam nesta quarta-feira (15) a paralisação das atividades em todas as agências do órgão no Brasil. Segundo o sindicato dos servidores da categoria no Paraná, as sedes do INSS do estado podem apresentar lentidão no atendimento durante o dia, informação não confirmada pelo INSS. De acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Assistência Social (Fenasps), há cerca de 100 gerências e mais de 1,2 mil agências de atendimento no País, com um total de 55 mil servidores - entre técnicos e analistas. A federação informa no entanto, que só será possível estimar a abrangência nacional da paralisação no final do dia. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social e Ação Social no Estado do Paraná (Sindprevs), os funcionários vão trabalhar durante o dia, mas fazem paralisações temporárias, de cerca de uma hora, no atendimento ao público. O INSS informa, pela assessoria de imprensa, que não foi avisado oficialmente sobre a paralisação e que não há registros em todo o Brasil de prejuízos no atendimento nas agências do órgão. Reivindicações Entre as principais demandas da categoria estão o reajuste salarial de 22,08% - referente à inflação acumulada nos dois últimos anos e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado; a incorporação de gratificações na aposentadoria; a contratação de novos servidores e a inclusão de adicional por qualificação nos salários. Os servidores da saúde e funcionários do INSS realizam uma manifestação em Brasília como forma de pressionar o governo a atender às reivindicações. A assessoria do INSS disse que o órgão não ia se pronunciar sobre o caso também pelo fato de não ter sido informado da paralisação. O protesto dos funcionários do INSS deve ocorrer durante toda a quarta-feira e os funcionários retornam à rotina na quinta-feira (16). (FONTE: RODRIGO BATISTA, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO, COM AGÊNCIA ESTADO)