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Transcrição:

ALGORITMOS EVOLUCIONÁRIOS NA IDENTIFICAÇÃO DE SISTEMAS HÍBRIDOS PWA Bruno Henrique Groenner Barbosa, Luis Antônio Aguirre, Antônio Pádua Braga Departamento de Engenharia Universidade Federal de Lavras Lavras, MG, Brasil Departamento de Engenharia Eletrônica Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG, Brasil Emails: brunohb@deg.ufla.br, aguirre@cpdee.ufmg.br, apbraga@cpdee.ufmg.br Abstract Identification of Piecewise Affine (PWA) Hybrid Systems is not an easy task since both the parameters determining the discrete modes and the parameters of the submodels have to be obtained. In this way, this work presents a new approach for identifying these parameters simultaneously. PWARMAX (PieceWise Autoregressive Moving Average exogeneous) will be identified using Genetic Algorithms for finding the discrete modes parameters (gaussian mixture model) and using the proposed estimator Extended and Weighted Least Squares Algorithm to estimate the ARMAX submodels parameters. Results show that the proposed approach can properly identify such Hybrid Systems. Keywords Hybrid Systems, Genetic Algorithms, Piecewise, ARMAX. Resumo A identificação de sistemas híbridos do tipo PWA (PieceWise Affine - Afim por Partes) é uma tarefa complexa uma vez que é necessário a obtenção dos parâmetros dos seus submodelos e a obtenção dos seus estados discretos. Sendo assim, este trabalho apresenta uma nova abordagem para estimação simultânea dos parâmetros e modos de sistemas PWA, mais precisamente de sistemas PWARMAX (onde os submodelos são pseudo linear-nos-parâmetros - ARMAX), utilizando os Algoritmos Genéticos para obter os parâmetros de um modelo de mistura de gaussianas (estados de modo do sistema) e uma variação do algoritmo de Mínimos Quadrados Estendido, chamado Mínimos Quadrados Estendido e Ponderado, para estimar os parâmetros dos submodelos ARMAX (estados base do sistema). Os resultados mostram que é possível identificar de forma satisfatória tais sistemas utilizando os algoritmos propostos. Keywords Sistemas Híbridos, Algoritmos Genéticos, Afim por partes, ARMAX 1 Introdução Um sistema híbrido, ou sistema dinâmico híbrido, envolve componentes que variam de forma contínua, conhecidos como estados base, e componentes que podem apenas apresentar estados discretos, conhecidos como estados de modo (Li et al., 2005). Um sistema híbrido é, portanto, um sistema dinâmico heterogêneo cujo comportamento é definido pela interação de seus estados base e de modo (Paoletti et al., 2007). Quando modelos lineares não são apropriados para descrever de forma eficaz a dinâmica de um sistema, modelos não-lineares devem ser utilizados. Normalmente é difícil obter modelos não-lineares que descrevam de forma eficiente as plantas em todos os seus regimes. Além disso, esforço considerável é requerido no desenvolvimento de modelos não-lineares e diferentes técnicas para identificação e controle de sistemas lineares são disponíveis. Dessa forma, uma alternativa para representar sistemas com dinâmica não-linear é utilizar uma combinação de modelos lineares mais simples (Paoletti et al., 2007). Esta representação de sistemas não-lineares talvez seja a aplicação de maior impacto de modelos híbridos atualmente (Lin and Antsaklis, 2009), sendo também conhecida como abordagem multimodelos (Li et al., 2005), onde um conjunto de modelos é escolhido para cobrir os possíveis padrões ou estruturas de comportamento de um sistema e a saída final é obtida por uma combinação das saídas de cada modelo individual. O uso de sistemas híbridos em identificação de sistemas dinâmicos não-lineares e em sistemas de controle não é nova (Sontag, 1981), mas vêm ganhando espaço nos principais meios de publicação de trabalhos na área de controle e automação e, consequentemente, nas indústrias (de Best et al., 2008; Nandola and Bhartiya, 2008; Goebel et al., 2009; Lin and Antsaklis, 2009). A identificação desses sistemas passa a ser parte integrante do desenvolvimento dos sistemas atuais de controle avançado. Recentemente, um grande número de trabalhos foi desenvolvido na estimação de sistemas híbridos por modelos decompostos em partes afins sem sobreposição. Tais descrições matemáticas são referidas na literatura como modelos PWA, como sugerido por diversos autores (Sontag, 1981; Johansen and Foss, 1993). Grande parte dos métodos de identificação têm sido desenvolvidos para essa classe, dentre eles destacam-se os sistemas PWARX (PieceWise Auto-Regressive ex- ISSN: 2175-8905 - Vol. X 111

ogenous) (Ferrari-Trecate et al., 2003; Roll et al., 2004; Bemporad et al., 2005; Juloski et al., 2005; Nakada et al., 2005; Amaral et al., 2006; Gegúndez et al., 2008), ou seja, modelos no qual o espaço de regressores é dividido em poliedros com submodelos afins (ou ARX mais uma constante) para cada divisão. Por conseguinte, o objetivo deste trabalho é apresentar uma nova abordagem para identificação de sistemas híbridos do tipo PWA que utiliza algoritmos evolucionários, sendo, portanto, menos susceptível a mínimos locais. Este trabalho está organizado da seguinte forma. Na Seção 2 os modelos afins por partes e uma breve revisão sobre sua identificação na literatura são apresentados. Na Seção 3 os algoritmos propostos são descritos e na Seção 4 eles são avaliados em alguns problemas simulados. Por fim, discussões finais são apresentadas na Seção 5. 2 Caracterização do Problema Sistemas PWA são obtidos particionando o conjunto de estados e entradas em um conjunto finito de regiões poliedras e considerando os subsistemas afins, que compartilham os mesmos estados contínuos em cada região (Bemporad et al., 2005). Trata-se de uma estrutura de modelo atrativa por ser uma simples extensão de modelos lineares. Devido à propriedade de aproximação universal de mapas PWA (Bemporad et al., 2005), modelos PWA formam uma estrutura não-linear que pode descrever qualquer dinâmica nãolinear (Nakada et al., 2005). Dada a equivalência de sistemas PWA e diversas classes de sistemas híbridos, como MDL (Mixed Logical Dynamical) e LC (Linear Complementary) (Heemels et al., 2001), identificação de sistemas PWA é útil na estimação de modelos híbridos a partir de dados do processo (Bemporad et al., 2005). Um modelo PWARX pode ser descrito como: y(k) = f (x(k)) + e(k), (1) sendo y a saída do sistema, e o erro, x R n é o vetor de regressores x(k) = [y(k 1)... y(k n y ), u(k 1)... u(k n u )] u a entrada e f ( ) a seguinte função mapa, f (x) =. θ 1 [ x T 1 θ s [ x T 1 ] ] se Ψ X 1. se Ψ X s definida em todos os possíveis valores do vetor de regressores x, X R n+1, em que s é o número de submodelos e Ψ = [x 1] T. As regiões X i formam uma partição completa de X, ou seja, X i = X e X i Xj =. Dessa forma, o problema de identificação de sistemas PWA é uma tarefa complexa (Wen et al., 2007) que engloba a estimação simultânea dos parâmetros de cada submodelo, θ i, e a obtenção das partições X i, em que i = 1, 2,... s. Assim, o desafio na identificação de sistemas híbridos deve-se ao fato de que os parâmetros dos submodelos dependem do modo ou partição (Roll et al., 2004). Dentre os métodos de identificação de modelos PWARX, os principais são: i. procedimento baseado em programação inteira mista (Roll et al., 2004); ii. procedimento baseado em agrupamento (Ferrari-Trecate et al., 2003); iii. procedimento bayesiano (Juloski et al., 2005); iv. procedimento por erro limitado (Bemporad et al., 2005). Além desses métodos, (Nakada et al., 2005) apresentaram um método simples e eficiente baseado em agrupamento por mistura de gaussianas, treinada pelo algoritmo de Esperança- Maximização (EM), utilizando os possíveis regressores (x(k)) e suas respectivas saídas do sistema y(k) no processo de agrupamento. Depois de agrupar cada vetor de regressores, Máquinas de Vetores Suporte (SVM) foram utilizadas para obter as regiões. 3 Identificação de Sistemas PWA 3.1 Estimação dos parâmetros dos submodelos Considerando o modelo PWARX, dado que as regiões X são conhecidas a priori, pode-se aplicar o algoritmo de Mínimos Quadrados (MQ) utilizando os vetores de regressores pertencentes ao submodelo e estimar seus parâmetros. Porém, no caso de modelos PWARMAX, não é possível a utilização do algoritmo MQ pois é necessário obter o modelo do ruído (parte MA). Partindo dessa premissa, uma simples abordagem é proposta neste trabalho, fazendo uso do algoritmo de Mínimos Quadrados Estendido (MQE) e do algoritmo de Mínimos Quadrados Ponderado (MQP), como apresentado a seguir. Primeiramente, matrizes de peso (W i ) devem ser definidas para cada submodelo i. Para o caso de mapas sem sobreposição (como nos modelos PWA) os vetores pertencentes a um submodelo recebem peso igual a 1 enquanto que os não pertencentes recebem peso 0. No caso de mapas com sobreposição, ao invés de pesos 1 ou 0, são usados pesos definidos pelo classificador dos dados em regiões (em uma etapa anterior à de estimação de parâmetros dos submodelos), sendo que a soma dos pesos entre os submodelos para um determinado vetor deve ser 1. Após a obtenção de W i, uma estimativa inicial deve ser obtida por meio do algoritmo de MQP, para cada um dos submodelos de forma in- ISSN: 2175-8905 - Vol. X 112

dependente: ˆθ MQPi = [Ψ T W i Ψ] 1 Ψ T W i y (2) em que Ψ R m n+1 é a matriz de regressores construída por meio do vetor de regressores x R n mais um termo constante, em m observações, W i R m m a matriz de pesos do submodelo i e y o vetor de medições. A partir dessa estimativa inicial, o modelo deve ser simulado um passo à frente: ŷ = s ˆθ MQPi T ΨT W i. (3) i=1 Com os valores simulados, calcula-se o vetor de resíduos: ξ = y ŷ. (4) A partir de ξ k τ (τ depende do modelo de ruído desejado) monta-se a matriz de regressores estendida Ψ assim como no caso do algoritmo de MQE. Aplica-se novamente o algoritmo de MQP utilizando essa matriz estendida (a partir da segunda iteração, Ψ deve ser utilizado em 3), calcula-se ŷ e o respectivo resíduo e repete-se este procedimento até o algoritmo convergir. Vale ressaltar que diferentes modelos de ruído podem ser utilizados para cada submodelo. Nesse caso, cada submodelo terá sua própria matriz estendida. 3.2 Obtenção das partições - estados de modo Na seção anterior, alguns algoritmos para estimação de modelos híbridos foram citados. Em todos eles foram considerados modelos PWARX (Ferrari-Trecate et al., 2003; Roll et al., 2004; Bemporad et al., 2005; Juloski et al., 2005; Nakada et al., 2005) ou HHARX, mas em nenhum deles modelos PWARMAX foram considerados. Apenas (Roll et al., 2004) é imune aos mínimos locais do problema exposto, sendo que os outros não. Uma alternativa interessante nesse ponto é a utilização de algoritmos evolucionários. Tais algoritmos têm apresentado resultados importantes em identificação de sistemas não-lineares como mostrado em alguns trabalhos recentes (Aguirre et al., 2010; Barbosa et al., 2011). Sendo assim, a fim de obter um algoritmo que seja mais robusto a mínimos locais, e que, diferentemente de (Nakada et al., 2005), já obtenha ao final de sua execução um classificador baseado apenas nos regressores, um algoritmo evolucionário é aqui proposto. A estrutura base do algoritmo é um modelo de mistura de gaussianas (cada modelo na mistura representa um modo discreto do sistema), porém, com parâmetros ajustados pelos Algoritmos Genéticos (Goldberg, 1989) o número de misturas é fixo e escolhido pelo usuário. Criase, então, uma população de indivíduos com os seguintes parâmetros a serem evoluídos: as médias de cada modelo da mistura (modo) e a matriz de covariâncias. A partir das médias e covariâncias, os dados representados pelo conjunto de regressores são classificados para o componente que obtiver a maior probabilidade a posteriori para a determinada amostra (ou pode-se utilizar ponderações). Após o agrupamento dos dados, o algoritmo de MQ ou MQEP é utilizado para estimar os parâmetros dos submodelos ARX ou ARMAX, respectivamente, correspondente a cada modo. Com os modos e os submodelos disponíveis, o sistema híbrido é simulado e o erro médio quadrático (MSE) um passo à frente obtido. Os indivíduos são então avaliados e a evolução da população continua por um número determinado de gerações. O algoritmo proposto, chamado AGPWA, é uma implementação dos Algoritmos Genéticos cuja função de avaliação dos indivíduos é descrita a seguir: Entradas: Indivíduo ind, ordem dos submodelos, número de partições, dados de identificação 1. Implementar uma mistura de gaussianas a partir das variáveis de ind (médias e covariâncias) 2. Agrupar (ou atribuir pesos) os dados de identificação em cada modo definido pela mistura, a amostra pertencerá (ou terá peso maior) à componente da mistura que obtiver a maior probabilidade a posteriori 3. Utilizar o algoritmo de MQ para estimar parâmetros dos submodelos ARX, ou MQEP para estimar parâmetros dos submodelos ARMAX 4. Avaliar o desempenho (MSE) de ind, simulando um passo à frente o sistema híbrido formado Saída: Avaliação de ind. Observe que os parâmetros dos submodelos são calculados a cada avaliação dos indivíduos, apenas os parâmetros da mistura, pertencentes ao genótipo dos indivíduos, são evoluídos. Com isso evita-se a evolução de um número grande de variáveis, focando o algoritmo evolucionário no problema de classificação uma vez que existem soluções eficientes para a estimação de parâmetros, seja pelo MQ ou pelo MQEP. Porém, essa alternativa aumenta o custo computacional da etapa de avaliação dos indivíduos por estimar os parâmetros dos submodelos a cada avaliação. Como o foco deste trabalho é a identificação de sistemas PWA do tipo PWARMAX, uma simplificação na matriz de covariâncias das misturas de gaussianas pode ser realizada, qual seja a utilização de uma matriz de covariâncias igual à matriz de identidade. Assim sendo, apenas as médias dos componentes da mistura precisam ser estimadas pelo AGPWA, reduzindo seu custo computacional. Além disso, o peso atribuído a cada amostra é zero ou um, a amostra pertence ou não a determinada região. ISSN: 2175-8905 - Vol. X 113

O algoritmo AGPWA pode ser utilizado em uma variedade de problemas. Por exemplo, pode ser empregado apenas como um combinador de especialistas já conhecidos. Assim, deseja-se obter apenas os pesos da combinação desses especialistas e suas respectivas regiões de atuação. Além disso, nada impede a presença de submodelos não-lineares (NARMAX). Se o objetivo é encontrar regiões não linearmente separáveis, outros sistemas poderiam ser utilizados no lugar da mistura de gaussianas, como uma rede neural, por exemplo. 4 Experimentos Simulados e Resultados O algoritmo proposto AGPWA foi testado em três experimentos simulados descritos a seguir. Em todos os experimentos foram usados submodelos ARMAX para que fosse também possível testar o algoritmo MQEP. Caso o objetivo fosse a estimação de parâmetros de modelos ARX, o algoritmo de MQ poderia ser prontamente usado. 4.1 Sistemas PWARMAX Simulados 4.1.1 Exemplo 1 Neste exemplo, foi implementado um sistema híbrido apresentado por (Bemporad et al., 2005). A única diferença é que em (Bemporad et al., 2005) o sistema foi simulado como do tipo PWARX e, no exemplo aqui mostrado, ele é do tipo PWARMAX: [ 0, 4 1 1, 5]Ψ(k) + 0, 4e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X 1 = {Ψ : [4 1 10]Ψ(k) < 0} [0, 5 1 0, 5]Ψ(k) 0, 5e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X 2 e y(k) = { [ ] [ ]} 4 1 10 0 X 2 = Ψ : Ψ(k) 5 1 6 0 [ 0, 3 0, 5 1, 7]Ψ(k) + 0, 3e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X 3 = {Ψ : [5 1 6]Ψ(k) > 0} sendo Ψ(k) = [x(k) 1] T, com x(k) = [y(k 1) u(k 1)], e os sinais de entrada u e ruído e uniformemente distribuídos nos intervalos [-4 4] e [± µ e ], respectivamente. Foram geradas 200 amostras do sistema para estimação dos parâmetros dos submodelos. 4.1.2 Exemplo 2 O seguinte problema foi adaptado de (Fantuzzi et al., 2002) para testar o algoritmo proposto: [ 0, 5 0, 5 0, 5]Ψ(k) + 0, 5e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X y(k) = 1 = {Ψ : [1 1 0]Ψ(k) 0} [0, 5 0, 5 0, 5]Ψ(k) 0, 5e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X 2 = {Ψ : [1 1 0]Ψ(k) < 0} sendo Ψ(k) = [y(k 1) u(k 1) 1] T, u é uma variável aleatória uniforme no intervalo [0,1] e o ruído e(k) WGN(0, σ 2 e ). Foram geradas 500 amostras do sistema para estimação dos parâmetros. 4.1.3 Exemplo 3 O último sistema PWA implementado foi simulado com uma entrada aleatória bi-normal de forma que o algoritmo fosse testado em dados cuja entrada não fosse do tipo mais usual, ou seja nem normal nem uniformemente distribuída. Esse sistema é representado por: [0, 7 0, 1 0, 5]Ψ(k) 0, 7e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X y(k) = 1 = {Ψ : [1 1 0, 8]Ψ(k) < 0} [ 0, 8 0, 4 0, 5]Ψ(k) + 0, 8e(k 1) + e(k), se Ψ(k) X 2 = {Ψ : [1 1 0, 8]Ψ(k) 0} sendo Ψ(k) = [y(k 1) u(k 1) 1] T, u é uma variável aleatória bi-normal u(k) WGN([-0,5 0,5], 0, 1 2 ) e o ruído e(k) WGN(0, σ 2 e ). Foram geradas 500 amostras do sistema para estimação dos parâmetros. 4.2 Resultados e Discussões O algoritmo AGPWA (com MQEP) foi executado 100 vezes em cada problema simulado, para diferentes realizações de ruído, e validado em um conjunto de 10.000 amostras sem ruído. Na Tab. 1, são mostradas as médias das estimativas dos parâmetros dos submodelos que foram obtidas pelo algoritmo MQEP para o Exemplo 2. Analisando-se os parâmetros estimados em todos os exemplos, pode ser dito que as estimativas obtidas são não-tendenciosas, comprovando que o algoritmo MQEP é uma boa opção para estimar parâmetros dos submodelos de sistemas PWARMAX. A Tab. 2 apresenta o acerto médio de classificação do algoritmo para os três problemas simulados. Como pode ser observado, o algoritmo proposto obteve um acerto percentual de classificação dos modos elevado em todos os problemas. Para ilustrar a eficácia da abordagem proposta, os estados de modo obtidos em uma execução de cada exemplo são mostrados nas Fig. 1 (a), (b) e (c). A Fig. 1 (d) apresenta os estados de modo obtidos por meio do algoritmo proposto por (Nakada et al., 2005) para o Exemplo 3, como forma de mostrar que técnicas baseadas apenas na distribuição dos dados podem não obter boas soluções quando os regressores não possuem uma distribuição adequada ao modelo proposto. Como em (Nakada et al., 2005) pressupunha-se distribuição normal (modelo de mistura de gaussianas), os estados de modo não foram corretamente encontrados. Com relação ao seu custo computacional, o AGPWA, quando aplicado em um problema com ISSN: 2175-8905 - Vol. X 114

Tabela 1: Simulação de Monte Carlo, 100 execuções. Estimativa dos parâmetros dos submodelos do Exemplo 2 utilizando o algoritmo proposto MQEP para diferentes níveis de ruído. MQEP X 1 X 2 ˆθ 11 (-0,5) ˆθ 12 (0,5) ˆθ 13 (0,5) ˆθ 21 (0,5) ˆθ 22 (-0,5) ˆθ 23 (0,5) σ e = 0, 01-0,4999 ± 0,0094 0,5004 ± 0,0070 0,4996 ± 0,0071 0,4999 ± 0,0055-0,4999 ± 0,0030 0,5000 ± 0,0039 σ e = 0, 03-0,4982 ± 0,0283 0,4983 ± 0,0200 0,5001 ± 0,0211 0,4998 ± 0,0171-0,4998 ± 0,0090 0,5000 ± 0,0120 σ e = 0, 05-0,4972 ± 0,0464 0,5012 ± 0,0358 0,4975 ± 0,0364 0,4984 ± 0,0279-0,4997 ± 0,0150 0,5011 ± 0,0196 (a) (b) (c) (d) Figura 1: Estados de modo identificados pelo algoritmo AGPWA para os exemplos simulados - (a) Exemplo 1, (b) Exemplo 2 e (c) Exemplo 3. O algoritmo proposto por (Nakada et al., 2005) foi implementado no Exemplo 3 com resultado apresentado em (d). As linhas tracejadas representam a divisão ideal enquanto que os diferentes marcadores representam as classificações obtidas pelos diferentes métodos. Tabela 2: Resultados de simulação de Monte Carlo, 100 execuções, do algoritmo AGPWA para os 3 exemplos apresentados. Os valores representam o acerto (porcentagem do número de vetores corretamente classificados) e o desvio padrão, em dados de validação. Acerto (%) Exemplo 1 97,00 ± 1,52 Exemplo 2 96,44 ± 1,66 Exemplo 3 96,61 ± 1,47 três submodelos e 200 amostras, como no caso do Exemplo 1, gasta aproximadamente 10s para encontrar uma solução evoluindo uma população de 50 indivíduos por 20 gerações (implementado em um computador Pentium Core Duo, 2,4GHz, 2GB de memória RAM). 5 Conclusões Neste trabalho, uma abordagem para identificação de sistemas híbridos do tipo PWA foi apresentada, utilizando o algoritmo aqui proposto (MQEP) para estimação dos parâmetros dos submodelos e utilizando modelos de mistura de gaussianas treinados pelos Algoritmos Genéticos para estimar os estados de modo (partições) de sistemas híbridos, em um novo algoritmo chamado AGPWA. Para estimar parâmetros de submodelos ARMAX, a menos que seja usada uma configuração de erro na equação (ruído branco), a estimativa por MQ é tendenciosa e uma possível solução não-tendenciosa é a utilização do algoritmo MQEP, uma combinação dos algoritmos de mínimos quadrados estendido e mínimos quadrados ponderado. O AGPWA se mostrou robusto na identificação de sistemas PWARMAX e apresentou algumas vantagens em relação a algoritmos de agrupamento aplicados nesses sistemas, por exemplo, por não precisar de obter um classificador final por já distinguir as partições baseando-se apenas no conjunto de regressores, não obter regiões ISSN: 2175-8905 - Vol. X 115

sem definição de partição ( buracos ) e encontrar regiões separáveis. Uma crítica é ter um custo computacional mais elevado pela utilização de uma função de avaliação que deve estimar parâmetros dos submodelos por MQ ou MQEP e por não obter diretamente os parâmetros dos hiperplanos de separação conforme apresentado na Eq. (1), podendo estes serem obtidos, por exemplo, por meio de Máquinas de Vetores Suporte. Como trabalhos futuros, pode-se testar o AGPWA em problemas cujo número ou ordem dos submodelos não sejam escolhidos apropriadamente. Agradecimentos Os autores agradecem o incentivo financeiro do CNPq e da FAPEMIG. Referências Aguirre, L. A., Barbosa, B. H. G. and Braga, A. P. (2010). Prediction and simulation errors in parameter estimation for nonlinear systems, Mechanical Systems and Signal Processing 24(8): 2855 2867. Amaral, G. F. V., Letellier, C. and Aguirre, L. A. (2006). Piecewise affine models of chaotic attractors: The Rössler and Lorenz systems, Chaos 16: artigo 013115. Barbosa, B. H. G., Aguirre, L. A., Martinez, C. B. and Braga, A. P. (2011). Black and gray-box identification of a hydraulic pumping system, IEEE Transactions on Control Systems Technology 19(2): 398 406. Bemporad, A., Garulli, A., Paoletti, S. and Vicino, A. (2005). A bounded-error approach to piecewise affine system identification, IEEE Transactions on Automatic Control 50(10): 1567 1580. de Best, J. J. T. H., Bukkems, B. H. M., van de Molengraft, M. J. G., Heemels, W. P. M. H. and Steinbuch, M. (2008). Robust control of piecewise linear systems: A case study in sheet flow control, Control Engineering Practice 16: 991 1003. Fantuzzi, C., Simani, S., Beghelli, S. and Rovatti, R. (2002). Identification of piecewise affine models in noisy environment, International Journal of Control 75(18): 1472 1485. Ferrari-Trecate, G., Muselli, M., Liberati, D. and Morari, M. (2003). A clustering technique for the identification of piecewise affine systems, Automatica 39: 205 217. Gegúndez, M., Aroba, J. and Bravo, J. (2008). Identification of piecewise affine systems by means of fuzzy clustering and competitive learning, Engineering Applications of Artificial Intelligence 21(8): 1321 1329. Goebel, R., Sanfelice, R. and Teel, A. (2009). Hybrid dynamical systems, IEEE Control Systems Magazine 29(2): 28 93. Goldberg, D. E. (1989). Genetic algorithms in search, optimization and machine learning, Addison-Wesley, New York. Heemels, W. P. M. H., Schutter, B. D. and Bemporad, A. (2001). Equivalence of hybrid dynamical models, Automatica 37(7): 1085 1091. Johansen, T. A. and Foss, B. A. (1993). Constructing NARMAX models using ARMAX models, International Journal of Control 58(5): 1125 1153. Juloski, A., Weiland, S. and Heemels, W. (2005). A bayesian approach to identification of hybrid systems, IEEE Transactions on Automatic Control 50(10): 1520 1533. Li, X. R., Zhao, Z. and Li, X.-B. (2005). General model-set design methods for multiple-model approach, IEEE Transactions on Automatic Control 50(9): 1260 1276. Lin, H. and Antsaklis, P. J. (2009). Stability and stabilizability of switched linear systems: A survey of recent results, IEEE Transactions on Automatic Control 54(2): 308 322. Nakada, H., Takaba, K. and Katayama, T. (2005). Identification of piecewise affine systems based on statistical clustering technique, Automatica 41: 905 913. Nandola, N. N. and Bhartiya, S. (2008). A multiple model approach for predictive control of nonlinear hybrid systems, Journal of Process Control 18: 131 148. Paoletti, S., Juloski, A. L., Ferrari-Trecate, G. and Vidal, R. (2007). Identification of hybrid systems: a tutorial, European Journal of Control 13: 242 260. Roll, J., Bemporad, A. and Ljung, L. (2004). Identification of piecewise affine systems via mixed-integer programming, Automatica 40(1): 37 50. Sontag, E. D. (1981). Nonlinear regulation: The piecewise linear approach, IEEE Transactions on Automatic Control 26(2): 346 358. Wen, C., Wang, S., Jin, X. and Ma, X. (2007). Identification of dynamic systems using piecewise-affine basis function models, Automatica 43(10): 1824 1831. ISSN: 2175-8905 - Vol. X 116