TÍTULO: TRANSPORTE DE PRODUTOS EXPLOSIVOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS. SUBÁREA: Administração

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Transcrição:

TÍTULO: TRANSPORTE DE PRODUTOS EXPLOSIVOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS SUBÁREA: Administração INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE DE TECNOLOGIA DE PRAIA GRANDE - FATECPG AUTOR(ES): JOAO VICTOR LIMA DOS SANTOS, FERNANDO HENRIQUE GOUVEIA ORIENTADOR(ES): ELIANA JOSEFA DA SILVA

Resumo As primeiras cargas eram transportadas a mão pela força humana, os mais fortes percorriam as maiores distâncias com os maiores pesos. Ao domesticar animais, o homem começou a usar a tração animal, onde permitia a movimentação de maiores pesos em maiores distâncias. Para transportar produtos perigosos tem que haver um cuidado especial. Esses produtos são classificados por classe e subclasse, de acordo com o perigo no qual cada um representa, deve possuir neles o número da ONU visível ao redor do caminhão. Este trabalho irá apresentar a documentação, legislação, regulamentação para o transporte dessas cargas no modal rodoviário. No modal rodoviário, todo veículo que transporta cargas perigosas obrigatoriamente terá que seguir algumas normas, como painéis de segurança retangular com tamanho fixo de 30cx40cm, uma borda preta de 1cm, fundo cor laranja e duas linhas com diferentes numerações. Essas placas informam classes, subclasses, números da ONU e símbolos que indicam se o produto é corrosivo, inflamável, radioativo, explosivo, etc. Palavras chaves: Logística, transporte, produtos perigosos, exigências 1. INTRODUÇÂO Os produtos perigosos são todos que expõe riscos à saúde e meio ambiente. Eles são classificados pelos fabricantes por classe e subclasse, onde devem estar fixadas juntamente com o número da ONU, respeitando o Decreto N 96.044/88 (2014), a Resolução 420/04 (2014) para que possam ser carregados. Para qualquer tipo de transporte tem-se que ter o máximo de cuidado principalmente quando se trata de produtos químicos e explosivos, o transporte é cauteloso, pois qualquer erro pode causar sérios danos a população e também ao meio ambiente.

1.1. OBJETIVOS Sabe-se que nenhum produto perigoso pode ser transportado sem que o mesmo esteja devidamente embalado, marcado, rotulado e, além disso, em desacordo com as condições de transporte exigidas na regulamentação especifica. Logo, objetivou-se apresentar os aspectos fundamentais da regulamentação e da legislação de transporte rodoviário de cargas perigosas, como forma de conscientização, visto que a necessidade de circulação deste tipo de carga tem potencial de causar acidentes e a consciência desta regulamentação pode minimizar os riscos representados pelos produtos que estão sendo movimentados. 1.2. METODOLOGIA Segundo GIL (2010), este trabalho foi feito por meio de uma pesquisa bibliográfca que consiste em reunir materiais já publicados, como artigos, revistas, livros entre outros, garantindo uma cobertura mais ampla de conhecimentos, escolheu-se a pesquisa por agregar informações visto que o tema abordado é de difícil acesso. Por meio da pesquisa pode-se esclarecer a definição de produtos perigosos e as principais exigencias para seu transporte via rodovias. Organizou-se este trabalho de tal forma que ficasse claro o quanto é importante um carregamento de cargas eficiente; definindo-se o que são produtos perigosos, quais suas classes e subclasses, e mostrando-se quais são as suas principais exigências para o carregamento das mesmas no modal rodoviário. 2. PRODUTOS PERIGOSOS De acordo com a ABNT NBR 7500 (2014), qualquer substância que exponha riscos à saúde, ao meio ambiente ou a segurança pública é considerada como perigosa, seja ela gerada pela natureza ou por meio de quaisquer reações. Segundo a RESOLUÇÃO ANTT 420/04 (2014), é dever de todo fabricante, ou expedidor analisar as características fisio-químicas de uma substância e classificá-la como perigosa. Para que isso seja feito, o fabricante deve levar em conta os tipos e o quão grave são os riscos que esta pode vir a gerar, encaixando-a em sua

respectiva classe e subclasse. Também de acordo com seus riscos, as substâncias perigosas ficam designadas a números da ONU e nomes, que são chamados número da ONU, o código numérico constituído de quatro dígitos pelo qual determinada matéria é reconhecida mundialmente. Existem diversas leis que visam minimizar os riscos causados pela movimentação de produtos perigosos, essas leis se comprometem com a fiscalização, com multas geradas em caso de infração, com os regulamentos de movimentação referente a cada modal. Alguns dos órgãos reguladores responsáveis pelo cumprimento das leis referentes a carga perigosa são: Conselho nacional de Trânsito (CONTRAN), Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO). (DER, 2014). Na América latina, o Brasil foi o primeiro país a tomar conhecimento da importância de criar uma regulamentação para o transporte de cargas perigosas no ano de 1983, antes disso existia apenas a Lei da Faixa Branca. (DER, 2014). O decreto-lei N 2.063, que foi regulamentado pelo Decreto N 88.821, foi criado em 6 de outubro de 1983, depois de uma carga de pentaclorofenato de sódio ocasionar um acidente com seis vitimas fatais. Algum tempo depois o decreto nescessitou de revisão, pois algumas exigências nele presente eram impraticáveis. Em 1988, o Ministério dos Transportes revisou o Decreto N 88.821, foi quando surgiu o Decreto 96.044/88, que além de encontra-se em vigor até os dias atuais, cancelou o antigo. (DER, 2014). Em 20 de maio de 1997 o Ministério dos Transportes anunciou a Portaria MT N 204. Já em fevereiro de 2004, surgiu a Resolução N 420, promovida pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que complementava o Decreto 96.044/88 e anulava a Portaria MT N 204. (DER, 2014). 2.1. CLASSES E SUBCLASSES 2.1.1. Classe 1 Explosivos Classifica-se como Classe 1, qualquer substância explosiva, artigo explosivo ou qualquer elemento com efeito explosivo ou pirotécnico, com exceção daqueles que sejam demasiados perigosos para transporte ou para tal classe. Segundo a RESOLUÇÃO ANTT 420/04 (2014), as substâncias agrupadas nas classes de explosivos dividem-se em: Subclasse 1.1 a possibilidade de explosão em massa;

Subclasse 1.2 o risco de projeção sem possibilidade de explosão em massa; Subclasse 1.3 a ameaça de fogo, pequena explosão e/ou projeção; Subclasse 1.4 o risco pouco significativo pois dependem de problemas na ignição ou na embalagem; Subclasse 1.5 a insensibilidade, uma vez que existe a ameaça de explosão em massa, reduzida nas circunstâncias normais de transporte e Subclasse 1.6 à extrema insensibilidade, sem perigo de explosão em massa. 2.1.2. Classe 2 Gases A RESOLUÇÃO ANTT 420/04 (2014) explica como gás toda substância que aos 20 encontra-se em estado gasoso ou que aos 50 possui pressão maior que 300kPa, independente desta ser um gás liquefeito, comprimido, liquifeito refrigerado, uma mistura de gases ou um gás em solução. As subclasses dos gases são separadas em: a) Subclasse 2.1: gases que são inflamáveis; b) Subclasse 2.2: não são inflamáveis, nem tóxicos, mas possuem pressão de no mínimo 280kPa aos 20 ; c) Subclasse 2.3: gases tóxicos. 2.1.3. Classe 3 - Liquidos Inflamáveis De acordo com a RESOLUÇÃO ANTT 420/04 (2014) estão inclusas na Classe 3, substâncias que sejam inflamáveis no estado líquido em misturas líquidas ou nos líquidos que contenham sólidos. Também estão inclusas matérias que deviso a sua insensibilidade necessitem de dissolução em algum meio para anular suas propriedades explosivas. 2.1.4. Classe 4 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão espontânea; Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis Os produtos desta classe são separados em três subclasses, onde a primeira Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos sólidos insensibilizados,elementos que no estado sólido podem contribuir ou gerar fogo, substâncias termicamente instáveis com grande capacidade exotérmica e elementos que precisam dissolver-se em outro meio para inibição da sua capacidade explosiva; já a segunda são os sólidos sujeitos a combustão espontânea: substâncias que em

contato com o ar entram em combustão em menos de cinco minutos (pirofóricas), ou que também em contato com o ar podem se auto aquecer explodindo; finalizando com a tercira eu são as substâncias que em contato com a água geram gases inflamáveis. (RESOLUÇÃO ANTT 420/04, 2014). 2.1.5. Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos São decretados como oxidantes substâncias que embora não sejam combustíveis, podem causar ou favorecer a combustão de outros produtos, já os peróxidos orgânicos são termicamente instáveis, possuem riscos de decomposição exotérmica (gerando explosão), podem ser sensíveis ao atrito e a choques, podem reagir de ameaçadora com outras matérias e até mesmo causar danos as olhos. A Classe 5 é dividida em duas subclasses, sendo a primeira para substâncias oxidantes sólidas e a segunda para os peróxidos orgânicos. (RESOLUÇÃO ANTT 420/04, 2014). 2.1.6. Classe 6 - Substâncias Tóxicas e substâncias infectantes A Classe 6 separa-se em duas subclasses, a de substâncias tóxicas e a de substâncias infectantes. São chamadas de tóxicas, as matérias que podem ocasionar morte, lesões sérias ou problemas a saúde, caso sejam ingeridas, inaladas ou terem contato com a pele. Os elementos infectantes possuem microorganismos que são capazes de gerar doenças infecciosas em humanos e animais. (RESOLUÇÃO ANTT 420/04, 2014). 2.1.7. Classe 7 Materiais radioativos Materiais radioativos são aqueles cuja atividade especifica exceda 70kbq/kg. Para fim de transporte, os produtos da Classe 7, são separados de acordo com a embalagem na qual serão movimentados, tais embalagens são separadas em quatro tipos, embalados exceptivos, embalados industriais, embalados Tipo A e embalados tipo B. (ABNT NBR 7500, 2014).

2.1.8. Classe 8 Substâncias Corrosivas Segundo a Resolução (RESOLUÇÃO ANTT 420/04, 2014), são consideradas corrosivas os elementos que, por ação química, geram riscos de grandes estragos na carga, no veículo e em tecidos vivos. São separadas em muito perigosas, risco de grau médio e risco pequeno de acordo com a embalagem na qual serão transportadas. 2.1.9. Classe 9 Substâncias e artigo corrosivos diversos Classifica-se como Classe 9, qualquer produto perigoso que não se encaixe em nenhum outro grupo, como por exemplo, substâncias líquidas com temperatura iguais ou maiores que 100 ; micro-organismos ou organismos que sejam geneticamente modificados, mas não pertençam as infecciosos ou algum tipo de resíduo que não se encaixe em nenhuma outra classe e possa causar danos ao meio ambiente. (RESOLUÇÃO ANTT 420/04, 2014). 3. NR-19 TRANSPORTE DE PRODUTOS EXPLOSIVOS 3.1. DEFINIÇÃO DE PRODUTOS EXPLOSIVOS São substâncias ou misturas de substâncias que, quando excitadas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente gerando considerável volume de gases e altas temperaturas. Estas reações de decomposições podem ser iniciadas por agentes mecânicos (pressão, atrito, impacto, vibração, etc) pela ação do calor, aquecimento, faísca, chama, etc) ou ainda pela ação de outro explosivo (espoletas, boosters, ou outros iniciadores). A tendência atual sugere que na sua fabricação sejam utilizados componentes que isoladamente não sejam substâncias explosivas, de forma a garantir completa segurança dentro das fábricas. (FONTES, 2009). O transporte de explosivos e acessórios deve ser realizado por veículo dotado de proteção que impeça o contato de partes metálicas com explosivos e acessórios e atenda à regulamentação vigente no Ministério da defesa e observadas as recomendações do fabricante. O carregamento e descarga de explosivos e acessórios deve ser feito com o veículo desligado e travado. Os trabalhadores envolvidos no transporte de explosivos e cordéis detonantes simultaneamente com acessórios, outros materiais e pessoas estranhas à atividade. O transporte manual de explosivos e acessórios deve ser feito utilizando recipientes apropriados e deve

seguir algumas normas de segurança como: o material deverá estar em bom estado e acondicionado em embalagem regulamentar; por ocasião de embarque ou desembarque verificar se o material confere com a guia de expedição correspondente; prévia verificação quanto as condições adequadas de segurança, todos os equipamentos empregados nos serviços de carga, transporte e descarga; utilizar sinalização adequada, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de aviso, fixadas em lugares visíveis; disposição do material de maneira a facilitar inspeção e a segurança; as munições explosivas e artifícios serão transportados separadamente; os caminhões destinados ao transporte de munições e explosivos, antes de sua utilização, serão vistoriados para exame de seus circuitos elétricos, freios, tanques de combustíveis, estado da carroceria e dos extintores de incêndio, assim como verificação da existência de quebra-chama no tubo de descarga e ligação metálica da carroceria com a terra; os motoristas deverão ser instruídos quanto aos cuidados a serem observados, bem como sobre o manejo dos extintores de incêndio; a estopa a ser levada no caminhão será indispensável, e a que for usada deverá ser jogada fora; a carga deverá ser fixada, firmemente, no caminhão e coberta com lona impermeável, não podendo ultrapassar a altura da carroceria; será proibida a presença de estranhos nos caminhões que transportarem explosivos ou munições; durante a carga e descarga, os caminhões serão freados, calçados e seus motores desligados e a velocidade de um caminhão não poderá ultrapassar 40km/h. 4. EXIGÊNCIAS PARA O TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS NO MODAL RODOVIÁRIO Todo veículo que transporta produtos perigosos, obrigatoriamente terá um painel de segurança retangular, com tamanho fixo de 30cmx40cm, uma borda preta de 1cm, fundo cor laranja e duas linhas com diferentes numerações, cuja fonte também será preta e com tamanho superior a 6,5 cm. Na primeira linha haverá os dígitos que correspondem ao risco gerado por tal substância em conformidade com sua classe, esses dígitos trazem consigo as seguintes regras: Quando um único número for suficiente para esclarecer o risco gerado por tal matéria este será acompanhado do algorismo zero, por exemplo, 30 líquido inflamável ou líquido inflamável ou líquido que se aquece sozinho ;

Quando a letra X anteceder a combinação numérica indica que o produto reage perigosamente com água, como em X323 líquido inflamável que reage perigosamente com água emitindo gases inflamáveis. Quando ocorre a repetição de um algarismo sugere que a intensidade de tal risco é ainda maior, tendo como 55 substância fortemente oxidante O número da ONU é representado na segunda linha e corresponde àquela carga. (CETESB, 2014, Nova Opersan, 2014). Segundo a ABNT, o rótulo de risco possui a forma de um losango, geralmente simétrico com arestas de no mínimo 10cm e borda mínima de 0,05cm; suas cores de fundo variam de acordo com o que representam, podendo ser laranjadas, vermelhas, verdes, brancas, azuis ou amarelas, bem como listradas ou bicolores. O rótulo de risco: 5. DOCUMENTAÇÃO Segundo o SETCEMG (2016), para o motorista fazer o transporte de cargas perigosas, o motorista tem que ter o porte do certificado de registro de licenciamento do veículo, ficha de emergência, documento fiscal do produto transportado, envelope para transporte no idioma do país de origem, de trânsito e de destino da carga, certificado de capacitação para transportes perigosos do veículos dos equipamentos, sendo esses expedidos pelo INMETRO ou pelo certificado Internacional para veículos estrangeiros, CNH com treinamento específico para carregamento de cargas perigosas e licença especial que este seja movimentado. Se a carga for transportada pelo modal rodoviário, o motorista precisa possuir o curso MOPP, o condutor terá os dados referidos ao curso adicionados em sua CNH. O curso é realizado segundo as normas do CONTRAN. (SETCEMG, 2016). O STD (2014) explica os documentos necessários e a função de cada um deles, sendo o documento Fiscal: mostra o número da ONU, nome do produto, classe de risco, classe de embalagem, quantidade e declaração de responsabilidade do expedidor como também a ficha de Emergência: refere-se a informações sobre a classificação do produto, os riscos por este apresentado, procedimentos a serem seguidos no cado de emergência, primeiros-socorros e informações ao socorristas. Contendo o envelope para transporte: apresenta os procedimentos imediatos a serem tomados pelo motorista em caso de imprevistos, telefones úteis e

identificação da transportadora responsável, se necessário, o redespacho e expedidor. É obrigatório um Envelope para transporte por embarcador de matéria no veículo. O Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos: documento concedido pelo INMETRO ou por empresas credenciadas, que comprova que o veículo e/ou o equipamento é apto a transportar cargas a granel. No caso de cargas fracionadas, este torna-se desnecessário. Como também o Certificado de Conclusão do Curso de Movimentação de Produtos Perigosos MOPP: este somente é exigido se a CNH do motorista não apresentar o campo com a informação Transportador de Produtos Perigosos. A Declaração de Expedição que não Contenham Embalagens Vazias e não Limpas que Apresente Valor de Quantidade Limitada Igual a Zero: somente determinado em situações que estiverem sendo transportadas embalagens vazias e sejam impostas as isenções preditas para o transporte de produtos perigosos limitados. Declaração de Incompartibilidade, nos Casos em que a Ficha de Emergência não é Exigida: obrigatório quando a ficha de emergência puder ser dispensada. Como no caso do transporte de produtos limitados. Guia de Tráfego: necessário no transporte de cargas controladas pelo Exército. E por fim a Declaração do Expedidor de Material Radioativo e Ficha de Monitoramento de Carga e do Veículo Rodoviário: exigido no carregamento de produtos radioativos. 6. RESULTADO Objetivou-se apresentar a legislação e a determinação dos órgãos envolvidos como CETESB, ANTT, ONU, INMETRO e CONTRAN no transporte de cargas perigosas, como forma de conscientização, uma vez que possuem potencial a gerar acidentes e a percepção da regulamentação pode vir a reduzir estes riscos. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste trabalho, apresentou-se as definições de produtos perigosos, as classificações existentes para os mesmos, as principais exigências para o transporte rodoviário desta natureza de carga, bem como os documentos primordiais necessários no instante do transporte, logo, mostrou-se a forma burocrática essencial para o carregamento deste tipo de matéria. Com tal pesquisa foi possível

conhecer as diferentes classes de produtos perigosos, as leis vigentes alusivas aos mesmos, a documentação relevante necessária para carregá-los e os significados das placas para reconhecimento destes. 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 7500. Norma Brasileira. Identificação para o Transporte Terrestre, Manuseio, Movimentação e Armazenamento de Produtos., 2014. Disponivel em: <http://www.oficinasantaeliza.com.br/downloads/nornbr7500sb54.pdf;>. Acesso em: Outubro 2017. CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 2014. Disponivel em: <http://cetesb.sp.gov.br/gerenciamento-de-riscos/emeg%c3%aancias-qu%c3%admicas/117- Pain%C3%A9is-de-Seguran%C3%A7a>. Acesso em: Outubro 2017. CRQ IV. Conselho regional de Química, 2014. Disponivel em: <http://www.crq4.org.br/quimicaviva_produtos_perigosos>. Acesso em: Outubro 2017. DECRETO 96.044/88. Presidência da Casa Cicil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d96044.htm>. DER. Secretaria dos Transportes, 2014. Disponivel em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/manual%20de%20produtos%20perigosos.pdf>. Acesso em: Outubro 2017. FONTES, A. EBAH. EBAH, 2009. Disponivel em: <http://www.ebah.com.br/content/abaaaauy0aj/nr-19-transporte-materiais-explosivos>. Acesso em: Outubro 2017. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 Ed. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEGA Multimodal. Cargas perigosas, 2017. Disponivel em: <http://www.megamultimodal.com.br/cargas-perigosas/>. Acesso em: Outubro 2017. NOVA Opersan. Sinalização Específica no Transporte de Produtos Perigosos, 2014. Disponivel em: <http://info.opersan.com.br/blog/bid/186708/sinalização-específica-no-transporte-de-produtosperigosos>. Acesso em: 2017. RESOLUÇÃO ANTT 420/04. Agência Nacional de Transportes Terrestre. Resolução Nº 420. Ministério do Trabalho., 2014. Disponivel em: <http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320110405154556.pdf>. Acesso em: Outubro 2017. SETCEMG. Sindicato das Empresas de Cargas do Estado de Minas Gerais, 2016. Disponivel em: <http://setcemg.org.br/plus/modulos/conteudo/?tac=documentacao-produtos-perigosos>. Acesso em: Outubro 2017. STD. Consultoria em Transportes de Produtos Perigosos, 2014. Disponivel em: <http://www.stdturiani.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=52&itemid=17>.