Gestão de Ocorrências - Formação de Formadores (POPH) NOV2008 ESTUPEFACIENTES

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Transcrição:

Gestão de Ocorrências - Formação de Formadores (POPH) NOV2008 ESTUPEFACIENTES 1. QUANTIDADES 2. AUTO DE OCORRÊNCIA 3. DETENÇÕES 4. DROGAS EM ESTABELECIMENTOS ENQUADRAMENTO LEGAL PROCEDIMENTOS E DILIGÊNCIAS A EFECTUAR EXPEDIENTE A ELABORAR Lei nº. 30/2000, de 29 Novembro Em vigor desde 01 de Julho de 2001, visou intervir junto dos consumidores, numa visão descriminalizadora, tendo o seu artigo 28º revogado o artigo 40º do Decreto-Lei 15/93, de 22 de Janeiro, excepto quanto ao cultivo. Tem como base a teoria de que o toxicodependente é um doente e não um criminoso, devendo ser tratado e não encarcerado. A dissuasão (grande objectivo desta lei, a qual criou as Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência - CDT) é um mecanismo legal de intervenção preventiva, terapêutica e sanitária junto dos consumidores de drogas, responsabilizando-os pelo seu comportamento de uso, com o objectivo de proteger a saúde individual, e a saúde e segurança públicas Lei nº 30/2000, de 29 Novembro, Artº. 2º - Criou a contra-ordenação para o consumo, a aquisição e a detenção para consumo próprio de quantidades necessárias ao consumo médio individual até 10 dias das substâncias inscritas nas tabelas I a IV anexas ao Decreto-Lei nº. 15/93, de 22 de Janeiro. Portaria nº. 94/96, de 26 de Março, teve como um dos objectivos a definição dos limites quantitativos máximos para cada dose média individual diária das substâncias inscritas nas tabelas I a IV anexas ao Decreto-Lei nº. 15/93, de 22 de Janeiro. QUANTIDADES O nº 9 da Portaria nº. 94/96, de 26 de Março, através do mapa anexo, estabelece então o limite quantitativo máximo para cada dose média diária das substâncias mais frequentes: SUBSTÂNCIAS TABELA QUANTIDADE / DIA QUANTIDADE / 10 DIAS HEROÍNA I-A 0,1 gr 1 gr COCAÍNA I-B 0,2 gr 2 gr CANNABIS I-C 2,5 gr 25 gr FOLHA CANNABIS I-C 0,5 gr 5 gr RESINA MDMA ecxtasy II-A 0.1 gr 1 gr ANFETAMINA II-B 0.1 gr 1 gr

Acórdão nº. 8/2008 do STJ, para fixação de jurisprudência, publicado no DR, I Série, de 05AGO2008, definiu que a aquisição e a detenção para consumo próprio de quantidades superiores necessárias ao consumo médio individual até 10 dias das substâncias inscritas nas tabelas I a IV anexas ao Decreto-Lei nº. 15/93, de 22 de Janeiro, integra o crime do artº. 40º, nº 2, do DL 15/93, de 22 de Janeiro (pena de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias). 1ª SITUAÇÃO Indivíduo interceptado na posse de quantidades de substâncias para consumo médio até 10 dias Auto de Ocorrência. 2ª SITUAÇÃO Indivíduo interceptado na posse de quantidades de substâncias para consumo médio até 10 dias, mas que por via de investigação criminal em curso, ou uma outra prova material ou testemunhal se estiver perante uma situação de tráfico Auto de Detenção. 3ª SITUAÇÃO Indivíduo interceptado na posse de quantidades de substâncias superiores às necessárias para consumo médio até 10 dias Auto de Detenção (Acórdão nº 8/2008 do STJ). AUTOS DE OCORRÊNCIA Lei nº. 30/2000, de 29 Novembro Decreto-Lei nº. 130-A/2001, de 23 de Abril Nos termos dos artº.s 2º e 4º da Lei nº. 30/2000, de 29 Novembro e artº. 9º do Decreto-Lei nº. 130-A/2001, de 23 de Abril é elaborado Auto de Ocorrência onde se menciona: a) Os factos que constituem a contra-ordenação; b) O dia, hora, local e as circunstâncias em a CO foi cometida; c) Tudo o que se poder averiguar acerca da identificação do agente da CO e seu domicílio (colocar um contacto telefónico sempre que possível); d) As diligências efectuadas, bem como os meios de prova conhecidos, nomeadamente as testemunhas que poderem depor sobre os factos. O Auto de Ocorrência é assinado pela entidade que o elaborou e enviado à Comissão territorialmente competente (que funciona junto do Governo Civil respectivo), pelo meio mais célere (e-mail CDT-Porto cdt.porto@idt.min-saude.pt), de modo a que seja recebido até 36 horas depois da ocorrência, procedendo-se à identificação do consumidor e eventualmente à sua revista e à apreensão das substância encontradas na sua posse, que devem ser mencionadas no auto e remetidas para a Comissão competente. (nº 1 do artº 4º da Lei nº. 30/2000, de 29 Novembro e nº 2 e 3 do artº 9º do Decreto-Lei nº. 130-A/2001, de 23 de Abril). Elaborado o Auto de Ocorrência é o consumidor notificado (sempre que possível, mediante entrega de duplicado do Auto artº 32º do DL nº 130-A/2001) para comparecer na CDT territorialmente competente (área do domicilio do consumidor, excepto se este não for conhecido, em que é competente a da área onde foi encontrado artº 8º da Lei nº 30/2000). Deve ser fixado dia e hora para a

apresentação na CDT respectiva, no mais curto prazo possível, sem nunca ultrapassar as 72 horas subsequentes ao da ocorrência (artº 11º do DL nº 130- A/2001). Quando não for possível identificar o indiciado e conhecer o seu domicílio no local e no momento da prática do facto, as autoridades policiais, se tal se revelar necessário, podem proceder à sua detenção a fim de o identificarem ou de garantirem a sua comparência perante a comissão, nos termos do regime legal da detenção para identificação - artº 250º do CPP (nº 2 do artº 4º da Lei nº. 30/2000, de 29 Novembro e nº 4 do artº 9º e artº 12º do Decreto-Lei nº. 130-A/2001, de 23 de Abril). Mas, através da Recomendação nº 1/2004, da IGAI, enviada à PSP pelo Ofício nº 2958 de 13 de Julho de 2004, Nota nº OP.009604, da DN/PSP, de 06 de Agosto de 2004, foi determinado com força obrigatória geral, a seguinte doutrina: 1- É ilegal a condução de cidadão aos postos policiais, com a única finalidade de identificação, ainda que se encontre em lugar público, aberto ao público ou sujeito a vigilância policial, mesmo que nisso consinta, quando não se verificarem os pressupostos do artº 250º do CPP: - Sobre ele recaia fundada suspeita da prática de crime; - Pendência de processo de extradição ou de expulsão; - Entrada ou permanência ilegal em território nacional; - Haver contra o mesmo Mandado de Detenção. 2- Não está prevista no nosso ordenamento jurídico a possibilidade de detenção para identificação coactiva de suspeito da prática de mera contra-ordenação: 3- É ilegal a condução de consumidores de substâncias psicotrópicas aos postos policiais com a única finalidade de elaboração de expediente, quando os factos configurarem inequivocamente a existência de uma mera contra-ordenação. 4- A detenção de indivíduo, consumidor de substâncias psicotrópicas, que não seja possível identificar no local e no momento da ocorrência, suspeito da prática da contra-ordenação p. e p. nos termos dos artºs. 2º, 15º e 16º da Lei nº 30/2000, de 29 de Novembro, apenas pode ter lugar quando se revelar necessária para garantir a comparência daquele perante a CDT. TIPOS PADRÃO DE CONSUMIDORES: NÃO TOXICODEPENDENTE A Joana tem 21 anos, consome haxixe todos os fins-de-semana, normalmente em grupo e para recreação; Já efectuou consumos de drogas sintéticas; É estudante-trabalhadora; Vive com os pais e tem como projecto de vida autonomizar-se económica e afectivamente da família nuclear; O seu estilo de vida não está condicionado pelos consumos. A CDT intervém com objectivos preventivos, informativos e de redução de danos. MEDIDAS 1ª vez Suspensão provisória do processo. Com registo prévio Aplica coima ou donativo; prestação de serviços gratuitos ou apresentação periódica na CDT. TOXICODEPENDENTE O Tony tem 41 anos, consome heroína e cocaína diariamente há já 22 anos. Nunca conseguiu aderir a um tratamento; Faz uns biscates (diz ele); Vive com a mãe, já idosa, com poucas possibilidades de o apoiar; O seu estilo de vida está condicionado pelos consumos.

A CDT intervém com objectivos terapêuticos e sanitários de redução de danos para o próprio e para a saúde pública. MEDIDAS Com ou sem registo prévio na CDT Suspensão provisória do processo, sob vigilância terapêutica. Caso não aceite ou abandone o tratamento é aplicada medida de apresentação periódica na CDT. CONSUMIDOR PROBLEMÁTICO O Fábio tem 18 anos, consome 10 ou mais charros / dia, não conseguindo interromper este padrão; Não tem escolaridade ou profissão qualificada; Vive com os pais, avós, namorada e filho; Tem processos-crime a decorrer; O seu estilo de vida está intrinsecamente associado aos consumos. A CDT intervém com objectivos terapêuticos, promovendo mudanças bio-psico-sociais e fomentando a construção de um projecto de vida normativo nas vivências sociais, familiares e relacionais. MEDIDAS (igual ao Tony) Com ou sem registo prévio na CDT Suspensão provisória do processo, sob vigilância terapêutica. Caso não aceite ou abandone o tratamento é aplicada medida de apresentação periódica na CDT. Elementos para constar no Auto de Ocorrência: Identificação, contacto telefónico e domicílio; Eventual revista; Testemunhas; Análise e pesagem do produto (juntando o Relatório do Teste Rápido); Circunstâncias e natureza do consumo (qualquer situação extra consumo deve ser relatada em Participação elaborada à parte); Situação social e económica do consumidor; Transporte a serviço de saúde (artº 10º DL130-A/2001); Contacto com advogado ou pessoa da sua confiança; Se foi ou não transportado à esquadra, colocando hora de entrada e saída do departamento. Se não tiver sido transportado à esquadra deve sempre ser mencionado o período em que o consumidor esteve na presença da Polícia. Notificação. Se tiver sido transportado à esquadra, deve ser elaborado Auto de Apreensão. Não se preenchem os formulários TCD A (substâncias) e B (intervenientes), pois a 2ª folha do Auto de Ocorrência serve de formulário. O Auto de Ocorrência deve ser enviado via Fax para a CDT respectiva. Se possível enviar também via e-mail. O original do Auto deve processar-se para que chegue à CDT de forma a não ultrapassar as 36H00 legais, acompanhado do estupefaciente apreendido, entregue mediante guia. Sugestão de procedimentos: Nas acções de patrulhamento diárias (EIR`s ou CP) estes meios auto devem dispor de Autos de Ocorrência e Autos de Apreensão manuais, para serem preenchidos no local da ocorrência, na eventualidade de não existir a dúvida de que não estamos na presença de um crime. Deve ser preenchido o campo da quantidade logo no local, indicando no Auto de Apreensão que posteriormente se pesará o produto apreendido.

O consumidor deve assinar o Auto de Apreensão, sendo-lhe entregue cópia do mesmo, bem como da 2ª folha do Auto de Ocorrência. Expediente a elaborar: Auto de Ocorrência; Auto de Apreensão; Teste Rápido, Guia de Entrega do Estupefaciente DETENÇÕES Decreto-Lei nº. 15/93, de 22 de Janeiro - CRIMES Artº. 21º -Tráfico e outras actividades ilícitas (18 acções) Quem, sem para tal se encontrar autorizado, cultivar, produzir, fabricar, extrair, preparar, oferecer, puser à venda, vender, distribuir, comprar, ceder ou por qualquer título receber, proporcionar a outrem, transportar, importar, exportar, fizer transitar ou ilicitamente detiver, fora dos casos previstos no artigo 40.º, plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a III é punido com pena de prisão de 4 a 12 anos. 2 - Quem, agindo em contrário de autorização concedida nos termos do capítulo Il, ilicitamente ceder, introduzir ou diligenciar por que outrem introduza no comércio plantas, substâncias ou preparações referidas no número anterior é punido com pena de prisão de 5 a 15 anos 3 - Na pena prevista no número anterior incorre aquele que cultivar plantas, produzir ou fabricar substâncias ou preparações diversas das que constam do título de autorização. 4 - Se se tratar de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV, a pena é a de prisão de um a cinco anos. Artº. 22º - Precursores; Artº. 23º Conversão, transferência ou dissimulação de bens ou produtos; Artº. 24º - Agravação; As penas previstas nos artigos 21.º e 22.º são aumentadas de um quarto nos seus limites mínimo e máximo se: a) As substâncias ou preparações foram entregues ou se destinavam a menores ou diminuídos psíquicos; b) As substâncias ou preparações foram distribuídas por grande número de pessoas; c) O agente obteve ou procurava obter avultada compensação remuneratória; d) O agente for funcionário incumbido da prevenção ou repressão dessas infracções; e) O agente for médico, farmacêutico ou qualquer outro técnico de saúde, funcionário dos serviços prisionais ou dos serviços de reinserção social, trabalhador dos correios, telégrafos, telefones ou telecomunicações, docente, educador ou trabalhador de estabelecimento de educação ou de trabalhador de serviços ou instituições de acção social e o facto for praticado no exercício da sua profissão; f) O agente participar em outras actividades criminosas organizadas de âmbito internacional; g) O agente participar em outras actividades ilegais facilitadas pela prática da infracção; h) A infracção tiver sido cometida em instalações de serviços de tratamento de consumidores de droga, de reinserção social, de serviços ou instituições de acção social, em estabelecimento prisional, unidade militar, estabelecimento de educação, ou em outros locais onde os alunos ou estudantes se dediquem à prática de actividades educativas, desportivas ou sociais, ou nas suas imediações;

i) O agente utilizar a colaboração, por qualquer forma, de menores ou de diminuídos psíquicos; j) O agente actuar como membro de bando destinado à prática reiterada dos crimes previstos nos artigos 21.º e 22.º, com a colaboração de, pelo menos, outro membro do bando; I) As substâncias ou preparações foram corrompidas, alteradas ou adulteradas, por manipulação ou mistura, aumentando o perigo para a vida ou para a integridade física de outrem. Artº. 25º - Tráfico de menor gravidade; Se, nos casos dos artigos 21.º e 22.º, a ilicitude do facto se mostrar consideravelmente diminuída, tendo em conta nomeadamente os meios utilizados, a modalidade ou as circunstâncias da acção, a qualidade ou a quantidade das plantas, substâncias ou preparações, a pena é de: a) Prisão de um a cinco anos, se se tratar de plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a Ill, V e VI; b) Prisão até 2 anos ou multa até 240 dias, no caso de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV. Artº. 26º - Traficante-consumidor; 1 - Quando, pela prática de algum dos factos referidos no artigo 21.º, o agente tiver por finalidade exclusiva conseguir plantas, substâncias ou preparações para uso pessoal, a pena é de prisão até três anos ou multa, se se tratar de plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a Ill, ou de prisão até 1 ano ou multa até 120 dias, no caso de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV. 2 - A tentativa é punível. 3 - Não é aplicável o disposto no n.º 1 quando o agente detiver plantas, substâncias ou preparações em quantidade que exceda a necessária para o consumo médio individual durante o período de cinco dias. Artº. 28º - Associação criminosas; Artº. 29º - Incitamento ao uso de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas; 1 - Quem induzir, incitar ou instigar outra pessoa, em público ou em privado, ou por qualquer modo facilitar o uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a Ill é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa. 2 - Se se tratar de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV, a pena é de prisão até 1 ano ou de multa até 120 dias. 3 - Os limites mínimo e máximo das penas são aumentados de um terço se: a) Os factos foram praticados em prejuízo de menor, diminuído psíquico ou de pessoa que se encontrava ao cuidado do agente do crime para tratamento, educação, instrução, vigilância ou guarda; b) Ocorreu alguma das circunstâncias previstas nas alíneas d), e) ou h) do artigo 24.º

Artº. 30º - Tráfico e consumo em lugares públicos ou de reunião; 1 - Quem, sendo proprietário, gerente, director ou, por qualquer título, explorar hotel, restaurante, café, taberna, clube, casa ou recinto de reunião, de espectáculo ou de diversão, consentir que esse lugar seja utilizado para o tráfico ou uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações incluídas nas tabelas I a IV é punido com pena de prisão de um a oito anos 2 - Quem, tendo ao seu dispor edifício, recinto vedado ou veículo, consentir que seja habitualmente utilizado para o tráfico ou uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações incluídas nas tabelas I a IV é punido com pena de prisão de um a cinco anos. 3 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, aquele que, após a notificação a que se refere o número seguinte, não tomar as medidas adequadas para evitar que os lugares neles mencionados sejam utilizados para o tráfico ou o uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações incluídas nas tabelas I a IV é punido com pena de prisão até cinco anos 4 - O disposto no número anterior só é aplicável após duas apreensões de plantas, substâncias ou preparações incluídas nas tabelas I a IV, realizadas por autoridade judiciária ou por órgão de polícia criminal, devidamente notificadas ao agente referido nos n.ºs 1 e 2, e não mediando entre elas período superior a um ano, ainda que sem identificação dos detentores. 5 - Verificadas as condições referidas nos n.ºs 3 e 4, a autoridade competente para a investigação dá conhecimento dos factos ao governador civil do distrito da área respectiva ou à autoridade administrativa que concedeu a autorização de abertura do estabelecimento, que decidirão sobre o encerramento. Artº. 32º - Abandono de seringas; Quem, em lugar público ou aberto ao público, em lugar privado mas de uso comum, abandonar seringa ou outro instrumento usado no consumo ilícito de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas, criando deste modo perigo para a vida ou a integridade física de outra pessoa, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. Artº. 35º - Perda de objectos; 1 - São declarados perdidos a favor do Estado os objectos que tiverem servido ou estivessem destinados a servir para a prática de uma infracção prevista no presente diploma ou que por esta tiverem sido produzidos. 2 - As plantas, substâncias e preparações incluídas nas tabelas I a IV são sempre declaradas perdidas a favor do Estado. 3 - O disposto nos números anteriores tem lugar ainda que nenhuma pessoa determinada possa ser punida pelo facto. Artº. 40º - Consumo (nº.1 em vigor quanto ao cultivo e nº.2 por força do Acórdão nº 8/2008 do STJ); 1 - Quem consumir ou, para o seu consumo, cultivar, adquirir ou detiver plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a IV é punido com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 30 dias. 2 - Se a quantidade de plantas, substâncias ou preparações cultivada, detida ou adquirida pelo agente exceder a necessária para o consumo médio individual durante o período de 3 dias, a pena é de prisão até 1 ano ou de multa até 120 dias 3 - No caso do n.º 1, se o agente for consumidor ocasional, pode ser dispensado de pena. Artº. 51º - Legislação processual penal; 1 - Para efeitos do disposto no Código de Processo Penal, e em conformidade com o n.º 2 do artigo 1.º do mesmo Código, consideram-se equiparadas a casos de terrorismo, criminalidade violenta ou altamente organizada as condutas que integrem os crimes previstos nos artigos 21.º a 24.º e 28.º deste diploma.

2 - Na falta de disposição específica do presente diploma, são aplicáveis subsidiariamente as normas do Código de Processo Penal e legislação complementar. Artº. 53º - Revista e perícia. 1 - Quando houver indícios de que alguém oculta ou transporta no seu corpo estupefacientes ou substâncias psicotrópicas, é ordenada revista e, se necessário, procede-se a perícia. 2 - O visado pode ser conduzido a unidade hospitalar ou a outro estabelecimento adequado e aí permanecer pelo tempo estritamente necessário à realização da perícia. 3 - Na falta de consentimento do visado, mas sem prejuízo do que se refere no n.º 1 do artigo anterior, a realização da revista ou perícia depende de prévia autorização da autoridade judiciária competente, devendo esta, sempre que possível, presidir à diligência. 4 - Quem, depois de devidamente advertido das consequências penais do seu acto, se recusar a ser submetido a revista ou a perícia autorizada nos termos do número anterior é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. Elementos para constar no Auto de Detenção: Identificação, contacto telefónico e domicílio; Eventual revista; Testemunhas; Apreensões (dinheiro; droga; armas; telemóveis; ouro; viaturas.); Análise e pesagem do produto estupefaciente (juntando o Relatório do Teste Rápido); Circunstâncias da detenção (Só posse? Foi visto a vender? Quantas vendas?) Situação criminal do detido (Já foi detido mais vezes? É referenciado? Está sujeito a alguma medida de coacção? Cumpre essa medida? Já esteve preso pela prática do mesmo crime?) Situação social / económica / sanitária do detido (É toxicodependente? Trabalha? Vive com quem e onde?); Aconteceu transporte a serviço de saúde; Problemas na detenção; Contacto com advogado ou pessoa da sua confiança; Hora de entrada e saída do departamento policial. Expediente a elaborar: Auto de Notícia / Detenção; Auto de Apreensão; Relatórios Teste Rápido; TIR, TCA e Notificações; Fax a comunicar a detenção ao TIC ou Tribunal de Turno, conforme os casos, Boletim Individual de Detido, Auto de Depósito, Ordem de Detenção; Formulários TCD A (substâncias) e B (intervenientes). Fotos de todo o material apreendido; foto do suspeito no momento da detenção e se tiver sido o caso, Relatório de Vigilância, se possível com fotogramas