TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA



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Transcrição:

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA Inquérito Civil nº 167.0.59059/2011-05/2011-CID Compromitente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA Compromissário: MUNICÍPIO DE ITANAGRA Pelo presente instrumento, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA, por seu Promotor de Justiça da Cidadania que o presenta, doravante denominado Compromitente, e, de outro lado, o MUNICÍPIO DE ITANAGRA, doravante denominado Compromissário, representado por seu Prefeito, o Sr. Valdir Jesus de Souza, brasileiro, solteiro, comerciante, natural de Mata de São João-BA, filho de Antônio Marques de Souza e Crispina de Jesus, portador da Cédula de Identidade nº 02.553.406-80 SSP- BA, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas (C.P.F.) sob o n o 156.888.875-91, residente e domiciliado na Quadra C, nº 74, Centro, Vila São José do Avena, Itanagra-BA, neste ato assistido pela Drª. Maria Antônia dos Santos Ferreira, Procuradora-Geral do Município de Itanagra, brasileira, divorciada, advogada inscrita na OAB-BA nº 6.910, portadora da Cédula de Identidade nº 942.482, expedida pela SSP/BA, inscrita no C.P.F. sob o nº 144.233.675-72, residente e domiciliada na Rua Conde de Porto Alegre nº 260, apt. 5.221, IAPI, Salvador-BA, considerando que: I. conforme preconiza o art. 127, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis; II. - consoante o art. 129, III, da Constituição da República Federativa do Brasil, insere-se, entre as funções institucionais do Ministério Público, a promoção do inquérito civil e da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; III. - conforme o art. 1º, II e III, da Carta Política de 1988, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, entre outros, a cidadania e a dignidade da pessoa humana; IV. segundo o art. 5 o daquele Diploma, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; V. o art. 6 o daquele Regramento elenca, como direitos sociais, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados; VI. o art. 205, caput, do Estatuto Básico proclama que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho; VII. a Carta Magna, em seu art. 206, I, assinala que o ensino será ministrado, entre outros, com base no princípio da igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; VIII. o Pacto Fundamental, em seu art. 208, VII, consagra que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; IX. o art. 208, 1 o e 2 o, da Constituição Cidadã reconhece que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito constitui direito público subjetivo, importando o seu não-oferecimento pelo Poder Público e sua oferta irregular responsabilidade da autoridade competente; X. o art. 227, caput, da Lei Fundamental declara que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão; XI. o art. 1 o da Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985 (Lei da Ação Civil Pública), preconiza que se regem pelas disposições daquela Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: a) ao meio-ambiente; b) ao consumidor; c) a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; d) a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; e) por infração da ordem econômica; f) à ordem urbanística; XII. o art. 5 o, caput, da Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985 (Lei da Ação Civil Pública), estatui que tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar, entre outros, o Ministério Público; XIII. o art. 5 o, 6, da Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985 (Lei da Ação Civil Pública), chancela que os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial; XIV. o art. 8º, 1, da Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985, assinala que o Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil; XV. o art. 201, V, da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), preceitua que compete ao Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, 3, II, da Constituição Federal; XVI. o art. 208, V, da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), prevê que se regem pelas disposições daquela lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental; XVII. o art. 4 da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do

Adolescente), não contemplou contemporizações ao estancar, em seu caput, que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, estipulando, em seu parágrafo único, que a garantia de prioridade compreende, entre outros, a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas e a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude; XVIII. o art. 54, V, da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), destaca que é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, entre outros: a) ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; b) atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; XIX. o art. 54, 1 e 2, da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), sublinha que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo e o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente; XX. segundo o art. 4º, VIII, da Lei Federal nº 9.394,de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB), o dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia, entre outros, de atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; XXI conforme disposto no art. 11, VI, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB), os Municípios incumbir-se-ão de assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal; XXII. o art. 5º, caput, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB), ratifica que o acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo; XXIII. o art. 5º, 4º, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB), adverte que, comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade; XXIV. conforme albergado no art. 70, VIII, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB), considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam à aquisição de material didático-escolar e à manutenção de programas de transporte escolar;

XXV. a Lei Federal nº 10.880, de 09 de junho de 2004, instituiu o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), no âmbito do Ministério da Educação, a ser executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o objetivo de oferecer transporte escolar aos alunos da educação básica pública, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; XXVI. a Lei Federal nº 11.494, de 20 de junho de 2007, instituiu, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e, ex vi do disposto no art. 21 daquele Diploma, os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; XXVII. o art. 136 da Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), disciplina que os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: a) registro como veículo de passageiros; b) inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança; c) pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas; d) equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo; e) lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira; f) cintos de segurança em número igual à lotação; g) outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN); XXVIII. o art. 137 daquele Diploma torna obrigatório que a autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal para circulação de veículos destinados à condução coletiva de escolares seja afixada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante; XXIX o art. 138 do supra mencionado Regramento exige que o condutor de veículo destinado à condução de escolares satisfaça os seguintes requisitos: a) ter idade superior a 21 (vinte e um) anos; b) ser habilitado na categoria D ; c) não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias durante os 12 (doze) últimos meses; d) ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN); XXX. o art. 105, II, daquele Diploma torna equipamento obrigatório, entre outros a serem estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), para os veículos de transporte e de condução escolar, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

XXXI. - conforme estampado no Termo de fls. 116/117 deste Caderno e no Relatório de Vistoria encartado às fls. 133/134 dos vertentes autos, durante inspeção realizada pelo Compromitente, em conjunto com a 28 a Circunscrição Regional de Trânsito (28 a CIRETRAN) e com o apoio da 32 a Companhia Independente de Polícia Militar do Estado da Bahia (32 a CIPM), em 03 de setembro de 2012, nos veículos pertencentes ao Compromissário ou a particulares, utilizados na oferta do serviço de transporte escolar para alunos da rede pública de ensino situada naquele Município, constou-se: a) que os veículos de placas policiais JRV-3332 (Fiat Palio), JQX-9740 (Kombi), JRS-6241 (Kombi), JMF-5912 (Kombi) e HBA-1770 (Fiat Uno), representativos de 29,41% (vinte e nove vírgula quarenta e um por cento) do total de veículos empregados no transporte público escolar eram conduzidos por pessoas não possuidoras de qualquer tipo de habilitação ou permissão para dirigir concedidas pelo órgão de trânsito, quais sejam, José dos Santos Araújo, Lino Luciano dos Santos, Paulo Sérgio Santos de Santana, Josafá dos Santos Queiroz e Tiago Santos Ribeiro respectivamente; b) que 15 (quinze) dos 16 (dezesseis) veículos inspecionados apresentavam diversas e sérias irregularidades identificadas pelo órgão estadual de trânsito, entre as quais se podem registrar lacres violados, pneus sem condições de uso, atrasos em licenciamentos, motores e chassi com numerações ilegíveis, ausências de cintos de segurança, lanternas quebradas ou danificadas, faltas de luz de ré e retrovisor, extintores de incêndio com prazos de validade vencidos, para-brisas trincados, placa ilegível, para-choque danificado e parte elétrica sem funcionar; XXXII.- recomendar o Compromitente ao Compromissário, neste ato, a adoção das providências administrativas pertinentes visando à substituição gradativa do uso de veículos particulares na prestação do serviço de transporte de estudantes da rede pública de ensino no Município de Itanagra, por veículos de frota própria a serem paulatinamente por ele adquiridos, em proveito ao princípio constitucional da eficiência, insculpido no art. 37, caput, da Carta Política de 1988; XXXIII. - a disponibilidade do Compromissário em ajustar sua conduta às determinações legais; RESOLVEM celebrar o presente COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, nos seguintes termos e condições: 1. O Compromissário reconhece que o transporte escolar por ele oferecido no Município de Itanagra não está inteiramente adequado às normas previstas na Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), seja no que tange aos veículos empregados em tal atividade, seja no que pertine aos condutores de tais veículos. 2. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em, até 30.11.2012, adequar e, a partir da referida data, manter adequada a frota de veículos que prestam o serviço de transporte escolar da rede pública de ensino no Município de Itanagra ao quanto estabelecido nos arts. 136

e seguintes da Lei Federal n o 9.503, de 23.09.1997 (Código de Trânsito Brasileiro), mediante as seguintes providências: a) registro como veículo de passageiros; b) inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança, realizando a primeira inspeção até data mencionada no caput desta cláusula e as demais até 10 (dez) dias antes do início de cada ano letivo; c) pintura de faixa horizontal na cor amarela, com 40cm (quarenta centímetros) de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseiras da carroceria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas; d) lanternas de luz branca, fosca ou amarela disposta nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira; e) cintos de segurança em número igual à lotação; f) outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). 3. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em, até 20.01.2013, assegurar que todos os ônibus, micro-ônibus, vans ou congêneres que realizam transporte escolar no Município de Itanagra possuam equipamento registrador instantâneo de velocidade e tempo. 4. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em vedar, fiscalizar, coibir e impedir o transporte de escolares em veículos inadequados, seja de sua própria frota, seja terceirizada ou de particulares, a partir de 01.12.2012 5. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em, até 30.11.2012, assegurar que somente conduzam os veículos destinados a transporte escolar pessoas que satisfaçam os requisitos legais, especialmente aqueles previstos no art. 138 da Lei Federal n o 9.503, de 23.09.1997 (Código de Trânsito Brasileiro), quais sejam: a) idade superior a 21 (vinte e um) anos; b) habilitação na categoria ''D''; c) não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias nos últimos 12 (doze) meses; d) aprovação em curso especializado, nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). 6. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em vedar, fiscalizar, coibir e impedir o transporte de escolares por condutor que não satisfaça as exigências do art. 138 da Lei Federal n o 9.503, de 23.09.1997 (Código de Trânsito Brasileiro), a partir de 01.12.2012.

7. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em exigir, a partir da presente data, nos processos de licitação por ele desencadeados para a prestação de serviço de transporte escolar, a comprovação documental do atendimento integral pelo licitante das exigências constantes dos artigos 105, II, 136 e seguintes, e 138, todos da Lei Federal n o 9.503, de 23.09.1997 (Código de Trânsito Brasileiro), como requisito para a sua contratação pelo Compromissário. Parágrafo único O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em exigir, a partir da presente data, nos processos de licitação por ele desencadeados para a prestação de serviço de transporte escolar e nas contratações correspondentes, que o licitante disponha de quantitativo mínimo de 30% (trinta por cento) do número de veículos efetivamente utilizados na prestação do serviço contratado, em condições de regularidade de acordo com os arts. 105, II, 136 e 137, todos da Lei Federal n o 9.503, de 23.09.1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para eventual utilização na prestação do serviço contratado, seja em substituição definitiva, seja em subsituitção provisória dos veículos usualmente empregados. 8. O Compromissário assume a obrigação de fazer consistente em cientificar o Compromitente da adoção das providências mencionadas nas cláusulas segunda, terceira, quinta e sétima deste instrumento, no prazo de 10 (dez) dias de suas efetivações. Parágrafo único No ato da cientificação quanto às obrigações mencionadas nas cláusulas segunda e quinta, o Compromissário indicará ao Compromitente: a) relação completa de todos os veículos que prestarão o serviço de transporte escolar da rede pública de ensino no Município de Itanagra inclusive aqueles objeto do parágrafo único da cláusula sétima deste instrumento, especificando-lhes as placas, nomes de proprietários, regularidade de licenciamentos perante o órgão de trânsito e comprovante de aprovação pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) em inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios de segurança; b) relação completa de todos os condutores dos veículos destinados a transporte escolar, especificando-lhes os nomes, idades, números de Carteiras Nacionais de Habilitação (C.N.H. s) e categorias correspondentes. 9. - O Compromitente poderá fiscalizar o cumprimento do presente instrumento, diretamente ou com o apoio dos órgãos municipais, estaduais ou federais competentes, tomando todas medidas legais cabíveis sempre que necessário, inclusive na seara criminal e/ou de proteção do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa. 10. O Compromissário obriga-se ao pagamento, em favor do Fundo Estadual dos Direitos Difusos, ou, em sua ausência, ao Fundo Nacional dos Direitos Difusos, sem prejuízo das sanções cíveis, administrativas e criminais decorrentes de sua conduta, em caso de descumprimento de qualquer de obrigações assumidas, das multas definidas na forma seguinte, acrescidas de atualização monetária, adotando-se para tanto os índices utilizados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Bahia para correção dos débitos judiciais, mais juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês: a) multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por cada veículo que esteja a ser utilizado

na prestação do serviço de transporte escolar da rede pública de ensino no Município de Itanagra, em desacordo com o disposto nas cláusulas segunda, terceira e quarta deste instrumento; b) multa diária de R$ 1.000,00 (hum mil reais), por cada condutor que esteja a conduzir veículo empregado no transporte escolar da rede pública de ensino no Município de Itanagra, em desacordo com o disposto nas cláusulas quinta e sexta deste instrumento; c) multa diária de R$ 500,00 (quinzentos reais), por cada descumprimento de obrigações previstas na cláusula sétima deste instrumento; d) multa diária de R$ 100,00 (cem reais), por cada descumprimento de obrigação prevista na cláusula oitava deste instrumento. 11. - As multas estipuladas na cláusula décima incidirão em caso de total ou parcial inadimplência de qualquer das cláusulas correspondentes, independente de prévia interpelação judicial ou extrajudicial, estando o Compromissário constituído em mora com o simples vencimento dos prazos previstos. 12. - As multas cominatórias referidas na cláusula décima serão igualmente devidas em caso de atraso no cumprimento de qualquer das obrigações assumidas, não importando exoneração da obrigação desonrada. 13. - O presente compromisso produzirá os efeitos legais a partir de sua celebração, na forma do artigo 5º, 6º, da Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e art. 585, VII, do Código de Processo Civil, e terá eficácia executiva nos termos do artigo 83, parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº 11, de 18 de janeiro de 1996 (Lei Orgânica do Ministério Público do Estado da Bahia). Por estarem de acordo, firmam o presente. Mata de São João-BA, setembro, 25, 2012. COMPROMISSÁRIO(A) Prefeito Municipal Procuradora-Geral PEDRO ARAUJO CASTRO Promotor de Justiça da Cidadania