DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL (RT) DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS CONTENDO RESÍDUO OLEOSO DE PETRÓLEO

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Transcrição:

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL (RT) DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS CONTENDO RESÍDUO OLEOSO DE PETRÓLEO Letícia Maria Macêdo de Azevedo¹; Walter Rubens Ribeiro Feitosa Batista²; Camila Luz Gonçalves Nunes³; Ana Maria Gonçalves Duarte Mendonça 4 1,2,3 Graduando em Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil; Universidade Federal de Campina Grande - UFCG; Campina Grande-PB; leticia_azevedo@hotmail.com; walter_rubens1@hotmail.com; camilanunes.engcivil@hotmail.com 4 Professora, Doutora, Departamento de Engenharia Civil; Universidade Federal de Campina Grande - UFCG; Campina Grande-PB; ana.duartemendonca@gmail.com RESUMO Além de proporcionar maior acessibilidade e praticidade aos usuários, outras finalidades da construção de uma rodovia são promover segurança, juntamente com conforto e economia, seja para o transporte de pessoas ou mercadorias, abrindo novos espaços para desenvolvimento das regiões mais próximas e possibilitando a consolidação da economia naquela região. Assim, há uma habilidade da engenharia de pavimentos no estudo e aplicação de novas tecnologias que viabilizem o lado econômico, durável, resistente e sustentável, moldando-se a necessidade nacional e, melhorando ou mantendo as características já vigentes. Portanto, estabeleceu-se esse estudo com a incorporação de resíduo oleoso de petróleo proveniente do refino do petróleo - em pavimentos asfálticos na expectativa de mitigar a deposição inadequada do resíduo no meio ambienta, proporcionar evoluções nas propriedades mecânicas dos pavimentos asfálticos, otimizando resultados de maneira sustentável. Este trabalho objetivou determinar a resistência a tração por compressão diametral (RT) de pavimentos asfálticos contendo resíduo oleoso de petróleo. Foram preparadas as misturas com o teor 5,3% de CAP e 3,0% de resíduo oleoso e submetidas a ensaio de resistência a tração por compressão diametral. Observou-se que os resultados obtidos foram satisfatórios para o ensaio de tração por compressão diametral, onde a mistura com teor aproximado de 4,5% de resíduo oleoso (RO) e 5,3% de CAP apresentou resistência de 44,5% superior ao mínimo estabelecido pelo DNIT, sendo o máximo notado de 0,939 MPa. Palavras-chave: pavimentação, resíduo oleoso, asfalto. 1. INTRODUÇÃO Além de proporcionar maior acessibilidade e praticidade aos usuários, outras finalidades da construção de uma rodovia são promover segurança, juntamente com conforto e economia, seja para o transporte de pessoas ou mercadorias, abrindo novos espaços para desenvolvimento das regiões mais próximas e possibilitando a consolidação da economia naquela região [CNT, 2007]. Entretanto, no Brasil, apesar do sistema de tráfego viário ser bastante solicitado, é contato@conepetro.com

comum depois de algum tempo perceber a degeneração dos pavimentos, principalmente trincas por fadiga e acúmulo de deformações permanentes nas trilhas de rodas. Segundo Neves Filho [2004] uma das causas da alta ocorrência de deformações permanentes, deve-se a baixa resistência ao cisalhamento que depende de fatores como: organização dos agregados minerais e susceptibilidade térmica. Logo, diante deste cenário, há uma habilidade da engenharia de pavimentos no estudo e aplicação de novas tecnologias que viabilizem o lado econômico, durável, resistente e sustentável, moldando-se a necessidade nacional e, melhorando ou mantendo as características já vigentes. De acordo com Di Giulio [2007], as pesquisas referentes a incorporação de resíduos em ligantes asfáltico vem crescendo nos último anos. Assim, seguindo o mesmo pensamento, estabeleceu-se esse estudo com a incorporação de resíduo oleoso de petróleo proveniente do refino do petróleo - em pavimentos asfálticos. Além de ser uma das principais fontes de energia, o petróleo também desempenha papel importante como matéria prima para a manufatura de vários bens de consumo e, dessa maneira, designa um papel cada vez mais relevante na vida da sociedade. Diante disto, o refino do petróleo é a atividade essencial na indústria, constando da separação de seus componentes. Caso contrário, na forma bruta, o composto orgânico apresenta pouco ou nenhum valor comercial [MARIANO, 2011]. Na indústria petrolífera, desde a perfuração até a distribuição do transporte de derivados é favorecida a geração de resíduos oleosos, onde os principais são a borra oleosa e o solo contaminado por óleo [CAVALCANTE et al., 2011]. Logo, é de suma importância a incorporação da consciência ambiental na concepção, no planejamento e na operação de refinarias. Além disso, empregando o resíduo oleoso na pavimentação asfáltica espera-se que agregue valor ao resíduo, haja uma diminuição da sua deposição inadequada no meio ambiente, como também, melhora nas propriedades mecânicas dos pavimentos, otimizando resultados de maneira sustentável. 2. METODOLOGIA 2.1. Materiais 2.1.1. Agregados graúdos Para a pesquisa foram utilizadas britas de origem granítica como agregados graúdos, com dimensões máximas de 19,0 mm e 9,5 contato@conepetro.com

mm, provenientes de jazida localizada no município de Campina Grande PB. classificado pelo seu grau de penetração como CAP 50/70 de acordo com nova especificação 2.1.2. Agregado miúdo Oriundo de jazida localizada no município de Campina Grande PB, o pó de brasileira (ANP, 2005). O CAP 50/70 é comumente utilizado para misturas CBUQ na região Nordeste por apresentar menor suscetibilidade a altas temperaturas. pedra com diâmetro máximo de 4,8 mm foi utilizado como agregado miúdo na mistura ásfaltica. 2.2. Métodos Para o desenvolvimento da pesquisa seguiu-se o fluxograma apresentado na Figura 1. 2.1.3. Fíler O Resíduo Oleoso (RO), proveniente da perfuração de poços de petróleo da unidade de Taquipe da PETROBRÁS no Estado da Bahia, e originalmente em forma de cascalhos, foi submetido aos processos de trituração, destorroamento, e peneiramento, para a obtenção de partículas com dimensões menores que 0,075mm, adicionadas como fíler na mistura asfáltica e atuando como material de enchimento na mistura. 2.1.4. Ligante asfáltico O Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) utilizado nessa pesquisa, fornecido pela PETROBRAS, foi caracterizado e Figura 1: Fluxograma de atividades da pesquisa. da mistura 2.2.1. Caracterização dos componentes Para a etapa de caracterização dos materiais, foram realizados: ensaios de granulometria e determinação da massa específica. contato@conepetro.com

2.2.2. Determinação da massa específica Para a determinação da massa específica dos agregados graúdos utilizou-se o método de ensaio DNER-ME 081/98. Para os agregados miúdos foi utilizado o método de ensaio DNER-ME 084/95. 2.2.3. Ensaio de granulometria A distribuição granulométrica dos agregados é feita através do ensaio de granulometria. O ensaio foi realizado para os agregados graúdos e miúdos utilizando o processo de peneiramento de amostras, inicialmente secas em estufa até constância de massa e à temperatura de 25ºC. Para a determinação da distribuição do tamanho dos grãos, foi utilizado a NBR 7181 (ABNT, 1984). 2.2.4. Dosagem da mistura Após obtenção das curvas granulométricas características dos materiais, foi utilizado o método analítico para determinação dos teores de cada material na mistura, com o objetivo de enquadrá-la na faixa C do DNIT, descrita na especificação de serviço (DNIT 031/2006 ES) para pavimentos flexíveis. Nesta etapa, a mistura de agregados é considerada como 100%, e as porcentagens do ligante devem ser referentes a este percentual. 2.2.5. Determinação das propriedades mecânicas da mistura Em pesquisa complementar desenvolvida na Universidade Federal de Campina Grande intitulada Utilização de Resíduos Oleosos em Revestimento Asfáltico, obteve-se o teor de 5,3% de CAP como teor ótimo da mistura, através da dosagem Marshall. No presente estudo, para os ensaios de RT foram moldados três corpos de prova para cada teor de CAP, seguindo o método de Dosagem Marshall descrito na norma do DNER ME 043/95, e compactados em uma única camada com 75 golpes por face. E para o ensaio de Módulo de Resiliência foram moldados 3 corpos de prova com o teor 5,3% de CAP e 3,0% de resíduo oleoso(ro), denominando-se de mistura A. 2.2.6. Resistência à tração por compressão diametral O ensaio de resistência à tração por compressão diametral (RT) é um ensaio de ruptura, onde o corpo de prova é posicionado contato@conepetro.com

horizontalmente e a carga é aplicada diametralmente a uma velocidade de 0,8 ± 0,1mm/s. Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 25ºC e realizados segundo a norma DNIT 136/2010-ME. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Caracterização dos componentes da mistura A curva granulométrica foi obtida pelo ensaio de peneiramento dos agregados graúdos e miúdos e está representada na Figura 2. graduada e o resíduo oleoso (RO) como material de enchimento, que possui partículas com dimensões menores que 0,075mm. A tabela 1 apresenta a classificação dos agregados quanto aos critérios de natureza, tamanho, coeficiente de uniformidade (CU), que relaciona o diâmetro estimado correspondente ao percentual acumulado de 40% e o diâmetro estimado correspondente ao percentual acumulado de 90%, e coeficiente de curvatura (CC) que determina a continuidade ou descontinuidade da concentração de faixas dos grãos mais grossos. Tabela 1: Classificação dos agregados. Figura 2: Curva Granulometrica dos agregados. Conforme ilustra a Figura 2 as britas apresentam distribuição aberta, o que indica presença reduzida ou ausência de partículas com dimensões menores que 0,075mm, justificada pela sua distribuição uniforme. Para suprir a necessidade de finos, foram utilizados como agregado miúdo o pó de pedra que apresentou distribuição bem Os agregados graúdos, provenientes de rocha granítica apresentaram valores de massa específica com pouca variação. Apesar do pó de pedra ter a mesma formação que as britas, este apresentou valor inferior, o que pode ser explicado pelo fato deste material ser proveniente de jazida diferente. O valor obtido para o CAP 50/70, segundo literatura contato@conepetro.com

foi de 1,207 g/cm³. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 2. Tabela 3: Porcentagem dos materiais na mistura. Tabela 2: Massa específica. 3.2. Dosagem da mistura Com a utilização do método analítico para elaboração do traço inicial para misturas de CBUQ, obteve-se o traço representado na Figura 3, que se enquadra entre o limite mínimo e máximo para faixa C do DNIT. Na Tabela 3 apresenta-se o teor de cada material presente na mistura. Após determinação do traço inicial, foram feitas correções para adição do CAP na mistura, para a dosagem dos corpos de prova. Para cada teor de CAP, entre 3,5% e 5,5%, os teores iniciais sofreram modificações proporcionais, conforme apresentado nas Tabelas 4 e 5. Tabela 4: Diminuição da porcentagem do teor na mistura. Figura 3: Traço desenvolvido para misturas de CBUQ, na faixa C do DNIT. Tabela 4: Dosagem dos corpos de prova. contato@conepetro.com

3.3. Determinação das propriedades mecânicas da mistura oleoso na mistura, mantendo-se o teor de CAP fixo igual a 5,3%. A Figura 4 mostra a variação da tensão média de compressão com aumento do teor de CAP na mistura. Figura 5: Teor de Resíduo Oleoso (RO) na mistura (%) versus tensão média de compressão (MPa). Figura 4: Teor de CAP da mistura (%) versus tensão média de compressão (MPa). Para os quatro teores de fíler entre 2,84 e 2,90 fixos na mistura, ilustrados na Tabela 4, constatou-se que a mistura apresenta a maior tensão média de compressão 0,901MPa, para o teor de CAP de 4,0%, aproximadamente 38,5% maior que o mínimo 0,65MPa, estabelecido pelo DNIT. Observa-se que a partir deste ponto máximo a adição do CAP ocasiona a diminuição da tensão de compressão. Obseva-se que a máxima tensão média de compressão de 0,939 MPa foi obtida para a mistura com adição do teor de 4,5% de RO. A partir deste teor ocorreu uma diminuição significativa nos valores da tensão média de compressão.porém para todos os percentuais analisados os valores obtidos foram superiores ao limite mínimo de 0,65MPa estabelecido pelo DNIT. 5. CONCLUSÕES Com base nos resultados apresentados ao final da pesquisa, pode-se concluir que A Figura 5 ilustra a variação da tensão média de compressão versus teor de resíduo contato@conepetro.com

analisando a resistência a tração por compressão diametral, todos os valores encontrados foram superiores ao mínimo estabelecido pelo DNIT para faixa C de 0,65 MPa. Além disso, a mistura com teor aproximado de 4,5% de resíduo oleoso (RO) e 5,3% de CAP apresentou resistência de 44,5% superior ao mínimo estabelecido pelo DNIT, sendo o máximo notado de 0,939 MPa. Apesar de apresentar resultados de acordo com as normas, é necessário um estudo mais aprofundado para garantir a possibilidade do uso do resíduo oleoso na pavimentação. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANP. 2005. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas Solo Análise granulométrica. NBR 7181, 13p. Rio de Janeiro, 1984. CAVALCANTE, E. H.; MOTTA, L. M. G.; UBALDO, M. O.; NASCIMENTO, L. A. H.; VEIGA, I. de L.; COSTA, J. H. Construção de trecho monitorado com utilização do resíduo cascalho de perfuração. XVI CILA Congresso Ibero-Latinoamericano do Asfalto, Rio de Janeiro, 2011. CNT Confederação Nacional dos Transportes. Pesquisa Rodoviária, 2007. DI GIULIO, G. Vantagens ambientais e econômicas no uso de borracha em asfalto Inovação Uniemp v.3 n.3 Campinas, 2007. DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - Agregados Determinação da absorção e da densidade de agregado graúdo. DNER-ME 081, 6p. Rio de Janeiro, 1998. DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem Agregado Miúdo Determinação da densidade real. DNER-ME 084, 3p. Rio de Janeiro, 1995. DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem Mistura betuminosa a quente Ensaio Marshall. DNER-ME 043, 11p. Rio de Janeiro, 1995. DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Pavimentos Flexíveis Concreto asfáltico Especificação de serviço. DNIT 031, 14p. Rio de Janeiro, 2006. DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Pavimentação asfáltica Misturas Asfálticas Determinação da resistência à tração por contato@conepetro.com

compressão diametral Método do ensaio. DNIT-ME 136, 6p. Rio de Janeiro, 2010. MARIANO, J. B. Impactos ambientais do refino de petróleo. 2001, 289p. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro-RJ. produzidas com ligante asfalto-borracha. 2004. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, USP. São Carlos- SP. NEVES FILHO, C. L. D. Avaliação laboratorial de misturas asfálticas SMA contato@conepetro.com