Avaliação do desempenho de misturas betuminosas temperadas (semi-quente) ao fim de 5 anos de entrada em serviço Marisa Dinis-Almeida Universidade da Beira Interior
1. ENQUADRAMENTO Técnicas de reciclagem Redução do consumo/custos recursos naturais Misturas temperadas Redução dos consumos energéticos Redução das emissões de CO 2 Benefícios económicos Benefícios ambientais Benefícios sociais MISTURA BETUMINOSA RECICLADA TEMPERADA COM EMULSÃO BETUMINOSA = SEMIQUENTE
2. OBJETIVOS MISTURA BETUMINOSA RECICLADA TEMPERADA COM EMULSÃO BETUMINOSA = SEMIQUENTE OBRA DE BENEFICIAÇÃO EN244 (Entre nó com EN118 e Ponte de Sôr) Aumentar o conhecimento relativo ao comportamento desta técnica Acompanhamento da execução da obra de reabilitação 2009 Resultados de campanhas de observação do comportamento em 2011 e 2014
3. OBRA DE BENEFICIAÇÃO EN244 Beneficiação do lanço da EN244 entre Ponte de Sôr e o cruzamento com a EN118, no concelho de Gavião. Extensão total de 24,2 km. Estrada em meio rural, com serventias agrícolas e zonas de aglomerados urbanos
3. OBRA DE BENEFICIAÇÃO EN244 Fresagem do pavimento (7 cm) e transporte para a central Produção numa central a quente do tipo descontínua Espalhamento da MBRT em camada de regularização Compactação com cilindro de rasto liso e cilindro de pneus
3. OBRA DE BENEFICIAÇÃO EN244 Formulação MBRT Material fresado - 100% Emulsão (Reciemul 90) - 2% Estrutura do pavimento após a beneficiação Camada Material Espessura Desgaste Betão betuminoso 5 cm Regularização Base Sub-Base Mistura betuminosa reciclada temperada Macadame betuminoso existente Macadame hidráulico existente 7 cm 9 cm 18 cm
4. CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO Desde a sua aplicação em 2009 houve várias campanhas de ensaios realizadas com o objetivo de caracterizar estruturalmente o pavimento. Data Observações Inspeção visual Defletómetro de impacto Sondagens à rotação 2009 Após reabilitação X X X 2011 2014 2 anos após entrada em serviço 5 anos após entrada em serviço X X
Deflexão (mm) Deflexão (mm) 4.1 Ensaios de carga com defletómetro de impacto D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 Sentido: Ponte Sôr - Gavião Data: Jul 2009 Diâmetro da placa: 30 cm Força de impacto: 50 kn D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 Sentido: Gavião - Ponte Sôr Data: Jul 2009 Diâmetro da placa: 30 cm Força de impacto: 50 kn 700 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 700 Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 600 600 500 500 400 400 300 300 200 200 100 100 0 58 63 68 73 78 83 Ponto Quilométrico (km) 0 58 63 68 73 78 83 Ponto Quilométrico (km)
4.2 Sondagens à rotação
60,0 61,0 62,0 63,0 64,0 65,0 66,0 67,0 68,0 69,0 70,0 71,0 72,0 73,0 74,0 75,0 76,0 62,0 63,0 64,0 65,0 66,0 67,0 68,0 69,0 70,0 71,0 72,0 73,0 74,0 75,0 76,0 Baridade [g/cm3] E [MPa]. 4.2 Sondagens à rotação EN244 sentido Ponte Sôr - Gavião EN244 sentido Gavião - Ponte Sôr EN244 sentido Ponte Sôr - Gavião EN244 sentido Gavião - Ponte Sôr 2,400 5000 2,350 2,300 4500 4000 3500 2,250 3000 2,200 2500 2,150 2000 1500 2,100 1000 Localização da carote [km] Localização da carote [km]
Antes da beneficiação: Deformações e fendilhação acentuada 5. INSPEÇÃO VISUAL
5. INSPEÇÃO VISUAL Campanha 2014: Fendilhação longitudinal
5. INSPEÇÃO VISUAL Campanha 2014: Fendilhação transversal
5. INSPEÇÃO VISUAL Medição dos cavados de rodeira Campanha 2011 e 2014: A maior parte das medições apresentam profundidades na ordem dos 2 a 3 mm. Nalguns casos pontuais apresentam profundidades entre 6 a 7 mm, com uma situação com 9 mm (81+000 km) no sentido Ponte Sôr/Gavião.
6. TRÁFEGO Classe de tráfego T5 Fator de agressividade α = 3 Dimensionamento do reforço do pavimento: NAEP 80kN = 1,9 x 10 6 Número Acumulado de Veículos Pesados entre 2010 e 2014 e para o correspondente Número Acumulado de Eixos Padrão de 80 kn NAVP (2010 2014) 3,5 x 10 5 NAEP 80kN (2010 2014) 1,1 x 10 6
7. CONCLUSÕES Os resultados da campanha de ensaios de carga com defletómetro de impacto permitiram estimar os módulos de rigidez das camadas de pavimento, tendo-se chegado a valores da ordem de grandeza dos esperados, atendendo à natureza dos materiais. A inspeção visual permitiu concluir que, cerca de 5 anos após a conclusão das obras de reabilitação, se observa algum fendilhamento com início à superfície. Verifica-se ainda que a via com sentido Gavião/Ponte Sôr apresenta mais anomalias, indo ao encontro dos resultados obtidos no ensaio de carga com defletómetro de impacto realizado em 2009. É também nesta via que se observam maiores cavados de rodeira.
7. CONCLUSÕES No que diz respeito à análise do tráfego, tendo em atenção que o dimensionamento do reforço do pavimento tinha sido realizado para um NAEP 80kN = 1,9 x 10 6, considerado correspondente a um período de vida de 10 anos, conclui-se que nos 5 anos decorridos entre 2010 e 2014, o tráfego já ultrapassou metade do tráfego de projeto. A técnica de reabilitação com base na aplicação de misturas betuminosas recicladas temperadas com emulsão betuminosa (semiquente) revela-se uma solução com um bom desempenho mecânico.
OBRIGADA! Marisa Dinis-Almeida marisa.dinis@ubi.pt Universidade da Beira Interior