COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

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Transcrição:

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Bruxelas, 24.04.2001 COM(2001) 213 final 2001/0095 (COD) Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relativa à supervisão complementar de instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento de um conglomerado financeiro e que altera as Directivas 73/239/CEE, 79/267/CEE, 92/49/CEE, 92/96/CEE, 93/6/CEE e 93/22/CEE do Conselho e as Directivas 98/78/CE e 2000/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (apresentada pela Comissão)

1. COMENTÁRIOS GERAIS EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS O Conselho Europeu de Lisboa assumiu o compromisso firme no sentido de integrar os mercados financeiros europeus, o mais tardar, até 2005. Um mercado único financeiro será um factor essencial para a promoção da competitividade da economia europeia, reduzindo o custo do capital tanto para as grandes empresas como para as de menor dimensão. Um mercado integrado, devidamente regulamentado e são do ponto de vista prudencial, trará igualmente grandes vantagens aos consumidores através de uma maior protecção contra a insolvência de instituições. O instrumento que deverá permitir a realização deste mercado integrado é o Plano da Acção para os Serviços Financeiro no qual está prevista a apresentação da proposta de directiva sobre a supervisão prudencial dos conglomerados financeiros no início de 2001. A realização do mercado financeiro único pressupõe uma supervisão prudencial adequada e a estabilidade financeira. A política de convergência que tem vindo a ser seguida pela União Europeia em termos de requisitos regulamentares acompanhada de regras de base comuns e de instrumentos pragmáticos para a transposição e aplicação das directivas comunitárias relativas ao mercado único dos serviços financeiros, já contribuiu amplamente para alcançar este objectivo. Contudo, a aceleração do ritmo da consolidação no sector e a intensificação das ligações entre os mercados financeiros requerem uma análise cuidada das estruturas destinadas a limitar e a supervisionar os riscos institucionais e sistémicos, nomeadamente quando estes surgem no quadro de grupos com actividades financeiras intersectoriais que englobam empresas de seguros, bancos e empresas de investimento ("conglomerados financeiros"). Nalguns Estados-Membros, a importância dos conglomerados financeiros é significativa (por exemplo no Benelux e nos países escandinavos) e alguns dos mais importantes intervenientes nos mercadores financeiros são conglomerados financeiros. Noutros Estados-Membros a sua importância é menor ou até mesmo marginal; contudo, tal poderá mudar no futuro. Na ausência de dados fiáveis sobre a importância dos conglomerados financeiros (devido nomeadamente à falta de definições harmonizadas), está actualmente a ser realizado um levantamento por iniciativa dos serviços da Comissão, a fim de avaliar a verdadeira importância dos conglomerados financeiros na UE. Por outro lado, a combinação de operações financeiras poderá dar origem a novos riscos prudenciais ou aumentar os já existentes. Os requisitos de capital devem ser assim adequados e proporcionais, por forma a fazer face aos riscos incorridos por grupos financeiros cujas actividades ultrapassam as fronteiras tradicionais dos sectores. Sempre que necessário, devem ser suprimidas as incoerências entre as legislações sectoriais que suscitem lacunas e oportunidades para o recurso à arbitragem regulamentar. A União deverá envidar todos os esforços para manter padrões exigentes de regulamentação prudencial das suas instituições financeiras. Estes padrões deverão ser continuamente actualizados face à evolução do mercado e os requisitos de capital devem reflectir de forma precisa os riscos incorridos pelos bancos, empresas de seguros e empresas de valores mobiliários da União. A UE tem estado na linha da frente em relação a esta evolução internacional (como referido, alguns dos maiores grupos financeiros da União são grupos do tipo conglomerado financeiro), tendo participado nos trabalhos e na elaboração das recomendações do Fórum Conjunto do G-10 sobre os Conglomerados Financeiros. O objectivo da presente directiva consiste assim em assegurar a estabilidade dos mercados financeiros europeus, em estabelecer normas comuns prudenciais para a supervisão de 2

conglomerados financeiros em toda a Europa e introduzir a igualdade de condições de concorrênciaeasegurançajurídicaentreinstituiçõesfinanceiras.destemodo,adirectiva aplicará as recomendações do Fórum Conjunto do G-10 sobre os Conglomerados Financeiros. e irá também ao encontro das recomendações do grupo "Brouwer" sobre a estabilidade no sector financeiro, que foram ratificadas pelo Conselho Ecofin de Lisboa. a) Necessidade de um quadro jurídico comunitário para os conglomerados financeiros O actual quadro jurídico europeu para a supervisão das instituições financeiras está incompleto. Os grupos "homogéneos" de instituições financeiras já se encontram abrangidos pelas directivas comunitárias no que diz respeito a efeitos prudenciais específicos. A Directiva 2000/12/CEE relativa ao acesso à actividade das instituições de crédito e ao seu exercício e a Directiva 93/6/CEE relativa à adequação dos fundos próprios das empresas de investimento e das instituições de crédito prevêem a consolidação dos grupos bancários, dos grupos de empresas de investimento e dos grupos que combinam as duas vertentes, enquanto a Directiva 98/78/CE relativa à fiscalização complementar das empresas de seguros que fazem parte de um grupo segurador aplica uma supervisão adicional aos grupos seguradores. Os grupos "heterogéneos", do tipo dos conglomerados financeiros que integram instituições de diferentes sectores apenas se encontram abrangidos até certo ponto, faltando basicamente um conjunto de regras global sobre a supervisão prudencial dos conglomerados financeiros. O actual quadro prudencial comunitário revela importantes sobreposições e lacunas no que diz respeito à regulamentação dos conglomerados financeiros. Existem lacunas porque: (i) Alguns tipos de grupos financeiros não se encontram abrangidos pelas directivas existentes (por exemplo, grupos horizontais) e (ii) Certas questões prudenciais importantes, regulamentadas nas directivas sectoriais que prevêem a supervisão dos grupos bancários, dos grupos de empresas de investimento e dos grupos seguradores, não se encontram regulamentadas a nível dos grupos do tipo dos conglomerados financeiros (como por exemplo, a eliminação da utilização múltipla do capital regulamentar). Há sobreposições na legislação em vigor porque: (iii) Se verificam incoerências no tratamento de questões prudenciais semelhantes, e (iv) O mesmo grupo financeiro pode ser abrangido por directivas sectoriais diferentes (por exemplo, uma sociedade holding seguradora com participações mistas pode ser uma companhia financeira na acepção da directiva bancária). Estas divergências levam a importantes deficiências prudenciais no quadro regulamentar destinadoaassegurarumaestabilidadefinanceiraeadistorçõesdaconcorrênciaemmercados que de outra forma seriam altamente competitivos. Impedem ainda o desenvolvimento de um mercado único financeiro baseado em condições de concorrência equitativas, deixando as autoridades e as instituições financeiras numa situação de incerteza a nível dos conceitos e das definições. Alguns Estados-Membros reconheceram a imperfeição do actual quadro legislativo comunitário relativo aos conglomerados financeiros e adoptaram, ou tencionam adoptar, de moto próprio, medidas legislativas nacionais para tratar as questões de supervisão suscitadas 3

pelas estruturas de grupo atrás descritas. Alguns, na pendência da adopção da futura legislação europeia sobre os conglomerados financeiros, complementaram a legislação mediante acordos bilaterais. As medidas adoptadas pelos Estados-Membros até à data variam quanto ao âmbito e à abordagem. Tendo em conta a crescente dimensão internacional dos conglomerados financeiros (alguns deles exercem a sua actividade numa base mundial), a necessidade de manter a igualdade de condições de concorrência em toda a União e a necessidade de proteger a estabilidade do sistema financeiro comunitário, há que resolver as questões mais prementes que surgem nessas estruturas. Daí advirá maior segurança e clareza jurídicas para as autoridades de regulamentação e de supervisão e para o mercado e será dado um contributo importante para a estabilidade do sistema financeiro da União Europeia. Para assegurar que a estabilidade dos mercados financeiros europeus será adequadamente protegida, é necessário um quadro regulamentar comum, susceptível de abordar estas questões. A necessidade de um quadro regulamentar para os conglomerados financeiros foi igualmente reconhecida por outros fóruns internacionais. Nomeadamente, o Fórum Conjunto sobre Conglomerados Financeiros, que representa as autoridades de supervisão dos três sectores financeiros referidos, dos mercados financeiros mais importantes, publicou recentemente recomendações sobre a supervisão dos conglomerados financeiros (Fevereiro e Dezembro de 1999). b) Abordagem da directiva A proposta tem por fim a adopção de uma legislação prudencial específica para os conglomerados financeiros. Além disso, toma as primeiras medidas mínimas necessárias para harmonizar as regulamentações aplicáveis aos grupos financeiros homogéneos e aos conglomerados financeiros (ou seja, eliminando algumas das incoerências mais gritantes), a fim de assegurar que estes grupos sejam tratados de forma minimamente equivalente. Contudo, a harmonização das regras sectoriais não é o objectivo principal da presente directiva, só podendo ser concretizada gradualmente. É fundamental garantir que os objectivos das diversas autoridades de supervisão no tocante a garantir a adequação dos fundos próprios das entidades pelas quais têm responsabilidades regulamentares não sejam comprometidos devido à existência de conglomerados financeiros intersectoriais. Isto exige medidas para impedir situações em que o mesmo capital seja simultaneamente utilizado para cobrir os riscos em duas ou mais entidades do mesmo conglomerado financeiro ("utilização múltipla de capitais") ou em que uma empresa-mãe contraiaumadívidaeatransformeajusanteemcapitalparaassuasfiliaisregulamentadas ("efeito de alavanca"). No desenvolvimento de metodologias de avaliação da adequação dos fundos próprios, é reconhecida a existência de regras próprias de cada sector, bem como a sua eficácia e as razões das diferenças. As abordagens sectoriais à adequação dos fundos próprios não são, portanto, questionadas, uma vez que reflectem a diferente natureza das actividades conduzidas por cada sector, os diferentes riscos incorridos e as diferentes abordagens de gestão e avaliação dos riscos por parte das autoridades de supervisão e/ou das empresas. Tal significaigualmentequeadirectivanãoprejudicaráadiscussãoemcursosobrearevisãodos requisitos de solvência no sector bancário. A proposta introduz uma legislação comunitária eficaz para dar resposta às questões de supervisão relativas às operações intragrupo e aos riscos incorridos no âmbito de um conglomerado financeiro. Uma vez que a introdução de limites quantitativos neste domínio ainda não é exequível, qualquer abordagem regulamentar adequada e eficaz das operações intragrupo e dos riscos incorridos deverá assentar nos três pilares seguintes: 4

uma política de gestão interna dotada de sistemas eficazes de controlo interno e gestão; requisitos de fornecimento de informações às autoridades de supervisão; e poderes efectivos de controlo da aplicação da regulamentação por parte das autoridades de supervisão. Esta evolução a nível das actividades intersectoriais demonstra a clara necessidade de adoptar modalidades de coordenação entre as autoridades de supervisão, de modo a assegurar uma supervisão eficiente e adequada dos conglomerados financeiros. O facto de se nomear uma autoridade coordenadora para o conglomerado financeiro terá as seguintes vantagens: as "lacunas" existentes na supervisão prudencial dos conglomerados financeiros serão colmatadas, o que aumentará a estabilidade financeira; a duplicação de esforços em matéria de supervisão, que constitui uma sobrecarga pesada e onerosa para as autoridades de supervisão e para as entidades do grupo sujeitas a supervisão, será eliminada; os procedimentos e esforços de supervisão serão simplificados. A função e as responsabilidades do(s) coordenador(es) dependem fortemente das circunstâncias específicas do conglomerado financeiro, tais como o quadro jurídico e o perfil de risco da instituição em causa. As regras relativas à nomeação do(s) coordenador(es) e quaisquer outros acordos ou obrigações devem ser formulados com a máxima flexibilidade. A cooperação entre as autoridades de supervisão e a partilha de informações é uma condição imprescindível para que a supervisão seja eficaz. Nenhuma das medidas de supervisão propostas no presente relatório funcionará eficazmente se não houver um fluxo de informações adequado das entidades pertencentes aos conglomerados financeiros para as autoridades de supervisão e entre as próprias autoridades de supervisão. 2. DESCRIÇÃO DOS ARTIGOS Artigo 1º - Objectivo A directiva aplica-se às instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento, ou seja, entidades regulamentadas sedeadas na UE. Sempre que tais entidades pertençam a um conglomerado, estão sujeitas a uma supervisão prudencial complementar segundo as modalidades definidas na directiva. Além disso, a fim de impedir condições de concorrência desiguais entre as entidades regulamentadas dos diferentes sectores financeiros, a directiva introduz algumas alterações na regulamentação prudencial sectorial. Artigos 2º e 3º - Definições O artigo 2º introduz e define os principais conceitos subjacentes à directiva. Dado que a directiva cobre uma área até agora não regulamentada, há necessidade de introduzir e de definir conceitos que ainda não existem na legislação corrente. As definições mais importantes são as relativas aos conglomerados financeiros e às companhias financeiras mistas. Estas definições são essenciais para definir o âmbito de aplicação da directiva, ou seja, se um grupo específico é um grupo financeiro com actividades financeiras homogéneas que, a nível do grupo, continuará a ser coberto pelas directivas sectoriais em vigor citadas na secção I da presente exposição de motivos; ou um grupo misto com actividades financeiras e não 5

financeiras que estão sujeitas a uma supervisão limitada pelas directivas sectoriais em vigor; ou um grupo predominantemente financeiro com actividades financeiras heterogéneas ("conglomerados financeiros"), que estão cobertas pela nova directiva. São introduzidos dois limiares para esse efeito: o primeiro permite distinguir os grupos financeiros dos grupos não financeiros (limiar de 50% referido no nº 13, alínea a), do artigo 2º); um segundo limiar permite distinguir entre os grupos homogéneos e os conglomerados financeiros (limiar de 10% referido no nº 13, alínea d), do artigo 2º). Estes últimos limiares são definidos em pormenor no artigo 3º. Outroconceitodebasedapresentedirectivaéadefiniçãodeum grupo (nºs11e12doartigo 2º). Por forma a incluir todos os grupos relevantes, independentemente da forma como estejam estruturados, é utilizada uma definição lata baseada no conceito das "relações estreitas" introduzido no passado pela chamada Directiva post-bcci. Contudo, o conceito das "relações estreitas" foi alargado para cobrir outros grupos relevantes para a realização dos objectivos da directiva. Inclui, nomeadamente, os grupos de entidades entre os quais não existem ligações através de participações de capital, mas que são geridos conjuntamente e relativamente aos quais a legislação contabilística oferece aos Estados-Membros a possibilidade de requerer contas anuais consolidadas. Artigo 4º - Âmbito da supervisão complementar Ao introduzir regras sobre a supervisão complementar das entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro (cf. artigo 1º), a directiva prevê, consoante o líder ou a empresa-mãe de um conglomerado financeiro estejam sedeados ou não na UE, um regime diferente, mas em princípio equivalente. Dado que alguns grupos não estão cobertos pelas definições ao abrigo do artigo 2º, mas que têm entidades financeiras com actividades substanciais nos mercados financeiros cuja supervisão corresponderia aos objectivos da directiva, a directiva introduz uma base para as autoridades competentes submeterem igualmente estas estruturas de grupo especiais a uma supervisão complementar, na condição de que sejam cumpridas condições bem definidas. A fim de assegurar o carácter exaustivo do dispositivo e para evitar quaisquer riscos de desresponsabilização (moral hazard), a directiva estabelece que a inclusão de entidades não regulamentadas na supervisão complementar a nível do grupo não significa que estas entidades estejam sujeitas a uma supervisão numa base individual. Artigos 5º e 6º Adequação dos fundos próprios, operações intragrupo e concentração de riscos. Nº 1 do artigo 18º, nº 1 do artigo 19º, nº 1 do artigo 23º e nº 2 do artigo 25º - Gestão A directiva introduz uma série de regras quantitativas e qualitativas relativamente à supervisão das entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro. Trata-se nomeadamente de regras relativas à adequação dos fundos próprios, às operações intragrupo, às concentrações de riscos e à gestão. As entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro têm que satisfazer igualmente os requisitos sobre a adequação dos seus accionistas. Contudo, não é necessário introduzir uma nova legislação específica nesta área, dado que as regras sectoriais em vigor oferecem uma base jurídica suficiente, que permite abranger as estruturas dos conglomerados financeiros. As entidades regulamentadas que estão à frente de um conglomerado financeiro, ou são parte de um conglomerado financeiro cuja empresa-mãe é uma companhia financeira mista com 6

sede na União, estão sujeitas à supervisão complementar quanto à sua situação de solvência, à prevenção da utilização múltipla dos fundos próprios regulamentares no grupo (artigo 5º), bem como a nível da concentração dos riscos e das operações intragrupo (artigo 6º). A presente exposição de motivos refere na sua secção 1 que são reconhecidas as regras relativas à adequação dos fundos próprios de cada sector (cf. ponto I, b). A directiva prevê diferentes metodologias para o cálculo da situação de solvência a nível de um conglomerado financeiro. Estas metodologias não são novas, sendo já aplicadas, até certo ponto, na supervisão sectorial em conformidade com as respectivas regras. Além disso, o Fórum Conjunto sobre Conglomerados Financeiros estudou a adequação e a equivalência destas metodologias (cf. documento do Fórum Conjunto "Supervisão dos Conglomerados Financeiros", Fevereiro de 1999). A directiva preconiza ainda que os conglomerados financeiros devem seguir uma política de adequação dos fundos próprios a nível do grupo. Quanto à concentração de riscos a nível do grupo, a directiva não estabelece limites quantitativos como alguma da legislação sectorial. Não foi possível obter um acordo sobre uma abordagem comum para todos os sectores sem um estudo exaustivo sobre as vantagens e as possíveis desvantagens. Não é de excluir todavia a introdução de tais limites a longo prazo (cf. igualmente o considerando (3) da directiva). Entretanto, a directiva determina que os conglomerados financeiros devem possuir processos adequados de gestão dos riscos relativamente às suas operações intragrupo e à concentração de riscos a nível do grupo no seu conjunto e que as autoridades competentes podem introduzir limites quantitativos, sempre que tal for considerado necessário, tendo em conta os objectivos da directiva. Além disso, quanto aos requisitos de adequação e de idoneidade a nível da gestão de entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro, é necessário ter em conta a evolução recente do mercado. Nomeadamente, quanto aos conglomerados financeiros, há a tendência para os gerir segundo os seus diferentes sectores de actividade, em vez de seguir a abordagem tradicional baseada na pessoa colectiva. Contudo, dado que os requisitos de adequação e de idoneidade estão relacionados com a gestão de entidades regulamentadas que estão cobertas por regras sectoriais, é conveniente alterar as regras sectoriais (a este respeito, cf. Capítulo IV). Artigos 7º a 13º Medidas destinadas a facilitar a supervisão complementar Estes artigos prevêem várias medidas destinadas a facilitar a supervisão complementar. Eliminam assim os obstáculos jurídicos ao intercâmbio de informações entre as empresas pertencentes a um conglomerado financeiro. Estão ainda relacionadas com a cooperação e o intercâmbio de informações entre as autoridades competentes envolvidas na supervisão das entidades regulamentadas de um dado conglomerado financeiro. Uma outra disposição importante é a possibilidade de identificar uma autoridade competente responsável pelo exercício da supervisão complementar ( o "coordenador"). A sua nomeação destina-se a facilitar a cooperação entre as autoridades de supervisão envolvidas e a clarificar o seu papel no exercício da supervisão complementar. Nomeadamente, a directiva prevê critérios para facilitar a identificação da autoridade competente mais adequada para assumir as funções de coordenador e das suas tarefas. Outros artigos estão relacionados com a verificação in loco das informações transmitidas às autoridades competentes e com a organização da cooperação com os países terceiros. 7

Artigo 14º Empresas-mãeforadaUnião Este artigo prevê que as autoridades competentes verificarão se as entidades regulamentadas sedeadas na Comunidade e que pertençam a um grupo não comunitário estão sujeitas a uma supervisão equivalente à das entidades regulamentadas que pertençam a um grupo comunitário. Se não for esse o caso, a directiva prevê a aplicação por analogia das regras aplicáveis a este último tipo de conglomerados financeiros. Estas regras podem exigir a criação de uma subcompanhia europeia, à qual serão aplicáveis, a nível do subgrupo, as disposições relativas à supervisão complementar. Artigos 16º e 17º - Comitologia Para permitir uma adaptação atempada das disposições técnicas da regulamentação relativa aos conglomerados financeiros e a fim de ter em conta a rápida evolução dos mercados financeiros e preservar a estabilidade financeira e a igualdade de condições de concorrência para as entidades europeias regulamentadas nos mercados financeiros mundiais, a directiva prevê a criação de um Comité específico que assistirá a Comissão. O Comité respeitará o disposto na Decisão relativa à comitologia (1999/468/CE). O impacte orçamental da criação deste novo Comité não deverá ter qualquer expressão, dado que este vem substituir uma entidade consultiva já existente (Grupo Técnico Misto sobre os Conglomerados Financeiros). Artigos 18º a 25º Alteração das regras sectoriais Para evitar o recurso a uma arbitragem regulamentar entre os regimes de supervisão sectoriais e o regime dos conglomerados financeiros, bem como sobreposições e lacunas entre os diferentes regimes de supervisão, importa alterar e completar minimamente as regulamentações sectoriais (cf. ponto 1). Por estes motivos, foram alteradas as definições sectoriais dos seguintes conceitos: "participação", "empresas coligadas", "companhia financeira", "sociedade gestora de participações no sector dos seguros", "companhia mista" e "sociedade gestora de participações de seguros mista". As regras sectoriais existentes sobre o processo de consulta com as autoridades competentes foram igualmente alinhadas (artigo 14º), bem como as regras sobre a verificação in loco e sobre a dedução de instrumentos de fundos próprios noutras entidades regulamentadas, de modo a eliminar uma utilização múltipla dos capitais. Por fim, foram clarificadas as regras sectoriais de supervisão relativamente a operações intragrupo com as companhias financeiras mistas e as suas filiais. 8

2001/0095 (COD) Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relativa à supervisão complementar de instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento de um conglomerado financeiro e que altera as Directivas 73/239/CEE, 79/267/CEE, 92/49/CEE, 92/96/CEE, 93/6/CEE e 93/22/CEE do Conselho e as Directivas 98/78/CE e 2000/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (Texto relevante para efeitos do EEE) O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o nº 2 do seu artigo 47º, TendoemcontaapropostadaComissão 1, Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social 2, Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões 3, Tendo em conta o parecer do Banco Central Europeu 4, Agindo em conformidade com o procedimento previsto no artigo 251 do Tratado 5, Considerando o seguinte: (1) A legislação comunitária em vigor prevê um conjunto global de regras sobre a supervisão prudencial das instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros numa base individual e de instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros que façam parte respectivamente de um grupo bancário/de investimento ou de um grupo segurador, isto é, grupos com actividades financeiras homogéneas. (2) A recente evolução dos mercados financeiros conduziu à criação de grupos financeiros que fornecem serviços e produtos em diferentes sectores dos mercados financeiros, denominados conglomerados financeiros. Até agora não existia qualquer forma de supervisão prudencial, a nível do grupo, das instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros que pertencem a tais conglomerados, 1 2 3 4 5 JO C, p.. JO C, p.. JO C, p.. JO C, p.. JO C, p.. 9

nomeadamente quanto à solvência, à concentração dos riscos a nível do conglomerado, às operações entre entidades do conglomerado e à aptidão e idoneidade dos dirigentes; Alguns destes conglomerados pertencem aos maiores grupos financeiros activos nos mercados financeiros e prestam serviços a nível mundial. Se tais conglomerados, nomeadamente as instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros que pertencem a estes grupos, forem confrontados com dificuldades financeiras, estas poderiam desestabilizar seriamente o sistema financeiro e afectar os depositantes, os tomadores de seguros e os investidores. (3) O Plano de Acção para os Serviços Financeiros da Comissão 6 identifica uma série de acções necessárias para assegurar a realização do mercado único de serviços financeiros e anuncia a elaboração de legislação prudencial complementar relativa a conglomerados financeiros, susceptível de colmatar as lacunas existentes na legislação sectorial actual e de ter em conta os riscos prudenciais adicionais, por forma a garantir mecanismos sólidos em matéria de supervisão aos grupos financeiros com actividades financeiras intersectoriais. Um objectivo tão ambicioso só pode ser alcançado por etapas. A introdução de uma supervisão complementar das instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento de um conglomerado financeiro é uma dessas etapas. (4) Outros fóruns internacionais identificaram igualmente a necessidade de desenvolver conceitos adequados em matéria de supervisão para os conglomerados financeiros. (5) Para ser eficaz, a supervisão complementar das instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento de um conglomerado financeiro deve ser aplicada a todos estes conglomerados, independentemente da forma como estejam estruturados. A supervisão complementar deve cobrir todas as actividades financeiras identificadas pela legislação sectorial e todas as entidades que desenvolvem prioritariamente actividades neste domínio devem ser incluídas no âmbito da supervisão complementar. (6) As autoridades de supervisão competentes devem ter poderes para avaliar, a nível do grupo, a situação financeira das instituições de crédito, empresas de investimento e empresas seguradoras que fazem parte de um conglomerado financeiro, nomeadamente quanto à solvência, incluindo a eliminação da utilização múltipla dos instrumentos de fundos próprios, a concentração dos riscos e as operações intragrupo. (7) Os conglomerados financeiros são muitas vezes geridos com base nas áreas de actividade, que não coincidem perfeitamente com a estrutura jurídica do grupo. De modo a ter em conta esta evolução, deverão ser desenvolvidos os requisitos em termos de dirigentes. (8) As autoridades competentes envolvidas devem dispor de meios necessários para obter das entidades de um conglomerado financeiro as informações necessárias para a execução da sua supervisão complementar; (9) Há uma necessidade premente de uma maior cooperação entre as autoridades responsáveis pela supervisão das instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros, incluindo o desenvolvimento de acordos de cooperação ad hoc 6 COM(1999) 232 final. 10

entre as autoridades envolvidas na supervisão das entidades que pertençam ao mesmo conglomerado financeiro. (10) No caso dos conglomerados financeiros que oferecem uma série de serviços a nível intersectorial e, em muitos casos, serviços transfronteiras, deverá, em princípio, ser nomeado um coordenador de entre as autoridades de supervisão envolvidas. (11) As instituições de crédito, empresas de investimento e empresas de seguros sedeadas na Comunidade podem pertencer a um conglomerado financeiro sedeado fora da Comunidade. É necessário que essas entidades regulamentadas estejam igualmente sujeitas a um regime de supervisão complementar equivalente. (12) Em conformidade com os princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade estabelecidos no artigo 5º do Tratado, os objectivos da acção proposta, nomeadamente o estabelecimento de regras relativas à supervisão complementar das instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento de um conglomerado financeiro, não podem ser realizados de forma suficiente pelos Estados-Membros, pelo que, devido à dimensão ou aos efeitos da acção prevista podem ser alcançados de forma mais adequada a nível comunitário. A presente directiva limita-se ao mínimo estritamente necessário para atingir estes objectivos. Não obstante a presente directiva definir normas mínimas, os Estados-Membros podem estipular regras mais estritas. (13) A presente directiva respeita os direitos fundamentais e observa os princípios reconhecidos enquanto princípios gerais do direito comunitário, nomeadamente pela Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. (14) Dado que as medidas necessárias para a aplicação da presente directiva são medidas de âmbito geral, na acepção do artigo 2º da Decisão 1999/468/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999, que fixa as regras do exercício das competências de execução atribuídas à Comissão 7, estas deverão ser adoptadas através do procedimento de regulamentação previsto no artigo 5º desta decisão. (15) As regras sectoriais existentes relativas às instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de investimento deverão ser minimamente complementadas, nomeadamente para evitar condições de concorrência desiguais entre as entidades regulamentadas bem como uma arbitragem regulamentar entre as regras sectoriais e as regras relativas aos conglomerados financeiros e ainda entre as próprias regras sectoriais. Assim, importa alterar respectivamente as Directivas 73/239/CEE do Conselho, de 24 de Julho de 1973, relativa à coordenação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes ao acesso à actividade de seguro directo nãovidaeaoseuexercício 8, 79/267/CEE do Conselho, de 5 de Março de 1979, relativa à coordenação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas, respeitantes ao acesso à actividade de seguro directo de vida e ao seu exercício 9, 92/49/CEE do Conselho, de 18 de Junho de 1992, relativa à coordenação das 7 8 9 JO L 184, 17.7.1999, p.23. JO L 228, 16.8.1973, p.3, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2000/26/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 181, 20.7.2000, p.65.). JO L 63 de 13.3.1979, p.1, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 95/26/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 168 de 18.7.1995, p.7). 11

disposições legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes ao seguro directo não vida e que altera as Directivas 73/239/CEE e 88/357/CEE (Terceira Directiva relativa ao seguro não vida) 10, 92/96/CEE do Conselho, de 10 de Novembro de 1992, que estabelece a coordenação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas relativas ao seguro directo vida e que altera as Directivas 79/267/CEE e 90/619/CEE (Terceira Directiva relativa ao seguro de vida) 11, 93/6/CEE do Conselho, de 15 de Março de 1993, relativa à adequação dos fundos próprios das empresas de investimento e das instituições de crédito 12 e 93/22/CEE do Conselho, de 10 de Maio de 1993, relativa aos serviços de investimento no domínio dos valores mobiliários 13, bem como as Directivas 98/78/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Outubro de 1998, relativa à fiscalização complementar das empresas de seguros que fazem parte de um grupo segurador 14 e 2000/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Março de 2000, relativa ao acesso à actividade das instituições de crédito e ao seu exercício 15. Esta harmonização só pode ser conseguida por etapas, devendo assentar numa análise cuidada. ADOPTARAM A PRESENTE DIRECTIVA: Capítulo I Objectivo, definições e âmbito de aplicação Artigo 1º Objectivo A presente Directiva estabelece as disposições relativas à supervisão complementar de entidades regulamentadas que tenham obtido uma autorização ao abrigo do 6º da Directiva 73/239/CEE, do 6º da Directiva 79/267/CEE, do nº 1 do artigo 3º da Directiva 93/22/CEE ou do artigo 4º da Directiva 2000/12/CE e que pertençam a um conglomerado financeiro. Altera igualmente as regras sectoriais pertinentes aplicáveis a estas entidades regulamentadas. Artigo 2º Definições Para efeitos da presente directiva, entende-se por: 1. "Instituição de crédito", uma instituição de crédito na acepção do nº 1, segundo parágrafo, do artigo 1º da Directiva 2000/12/CE ; 10 11 12 13 14 15 JO L 228 de 11.8.1992, p.1, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2000/64/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 290 de 17.11.2000, p. 27.). JO L 360 de 9.12.1962, p. 1, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2000/64/CE. JO L 141 de 11.6.1993, p.1, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 98/33/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 204 de 21.7.1998, p. 29). JO L 141 de 11.6.1993, p. 27, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2000/64/CE. JO L 330 de 5.12.1988, p. 1. JO L 126 de 26.5.2000, p. 1, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2000/28/CE (JO L 275 de 27.10.2000, p. 37). 12

2. "Empresa de seguros", uma empresa de seguros na acepção do artigo 6º da Directiva 73/239/CEE, do artigo 6º da Directiva 79/267/CEE ou da alínea b) do artigo 1º da Directiva 98/78/CE ; 3. "Empresa de investimento", uma empresa de investimento na acepção do nº 2 do artigo 1º da Directiva 93/22/CEE, incluindo as empresas referidas no nº 4 do artigo 2º da Directiva 93/6/CEE ; 4. "Entidade regulamentada", uma instituição de crédito, ou empresa de seguros ou empresa de investimento; 5. "Empresa de resseguros", uma empresa de resseguros na acepção da alínea c) do artigo 1º da Directiva 98/78/CE ; 6. "Regras sectoriais", a legislação comunitária relativa à supervisão prudencial das entidades regulamentadas estabelecida nomeadamente nas Directivas 73/239/CEE, 79/267/CEE, 98/78/CE, 93/6/CEE, 93/22/CEE e 2000/12/CE; 7. "Sector financeiro", o sector de actividades bancárias, e/ou dos seguros, e/ou de serviços de investimento; os conceitos banca, seguros e/ou sector dos serviços de investimento referem-se a actividades realizadas por pessoas singulares e/ou colectivas cobertas pelas regras sectoriais; 8. "Empresa-mãe ", uma empresa-mãe na acepção do artigo 1º da Directiva 83/349/CEE do Conselho 16 e qualquer empresa que, no parecer das autoridades competentes, exerça efectivamente uma influência dominante sobre outra empresa. 9. "Empresa filial ", uma empresa filial na acepção do artigo 1º da Directiva 83/349/CEE e qualquer empresa sobre a qual, no parecer das autoridades competentes, é efectivamente exercida uma influência dominante por uma empresa-mãe; todas as filiais de empresas filiais devem ser igualmente consideradas filiais da empresa-mãe; 10. "Participação", uma participação na acepção da primeira frase do artigo 17º da Directiva 78/660/CEE do Conselho 17, ou o facto de deter, directa ou indirectamente, 20 % ou mais dos direitos de voto ou do capital de uma empresa. 11. "Grupo", duas ou mais pessoas singulares ou colectivas entre as quais existem ligações estreitas; 12. "Ligações estreitas", ligações estreitas na acepção do nº 1 do artigo 1º da Directiva 92/49/CEE, da alínea m) do artigo 1º da Directiva 92/96/CEE, do nº 15 do artigo 1º da Directiva 93/22/CEE ou do nº 26 do artigo 1º da Directiva 2000/12/CE, bem como as seguintes situações: (a) Quando, na opinião das autoridades competentes, uma ou mais destas pessoas exerce efectivamente uma influência dominante sobre outra pessoa; 16 17 JO L 193 de 18.7.1983, p. 1. JO L 222 de 14.8.1978, p. 11. 13

(b) Quando as pessoas estão ligadas por uma participação na acepção da primeira frase do artigo 17º da Directiva 78/660/CEE; (c) Quando as pessoas estão ligadas por uma relação na acepção do nº 1 do artigo 12º da Directiva 83/349/CEE; 13. "Conglomerado financeiro", um grupo que satisfaz, sob reserva do disposto no artigo 3º, as seguintes condições : (a) As suas actividades consistem principalmente na prestação de serviços financeiros no sector financeiro; (b) Inclui pelo menos uma entidade regulamentada que tenha obtido uma autorização em conformidade com o artigo 6º da Directiva 73/239/CEE, o artigo 6º da Directiva 79/267/CEE, o nº 1 do artigo 3º da Directiva 93/22/CEE ou o artigo 4º da Directiva 2000/12/CE; (c) Inclui pelo menos uma empresa de seguros ou de resseguros e pelo menos uma outra entidade de um sector financeiro diferente; (d) As suas actividades intersectoriais no sector financeiro referidas na alínea (c) são significativas; 14. "Companhia financeira mista", uma empresa-mãe, que não seja uma entidade regulamentada, a qual, em conjunto com as suas filiais das quais pelo menos uma seja uma entidade regulamentada sedeada na Comunidade, e com quaisquer outras entidades, constitui um conglomerado financeiro. 15. "Autoridades competentes", as autoridades nacionais dos Estados-Membros dotadas dos poderes legais ou regulamentares para supervisionar as instituições de crédito, e/ou empresas de seguros, e/ou empresas de investimento; 16. "Operações intragrupo", todas as operações mediante as quais as entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro dependem directa ou indirectamente de outras entidades do mesmo grupo para o cumprimento de uma obrigação, contratual ou não, a título oneroso ou não; 17. "Concentração de riscos", todos os riscos que impliquem uma perda potencial suportada pelas entidades de um conglomerado financeiro, desde que sejam suficientemente elevados para pôr em risco a solvência ou a situação financeira geral das entidades regulamentadas do conglomerado financeiro e que possam ser causados por riscos de contraparte/riscos de crédito, riscos de investimento, riscos de seguro, riscos de mercado, outros riscos ou por uma combinação ou interacção destes riscos. Artigo 3 Limiares para determinar a existência de um conglomerado financeiro 1. Considera-se que as actividades de um grupo consistem principalmente na prestação de serviços financeiros, na acepção do nº 13, alínea a) do artigo 2º, se o rácio entre o total do balanço consolidado e/ou agrupado das entidades financeiras regulamentadas 14

e não regulamentadas do grupo e o total do balanço consolidado e/ou agrupado de todo o grupo, calculado com base nas contas anuais, exceder 50%. Caso um grupo seja liderado por uma entidade regulamentada e se as condições estabelecidas no nº 13, alíneas b), c) e d), do artigo 2º forem respeitadas, o grupo será considerado como conglomerado financeiro independentemente do rácio do grupo. 2. As actividades em diferentes sectores financeiros serão significativas, na acepção do nº 13, alínea d), do artigo 2º, se a média do rácio entre o balanço total do sector financeiro de menor dimensão e o total do balanço consolidado e/ou agregado das entidades do sector financeiro do grupo, calculado com base nas contas anuais, e o rácio entre os requisitos de solvência do sector financeiro de menor dimensão e os requisitos de solvência totais das entidades do sector financeiro do grupo exceder 10%. O sector financeiro de menor dimensão num conglomerado financeiro é o sector com a média mais baixa. Para calcular a média, o sector bancário e o sector dos serviços de investimento serão considerados em conjunto. Os requisitos de solvência serão calculados em conformidade com as regras sectoriais e com as regras estabelecidas pela presente directiva. 3. Para efeitos da aplicação dos nºs 1 e 2, as autoridades competentes em causa podem decidir por comum acordo : (a) Que nos casos referidos no nº 4 do artigo 5º, uma determinada entidade pode não ser incluída para o cálculo dos rácios; (b) Reduzir os rácios por forma a evitar "mudanças de regime" súbitas, nomeadamente no caso de grupos que estejam na fronteira da exclusão da definição de conglomerado financeiro; (c) Num caso especial, substituir o critério baseado no total do balanço por um ou mais dos seguintes parâmetros ou acrescentar um ou mais destes parâmetros, se considerarem que assumem uma especial importância: estrutura das receitas e actividades reconhecidas nas rubricas extrapatrimoniais. Artigo 4º Âmbito de aplicação 1. Sem prejuízo das regras em matéria de supervisão, os Estados-Membros tomarão as medidas necessárias para que as entidades regulamentadas, referidas no artigo 1º, que pertençam a um conglomerado financeiro, sejam submetidas a uma supervisão complementar, na medida e segundo as modalidades previstas pela presente directiva. 2. As seguintes entidades serão submetidas a uma supervisão complementar a nível do conglomerado financeiro em conformidade com os artigos 5º a 13º: (a) (b) Quaisquer entidades regulamentadas que liderem um conglomerado financeiro; Quaisquer entidades regulamentadas cuja empresa-mãe seja uma companhia financeira mista sedeada na Comunidade, 15

(c) Quaisquer entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro ligadas por uma relação na acepção do nº 1 do artigo 12º da Directiva 83/349/CEE. Sempre que um conglomerado financeiro for um subgrupo de outro conglomerado financeiro, que satisfaça os requisitos do primeiro parágrafo, os Estados-Membros podem aplicar as disposições dos artigos 5º a 13º a este último grupo e qualquer referência na directiva aos conceitos de grupo e de conglomerado financeiro serão considerados como uma referência a este último grupo. 3. Quaisquer entidades regulamentadas que não estejam sujeitas a uma supervisão complementar em conformidade com o nº 2 e cuja empresa-mãe seja uma entidade regulamentada ou uma companhia financeira mista sedeada fora da Comunidade, estarão sujeitas a uma supervisão complementar a nível do conglomerado financeiro, na medida e segundo as modalidades previstas no artigo 14º. 4. Nos casos em que pessoas detêm participações no capital de uma ou mais entidades regulamentadas ou têm com elas ligações de capital, ou exercem uma influência significativa sobre tais entidades, sem deterem uma participação ou uma ligação de capital, nos casos que não os casos referidos nos nºs 2 e 3, as autoridades competentes determinarão se e em que medida estas entidades, em conjunto com outras entidades, constituem um conglomerado financeiro e se as entidades regulamentadas devem ser sujeitas a uma supervisão complementar. As entidades referidas no primeiro parágrafo, no seu conjunto, devem prestar serviços financeiros no sector financeiro e satisfazer as condições referidas no nº 13, alíneas b), c) e d), do artigo 2º. As autoridades competentes tomarão a sua decisão, tendo em conta os objectivos da supervisão complementar, tal como previsto na presente directiva. 5. O exercício da supervisão complementar a nível do conglomerado financeiro não implicará de modo algum que as autoridades competentes tenham de desempenhar um papel de supervisão numa base individual relativamente a companhias financeiras mistas, entidades regulamentadas de países terceiros de um conglomerado financeiro, bem como entidades não regulamentadas de um conglomerado financeiro. Capítulo II Supervisão complementar SECÇÃO 1 SITUAÇÃO FINANCEIRA Artigo 5º Adequação dos fundos próprios 1. Sem prejuízo das regras sectoriais, as autoridades competentes procederão a uma supervisão complementar sobre a adequação dos fundos próprios das entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro, em conformidade com as regras estipuladas nos nºs 2 a 5 da Secção 2 e no Anexo I. 16

2. Os Estados-Membros ou as autoridades competentes exigirão que as entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro disponibilizem fundos próprios a nível do conglomerado financeiro que sejam sempre pelo menos equivalentes aos requisitos de adequação dos fundos próprios, calculados em conformidade com o Anexo I. Os Estados-Membros e as autoridades competentes devem ainda exigir que as entidades regulamentadas adoptem uma política de adequação dos fundos próprios a nível do conglomerado financeiro, bem como mecanismos de controlo interno adequados relativamente à adequação dos fundos próprios. Estes requisitos referidos no primeiro e no segundo parágrafos serão objecto de um controlo por parte das autoridades competentes responsáveis pela supervisão complementar, em conformidade com a secção 2. Estas autoridades devem assegurar que o cálculo referido no primeiro parágrafo será realizado pelo menos uma vez por ano, pelas entidades regulamentadas, pela companhia financeira mista ou pelas autoridades competentes. As entidades regulamentadas ou as companhias financeiras mistas deverão submeter à autoridade competente em causa os resultados do cálculo ou os dados pertinentes para o cálculo. 3. Para efeitos do cálculo dos requisitos de adequação dos fundos próprios referidos no primeiro parágrafo do nº 2, as seguintes entidades devem ser incluídas no âmbito da supervisão as empresas referidas no nº 3 do artigo 7º da Directiva 93/6/CEE, as empresas referidas no nº 2 do artigo 3º da Directiva 98/78/CE e as instituições de crédito, instituições financeiras e empresas de serviços bancários auxiliares referidas no nº 1, segundo parágrafo, e nos nºs 5 e 23 do artigo 1º da Directiva 2000/12/CE. 4. Os Estados-Membros, ou as suas autoridades competentes responsáveis pela supervisão complementar, podem decidir não incluir uma dada entidade no âmbito do cálculo da adequação de fundos próprios complementar nos seguintes casos: (a) (b) (c) Se a entidade estiver localizada num país terceiro em que existam obstáculos jurídicos à transferência das informações necessárias, sem prejuízo das regras sectoriais sobre a obrigação das autoridades competentes de recusarem a autorização sempre que seja impedido o exercício efectivo das suas funções de supervisão; Quando a entidade apresentar um interesse negligenciável relativamente aos objectivos da supervisão complementar de entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro; Quando a inclusão da entidade for inadequada ou susceptível de induzir em erro do ponto de vista dos objectivos da supervisão complementar. Contudo, quando estiver prevista a exclusão de várias entidades, em conformidade com a alínea b) do primeiro parágrafo, estas terão de ser incluídas se no seu conjunto apresentarem um interesse não negligenciável. Sempre que as autoridades competentes decidirem não incluir uma entidade regulamentada no âmbito de cálculo supramencionado, em aplicação do primeiro 17

parágrafo precedente, as autoridades competentes do Estado-Membro onde esta estiver estabelecida podem requerer à entidade que lidera o conglomerado financeiro que lhe forneça informações susceptíveis de facilitar a supervisão da entidade regulamentada. 5. Se a situação em termos da adequação dos fundos próprios a nível do conglomerado financeiro apontar para valores abaixo dos requisitos definidos no primeiro parágrafo do nº 2 infra, ou se os outros requisitos referidos no nº 2 não forem cumpridos, ou ainda se estes forem cumpridos, mas a solvência estiver comprometida, as autoridades competentes responsáveis pela supervisão das referidas entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro velarão por que estas entidades e, se for caso disso, outras entidades do grupo, tomem as devidas medidas para sanar a situação o mais rapidamente possível. As autoridades competentes em questão coordenarão, se for caso disso, as suas acções de supervisão. Artigo 6 Operações intragrupo e concentração de riscos 1. Sem prejuízo das regras sectoriais, as autoridades competentes procederão a uma supervisão complementar das operações intragrupo e das concentrações de riscos das entidades regulamentadas de um conglomerado financeiro, em conformidade com as regras estipuladas nos nºs 2 a 6 da secção 2 e no Anexo II. 2. Os Estados-Membros ou as autoridades competentes relevantes devem exigir que as entidades regulamentadas possuam, a nível do conglomerado financeiro, mecanismos adequados de gestão dos riscos e de controlo interno, incluindo procedimentos sólidos de fornecimento de informações e contabilísticos, que lhes permitam identificar, medir, acompanhar e controlar, de modo adequado, as operações intragrupo do conglomerado financeiro e gerir as concentrações de riscos a nível do referido conglomerado. Estes mecanismos serão objecto de um controlo por parte das autoridades competentes responsáveis pela supervisão complementar. 3. Os Estados-Membros ou as autoridades competentes em causa exigirão que as entidades regulamentadas ou as companhias financeiras mistas notifiquem regularmente e, pelo menos anualmente, à autoridade responsável pela supervisão complementar, todas as operações intragrupo significativas efectuadas no quadro de um conglomerado financeiro e quaisquer concentrações de riscos importantes à escala do referido conglomerado financeiro, em conformidade com as regras estipuladasnopresenteartigoenoanexoii. Estas operações intragrupo e concentrações de riscos serão objecto de um controlo por parte das autoridades competentes responsáveis pela supervisão complementar, em conformidade com a secção 2. 4. Na pendência de uma maior coordenação a nível da legislação comunitária, os Estados-Membros poderão estabelecer limites quantitativos ou autorizar às autoridades competentes a sua fixação, ou ainda tomar outras medidas de supervisão com objectivos semelhantes a nível das operações intragrupo efectuadas, ou de 18