PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER: RESULTADOS DE AÇÕES DO PROJETO EXTENSIONISTA

Documentos relacionados
Presença de células endocervicais no rastreamento do câncer do colo do útero por Unidade de Saúde em Ponta Grossa-PR

PERCENTUAL DE EXAMES ALTERADOS FRENTE À PRESENÇA DE CÉLULAS DA JUNÇÃO ESCAMOCOLUNAR NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO EM PONTA GROSSA

ATUAÇÃO DE PROJETO EXTENSÃO NA PREVENÇÃO NO CÂNCER DO COLO UTERINO EM PONTA GROSSA

ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR: QUALIDADE DA COLETA CERVICOVAGINAL NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

ADEQUABILIDADE DAS AMOSTRAS PARA SCREENING/RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO

PALAVRAS-CHAVE Colo do Útero, Anticoncepcionais, Teste de Papanicolaou.

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

RELAÇÃO ENTRE O RESULTADO DO EXAME PAPANICOLAOU E A REPRESENTATIVIDADE DA JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR

AVALIAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA DAS MULHERES QUE PARTICIPARAM DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO EM PONTA GROSSA

PRESENÇA DE ASC-US E ASC-H NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA- PR, NOS ANOS DE 2014 E 2015

CORRELAÇÃO ENTRE A CITOPATOLOGIA E ANATONOPATOLOGIA NO EXAME DE PAPANICOLAOU NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO EM PONTA GROSSA

PACTUAÇÃO DE METAS PARA O MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO

TÍTULO: FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DO DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

A Correlação entre a Faixa Etária e a Incidência de Vaginites em mulheres: Projeto Coleta de Papanicolaou

PALAVRAS-CHAVE Exame Ginecológico. Teste de Papanicolaou. Leucorréia.

A RELAÇÃO ENTRE COLO FRIÁVEL E A MICROBIOTA VAGINAL PELO MÉTODO DE PAPANICOLAOU

PALAVRAS-CHAVE Neoplasia do Colo do Útero. Colo Uterino. Enfermagem.

PALAVRAS-CHAVE Obesidade, Colo do Útero, Teste de Papanicolaou.

14. CONEX Produto Resumo Expandido - ISSN

PRÁ-SABER DIGITAL: Informações de Interesse à Saúde SISCOLO Porto Alegre 2007

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: ADEQUABILIDADE DA AMOSTRA

PALAVRAS-CHAVE Educação em saúde. Teste de Papanicolaou. Neoplasias do colo do útero.

ANÁLISE DE DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: EXAMES CITOPATOLÓGICOS E ANATOMOPATOLÓGICOS DE VIÇOSA, MG

Palavras-chave: Enfermagem. Teste Papanicolau. Câncer de colo uterino.

PREVALÊNCIA DE CITÓLISE EM PREPARADOS CERVICOVAGINAIS NO EXAME PAPANICOLAOU

Curso de Graduação em Medicina

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Adequabilidade da amostra do exame citopatológico cervico-uterino no Brasil: análise dos dados do SISCOLO, no período de 2002 a 2006

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 13. Profª. Lívia Bahia

Interpretação da colpocitologia

AVALIAÇÃO DE AÇÃO PROGRAMÁTICA DE SAÚDE DA MULHER DURANTE A VIVÊNCIA DA PRÁTICA EM SAÚDE PÚBLICA 1. INTRODUÇÃO

PALAVRAS-CHAVE: Estratégia de Saúde da Família, Câncer de colo uterino, Saúde da Família, Exame de prevenção e Colpocitologia.

Rastreio citológico na doença anal

INCIDÊNCIA DENEOPLASIAS NA POPULAÇÃO ASSISTIDA PELA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA ANTÔNIO HORÁCIO CARNEIRO DE MIRANDA, PONTA GROSSA - PR

A PRESENÇA DE LACTOBACILLUS EM EXAMES CITOPATOLÓGICOS E SUA CORRELAÇÃO COM CITÓLISE NO PAPANICOLAOU

Patologia - orientações

ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER

Curso Teórico Prático para Profissionais de Saúde em Ações de Prevenção do Câncer de Colo Uterino e de Mama

MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, CARACTERÍSTICAS SÓCIODEMOGRÁFICAS E COBERTURA DO EXAME PAPANICOLAU NA PARAÍBA,

CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DO EXAME CITOPATOLÓGICO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO DAS MULHERES USUÁRIAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS NO EXAME PAPANICOLAU

Capacitação dos profissionais de saúde e seu impacto no rastreamento de lesões precursoras do câncer de colo uterino

ENFERMAGEM NA ANÁLISE DE LAUDOS CITOPATOLÓGICOS CERVICAIS

18/10 a 09/11 de 2016 Câmpus de Gurupi, Araguaína e Palmas

Prevenção do Câncer do Colo do Útero. Laboratórios

IDENTIFICAÇÃO DE MOTIVOS DA NÃO ADESÃO AO EXAME DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO UTERINO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

CARACTERÍSTICAS DE EXAMES CITOPATOLÓGICOS: UM ESTUDO DESCRITIVO 1 CHARACTERISTICS OF CYTOPATHOLOGICAL EXAMS: A DESCRIPTIVE STUDY

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 12. Profª. Lívia Bahia

CONCEPÇÃO DA MULHER A RESPEOTO DO EXAME PAPANICOLAU: IMPORTÂNCIA E CONHECIMENTO

PERFIL DOS EXAMES DE PAPANICOLAU REALIZADOS EM UNIDADE DE SAÚDE EM FORTALEZA, CEARÁ

A PRESENÇA DE EDEMA NUCLEAR NA CITOPATOLOGIA CERVICAL FRENTE À MICROBIOTA VAGINAL

IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO BRASIL

INTERNATIONAL NURSING CONGRESS

Equipe de Vigilância de Eventos Vitais, Doenças e Agravos Não Transmissíveis SISCOLO RELATÓRIO 2006

Capacitação Teórico-Prática em Citopatologia do Colo do Útero

RELAÇÃO ENTRE INFILTRADO INFLAMATÓRIO E MICROBIOTA VAGINAL NO EXAME CITOLÓGICO PELO PAPANICOLAOU

AÇÕES DE CONTROLE DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS

Orientações sobre a Colheita do Material para Unidade Básica de Saúde

DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA DA UNICRUZ

PALAVRAS-CHAVE Esfregaço vaginal. Vaginite. Vaginose.

ISSN ÁREA TEMÁTICA:

PREVALÊNCIA CITOPATOLÓGICA DE ALTERAÇÕES COLO UTERINAS EM RESIDENTES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ENTRE 2006 A

CURSO DE FARMÁCIA Reconhecido pela Portaria MEC nº 220 de , DOU de PLANO DE CURSO

Ministério da Saúde SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE <> PORTARIA Nº 287, DE 24 DE ABRIL DE 2006 (*)

Guia de Serviços Atualizado em 04/04/2019

FATORES DE RISCO PARA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EM PUÉRPERAS: PROJETO CEPP

PERFIL DAS MULHERES USUÁRIAS DO SUS COM LESÕES INTRAEPITELIAIS EM UM MUNICÍPIO DO OESTE DO PARANÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS PLANO DE ENSINO SEMESTRE 2016/2 HORÁRIO

Artigo de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas: Diagnóstico Laboratorial pela URI Santo Ângelo/RS 2

Vacinação contra HPV e Controle do câncer de colo do útero no SUS Claudio Pompeiano Noronha

Avaliação da adequabilidade da coleta do exame citopatológico na Estratégia Saúde da Família

Políticas de expansão do atendimento oncológico

LIPINSKI, Isabella Maravieski¹ SILVA, Amanda Steudel 1 ZARPELLON, Lidia Dalgallo 2 MULLER, Erildo Vicente³

Controle interno da qualidade em citopatologia: o dilema da subjetividade

Atualização das Diretrizes Brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero

Câncer de Colo Uterino

Mulheres da região da Grande Florianópolis.

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Palavras-chave: Corrimento vaginal. manejo clínico. diagnóstico.

Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas: Recomendações para Profissionais de Saúde

PALAVRAS-CHAVE Neoplasias do colo do útero. Epidemiologia. Patologia

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE

CONTROLE DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: UMA ANÁLISE DA CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E DA INFRAESTRURA DAS UBS

IDENTIFICANDO E PREVENINDO A OCORRÊNCIA DE TRAUMA MAMILAR EM PUÉRPERAS ATENDIDAS NO PROJETO CPP

ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DOS EPITÉLIOS DE COLPOCITOLOGIAS ONCÓTICAS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

CONHECIMENTO A RESPEITO DA IMPORTANCIA DO EXAME PAPANICOLAU NA PREVENÇÃO DO CANCER DE COLO UTERINO, NO MUNICIPIO DE BARBALHA.

NOMENCLATURA BRASILEIRA PARA LAUDOS CERVICAIS E CONDUTAS PRECONIZADAS

ASC-US e ASC-H: abordagem simplificada

MANUAL DE ORIENTAÇÃO COLETA, ACONDICIONAMENTO E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Coleta de Material para Exame de Citologia Oncótica

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 40h CH Prática: 40h CH Total: 80h Créditos: 04 Pré-requisito(s): Período: VI Ano:

Colpocitologia Oncótica Anormal na Gestação. O exame citopatológico da cérvice é ainda o método de rastreio por excelência

PAPANICOLAOU EM MULHERES IDOSAS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Universidade Federal de Pelotas

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

A IMPORTÂNCIA DO EXAME CITOPATOLÓGICO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( x ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER: RESULTADOS DE AÇÕES DO PROJETO EXTENSIONISTA Sabrina Emanuela Martins de Aguiar - bynnaaguiar@icloud.com 1 Ana Paula Xavier Ravelli - anapxr@hotmail.com 2 Ednéia Peres Machado edpmach@gmail.com 3 Resumo: A Universidade Estadual de Ponta Grossa tem como meta cooperar com entidades públicas e privadas no ensino, pesquisa e extensão em âmbito nacional e internacional. O projeto de extensão Prevenção e educação na atenção à saúde da mulher: coleta de exame Papanicolaou estabeleceu objetivos que norteiam suas ações direcionadas aos propósitos da UEPG. Objetivo: capacitar enfermeiros que trabalham nas unidades de saúde de Ponta Grossa na qualidade da amostra cervicovaginal. Metodologia: treinamento teórico por meio de seminários sobre estatística de mortalidade e incidência do câncer do colo uterino em Ponta Grossa, técnica e cuidados na coleta do material e confecção do esfregaço cervicovaginal com enfatize na representatividade, celularidade e fixação do material em lâmina; e atividade prática individualizada no laboratório de citologia. Resultados: ocorreram duas capacitações práticas junto às UBS 01, 02 e 03. Considerações finais: A melhoria da qualidade das amostras cervicovaginais nas UBS que participaram do trabalho de capacitação, trouxe benefício às usuárias do SUS no que tange ao trabalho de prevenção. A articulação entre os diversos atores que atuam no cenário da saúde, proporcionou aos enfermeiros a abertura de um diálogo com a citopatologia via projeto extensionsita, construindo a integralidade do cuidado no SUS. Palavras-chave: Educação em saúde. Teste de Papanicolaou.. Neoplasias do colo do útero. INTRODUÇÃO A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tem como missão proporcionar à sociedade meios para dominar, ampliar, cultivar, aplicar e difundir o patrimônio universal do saber humano, capacitando todos os seus integrantes a atuar como força transformadora (UEPG, 2013), e assim vislumbra a indissociabilidade entre ensino-pesquisa e extensão para tal finalidade. 1 Graduanda; UEPG; curso de Farmácia; bynnaaguiar@icloud.com. 2 Supervisora de projeto de extensão; UEPG, anapxr@hotmail.com 3 Coordenadora de projeto de extensão, UEPG, docente do curso do Farmácia; DELCIN; edpmach@gmail.com

Para a obtenção de resultados de sua missão, a UEPG estabeleceu metas de ações descritas em seus objetivos dentre os quais destacam-se aqui: promover a difusão da extensão e da cultura por meio de ações voltadas à sociedade; fortalecer as bases científica, tecnológica e de inovação, norteando-se pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e cooperar com entidades públicas e privadas no campo do ensino, da pesquisa e da extensão em âmbito nacional e internacional (UEPG, 2013). Assim, o projeto de extensão Prevenção e educação na atenção à saúde da mulher: coleta de exame Papanicolaou (ProjetoPap) tem estabelecido objetivos que norteiam suas ações de forma direcionada aos propósitos estabelecidos pela UEPG, tem realizado treinamento junto aos enfermeiros das unidades de saúde de Ponta Grossa, visando à qualidade da amostra cervicovaginal a fim de minimizar casos de resultados falso-negativos no rastreamento do câncer do colo do útero. A porta de entrada principal das Redes de Atenção à saúde é a atenção primária da população que agrega à tecnologia do rastreamento do câncer do colo do útero, ações educativas, vacinação e detecção de lesões precursoras deste tipo de tumor (BRASIL, 2016). A adequabilidade pela representatividade das células da junção Escamocolunar (JEC) é de competência exclusiva do responsável pela coleta do material, devendo-se levar em consideração a idade, estado menstrual, limitações anatômicas e objetivo do exame. A não observância da representatividade da JEC nos esfregaços vaginais podem não propiciar à mulher todos os benefícios da prevenção do câncer do colo uterino (INCA, 2012, SALES, et al., 2012). 2 OBJETIVOS Capacitar enfermeiros que trabalham nas unidades de saúde de Ponta Grossa na qualidade da amostra cervicovaginal no rastreamento do câncer do colo do útero. METODOLOGIA O projeto de extensão Prevenção e educação na atenção à saúde da mulher: coleta de exame (Projetopap), atua de forma indissociada com a pesquisa Adequabilidade das amostras cervicovaginais de mulheres atendidas no projeto de extensão Prevenção e educação na atenção à saúde da mulher: coleta e exame Papanicolaou, com parecer consubstanciado da Comissão de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa sob número 1.614.753.

Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal de abordagem quantitativa, que avaliou dados extraídos do web Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), referente aos resultados dos exames citopatológicos do rastreamento do câncer do colo uterino no município de Ponta Grossa-PR, nos anos de 2014 e 2015, de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Ponta Grossa, que participaram de treinamento prático e teórico na qualidade das amostras cervicovaginais. Os nomes das UBS foram substituídos pelos algarismos arábicos 01, 02 e 03. O treinamento teórico foi realizado por meio de dois seminários anuais, que abrangeram temas relacionados à estatística de mortalidade e incidência do câncer do colo uterino no município de Ponta Grossa, técnica e cuidados na coleta do material e confecção do esfregaço cervicovaginal, e neste caso, enfatizou-se a representatividade, celularidade e fixação do material em lâmina. O treinamento prático foi realizado com material residual da coleta cervicovaginal, depositado na espátula de Ayre e escovinha cervical, após a prévia realização do esfregaço para o rastreamento do câncer do colo uterino, de forma a não interferir no trabalho de prevenção realizado pelo sistema público de saúde. O material residual foi utilizado para a realização de exame citopatológico no laboratório de citologia do curso de Farmácia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), cujos laudos foram emitidos e encaminhados às UBS. A atividade prática, individualizada, ocorreu no laboratório de citologia, ministrada por docente da disciplina de Citopatologia Cervicovaginal do curso de Farmácia da UEPG, utilizando os esfregaços preparados com o material cervicovaginal residual coletado. Os enfermeiros acompanharam a análise microscópica dos esfregaços quanto à qualidade da confecção do mesmo após a coloração pelo método de Papanicolaou. Foi ressaltada a importância da celularidade (presença de 8.000 a 12.000 células escamosas), da representatividade (presença de no mínimo 10 células endocervicais e/ou metaplásicas) das amostras, da qualidade da fixação do material e da qualidade do esfregaço quanto a sobreposição de células, obscurecimento por leucócitos e hemácias e hipocelularidade. A análise estatística foi realizada por frequência simples utilizando o programa Excel 2010 e o teste do χ² que trata de um teste de hipóteses destinado a encontrar um valor de dispersão para duas variáveis nominais e avaliar a associação existente entre variáveis qualitativas, para realizar a comparação entre os resultados alterados e a presença de células da Junção Escamocolunar (JEC) nos esfregaços citopatológico. 3

RESULTADOS 4 No rastreamento do câncer do colo do útero no município de Ponta Grossa, foram realizados 11.732 exames em 2014 e 17.620 em 2015, dos quais apresentaram células endocervicais 5.484 (47%) em 2014 e 8.882 (50%) em 2015. Esse resultado é semelhante ao relatado por diversos autores que avaliaram a presença da JEC nas amostras cervicovaginais coletadas em diversas regiões do Brasil, um fator limitante visto que a presença de células endocervicais no esfregaço deve ser indispensável para uma avaliação citopatológica segura, reduzindo a possibilidade de resultados falso-negativos (AMARAL et al., 2006., UGHINI, 2016). Resultados alterados, como a presença de células indicativas de lesões precursoras do câncer do colo uterino, no rastreamento de 2014 foram observadas em 267 (2,3%) amostras, e em 2015 em 272 (1,54%). As células endocervicais se fizeram presentes em 220 (82%) amostras em 2014 e 232 (85%) em 2015, um percentual que enfatiza o valor da representatividade da JEC nas amostras cervicovaginais para um resultado mais fidedigno. A comparação entre os resultados alterados e a presença da JEC nos esfregaços citopatológicos pelo teste do χ², foram consideradas significantes e as diferenças na probabilidade de rejeição da hipótese de nulidade foi menor que 5% (p<0,05). Uma associação significativa foi observada entre resultados citopatológicos com alterações atípicas e presença de células endocervicais (p=0,004). Com relação à capacitação prática, ocorreram duas, em novembro de 2014 e 2015, após o ano de trabalho junto às UBS 01, 02 e 03. A UBS 01 coletou 534 amostras em 2014 e 506 em 2015 no rastreamento do câncer do colo uterino. Dessas amostras, foram trabalhadas na capacitação extensionista 12 (2%) esfregaços em 2014 e 6 (1,2%) em 2015. A UBS 02 coletou 235 amostras em 2014 e 402 em 2015 no rastreamento. Dessas amostras, foram trabalhadas na capacitação extensionista 74 (31%) esfregaços em 2014 e 36 (9%) em 2015. A UBS 03 coletou 229 amostras em 2014 e 234 em 2015 no rastreamento. Dessas amostras, foram trabalhadas na capacitação extensionista 30 (13%) esfregaços em 2014 e 34 (14%) em 2015 (Tabela 1 e Tabela 2). Na capacitação prática do Projetopap constatou-se no quesito celularidade: UBS 01 nenhum dos esfregaços apresentaram celularidade adequada em 2014 e em 2015 apenas uma (16%) não apresentou hipocelularidade na amostra. A UBS 02 em 2014 uma amostra (1,3%) foi adequada quanto à celularidade e em 2015 9 amostras (25%). A UBS 03 em 2014 uma (3%) adequada e em 2015 7 (20,5%) (Tabela 1 e Tabela 2).

A presença de células endocervicais nas amostras coletadas pelas UBS avaliadas neste estudo, no rastreamento do câncer cervical em Ponta Grossa, foram: em 2014 a UBS 01 23% da amostra, UBS 02 35% e UBS 03 34%. Em 2015, a presença de células endocervicais se fizeram presentes nos seguintes percentuais: UBS 01 39%, UBS 02 53% e UBS 03 58% (Tabela 1 e Tabela 2). Verificou-se uma melhora na razão de 1,5 na presença de células da JEC em 2015, uma relativa melhora na qualidade da amostra, acarretando em aumento da sensibilidade e especificidade do teste de Papanicolaou, minimizando o risco de um resultado falso-negativo. Quanto à representatividade do esfregaço cervicovaginal, avaliada pela recomendação de Bethesda, pela presença de pelo menos 10 células endocervicais e/ou metaplásicas, que implica na representação da JEC na amostra obtivemos o seguinte resultado: UBS 01, foram 4 (33%) amostras adequadas em 2014 e 3 (50%) em 2015. A UBS 02 apresentou 10 (1,3%) com representatividade em 2014 e 12 (33%) em 2015. A UBS 03 apresentou 5 (16%) amostras com representatividade da JEC em 2014 e 15 (44%) em 2015 (Tabela 1 e Tabela 2). Quanto à fixação do material a UBS 01 apresentou 4 (33%) esfregaços bem fixados em 2014 e 2 (33%) em 2015. A UBS 02 com 29 (39%) bem fixados em 2014 e 18 (50%) em 2015. A UBS 03 apresentou 11 (36%) do material bem fixado em 2014 e 15 (44%) em 2015 (Tabela 1 e Tabela 2). 5 Tabela 1 Qualidade da amostra cervicovaginal coletada por três UBS que participaram da capacitação na qualidade da amostra em 2014 UBS SUS Representatividade Capacitação Adequabilidade Representatividade Boa Celular - SUS ProjetoPap na capacitação na capacitação Fixação 01 534 23% 12 0% 23% 33% 02 235 53% 74 1,3% 35% 39% 03 229 58% 30 3% 34% 36% Fonte: os autores. Tabela 2 Qualidade da amostra cervicovaginal coletada por três UBS que participaram da capacitação na qualidade da amostra em 2015 UBS SUS Representatividade Capacitação Adequabilidade Representatividade Boa Celular - SUS ProjetoPap na capacitação na capacitação Fixação 01 506 39% 06 16% 39% 33% 02 402 53% 36 25% 53% 50% 03 234 58% 340 20,5% 58% 44% Fonte: os autores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 6 Apesar dos benefícios do exame preventivo, falhas na coleta de material, preparo, conservação e interpretação citopatológica podem prejudicar a eficácia do rastreamento do câncer do colo uterino. As fases pré-analítica e analíticas do exame de Papanicolaou, são artesanais, portanto dependentes do desempenho profissional nessas atividades, o que justifica estudos na área. Problemas relacionados com a coleta de material podem e devem ser sempre investigados com o objetivo de serem corrigidos. A avaliação das amostras obtidas é de fundamental importância para se definir programas de reeducação para coleta e preparo do material pelos profissionais envolvidos (MOTTA, 2001). A melhoria da qualidade das amostras cervicovaginais observadas neste estudo, pelas UBS que participaram do trabalho de capacitação teórico e prático, trouxe benefício às usuárias do SUS no que tange ao trabalho de prevenção. A articulação entre os diversos atores que atuam no cenário da saúde, proporcionou aos enfermeiros a abertura de um diálogo com a citopatologia em instituição de ensino superior via projeto extensionsita, construindo assim a integralidade do cuidado no Sistema Único de Saúde. REFERÊNCIAS AMARAL, R.G; RIBEIRO, A. A; MIRANDA, F. A; TAVARES, S. B. N; SOUZA, N. L. A; MANRIQUE, E. J. C. et al. Fatores que podem comprometer a qualidade dos exames citopatológicos no rastreamento do câncer de colo de útero. RBAC, v. 38, n. 1, p.3-6, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde, Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. INCA, Rio de Janeiro, 2016. INCA. Instituto Nacional do Câncer. Nomenclatura brasileira para laudos citopatológicos cervicais. Coordenação Geral de Prevenção e Vigilância, Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. 3 ed. Rio de Janeiro: INCA, 2012 MOTTA, E. V; FONSECA, A. M; BAGNOLI, V. R; RAMOS, L. O; PINOTTI, J. A. Colpocitologia em ambulatório de ginecologia preventiva. Rev Assoc Med Bras. v. 47, n. 4, p. 302-10, 2001 SALES, E, L, et, al. Avaliação da adequabilidade das amostras citopatológicas dos exames feitos pelos enfermeiros no município de Piripiri-PI. Anais do congresso Brasileiro de enfermagem neonatal., p.1-3, 2012. UEPG. Plano de Desenvolvimento Institucional 2013-2017. vol. I, 2013. UGHINI, S.F. O. Importância da qualidade da coleta do exame preventivo para o diagnóstico das neoplasias glandulares endocervicais e endometriais. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 2016, no prelo.