PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DESANTOS Praça Barão do Rio Branco nº 30 - Centro Santos (SP) Fone (13) 3228-1000 PORTARIA N. 49/2008 A Doutora Luciana de Souza Sanchez, Juíza Federal Titular, Presidente do Juizado Especial Federal Cível de Santos, Seção Judiciária de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e regulamentares, Considerando os termos da Resolução n. 290/2007 de 25 de junho de 2007, que regulamentou o horário de funcionamento dos Juizados Especiais Federais; Considerando as disposições da Lei n º 10.259/01; Considerando que a agilidade da tramitação dos processos está levando ao ingresso de quantidade crescente de ações, cujos pedidos sequer foram deduzidos administrativamente; Considerando que o Poder Judiciário não pode substituir a atividade própria da Administração Pública; Considerando a necessidade de apresentação de documentos pelas partes de modo a facilitar e agilizar o andamento processual; Considerando os termos do artigo 216 do Provimento n. 64, de 28 de abril de 2005, da Egrégia Corregedoria-Geral da Justiça Federal da 3 Região; Considerando os termos dos Ofícios-circulares n. 10 e n. 30 da Egrégia Coordenadoria dos Juizados Especiais Federais da 3 Região; Considerando, ainda, a necessidade de agilizar a prática de atos e termos processuais, bem como a tramitação dos feitos deste Juizado; Considerando, por fim, a necessidade de consolidar os procedimentos adotados;
RESOLVE Art. 1º Estabelecer que o advogado tem o dever de acompanhar o andamento processual e inteirar-se quanto às datas de audiência e perícia designadas por ocasião da distribuição inicial, dando-se ciência à parte e testemunhas eventualmente arroladas. Art. 2º Nos casos de concessão de benefício previdenciário ou assistencial, a parte autora ou o advogado deverá comprovar, no ato da distribuição, o indeferimento do pedido formulado ao INSS ou, na hipótese de falta de resposta da autarquia, a existência de requerimento administrativo protocolizado há mais de 45 (quarenta e cinco) dias, conforme preconizado pelo artigo 174, do Decreto nº 3.048/99. Parágrafo único: Caso o interessado afirme não ter conseguido fazer o protocolo em sede administrativa, em razão de negativa do INSS, o servidor que o atender anotará a informação na petição inicial, no momento da distribuição, bem como o Posto da autarquia onde o fato ocorreu, e a encaminhará a seguir ao Juiz Presidente do Juizado Especial Federal Cível, para as providências cabíveis. Art. 3º A citação e/ou intimação de atos processuais, a redesignação de audiência e/ou perícia, a retificação do nome de advogado, a entrega de documentos que instruíram a petição inicial (desentranhamento), a alteração de dados cadastrais das partes, a fragmentação de documentos e, ainda, a alteração das petições iniciais elaboradas no Atendimento deste órgão poderão ser feitas de ofício pelos servidores deste Juizado Especial, independentemente de despacho. Art. 4º Com o trânsito em julgado da sentença, em não se verificando a existência da fase de execução (casos de improcedência do pedido ou extinção do processo sem julgamento do mérito), os autos poderão ser baixados pela serventia, independentemente de despacho judicial. Art. 5º Poderão figurar como representantes da parte: I - Parentes por consangüinidade, afinidade e/ou parentesco legal; II - Cônjuge, companheiro/companheira; III - Assistentes Sociais identificados, representando a instituição onde a parte se encontre internado, albergado, asilado ou hospitalizado; Parágrafo 1 - A representação por pessoa diversa das indicadas acima somente será admitida, em caráter excepcional, comprovada a impossibilidade de comparecimento do demandante e mediante autorização do juízo. Nesses casos, o nome e o CPF do acompanhante deverão ser consignados na petição inicial elaborada neste Juizado, bem como no cadastro do processo.
Parágrafo 2º - As situações reiteradas de representação que não se enquadrem nos itens I, II, III serão encaminhadas à Juíza Presidência do JEF para análise. Art. 6º As certidões de objeto e pé deverão ser extraídas do sistema informatizado, através da rotina Expedição de documentos. Art 7º Nas intimações de decisões ou sentenças a parte sem advogado, o prazo começa a correr da data de juntada aos autos virtuais do aviso de recebimento (AR), conforme previsto no art. 241, inciso I do Código de Processo Civil. Parágrafo 1 - O servidor responsável pela pasta Atendimento 3 do Gerenciamento de Processos, deverá providenciar, incontinenti, o escaneamento e a anexação dos Avisos de Recebimento recebidos em Secretaria. Parágrafo 2 - As intimações encaminhadas via correio, cujos avisos de recebimento retornarem infrutíferos com os motivos mudou-se e recusado, serão reputadas eficazes, e assim deverão ser consideradas pelos servidores, dispensando-se despacho judicial e/ou certificação, para que seja dado o devido prosseguimento aos feitos, inclusive a baixa definitiva do processo. Parágrafo 3º - Nos casos em que o AR retornar com os resultados ausente, endereço insuficiente, ausência de anotação ou anotação ilegível será feita, quando possível, a intimação por via telefônica. No insucesso, deverá ser lançada, independentemente de despacho e/ou certificação, a fase de baixa definitiva. Parágrafo 4 - Quando o AR voltar com o resultado falecido(a), deverá ser expedido mandado de constatação, a fim de ser verificada a existência de eventuais dependentes para o recebimento de pensão por morte ou sucessores da parte autora, no endereço cadastrado no processo. Parágrafo 5º - Quando a parte, devidamente intimada para comparecer em Juízo para tomar conhecimento de atos do processo, se quedar inerte pelo prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de anexação do AR aos autos virtuais, deverá ser lançada a fase de baixa definitiva, dispensandose despacho judicial e/ou certificação. Parágrafo 6º Nas hipóteses dos artigos anteriores, antes da baixa definitiva do processo, com o respectivo arquivamento, as medidas acautelatórias ou tutelas antecipadas porventura deferidas anteriormente deverão ser submetidas à conclusão. Parágrafo 7 - Quando tenha sido dada baixa definitiva ao processo e o autor(a) sem advogado espontaneamente comparecer em Juízo, o servidor que atendê-lo deverá, independentemente de despacho judicial, desarquivar o processo e após a elaboração do requerimento da parte no sistema eletrônico, protocolá-lo e gerenciá-lo. Art. 8 Nas ações que tenham por objeto a concessão de benefício de assistência social, o interessado deverá comprovar a alegada necessidade econômica, apresentando, na distribuição da ação, contas de energia elétrica, contas de água, contrato de locação, recibos de aluguel, notas fiscais de compra de medicamentos e despesas de supermercado, bem como comprovantes de salário ou rendimentos de cada membro do grupo
familiar, declarações de entidades que lhe prestem assistência, e outros documentos hábeis a comprovar a sua hipossuficiência. Art. 9 Nas ações em que se pretendam benefícios previdenciários ou de assistência social fundamentados em incapacidade física ou mental, o interessado deverá comparecer à perícia munido de exames médicos anteriores, laudos, atestados, comprovantes de internação hospitalar e todos os demais documentos de que dispuser para auxiliar o trabalho do perito judicial. Art. 10º Nas ações intentadas por menores de idade ou incapazes, não se exigirá para a distribuição da demanda a apresentação do número do cadastro de pessoa física (CPF). Todavia, fica a parte ciente de que deverá providenciar a inscrição na Receita Federal na fase de expedição do ofício requisitório, sob pena do pagamento ficar sobrestado até que se ultime o cadastro. Parágrafo único Nos casos de ausência de inscrição citados no caput, fica o servidor autorizado a efetuar o cadastro processual com base no CPF do representante legal. Art. 11 Os processos baixados poderão ser desarquivados independentemente de determinação judicial, em regra, pelos servidores do Setor de Atendimento, e em casos excepcionais pelo Diretor(a) de Secretaria, pelo Oficial(a) de Gabinete e pelo Supervisor(a) da Seção de Processamento. Parágrafo 1 - Após o desarquivamento, a petição deverá ser protocolada, digitalizada e imediatamente gerenciada para conclusão, com o complemento DESARQUIVAMENTO. Parágrafo 2 - Se for o caso, o requerente será intimado pela imprensa oficial ou qualquer outro meio idôneo para pleitear o que de direito no prazo de 05 (cinco) dias. Após esse prazo, nada sendo requerido, deverá ser certificado o decurso de prazo, e incontinenti deverão os autos voltar ao arquivo, independentemente de despacho judicial. Parágrafo 3 - O protocolo de petições pela internet, observado o procedimento eletrônico, obedecerá ao gerenciamento delineado nos artigos segundo e terceiro. Parágrafo 4 - O desarquivamento de processos para a anexação de ofícios ou outros documentos de caráter apenas informativo, que não demandem providência, também deverá ser realizado pelo Setor de Atendimento. Após o protocolo e a digitalização do documento, o processo deverá ser imediatamente baixado pelo referido Setor. Parágrafo 5 - Somente os processos que tramitaram neste Juizado Especial Federal poderão ser desarquivados. Art. 12 Os atos meramente ordinatórios poderão ser praticados pelos Servidores, independentemente de despacho judicial, com base no artigo 162, 4 do Código de Processo Civil. Art. 13 Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação. Revogo as Portarias n. 01/2005, 09/2005, 04/2006, 21/2006, 22/2006, 35/2006, 13/2008 e 35/2008.
Encaminhe-se cópia desta Portaria ao Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Corregedor-Geral da Justiça Federal da Terceira Região e a Excelentíssima Senhora Desembargadora Federal Coordenadora dos Juizados Especiais Federais da Terceira Região. Publique-se. Registre-se. Cumpra-se. Santos, 25 de novembro de 2008. Documento assinado por 224-Luciana de Souza Sanchez Autenticado e registrado sob o n.º 0036.0A13.1721.1331-SRDDJEF3ºR (Sistema de Registro de Sentenças e Documentos Digitais - TRF da 3ª Região) LUCIANA DE SOUZA SANCHEZ Juíza Federal Presidente do Juizado Especial Federal de Santos