Lição 02 - DEDICAÇÃO A DEUS OU ORGULHO ESPIRITUAL? Texto Básico: Gálatas 3.11 NVI É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois o justo viverá pela fé." (Gálatas 3.11 NVI). Há crentes que, embora falem de liberdade, vivem na escravidão, pelo fato de procurarem viver uma vida perfeita e aceitável a Deus, através de uma dedicação religiosa impecável ou por estarem tão seguros da graça de Deus, a ponto de se deixarem escravizar por vícios e paixões. Em ambos os casos, esses crentes lhe dirão que tem certeza da salvação pela graça, embora não sejam livres! A certeza da nossa salvação não depende das nossas virtudes. Isto é fato: Ele nos libertou e pronto! Ou confiamos, ou não! As pessoas não conhecem nossas verdadeiras motivações e não nos veem em todos os momentos de nossas vidas (inclusive quando estamos confessando nossos pecados, arrependidos, diante do Senhor). No entanto, é importante que sondemos, sem máscaras, nossas atitudes, nossas motivações, nossos valores e nossa fé. Enquanto as pessoas só podem ver os efeitos ou as dissimulações do que ocorre em nosso interior, nós sabemos o que experimentamos e podemos dizer o que aconteceu em nosso coração. Por isso, olhe para dentro de si e examine-se. Como foi sua experiência de conversão? Quem você era? Como foi o seu encontro com Jesus? Quem é você e o que lhe espera? Como você vive, a partir da esperança que tem? Suas convicções mudaram? Seus valores mudaram? E a sua vida? Cabe a nós uma investigação honesta acerca da semente que frutifica em nossa vida. O que ajudou você a ter certeza da salvação? Alguns se apoiam numa experiência emocional; outros, confiam na própria intuição; e ainda tem os que se apoiam em conhecimentos doutrinários ou em costumes religiosos. Onde está apoiada a sua certeza de salvação? 2 O CRISTÃO DEDICADO ADMITE QUE NÃO EXISTEM MOCINHOS NA IGREJA!
No terceiro capítulo, Paulo repreende os gálatas, pelo fato de eles terem abandonado algo tão eficaz e que causou tanto desgaste (Gl 3.3,4), (o Evangelho da graça), por uma novidade ineficaz e escravizadora (o outro evangelho). Pela Lei 1 ninguém será justificado, pois esta apenas serve como diagnóstico da doença chamada pecado. Não como remédio! Cristo nos resgatou, fazendo-se maldição em nosso lugar e nos incluiu em Sua comunidade, onde não somos discriminados por sermos ricos ou pobres, homens ou mulheres, brasileiros ou estrangeiros. Em Cristo, somos todos justificados, igualmente! No quarto capítulo, Paulo ilustra nosso relacionamento com a graça e com a Lei, apresentando o caso em que o filho pequeno não tem idade para desfrutar dos bens de seu pai, a não ser pelo intermédio de um empregado. Quando amadurece, porém, pode até gerir os recursos deste pai. Pela graça, podemos desfrutar de tudo o que Jesus conquistou para nós, pois agora somos filhos do mesmo Pai. Diante desse quadro, o apóstolo relembra o quanto ambos (o apóstolo e os gálatas) comungavam da mesma fé e questiona se a amizade terminou pelo fato de ele estar sendo duro com aquele povo. Afirmou sofrer como uma parturiente, até que Cristo fosse formado neles, num processo doloroso, mas gratificante. Desta forma, nos ensina que nem sempre o líder vai ser compreendido. Mas, vale a pena! Ao insistir com os Gálatas sobre a nossa adoção como filhos de Deus, pelos méritos de Jesus Cristo, Paulo esclarece que, depois do tempo apropriado para que Jesus viesse ao mundo (plenitude do tempo), o ser humano pode ser redimido apenas pelo poder de Cristo e não pelos rituais religiosos. Como garantia da salvação, todas as pessoas resgatadas pelo poder de Cristo receberam o Seu Espírito, que clama ao próprio Deus, chamando-o de Pai. Este Espírito atrai o cristão que se dirige a Deus como um filho que estende as mãos ao papai, desejando o aconchego do seu colo. Daí brota a certeza de que nascemos de novo e de que Deus permanece em nós. No quinto capítulo, o autor da carta destaca que, assim como o legalismo 2 é nocivo, a libertinagem 3 também é. Entretanto, o legalismo não nos liberta da 1 Lei mosaica, que normatizava o relacionamento dos israelitas com Deus, com o próximo e consigo mesmos. 2 Uma religiosidade pautada no cumprimento rígido de um conjunto de regras, visando agradar a Deus e, consequentemente, receber seus favores, como o perdão e a vida eterna, pelos méritos humanos. 3 Busca frenética pelo prazer egoísta, sem respeito nem empatia no trato com o outro.
libertinagem, pois esta não é considerada uma possibilidade para quem está crucificado com Cristo. Como fazer, então, para não ser escravizado pelos rituais religiosos, nem pelas paixões da carne que inflamam nossos corpos? A recomendação paulina aponta para uma vida dedicada a Deus, uma vida no Espírito. Em vez de focar no não fazer o errado ou no fazer o certo, a proposta paulina é: andar com Deus e ir mudando a cada dia. Andar no Espírito ou satisfazer os maus desejos da carne sempre trará consequências: boas ou más. 3 O CRISTÃO DEDICADO PARTICIPA DA VIDA NO ESPÍRITO! É importante perceber que a hipocrisia religiosa pode ser alimentada pelo legalismo, devido à incapacidade da lei mosaica de purificar as pessoas. Por isso, Paulo afirmava a suficiência da graça salvadora, somente em Cristo, unicamente pela fé. Apenas assim podemos ser justificados e transformados, em vez de dissimulados ou iludidos. Viver cheio de regras eclesiásticas e de rituais religiosos cristalizados não diminui a maldade do nosso coração. Por isso, Paulo apela para a reflexão dos seus leitores, a fim de que eles não deixem a verdadeira liberdade e abracem a escravidão pomposa, que gera arrogância nos líderes e conduz o povo à prisão. A experiência do novo nascimento pode até ter como efeito algumas mudanças na área emocional, intelectual e social do indivíduo. Porém, o novo nascimento ocorre no espírito humano, num ato de fé. Nem sempre a fé rima com a razão. Muitas vezes, a fé entra em confronto com a emoção. Esta fé, enquanto convicção acerca de algo que nossos olhos não veem e certeza de algo que esperamos, faz com que lutemos contra desejos da nossa natureza, contra o mundanismo ao nosso redor e contra um inimigo invisível, inteligente e organizado. A fé não é emoção, mas gera um desejo ardente pela vontade de Deus! A fé não é razão, mas influencia o nosso modo de pensar e é provocada pela reflexão bíblica, apontando a vontade de Deus! E porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: Aba, Pai. (Gl 4.6). Ou viveremos no legalismo, ou na libertinagem ou na dependência! Não temos como agradar a Deus e conquistar nossa salvação cumprindo todos os mandamentos da lei. Mas não podemos, também, viver irresponsavelmente, adorando o nosso ego. O que fazer, então? Viver no Espírito, em plena liberdade
conquistada por Jesus! Todavia, uma vida na dependência do Espírito requer humildade para reconhecer-se impotente para se salvar! Pena que muitos crentes entendam salvação, ou vida eterna, ou céu apenas como uma mudança para um lugar sem problemas e uma vida boa que nunca acaba. Mero passaporte! Bom seria que pensassem num relacionamento profundo e duradouro com Alguém tão especial! Pensemos na vida eterna como uma vida para Deus, envolvida e movida pelo seu Espírito, em plena liberdade, trazendo vida e restauração ao próximo! Vivemos num mundo doente, influenciado pelo diabo. E os embaixadores do Reino os salvos QUEREM viver livremente debaixo da legislação deste Reino 4, independentemente dos conflitos e desconfortos contra o império das trevas 5. Isso já é vida eterna! 6 Aleluia! 7 CONCLUSÃO Portanto, não deixe de lutar! Cristo já venceu por você, fazendo-se maldição em nosso lugar (Gl 3.13)! Por isso, não aceite nenhuma prisão (Gl 5.1)!. Nada, nem ninguém, poderá prevalecer contra a Igreja de Jesus (Mt 16.18), habitação de Deus (1Pe 2.5). Cristo é o nosso Senhor e nele, somos mais do que vencedores (Rm 8.37)! Ele levou sobre si nossas enfermidades, nossas dores. Morreu pela nossa maldade (1Pe 2.24)! Foi ferido de Deus para nos dar a vida eterna, e a nossa vida eterna começa aqui (Jo 17.3)! PARA PENSAR E AGIR: 1. Qual seria a diferença entre receber o Espírito Santo e ter uma experiência emocional ou uma compreensão intelectual? Há alguma diferença ou alguma relação entre razão, emoção e espiritualidade? 2. Ver Deus como Pai (Gálatas 4.6) faz diferença em nosso comportamento diário? 3. Você se sente livre para não se deixar dominar pelos maus desejos do seu coração? 4 Mateus 6.10; Romanos 6.11; Colossenses 1.13 5 Efésios 5.11-13 6 João 17.3 7 Romanos 6.17-22
Leitura Diária: Segunda - Gálatas 3.1-29 Terça - Gálatas 4.1-31 Quarta - Gálatas 5.1-26 Quinta - Romanos 8.1-16 Sexta - Romanos 8.28-39 Sábado - 1Pedro 2.1-5 Domingo - 1Pedro 2.22-25