CONTRATAÇÃO OBRIGATÓRIA DE DEFICIENTES



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Transcrição:

CONTRATAÇÃO OBRIGATÓRIA DE DEFICIENTES Maria Carolina Matias Morales Co-autoria: Rodrigo Alberto Correia da Silva O Brasil atendendo orientação da OIT Organização Internacional do Trabalho, em 1999 através do Decreto nº 3.298, tornou obrigatória em toda empresa brasileira a destinação de uma porcentagem das vagas para que sejam preenchidas por portadores de deficiência.entretanto, somente após a formação de Núcleos de Combate a Discriminação no Brasil é que passou a existir uma fiscalização bastante rígida sobre esse assunto. A ONU, na Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiências, declara que o termo pessoa portadora de deficiências, identifica aquele indivíduo que, devido a seus déficits físicos ou mentais, não está em pleno gozo da capacidade de satisfazer, por si mesmo, de forma total ou parcial, suas necessidades vitais sociais, como faria um ser humano normal. Declara ainda o direito a tratamento médico e psicológico, reabilitação, treinamento profissional, colocação no trabalho e outros recursos que lhe assegurem um processo rápido e eficiente de integração social; direito à segurança econômica e social, padrão condigno de vida e em conformidade com suas possibilidades de realizar trabalho produtivo e remunerado, e a participar das organizações de classe. Emprego e profissão incluem acesso à formação profissional, ao emprego em diferentes profissões e, também, às condições de emprego, não sendo consideradas discriminatórias as medidas especiais de proteção ou de assistência. O emprego protegido no Brasil foi criado para os portadores de deficiência devido a necessidade especial ou a deficiência particularmente grave de pessoas que não

podem atender às exigências do emprego competitivo, ou seja, devido a deficiência física ou mental devidamente comprovada que impeçam a pessoa deficiente de manter um emprego adequado e nele progredir. No Brasil a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define deficiência como: toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; sendo permanente aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e é considerada incapacidade - uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. A obrigatoriedade da contratação de deficientes para a inclusão do portador de deficiência no mercado de trabalho, é um regime especial, não bastando a contratação. É necessário que as empresas se adequem as necessidades do novo funcionário. Cabe ao empregador, de acordo com o seu ramo de especialização e conveniências, optar por qual forma de contratação ele atingirá o número mínimo de portadores de deficiência física em seu quadro de empregados. Há a opção, inclusive, da utilização do contrato de experiência, adaptação e capacitação, como em qualquer outra contratação, não gerando vínculo empregatício o período de 90 dias a título de experiência. Entretanto, deve ser precedido de convênio com entidade beneficente de assistência social ou contrato. Importantíssimo ressaltar que o não cumprimento da lei, o impedimento e o descaso para com a contratação dos portadores de deficiência acarretará multas administrativas que podem alcançar a soma de R$ 82.785,16 (oitenta e dois mil, setecentos

e oitenta e cinco reais e dezesseis centavos), sendo que nos casos de aplicação dessas multas, está a autoridade que a aplicou expressamente proibida de reduzi-la ou relevá-la sem que se recorra a autoridade hierarquicamente superior. Cabe ao Poder Público e seus órgãos assegurar aos portadores de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive ao trabalho, direitos esses decorrentes da Constituição Federal e leis. As práticas discriminatórias no emprego e na profissão, serão combatidas pelas Delegacias Regionais do Trabalho, através de programas educativos; estratégias e ações que visem eliminar a discriminação; aglutinação de diversas organizações públicas e privadas que objetivam o combate a discriminação; celebração de parcerias com organizações empresariais, sindicais e não governamentais; manutenção de banco de dados, da oferta e demanda de emprego para portadores de deficiência, visando o preenchimento da cota legal nas empresas; acolhimento das denúncias de prática de discriminação, buscando soluções e, quando for o caso, encaminhá-las ao Ministério Público do Trabalho. O Ministério da Justiça criou dois órgãos para auxiliar na colocação de portadores de deficiência na sociedade de um modo geral, o CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência que é responsável por acompanhar e avaliar a Política Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência e políticas setoriais, que envolvem educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana, e o CORDE Coordenadoria Nacional Para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência que é um órgão autônomo administrativa e financeiramente, encarregado de coordenar, propor planos, programas e projetos e cumprir instruções superiores subordinado à Presidência da República. A fiscalização por sua vez caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego, através do auditor fiscal do trabalho, que poderá instaurar Mesa de Entendimento visando

sanar irregularidades de difícil solução durante a ação fiscal, concedendo prazo para o empregador se adequar às normas trabalhistas, sendo que em não havendo adequação o empregador estará sujeito a aplicação de multa administrativa conforme a (i) gravidade da infração, (ii) intenção do infrator em sanar a irregularidade, (iii) meios ao alcance do infrator para cumprir a lei, (iv) extensão da infração e (v) a situação econômico-financeiro do infrator. O percentual mínimo de empregados portadores de deficiência nas empresas, está previsto em escala crescente, sendo que a rescisão de uma contratação está condicionada a substituição por outro trabalhador portador de deficiência. Decreto 3298/99 - Art. 36. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de dois a cinco por cento de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoa portadora de deficiência habilitada, na seguinte proporção: I - até duzentos empregados, dois por cento; II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento; III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou IV - mais de mil empregados, cinco por cento. Já as multas que serão aplicadas variarão de R$ 827,83 (oitocentos e vinte e sete reais e oitenta e três centavos) a R$ 82.785,16 (oitenta e dois mil, setecentos e oitenta e cinco reais e dezesseis centavos). A fiscalização da contratação obrigatória dos portadores de deficiência tem início a partir da criação de Núcleos de Combate a Discriminação no Brasil, e cada Estado, estando submetido as orientações das Delegacias Regionais do Trabalho, como já vem ocorrendo no sul do Brasil, Bahia, e em alguns outros Estados do Nordeste e Centro-Oeste. que regulava a matéria, esse prazo era de dois anos.

Divórcio - Não mais se exige que para haver o divórcio haja estipulação para a partilha dos bens. Não há mais perda do direito de alimentos daquele que pede o divórcio independentemente de comprovar a culpa do cônjuge. Adultério O adultério continua a ser hipótese de culpa para a separação judicial, mas o cônjuge adúltero não perde o direito de pleitear alimentos. O cônjuge adúltero pode casarse com seu amante, direito que lhe era vedado pelo Código Civil anterior. Filiação - O novo Código Civil passa a considerar presumida a filiação de crianças havidas na constância do casamento por inseminação artificial heteróloga, desde que com prévia autorização do marido. Paternidade - Antes o prazo para contestar a paternidade era de 2 meses do nascimento da criança. Pelo novo Código Civil a paternidade pode ser contestada a qualquer tempo. Testamento O número de testemunhas necessárias no testamento público e cerrado foi reduzido de 5 (cinco) para apenas 2 (dois). No testamento particular, o número de testemunhas foi reduzido de 5 (cinco) para 3 (três). Herança no casamento A principal mudança veio a incluir o cônjuge na ordem de sucessão, dependendo do regime de bens instituído para o casamento. Melhor esclarecendo, na hipótese do regime da comunhão parcial de bens e no regime da separação total de bens (voluntária), o cônjuge passa a concorrer com os descendentes na ordem de sucessão hereditária, sendo caracterizado como herdeiro necessário. Assim, em havendo descendentes e cônjuge, a herança passa a ser dividida entre eles igualmente. Não havendo descendentes, mas havendo ascendentes e cônjuge, estes concorrem em paridade para o recebimento da herança. Não havendo nem descendentes, nem ascendentes, mas havendo cônjuge, este último herda a totalidade dos bens.

Herança na união estável A companheira ou o companheiro participará da herança um do outro em relação aos bens adquiridos onerosamente na constância da união estável. Cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade No caso de disposição por testamento, havendo a estipulação de cláusula de inalienabilidade dos bens deixados em testamento, referida cláusula implica na assunção também das cláusulas de incomunicabilidade e impenhorabilidade. Entretanto, não mais se admite a estipulação de cláusula de inalienabilidade sem que haja justa causa para tanto nos bens que corresponderem à legítima. Ressalta-se que nos testamentos feitos anteriormente a 11 janeiro de 2003, estes devem ser refeitos para que conste expressamente a justa causa da cláusula de inalienabilidade nele inserida, sob pena de não subsistir a restrição. União Estável - A regulamentação da União Estável passa a constar expressamente do novo Código Civil, não mais ficando adstrita a legislação extraordinária. Relevante alteração vem no sentido de que será considerada união estável o relacionamento daquele que estiver separado de fato do respectivo cônjuge e se envolver em união com terceiro. Bem de Família Como os companheiros em regime de união estável estão tendo paridade de direitos com os cônjuges casados sob o regime da comunhão parcial de bens, as disposições sobre bem de família passaram a incluir taxativamente as expressões união estável e companheiros, para que não pairem dúvidas quanto a aplicabilidade desse instituto também para os conviventes sob o regime da união estável. Aval Passou a ser expressamente exigida a assinatura de ambos os cônjuges na emissão do aval. Anteriormente bastava a assinatura de um deles. Fiança Além de se manter a exigência da assinatura de ambos os cônjuges, o Código inovou ao determinar que nos contratos por prazo indeterminado, os fiadores deixem o referido encargo através de mera notificação, ficando ainda responsáveis pelo prazo de 60

(sessenta) dias. Anteriormente, somente era possível destituição do fiador por sentença judicial. Administrador O administrador da sociedade, mesmo que não seja sócio, tem responsabilidade solidária pelos prejuízos causados pela empresa à sociedade. Maria Carolina Matias Morales - Advogada formada pela Universidade Paulista de São Paulo UNIP/SP, inscrita na OAB/SP sob o n.º 212.624. Pós graduanda em Direito do Trabalho na Pontífica Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Membro do Comitê de Recursos Humanos da Câmara Americana de Comércio AMCHAM e da Câmara Britânica - BRITCHAM. Auta no contencioso e consultivo trabalhista. Participa de cursos, seminários e palestras nacionais e internacionais na área de Direito do Trabalho, Recursos Humanos, inclusive proferindo palestras sobre a matéria. E-Mail: mariacarolina@csalaw.com.br