NOTA DE ESCLARECIMENTO PROPOSTA DE PAGAMENTO DE AUXÍLIO EMERGENCIAL E OUTROS PONTOS RELEVANTES À PERMANÊNCIA ESTUDANTIL Perguntas que ainda não querem calar: O que a Reitoria propôs, mesmo? Pagamento de auxílio emergencial EM MAIO a estudantes que possuam renda per capita familiar bruta de até 1,5 salário mínimo JÁ APURADA PELA UFJF. Por que renda já apurada? Porque apenas assistentes sociais podem realizar a avaliação socioeconômica que permite identificar quem possui esse limite de renda e o Apoio Estudantil conta com quadro escasso de profissionais, como amplamente divulgado. O reforço do quadro, que estamos buscando desde setembro de 2014, volta-se à conclusão do Edital 01/2015. Ainda que a força tarefa, constituída para essa finalidade, fosse redirecionada para avaliar possíveis candidatas e candidatos ao auxílio emergencial, não conseguiria concluir a avaliação a tempo de o pagamento sair em maio. Compreendemos que a proposta ficaria prejudicada, enquanto proposta de natureza emergencial, se apenas viabilizasse alguma garantia de permanência em meses futuros. Por que não a todas e todos que potencialmente possuam essa renda, como sugere a Carta ao Reitor do Movimento Ocupa UFJF ou como defendido por algumas e alguns estudantes? Se não há como realizar uma avaliação socioeconômica agora, para fins de pagamento de auxílio emergencial, a opção que nos resta é contar com avaliações já feitas recentemente (avaliações socioeconômica possuem prazo de validade, já que a situação avaliada se altera). Não podemos conceder benefícios estudantis sem apurar se aquelas e aqueles que os recebem se enquadram nos critérios legais da política pública, pois além de essa prática ferir princípios da moralidade e legalidade administrativas, depõe contra a própria política, que não estará atingindo o seu público alvo. É dizer que sem a devida apuração no caso, avaliação socioeconômica a ser realizada por assistente social o benefício poderá contemplar estudante que não possua qualquer vulnerabilidade econômica. Compreendemos que essa saída não esteja, de fato, sendo defendida pelo movimento estudantil, que deixou clara a sua preocupação com a boa gestão dos recursos públicos.
Por que, então, limitar o pagamento de auxílio emergencial aos grupos de estudantes previstos na proposta? São os grupos: I estudantes ingressantes no segundo semestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015 pelos grupos A e B na UFJF, desde que ainda não contemplados (as) por bolsa permanência e bolsa PNAES ; II estudantes que constaram da folha de pagamento do mês de março, referente ao Edital 2014 do Apoio Estudantil, nas modalidades de bolsa manutenção e bolsa moradia que tiverem sido pré-selecionados (as) no processo referente ao Edital 01/2015. Os grupos foram pensados para justamente se aproveitar avaliação socioeconômica já realizada pela Instituição. Por que os grupos A e B se sabemos que outras (os) estudantes, embora não possuíssem dificuldade econômica no momento da matrícula, podem passar a enfrentá-la? Porque tendo as e os estudantes de grupos A e B passado, necessariamente, na entrada para a UFJF, por avaliação socioeconômica recente (2014/2 e 2015/1), é possível aproveitar essa avaliação para fins de concessão do auxílio emergencial. Isso não significa dizer que apenas esse grupo precise de Assistência Estudantil, mas apenas que já possuem apurada, por assistentes sociais, renda compatível com a política pública. Por que no inciso II acima não se previu a totalidade de estudantes da folha de pagamento de março relativa ao Edital 2014 (manutenção e moradia)? Por que combinar esse critério à pré-seleção relativa ao Edital 01/2015? Não foi possível simplesmente aproveitar a avaliação socioeconômica realizada no ano de 2014 pelo Apoio Estudantil (incluir o total de estudantes da folha de março de 2015) porque a própria equipe que trabalhou no Apoio em gestões anteriores narrou desconforto com a ideia. Afirmou que o processo anterior (Edital 01/2014) não chegou a ser propriamente concluído. Em outras palavras, foi pago benefício estudantil, na gestão anterior, a quem ainda não tinha tido documentos analisados (estudantes se lembrarão de terem recebido mensagem inicial de deferimento no início do ano, começado a receber benefício, e em momento posterior terem recebido mensagem de indeferimento e terem sido cortadas e cortados do programa). Além disso, o processo anterior (EDITAL 01/2014) contou com profissionais terceirizadas sem processo seletivo.
Assim, a equipe do Apoio se sentiu mais segura em adotar o critério da préseleção do Edital 01/2015, pois desse processo apenas participaram assistentes sociais efetivas da UFJF, as quais construíram de forma conjunta com a equipe, com respeito à sua área de atuação e formação, cada etapa do processo, sem atropelo da Administração. Se, em setembro de 2014, início da atual gestão do Apoio Estudantil, já eram identificáveis os problemas (antigos) de escassez de recursos humanos, por que só agora parece ser buscada uma solução para a questão das assistentes sociais? A PROAE, desde setembro, buscou sinalizar os problemas estruturais para a Reitoria, com apresentação formal de demandas por mais assistentes sociais e outros profissionais à Pró-Reitoria de Recursos Humanos. Apresentou em outubro de 2014 proposta de reestruturação do setor, com indicação de necessidade de concurso público para provimento de novos servidores na PROAE à Diretoria de Assuntos Administrativos. Não havendo perspectiva de novos concursos públicos, a PROAE empenhou-se, junto com a PRORH, para efetivar, de forma criteriosa, redistribuição de assistentes sociais dentro dos códigos de vagas de que dispúnhamos (pareceres emitidos em dezembro/2014). As redistribuições ficaram suspensas devido ao ano eleitoral e só passaram a ocorrer neste mês de maio de 2015. Uma das três redistribuições previstas já foi autorizada e contamos com mais uma assistente social efetiva no quadro. Enquanto as redistribuições não se concretizavam, a Procuradoria Federal junto à UFJF manifestou-se inicialmente, em janeiro de 2015, pela ilegalidade da terceirização de assistentes sociais, sem processo seletivo, ocorrida de forma corrente em outras gestões, terceirização que, além de ilegal, camuflou a desestruturação do setor. Partimos, assim, para a tentativa de criação de uma comissão de avaliação socioeconômica, composta por assistentes sociais lotadas (os) em outros setores da UFJF, mediante remuneração extra. A Comissão, que contou com número muito reduzido de profissionais, foi utilizada pela UFJF para atender antes a demandas de avaliação socioeconômica da matrícula de 2015 (grupos A e B). Submetemos consulta à Procuradoria, com novos quesitos e base argumentativa, e obtivemos resposta favorável à contratação temporária de assistentes sociais para a demanda extraordinária colocada para conclusão do Edital 01/2015, desde que mediante realização de processo seletivo (pregão eletrônico) e DEPOIS DE SE TENTAR FORÇA TAREFA COM SERVIDORES PÚBLICOS. Assim é que o contexto de excepcionalidade, colocado pela presente ocupação do Prédio da Reitoria, a intensificar a pressão política por respostas a pautas estudantis, serviu-nos, entre outros avanços, para
viabilizar a força tarefa de assistentes sociais. Serviu para a Reitoria justificar com assistentes sociais lotadas (os) em outros setores, que também apresentam demandas importantes para a UFJF, a convocação para força tarefa voltada à demanda de excepcional interesse público da Administração permanência estudantil via conclusão do Edital 01/2015. A quantia que o MEC liberou para empenho (1.300.000,00) garante que todos e todas que se encaixem nos grupos indicados recebam o pagamento de auxílio emergencial? Sim. Segue a demonstração: 1) Tendo em vista a quantia de um milhão e trezentos mil reais já dotada, dividida pelo valor fixado para o auxílio emergencial em nossa proposta (R$400,00), temos 3250 auxílios para distribuir. 2) Estudantes que se encaixam nos grupos de renda já apurada pela UFJF: - 323 ingressantes pelos grupos A e B no segundo semestre de 2014 (fonte: relatório da CDARA atualizado e enviado no dia 22/05/2015 à PROAE); - 581 ingressantes pelos grupos A e B no primeiro semestre de 2015 (fonte: relatório da CDARA atualizado e enviado no dia 22/05/2015 à PROAE); - 2314 estudantes constantes da folha de pagamento de março (manutenção e moradia) e pré-selecionados (fonte: relatório gerado pelo CGCO após cruzamento de dados, enviado no dia 21/05/2015 à PROAE). - TOTAL DE ESTUDANTES A RECEBEREM O AUXÍLIO EMERGENCIAL EM MAIO: 3218 3) Assim, haverá ainda pequena sobra de valor, cuja destinação se propõe seja articulada de forma conjunta com a comissão designada pelo movimento ocupa UFJF para acompanhar os trabalhos do Apoio Estudantil. Há de fato possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial por mais um mês? Sim. Como previsto na Minuta de Portaria: 1º A concessão do auxílio emergencial se dará, nos termos da Resolução 33/2014, por apenas um mês (mês de maio de 2015 para os fins dessa portaria), prorrogável por igual período, caso haja disponibilidade orçamentária e o Edital 01/2015 ainda não tenha sido concluído. Isso significa que caso o Edital 01/2015 não se conclua no próximo mês, de modo a inviabilizar o início da concessão das bolsas e auxílios de caráter contínuo, será buscada nova liberação de empenho junto ao MEC, para
garantir a disponibilidade orçamentária necessária ao pagamento do auxílio emergencial no próximo mês. Pontos que ainda merecem correção quanto ao programa minha casa, minha reitoria, do movimento OCUPA UFJF, veiculado hoje (24/05/2015): Após longa luta junto à Reitoria, o Apoio Estudantil conquistou em abril de 2015 uma sala para uso privativo do atendimento psicopedagógico, no prédio da Reitoria, ao lado da COSBE o que falta, agora, é equipá-la adequadamente, mas a sala já vem sendo utilizada desde então (exceto agora, com a ocupação, o que não impede que outro local seja provisoriamente pensado); 5937 é o número de estudantes que SE INSCREVERAM no Edital 01/2015 e não de estudantes pré-selecionados (como dito no Programa Minha Casa, Minha Reitoria ); 4580 é o número de estudantes pré-selecionados (as), do qual, 53%, por já constar da folha de pagamento de março de 2015, será contemplado por auxílio emergencial; A proposta de pagamento de auxílio emergencial feita pela Reitoria não havia até o momento recebido qualquer manifestação de concordância oficial do movimento estudantil para que iniciássemos as providências para a sua implementação; O movimento estudantil, na reunião aberta do dia 22/05, externou apenas discordância com a proposta e não chegou a apresentar uma contraproposta. Reivindicou o pagamento a todas e todas que tivessem renda de até 1,5 salário mínimo, o que não é viável, em razão de motivos já expostos; Compreendendo a partir do Programa de hoje que o movimento OCUPA UFJF, embora não concorde com a proposta, não se opõe à sua implementação por parte da Administração e por acreditarmos que é avanço na garantia da permanência estudantil, explicamos abaixo as condições e passos necessários para que o recurso chegue às e aos estudantes, tendo em vista o contexto de ocupação da Reitoria. Havendo concordância (manifesta apenas hoje no Programa Minha Casa, Minha Reitoria ) sobre o implemento da proposta, para ocorrer o pagamento de auxílio emergencial é necessário que: 1) As minutas de Portaria sejam assinadas e publicadas o que amanhã, pela manhã, será providenciado; 2) Dos relatórios enviados pela CDARA e CGCO (com relação de estudantes que se encaixam nos grupos já explicados) se produza uma folha de pagamento para isso, é necessário contar com o trabalho de assistentes em administração da PROAE, trabalho que está em fase de negociação entre o movimento Ocupa UFJF e o sindicato dos trabalhadores; 3) Cadastrar estudantes ingressantes no ícone Bolsas do Siga-3 e enviar mensagem para que cadastrem o mais rápido possível seus dados bancários
(servidores da PROAE + CGCO este último setor não depende do Prédio da Reitoria); 4) Com a folha de pagamento produzida, e o recurso já tendo sido alvo de dotação orçamentária, precisaríamos, além dos servidores da PROAE, de força tarefa de servidores da COESF (financeiro e contabilidade) para migrar, em 24h, a folha para o SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira) e mais 24h para processar o pagamento (fonte: COESF). 5) A partir dessa etapa, estudantes com contas no Banco do Brasil receberiam o recurso em até 48h e, nos demais bancos, em até 72h (Fonte: COESF). A execução do pagamento de auxílio emergencial, nos termos de nossa proposta, depende, portanto, do trabalho de servidores do CGCO, do Apoio Estudantil, e da COESF, estes dois últimos setores no prédio da Reitoria. É fundamental que as e os estudantes, que nesse momento se indagam sobre quando e como receberão esse auxílio, compreendam que a proposta não é auto-executável pelo setor do Apoio Estudantil e que depende de articulação mínima entre esses setores e de cooperação do movimento OCUPA UFJF já nesta segunda-feira. Juiz de Fora, 24 de maio de 2015. Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva