Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 cinco novos escorpiões brasileiros dos gêneros Tityus e Rhopalurus. nota prévia



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Transcrição:

Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 cinco novos escorpiões brasileiros dos gêneros Tityus e Rhopalurus. nota prévia Adolpho Lutz Oswaldo de Mello Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BENCHIMOL, JL., and SÁ, MR., eds. and orgs. Adolpho Lutz: Outros estudos em zoologia = Other studies in zoology [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. 584p. Adolpho Lutz Obra Completa, v.3, book 4. ISBN 978-85-7541-110-0. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

OUTROS ESTUDOS EM ZOOLOGIA 79 Parte II Aracnídeos Arachnids 1922

80 ADOLPHO LUTZ OBRA COMPLETA Vol. 3 Livro 4 Broteochactus delicatus Karsch (dorso). In Estampa 12 [plate 12] de Estudios de Zoologia e Parasitologia Venezolanas (1955).

OUTROS ESTUDOS EM ZOOLOGIA 81 Cinco novos escorpiões brasileiros dos gêneros Tityus e Rhopalurus Nota prévia * Tityus dorsomaculatus n. sp. % Cefalotórax com triângulo dorsal escuro cuja base é formada pelo bordo anterior e o vértice situado justamente atrás dos olhos medianos. Na sua parte posterior e no dorso do abdome correm duas faixas longitudinais de cor pardoavermelhada clara e de contornos serrilhados; no cefalotórax, nos lados da mancha escura mediana, há outra mancha escura, obliquamente alongada, sobre um fundo ocráceo. A faixa preta mediana é composta de triângulos de base posterior, incluindo pequenas manchas lineares medianas, de cor ocrácea clara. Essa mancha linear falta no último segmento, onde o triângulo escuro ocupa apenas a metade basal. Por fora das faixas submedianas, há, de cada lado, uma faixa escura, composta de manchas de contornos irregulares. A cauda é de cor castanha clara em sua metade superior, o segmento III, embaixo, o IV e o V na sua totalidade, passando de um pardo enegrecido a uma cor francamente preta. Vesícula pardo-avermelhada. As patas, em cima, são salpicadas de manchinhas escuras; embaixo a cor geral é mais uniforme, mas os metatarsos são geralmente mais escuros nos 2/3 basais. Coxas dos palpos maxilares em cima, com uma mancha preta transversal; o fêmur é variegado de preto e claro no meio e escuro no ápice. Tíbia com a base clara, terminada obliquamente; o resto escuro com manchas claras. Mão ocrácea, com algumas manchas indistintas. Dedos enegrecidos na base, avermelhados no ápice e ocráceos nas pontas extremas. * Trabalho do Instituto Oswaldo Cruz realizado por Adolpho Lutz em colaboração com Oswaldo de Mello Campos, e publicado em 1922 em A Folha Medica, ano 3, n.4, p.25-6. O laboratório de Lutz era, então, a base da Seção de Zoologia Médica do Instituto Oswaldo Cruz. Mello Campos trabalhava na filial inaugurada pelo Instituto em Belo Horizonte, a recém-fundada capital de Minas Gerais. Ezequiel Dias foi encarregado de montar e dirigir esse instituto, inaugurado em agosto de 1906, num prédio situado na praça da Liberdade. Em 1936, seria transferido para a administração estadual com o nome de Instituto Biológico Ezequiel Dias. O escorpionismo foi um objeto importante de pesquisa aí, visto ser responsável por numerosos acidentes fatais na capital mineira. Publicação quinzenal impressa no Rio de Janeiro pela Typ. Canton & Beyer (Rua Luiz de Camões, n.74), A Folha Médica era regida por uma direção científica formada por vários professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro: Aloysio de Castro, seu diretor e titular de clínica médica; Ernani Pinto (histologia); Ernani Alves (clínica cirúrgica); L. A. Silva Santos (anatomia), Francisco Lafayette (física). Da comissão faziam parte também Bruno Lobo, que, além de lecionar microbiologia na mesma Faculdade, era então diretor do Museu Nacional; Edgard Roquette Pinto, professor de antropologia nessa instituição; Octavio de Freitas, diretor do Instituto Pasteur de Recife, e Jayme Aben Athar, diretor do Instituto Pasteur do Pará. Nas edições de 1922, Adolpho Lutz figura como membro da direção científica do periódico, e sua filha, Bertha Lutz, como secretária de redação (Bruno Lobo exercia agora a função de diretor de redação). Em 1920-1923, Adolpho Lutz publicou vinte artigos em A Folha Médica. Boa parte foi reeditada em Obra Completa de Adolpho Lutz, v.ii, livro 4: Entomologia/Enthomology. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2006. [N.E.]

82 ADOLPHO LUTZ OBRA COMPLETA Vol. 3 Livro 4 Tronco, em cima, geralmente mate. Arcada orbitária serrilhada, com sulco mediano nítido. A parte anterior do cefalotórax com grânulos maiores. O segmento caudal II tem dez cristas. As cristas dorsais nos segmentos I-IV fracamente granulosas e obsoletas no V. As superfícies entre as cristas geralmente lisas. Vesícula lisa. Dentículo sub-aculear forte, pontiagudo, com os dois grânulos dorsais. Tíbia com cristas granulosas, a da superfície anterior com dente basal mais forte. Mão piriforme, dilatada, sem cristas acusadas, muito mais grossa que a tíbia. Dedo móvel com lobo (ao qual corresponde uma chanfradura no dedo imóvel) e 13 séries de grânulos. Dentes pectíneos 19. & Tronco geralmente mais granuloso. Cristas caudais mais denteadas. Mão mais fina, com cristas distintas e o dedo móvel sem lobo. Procedência: Estado de Minas Gerais, coleção da filial deste Instituto em Belo Horizonte. Dimensões em milímetros: % Comprimento total 53, do cefalotórax 5,5, de cauda 30; largura da mão 5, da tíbia 3; comprimento do dedo móvel 8. & Comprimento total 52, do cefalotórax 5,5, da cauda 3; largura da mão 3, da tíbia 2,8, comprimento do dedo móvel 9. Tityus serrularius n. sp. Tronco, em cima, castanho escuro, sem faixas longitudinais; nas placas dorsais, às vezes, cintas apicais escuras com dilatação triangular no meio. Cefalotórax mais claro, com triângulo escuro sentado no bordo anterior do mesmo e terminado no ângulo posterior da arcada orbitária. Último segmento do abdome mais claro, da cor da cauda. Cauda ocrácea; a crista mediana no lado ventral dos segmentos II-IV, a mediana ventral e o ápice do V, pretos. Vesícula da cor da cauda, o acúleo com base avermelhada e extremidade escura. Palpos maxilares uniformes ocráceo-claros, dedos pardo-avermelhados. Cefalotórax finamente granuloso; arcada supra-orbitária denticulada, com sulco mediano. Placas dorsais quase na totalidade granulosas; a última com as cristas habituais pontuadas. Placas abdominais opacas, com grânulos microscópicos, apenas os bordos apicais de I-III lisos. A última placa dorsal rugosa com as cristas longitudinais habituais. Cauda delgada, não alargada para trás; os segmentos gradualmente alongados em direção posterior. Cristas caudais denteadas. As dorsais denticuladas nos segmentos II-IV, com serrilha de dentes posteriores maiores em III-IV. Cristas dorsais do último segmento obsoletas, o sulco dorsal mediano estreito. Crista lateral acessória do segmento II distinta em toda a sua extensão. Superfícies caudais com grânulos arredondados, pequenos. A superfície inferior do V inteiramente rugosa. Vesícula achatada dorsalmente, de superfície mate. Dentículo sub-aculear achatado transversalmente, pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Mão tão larga quanto a tíbia do palpos maxilares, distintamente encristada, a segunda crista não interrompida no meio. Dedos quase duas vezes mais longos que a mão posterior, sem lobo, com 14 séries de grânulos. Dentes pectíneos 22.

OUTROS ESTUDOS EM ZOOLOGIA 83 Dimensões em milímetros: Comprimento total 60, cefalotórax 6, cauda 32, dedo móvel 9, largura da mão 3, da tíbia 3. Localidade: Belo Horizonte. Coleção da filial naquela capital. Tityus intermedius n. sp. Cefalotórax ocráceo-escuro, com triângulo mais escuro à base no bordo anterior da carapaça e vértice situado atrás da arcada orbitária. Tronco ocráceo-escuro, com manchas mais escuras basais. O último segmento toma a cor da cauda. A cauda amarelo-ocrácea, pouco mais escura na parte ventral. Os dois últimos segmentos e as cristas de marrom escuro; a cor em V mais carregada do que em IV. Patas amarelas com manchas escuras. Tíbia dos palpos maxilares de marrom escuro. Mão amarelo-ocrácea, da cor do segmento II. Dedos castanhos avermelhados. Dentes pectíneos esbranquiçados. O cefalotórax em cima rugoso, com grânulos maiores e menores e fovéolas. Cristas granulosas. Arcada orbitária granulosa, dividida por sulco mediano. Placas dorso-abdominais bastante granulosas, a última com as quatro cristas habituais também granulosas. Cauda delgada, não alargada para trás, os segmentos crescendo progressivamente de I a V, que é mais do duplo de I. As cristas dos segmentos caudais granulosas e as dorsais de II-IV sem dente apical mais forte, as de V quase obsoletas. Crista secundária de II acentuada apenas na extremidade posterior do segmento. Espaço entre as cristas mate. Vesícula mais estreita que o s.v., piriforme. Acúleo fortemente recurvo. Dentículo sub-aculear pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Vesícula lisa, com pêlos. Mão da largura da tíbia, com quatro cristas dorsais distintas, as duas internas prolongadas até ao dedo imóvel e a terceira interrompida no meio. Dedos levemente arcados; comprimento do dedo móvel o dobro do da mão posterior. Tíbia com cristas distintas; na superfície anterior uma crista com dente basal mais forte. Dedo sem lobo, com 16 séries de grânulos. Dentes pectíneos 21. Dimensões em milímetros: Total 42,5, cefalotórax 5; cauda 25; dado móvel 8; largura da mão e da tíbia 2. Diferenças sexuais pouco acusadas. Localidade: Cuiabá, coleção da filial de belo Horizonte. Rhopalurus acromelas n. sp. % Cor geral amarelo-ocrácea, mais ou menos enegrecida nos tergitos do cefalotórax e do abdome e nos dois últimos segmentos caudais. O último tergito abdominal é mais claro, o terceiro esternito caudal parcialmente infuscado e as cristas subcaudais geralmente pardo-avermelhadas ou enegrecidas. A cor ocrácea é mais escura e avermelhada nas tíbias dos palpos maxilares, tornando-se mais carregada em direção apical. Mão enegrecida, tanto no corpo como nos dedos, que têm apenas o último ocráceo. Vesícula em baixo castanho clara, ocrácea em cima e na base do acúleo, o ápice do mesmo castanho escuro. Dorso do cefalotórax

84 ADOLPHO LUTZ OBRA COMPLETA Vol. 3 Livro 4 com indicação de um triângulo mais enegrecido, tendo a base na margem anterior e o ápice atrás dos olhos. Cefalotórax com o fundo e as cristas granulosas, abdome geralmente granuloso, o último tergito com as cristas habituais, o primeiro esternito com elevação triangular. Cauda robusta, alargando-se um tanto em direção apical, cinco vezes mais longa do que o cefalotórax. As cristas são granulosas, as superiores dos segmentos I a IV denticuladas, o tamanho dos dentinhos crescendo em direção apical. Os dois primeiros segmentos com dez cristas, a crista lateral geralmente aparece também no terceiro segmento, apenas um pouco mais fraca; no quarto falta ou é reduzida a vestígios. Nos esternitos I-IV as cristas medianas são independentes em toda a sua extensão. No segmento V há cinco cristas distintas. A superfície ventral e as laterais geralmente granulosas, o que aparece mais nas partes escuras. Vesículas embaixo com séries de grânulos escuros. Acúleo forte, recurso, o dentículo subaculear pequeno e pontiagudo. Fêmur dos palpos maxilares com quatro cristas granulosas; tíbia com as cristas fracamente granulosas e separadas por intervalos lisos. Mão um tanto mais estreita que a tíbia, o fundo liso com cristas distintas. Dedo móvel, de comprimento duplo do da mão posterior, com vestígio de lobo e oito séries de grânulos na corte. Todo o palpo com pêlos curtos. Dentes pectíneos 17. & Cor da tíbia, da mão e do acúleo mais clara que no?; tíbia e mão mais estreitas, o dedo móvel sem vestígio de lobo. Os pêlos dos palpos menos numerosos. O quinto esternito caudal com indicação de duas cristas submedianas. Cauda mais delgada. Comprimento em milímetros: % total 55, cefalotórax 6,5, cauda 32, mão posterior 4,5, dedo móvel 9; largura: segmento caudal IV 5,5, mão 2,9, tíbia 3. & comprimento: total 54, cefalotórax 6,5, cauda 30, mão posterior 3,5, dedo móvel 8; largura: segmento caudal IV 4,5, mão 2,5, tíbia 2,5. Procedência dos exemplares descritos: Teresina (Piauí). Pertencem ao Museu Paulista. Há mais um macho de Patu (Rio Grande do Norte) na coleção do Instituto, filial em Belo Horizonte. Tityus microcystis n. sp. & Cor geral ocrácea, tronco e cauda ligeiramente pardacentos, sem brilho. As extremidades mais claras, com algumas pequenas estrias longitudinais nos fêmures e tíbias das patas e dos palpos maxilares. Cefalotórax relativamente escuro, sem desenho bem acusado. Vesícula de cor mais avermelhada. Dedos castanhos avermelhados. Cauda pouco grossa: o seu comprimento está para o comprimento do tronco na proporção de 3/2. O comprimento dos artículos caudais vai aumentando em direção apical, sendo o quinto cerca de duas vezes mais longo que o primeiro. Vesícula pequena, com o ferrão curto, pouco curvo, e dentículo sub-aculear reduzido a um tubérculo chato.

OUTROS ESTUDOS EM ZOOLOGIA 85 Tronco finamente granuloso em cima. Cefalotórax com cristas dorsais granulosas. Último tergito abdominal com as quatro cristas usuais. Penúltimo e último esternitos abdominais com uma crista mediana e três laterais; estas convergentes para trás no último. Segmentos caudais I e II com dez cristas; a crista acessória distinta nos segmentos I e II e reduzida até a parte basal nos segmentos III-IV. Os quatro primeiros segmentos com sulco dorsal e cristas granulosas, o V com as cristas dorsais quase obsoletas. As mesmas são denticuladas nos segmentos III e IV com dente apical maior. Vesícula com oito cristas longitudinais, face dorsal pouco deprimida. Fêmur e tíbia dos palpos maxilares com cristas granulosas; na superfície anterior da tíbia existe uma crista de grânulos iguais, iniciada por um dente saliente. Carpo com cristas distintas, mas pouco salientes, um tanto mais largo que a tíbia e com algumas estrias longitudinais apagadas. Dedo móvel duas vezes mais longo que o corpo; com 14 séries de grânulos. Dentes pectíneos 22. Lâmina mediana basal não dilatada. Comprimento total 46 mm, do tronco 18, da cauda 28 mm. Descrição de um exemplar seco, col. Museu Paulista, proveniente de Mariana, Estado de Minas Gerais. ll