PROCEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES

Documentos relacionados
Procedimento para a Comunicação de Irregularidades Canal de ética

REGULAMENTO RELATIVO À COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES DA THE NAVIGATOR COMPANY S.A. 1.º. (Objecto)

REGULAMENTO (WHISTLEBLOWING) DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES 1/6

Regulamento de comunicação interna de irregularidades

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÕES DE IRREGULARIDADES DA EDA

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA E CONDUTA DA GALP

Jr" Comunicação Interna de Irregularidades

Política de Comunicação de Irregularidades Whistleblowing

Política de Comunicação de Irregularidades (Whistleblowing)

PROCEDIMENTO INTERNO

Regulamento de Comunicação de Irregularidades. Banco Empresas Montepio. (Aprovado em reunião do Conselho de Administração de 08 de abril de 2019)

Política de Denúncia de Irregularidades

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÃO INTERNA DE IRREGULARIDADES Aprovação: Aprovado em CA, 17/09/2015, Ata nº37 Data: 03 de setembro de 2015

POLÍTICA DE PARTICIPAÇÃO DE IRREGULARIDADES DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA DE MAFRA, CRL

Manual de Participação de Irregularidades

Os CTT Correios de Portugal, S.A. ( CTT ) e as sociedades em relação de

Caixa Económica Montepio Geral

REGULAMENTO COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES. (Whistleblowing)

Política de Recepção e Tratamento de Denúncias

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES DA IMOFUNDOS SGFII, S.A.

Enauadramento. Considerando que o CHLC, EPE encara cada comunicação de irregularidade como

Política Interna Canal de Denúncias Preparado por: Auditoria Interna Para: Trabalhadores da Jaguar E Partes Relacionadas

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÃO INTERNA DE IRREGULARIDADES

REGULAMENTO DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES

Política de Transacções com Partes Relacionadas Banco de Fomento Angola

CH.ue"r. Conselho de Administração CHUC. E UNIVERSITÁRIO DE CaIM RA. Regulamento sobre comunicação de irregularidades

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

MANUAL DE CONTROLES INTERNOS

Assim, ao abrigo do disposto no artigo 241º da Constituição, da Lei da Protecção de Dados Pessoais, do Código do Trabalho e do disposto na alínea a)

Regulamento de Comunicação de Irregularidades

CÓDIGO de CONDUTA. Operador da Rede Nacional de Transporte de Energia Eléctrica. Edição: 1 Data:

Política de Privacidade

REGULAMENTO DO CANAL DE DENÚNCIAS CÓDIGO MAN-0510

LINHA DE ÉTICA. DJ/UC vr02 jun.2018

Politica de Tratamento de Clientes e Terceiros. Nos termos da Norma Regulamentar ISP n.º10/2009-r, de 25 de Junho

POLÍTICA DE TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS DO BANCO ECONÓMICO E PARTICIPADAS

POLÍTICA DE TRATAMENTO DE DENÚNCIAS EMAM ASFALTOS E EMAM LOGÍSTICA

1. Preâmbulo Âmbito de Aplicação Procedimentos de Comunicação Tratamento das Comunicações Investigação...

POLÍTICA DE PREVENÇÃO E GESTÃO DE CONFLITO DE INTERESSES

POLÍTICA DE PARTICIPAÇÃO DE IRREGULARIDADES DO GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA INTRODUÇÃO

Código de Conduta Operador da Rede Nacional de Transporte de Gás Natural. Edição: 1 Data:

Comunicação interna de irregularidades. Regulamento

Política de Protecção de Dados e Privacidade

POLÍTICA DE ANTICORRUPÇÃO E SUBORNO

Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho

POLÍTICA DE UTILIZAÇÃO DO CANAL DE ÉTICA

CÓDIGO DE CONDUTA DOS PROFISSIONAIS DE MARKETING

Política de Denúncias. Código Data da Emissão Área Emissora Versão POL-DIR-002 Julho/2017 Diretoria de Governança 1.0

Políticas de Conformidade: Introdução, Âmbito de aplicação e Glossário. Todos os termos a negrito/itálico estão descritos no Glossário.

Regime jurídico da comunicação de irregularidades em Instituições Financeiras e Sociedades Cotadas. (Whistleblowing)

Julho de 2009 Informação Geral Relativa à Gestão de Reclamações

Preâmbulo. Na Piriquita - Antiga Fábrica de Queijadas, Lda (adiante também referida por

POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS CANAL DE DENÚNCIAS. Responsável: Comitê de Auditoria

MANUAL ANTICORRUPÇÃO

Política de Denúncias

Código de Ética e de Conduta

DTVM Política de Denúncia

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DR. JOÃO AMORIM

REGULAMENTO N.º XX/2007 COMERCIALIZAÇÃO PÚBLICA DE CONTRATOS RELATIVOS AO INVESTIMENTO EM BENS CORPÓREOS

REGULAMENTO INTERNO DO PROVEDOR DO CLIENTE DO BCN CAPÍTULO I. Princípios Gerais

CÓDIGO DE CONDUTA DA FUNDAÇÃO VISABEIRA INSTITUIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL CÓDIGO DE CONDUTA

REGULAMENTO DISCIPLINAR

Política de Prevenção a Fraudes

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE GOVERNO DA SOCIEDADE E DE RESPONSABILIDADE CORPORATIVA. Jerónimo Martins SGPS, S.A.

DTVM Política de Denúncia

R E G U L A M E N T O D O C A N A L É T I C O

Artigo nº 1 Âmbito. Artigo nº 2 Princípios Gerais

Artigo 1º ÂMBITO. Artigo 2º EQUIDADE, DILIGÊNCIA E TRANSPARÊNCIA

Aprovado por Deliberação n.º /2010 ANTEPROJECTO DE LEI SOBRE OS ACTOS PRÓPRIOS DOS ADVOGADOS E SOLICITADORES ASSEMBLEIA NACIONAL. Lei n.

Publicado no Diário da República, I série, nº 147, de 12 de Agosto AVISO N.º 04/2014

Decreto-lei n.º 2/2014, de 16 de Janeiro

AVISO N.º 11/2013 de 10 de Julho

SONAE INDÚSTRIA, SGPS, SA REGULAMENTO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. 6 de Maio de 2009

Unidade de Informação Financeira. Guia de preenchimento da Declaração de Identificação de Pessoas Designadas ( DIPD )

POLÍTICA DE PROTEÇÃO DE DADOS. PRF - Gás Tecnologia e Construção, S.A.

Política de Protecção de Dados Oitante S.A.

POLÍTICA DE PARTICIPAÇÃO DE IRREGULARIDADES (WHISTLEBLOWING) SETEMBRO/2018

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE VENCIMENTOS

Altera a Lei Geral Tributária, o Código de Procedimento e de Processo Tributário e o Regime Geral das Infracções Tributárias

REGULAMENTO DO CONSELHO DE AUDITORIA DO BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE (BCSTP)

Protecção dos Utentes de Serviços Públicos Essenciais (Lei nº 23/96, de 23.7)

RGPD POLITICA DE PROTECÇÃO DE DADOS. Etnimanual, Lda. A segurança dos nossos dados garante a nossa privacidade.

Código de Conduta. da Unicre. Enquadramento. Âmbito de aplicação

DECRETO N.º 210/IX REGULA A UTILIZAÇÃO DE CÂMARAS DE VÍDEO PELAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA EM LOCAIS PÚBLICOS DE UTILIZAÇÃO COMUM

Manual de utilização de viatura. Grupo Lena Africa Austral

Regulamento sobre Divulgação e Não Retaliação. Dezembro de 2017

Código de Conduta para colaboradores

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

Transcrição:

PROCEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES 2 Mota-Engil A reprodução integral ou parcial deste documento, sem prévia aprovação da Mota-Engil SGPS, SA, é estritamente proibida.

1. Introdução Nos termos do disposto na alínea j) do artigo 420.º do Código das Sociedades Comerciais, faz parte das competências do Conselho Fiscal, enquanto órgão responsável pela fiscalização da sociedade, receber as comunicações de irregularidades apresentadas por accionistas, colaboradores da sociedade ou outras entidades. Para apoiar a intervenção do Conselho Fiscal, nesta matéria, e no seu processamento subsequente, foi designada a Comissão de Auditoria, Investimento e Risco ( CAR ), através da equipa de Auditoria e Compliance ( AeC ), para o exercício delegado das mesmas. O presente documento tem como objectivo definir os procedimentos a adoptar em matéria de comunicação de irregularidades ocorridas no Grupo Mota-Engil e suas subsidiárias/filiais e sucursais ( Empresa ), que lhes tenham sido comunicadas por accionistas, colaboradores da Empresa ou outros. Os mecanismos e procedimentos de recepção, retenção e tratamento de comunicações de irregularidades, abrangidos por este procedimento, são realizados ao abrigo da Autorização n.º 8174/2015, conferida pela Comissão Nacional de Protecção de Dados ( CNPD ) em 1 de Setembro, cujas condições e limites se encontram definidos na referida Autorização e na Deliberação n.º 765/09, de 21 de Setembro da CNPD. 2. Âmbito de Aplicação 2.1 Âmbito objectivo Consideram-se irregularidades todos os actos ou omissões, dolosos ou negligentes, que sejam imputados à conduta de colaboradores da Empresa no exercício dos seus cargos profissionais, que violem: i) a legislação, normas ou regulamentos vigentes; ii) o Código de Ética e de Conduta Empresarial ; iii) as boas práticas de gestão; em todos os casos por referência aos domínios da contabilidade, controlos contabilísticos internos, auditoria, luta contra a corrupção e crime financeiro. As comunicações apresentadas que excedam esse âmbito não serão objecto de tratamento. 3

2.2 Âmbito subjectivo Para efeitos do presente procedimento, consideram-se subsidiárias as sociedades em que a Mota-Engil, S.G.P.S., S.A. detenha uma participação, directa ou indirectamente, de 50% ou mais capital social ou nas quais exerça o controlo. O conceito de colaboradores inclui todos os membros dos órgãos sociais, dirigentes e demais trabalhadores da Empresa. Por outras entidades deve entender-se as pessoas singulares ou colectivas com as quais a Empresa transacciona produtos ou serviços, nomeadamente clientes ou fornecedores, intermediários, agentes, subcontratados e consultores. 3. PRINCÍPIOS 3.1. Finalidade do tratamento As finalidades da informação comunicada ao abrigo do presente procedimento é a gestão das comunicações internas de práticas irregulares. 3.2. Carácter voluntário O presente mecanismo de comunicação de irregularidades tem natureza voluntária, pelo que a sua não utilização não acarreta consequências (com excepção dos casos em que a lei penal e processual penal o determine). 3.3. Direitos do denunciado É assegurado à pessoa identificada pela denúncia o direito de informação sobre a entidade responsável, os factos denunciados e a finalidade do tratamento, bem como o direito de acesso e rectificação aos dados pessoais. O denunciado não pode, em qualquer caso, obter informação sobre o autor da comunicação. 4

3.4. Direitos do denunciante É garantido que as entidades (accionistas, colaboradores ou outras) que comuniquem a prática de qualquer irregularidade ou forneçam alguma informação no âmbito da investigação de comunicações de irregularidades apresentadas, terão o direito de acesso, rectificação e eliminação de dados por si comunicados, bem como não serão sujeitas a qualquer acção de retaliação, intimidação ou discriminação, incluindo acção disciplinar ou retenção ou suspensão de pagamentos de salários. 3.5. Utilização abusiva A utilização abusiva e de má-fé do mecanismo de comunicação de irregularidades poderá expor o seu autor a procedimento disciplinar ou a judicial, caso a conduta assim o justifique. 3.6. Confidencialidade Qualquer comunicação de irregularidade será mantida e tratada de forma confidencial, pela equipa responsável pela gestão operacional dos mecanismos e procedimentos de recepção, retenção e tratamento de comunicações de irregularidades (AeC). No caso de alegadas infracções, caso o remetente seja anónimo é solicitado que este se identifique de forma a tornar mais célere o processo de investigação da alegada infracção. A investigação será prosseguida mesmo que o remetente seja anónimo. A confidencialidade da fonte será garantida, podendo ser revelada se esta assim o desejar. Nos termos das normas de protecção de dados e de segurança da informação (Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro), encontram-se asseguradas as medidas de segurança adequadas à protecção da informação e dos dados contidos nas comunicações e respectivos registos. 5

4. PROCEDIMENTO DE COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES 4.1. Canais de comunicação A comunicação de irregularidades deverá ser efectuada por escrito, por email ou carta, para pelo menos um dos seguintes endereços: etica@mota-engil.com Auditoria e Compliance Rua do Lego Lameiro, n.º 38, 4300 454 Porto A recepção e encaminhamento das participações de preocupações ou infracções, é da responsabilidade da AeC. Algumas infracções, em virtude da sua natureza, poderão ser encaminhadas para outras áreas funcionais, nomeadamente Recursos Humanos Corporativos e Assuntos Jurídicos. Nestes casos, compete a estas áreas comunicar à AeC a resolução de cada caso. A AeC poderá efectuar pedidos de dados adicionais sobre a investigação a qualquer momento. 4.2. Notificação das alegadas infracções A AeC tem o dever de informar o Conselho Fiscal e a CAR, no prazo de 5 dias úteis, de todas as denúncias recebidas. A AeC deve ainda partilhar com o Conselho Fiscal e a CAR o relatório preliminar, até um mês após a recepção da denúncia. Quando uma alegada infracção significativa é reportada, o Presidente do Conselho de Administração deve ser informado de imediato, desde que a mesma não incida sobre o próprio. Se a infracção denunciada envolver o Responsável de AeC ou elementos que façam a recepção das comunicações, tal facto terá de ser comunicado de imediato ao Presidente da CAR, ao Conselho Fiscal e afastar os envolvidos. Caso a denúncia diga respeito a qualquer membro da CAR, as diligências serão efectuadas sem a sua participação, devendo a ocorrência ser de imediato comunicada ao Presidente da CAR e ao Conselho Fiscal. Qualquer suspeita de infracção não relacionada com questões de natureza ética, será objecto de análise por parte da área funcional competente. A AeC informará o remetente deste facto. 6

4.3. Investigação, acções de correcção e conclusão A AeC deve analisar todas as situações sobre as quais foi deliberado realizar uma investigação mais aprofundada, para averiguar se a mesma se consubstancia numa violação do Código de Ética e Conduta Empresarial e determinar os impactos e as pessoas envolvidas. A AeC pode envolver os membros da CAR ou recorrer a recursos externos ou envolver ainda áreas internas especializadas para desenvolver a investigação. Os regulamentos legais aplicáveis e as regras internas da Mota-Engil devem ser cumpridos na condução da investigação. A AeC poderá interpelar o (s) visado(s) sobre a alegada infracção desde que devidamente suportada pelos Recursos Humanos Corporativos e/ou Assuntos Jurídicos. A AeC emitirá uma opinião sobre a situação reportada como violação e a necessidade de qualquer acção correctiva e/ou disciplinar que possa ser necessária. 7