1. (Uema 2015) Leia o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade. QUADRILHA João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. A tira reescreve o poema Quadrilha. Nela, é recontada a segunda parte do referido poema. Responda às seguintes questões: a) No último quadro da tira, como se pode interpretar (...) um poema terrivelmente trágico, e que parece de humor, considerando o poema. b) No terceiro quadro: Raimundo morreu num desastre, depois de beber muito a fim de esquecer Maria, que não lhe amava, ocorre um desvio da norma culta em relação à regência verbal. Reescreva esse período, adequando-o às regras da sintaxe do padrão culto. 2. (Ufu 2015)
O anúncio publicitário, produzido por uma revista para divulgar seus blogs, dialoga com outro texto. Considerando essa informação, a) indique que texto é esse e explique o processo de intertextualidade que se estabelece entre ele e o anúncio publicitário. b) explique de que maneira a linguagem não verbal do anúncio publicitário contribui com o diálogo estabelecido entre os dois textos. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A(s) questão(ões) a seguir focalizam um trecho de uma crônica do escritor Eça de Queirós (1845-1900) e uma tira da cartunista Ciça (Cecília Whitaker Alves Pinto). XXIV O Parlamento vive na idade de ouro. Vive nas idades inocentes em que se colocam as lendas do Paraíso quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam docemente par a par com os cordeiros, quando ninguém tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calúnia! e a palavra mente! não atraía a bofetada! Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência! Cordura 1 evangélica! É um Parlamento educado por S. Francisco de Sales! O ilustre deputado mente! Ah, minto? Pois bem, apelo... Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala? Não, meus caros senhores, apela para o País! Quanta elevação cristã num diploma de deputado! Quando um homem leva em pleno peito, diante de duzentas pessoas que ouvem e de mil que leem, este rude encontrão: É falso! e diz com uma terna brandura: Pois bem, apelo para o País! este homem é um santo! Não entrará decerto nunca no Jockey-Club, donde a mansidão é excluída, mas entrará no reino do Céu, onde a humildade é glorificada. É uma escola de humildade este Parlamento! Nunca em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência, o desmentido acolhido com tão sentida resignação! Sublime curso de caridade cristã. E veremos os tempos em que um senhor deputado, esbofeteado em pleno e claro Chiado 2, dirá modestamente ao agressor, mostrando o seu diploma: Sou deputado da Nação Portuguesa! Apelo para o País! Pode continuar a bater!
(Uma campanha alegre. Agosto, 1871.) 1 cordura: sensatez, prudência. 2 Chiado: um bairro tradicional de Lisboa e importante área cultural em meados do século XIX. 3. (Unesp 2015) Comprovando com informações extraídas da tira, determine o que representa a personagem que faz as solicitações, o que deseja e em que medida o balão maior do último quadrinho revela uma frustração desse desejo. 4. (Unesp 2015) Indique a semelhança e a diferença entre a tira de Ciça e a crônica de Eça de Queirós, no que diz respeito aos alvos da crítica que fazem, e identifique a intenção dessa crítica nos dois textos. 5. (Fuvest 2015) Leia a seguinte mensagem publicitária de uma empresa da área de logística: A gente anda na linha para levar sua empresa mais longe Mudamos o jeito de transportar contêineres no Brasil e Mercosul. Através do modal ferroviário, oferecemos soluções logísticas econômicas, seguras e sustentáveis. a) Visando a obter maior expressividade, recorre-se, no título da mensagem, ao emprego de expressão com duplo sentido. Indique essa expressão e explique sucintamente. b) Segundo o anúncio, uma das vantagens do produto (transporte ferroviário) nele oferecido é o fato de esse produto ser sustentável. Cite um motivo que justifique tal afirmação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: REINO UNIDO PODE TAXAR "FAST FOOD" CONTRA OBESIDADE O Reino Unido estuda cobrar taxa de empresas de "fast food" para financiar instalações esportivas e o combate à obesidade. Segundo um relatório, a obesidade no país cresceu quase 400% em 25 anos, e, se continuar aumentando, pode superar o cigarro como maior causa de mortes prematuras. Governo e empresas locais têm sido criticados por não combaterem o problema. (Folha de S. Paulo, 7/06/2004) 6. (Ita 2005) A manchete apresenta ambiguidade sintática, que é desfeita pelo conteúdo do texto. a) Quais as interpretações sugeridas pela manchete? b) Qual dessas interpretações prevalece na notícia?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: AUTO-ESTIMA "Fiz a cirurgia com 16 anos. Não fiz pelas outras pessoas, fiz para me olhar no espelho e me sentir bem (...) Eu sinto como se o meu corpo tivesse absorvido o silicone, como se o peito fosse meu mesmo. E é: meu pai pagou e ele é meu." C. S., 17, sobre cirurgia plástica que fez nos seios, ontem na Folha. (Folha de S. Paulo, 03.08.2004.) 7. (Ufscar 2005) Observe as duas últimas linhas do texto e responda às questões a seguir. a) Em tese, a última frase desse texto - C. S., 17, sobre cirurgia plástica que fez nos seios, ontem na Folha - poderia apresentar dois sentidos. Quais são eles? b) Qual desses dois sentidos é, automaticamente, descartado pelos leitores do jornal e por que é descartado? TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Meu amigo Marcos O generoso e divertido companheiro de crônicas Conheci Marcos Rey há mais de vinte anos, quando sonhava tornar-me escritor. Certa vez confessei esse desejo à atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro para teatro. Era O RAPTO DO GAROTO DE OURO, de Marcos. Passei noites me torturando sobre as teclas. Célia marcou um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do autor. Quando adolescente, eu ficara fascinado com MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ, seu livro mais conhecido. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma figura pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época, já sofria de uma doença que lhe dificultava o movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Estava tão nervoso que nem consegui dizer "boa-tarde". Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me. Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com que me recebeu naquele dia. (WALCYR CARRASCO, PÁG. 98 - VEJA SP, 14 DE ABRIL, 1999.) 8. (Fgv 1999) Célia marcou um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do diretor. Fora do contexto, o trecho em destaque na frase a seguir pode ter dois sentidos. Explique-os. A montagem dependia DA APROVAÇÃO DO DIRETOR. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Texto Pau de Dois Bicos Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho da coruja, e ali ficaria de dentro se a coruja ao regressar não investisse contra ele. Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha casa, sabendo que odeio a família dos ratos?
Achas então que sou rato? Não tenho asas e não voo como tu? Rato, eu? Essa é boa!... A coruja não sabia discutir e, vencida de tais razões, poupou-lhe a pele. Dias depois, o finório morcego planta-se no casebre do gato-do-mato. O gato entra, dá com ele e chia de cólera. Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha toca, sabendo que detesto as aves? E quem te disse que sou ave? - retruca o cínico - sou muito bom bicho de pelo, como tu, não vês? Mas voas!... Voo de mentira, por fingimento... Mas tem asas! Asas? Que tolice! O que faz a asa são as penas e quem já viu penas em morcego? Sou animal de pelo, dos legítimos, e inimigo das aves como tu. Ave, eu? É boa... O gato embasbacou, e o morcego conseguiu retirar-se dali são e salvo. Moral da Estória: O segredo de certos homens está nesta política do morcego. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco! (LOBATO, José Bento Monteiro. Fábulas. 45. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. p. 49.) 9. (Uel 2011) Considerando o trecho em negrito no texto Pau de dois bicos, assinale a alternativa correta. Nos dois casos, a palavra mas a) opõe-se ao argumento sou muito bom bicho de pelo. b) revela a causa do voo de mentira. c) expressa a consequência dos fatos narrados. d) marca a condição do voo de mentira. e) explica o argumento sou muito bom bicho de pelo. 10. (Uel 2011) A hesitação do gato, na fábula, e do caçador, na charge, deve-se a) à contradição existente entre a fala do morcego e a da pomba e suas características físicas. b) à tentativa frustrada do morcego e da pomba em disfarçarem sua condição apelando para o fingimento e a mentira. c) ao medo de serem agredidos pelas garras afiadas do morcego e pelo bico semiaberto da pomba. d) à aversão do gato e do caçador em relação à aparência física dos morcegos. e) à postura submissa da pomba e do morcego diante dos olhares arregalados do caçador e do gato.