Conversor de TV Digital Terrestre: Set-top box



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Transcrição:

Conversor de TV Digital Terrestre: Set-top box Este tutorial apresenta detalhes de funcionamento de um Conversor de TV Digital Terrestre, também chamado de Set-top box ou terminal de acesso, incluindo suas interfaces e configurações disponíveis. Vancler José Marsola Engenheiro Elétrico formado pela Universidade Salesiano Dom Bosco (UNISAL) - Americana. Atualmente esta cursando especialização em gerenciamento de projetos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A partir de 1987 passou a se dedicar ao segmento de Telecomunicação, atuando como desenvolvedor de Centrais Telefônica da Zetax Tecnologia SA e como gerente da área de desenvolvimento de projeto de hardware para a Lucent Technologies. Atualmente trabalha como gerente de projetos na área de pesquisa e desenvolvimento da FITec - Fundação para Inovações Tecnológicas e como consultor de pesquisa e desenvolvimento de projetos de hardware. E-mail: vmarsola@fitec.org.br Duração estimada: 15 minutos Publicado em: 25/02/2008 www.teleco.com.br 1

Conversor de TV Digital: Introdução Embora não seja novidade para alguns países do mundo, como Japão, Inglaterra, Itália e outros, a TV Digital terrestre é uma tecnologia recente e esta em pleno crescimento. O Brasil passou por um processo de definição sobre o padrão a ser adotado para a TV digital terrestre e, apesar de ter definido o padrão ISDB-T (padrão japonês) ainda existe um grande número de pesquisas dentro do escopo do projeto SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital) para completar as recomendações do padrão brasileiro. Uma das partes importantes para que possamos alavancar esta tecnologia é um equipamento chamado terminal de acesso ou set-top box (STB) ou simplesmente conversor de TV digital. Basicamente o set-top box é o aparelho que, conectado à TV, permite que o sinal digital recebido seja visualizado no aparelho de TV analógico convencional ou digital, proporcionando uma qualidade de imagem e som superior aos recebidos atualmente. O set top box pode também agregar funcionalidades que, incorporadas ao sistema, proporcionarão maior interação com o usuário. www.teleco.com.br 2

Conversor de TV Digital: Conceitos O termo TV Digital consiste na transmissão digital dos sinais de TV de uma emissora até um aparelho receptor. Essa forma de transmissão proporciona alguns benefícios diretos para o usuário final como: Aumento na qualidade da imagem, propiciando uma resolução de até 1280 x 1080 pixels, denominada de TV de alta definição ou HDTV (High Definition Television). Transmissão pela emissora de TV de dados em conjunto com sinais de áudio e vídeo, constituindo programas ou aplicações interativas. Tal funcionalidade traz benefícios sociais, pois permite que a TV sirva como um instrumento de inclusão social, prestando serviços como governo eletrônico ou educação, etc. Transmissão de metadados, que são dados adicionais sobre a programação televisiva disponível. Por exemplo, permite aplicações como o Guia Eletrônico de Programação, que apresenta a grade de programação disponibilizada pelas emissoras em um período de tempo. Uso de um canal de retorno, que permite que o usuário envie dados relativos a um programa ou aplicação à emissora ou provedor de serviço, utilizando somente o controle remoto. Podem ser usados como canal de retorno telefone fixo, ADSL, celular, PLC (Power Line Communication) etc. Convergência com outras redes de telecomunicações, como Internet ou SMS, por exemplo, possibilitando a criação de novos serviços de telecomunicações. Propicia o aumento do número de canais disponíveis em razão da maior compactação do sinal. No caso da TV de transmissão terrestre, permite transmitir-nos mesmos 6MHz utilizados atualmente pela TV analógica um programa HDTV ou 4 programas em SDTV (Standard Definition Television), que corresponde a uma resolução de 640 x 480 pixels. Considerando que o sinal digital é menos suscetível a interferências que o analógico, esse aumento de canais disponíveis também pode ocorrer devido à otimização do espectro de radiofreqüência. Para que o usuário possa usufruir da TV digital em um aparelho de TV analógico convencional, é necessário que um aparelho receptor digital e decodificador sejam conectados à TV. Esse aparelho é denominado settop box (STB). O Set-top box é um equipamento integrado de hardware e software que converte o sinal de uma rede de transmissão analógico ou digital, para o padrão de sinal de um receptor de TV. Para realizar as funções de conversão, o STB possui interfaces de entrada compatíveis com o sistema de transmissão analógico ou digital, e interfaces de saída compatíveis com receptor de televisão. Num Sistema de Televisão Digital, o sinal de vídeo é codificado, encapsulado num protocolo de comunicação e transmitido num canal digital com modulação em rádio freqüência. O sinal de vídeo pode ser codificado e decodificado de acordo com vários padrões de mercado, como o MPEG-2 ou o H-264, que são os mais utilizados mundialmente. Num sistema de TV Digital o STB possui os seguintes módulos ou subsistemas básicos: Recepção digital de sinal de RF; Decodificação de sinal de áudio e vídeo; Sistema de Controle (Middleware); Codificação do sinal para o receptor de TV; Canal de retorno ou canal de interatividade (aplicações de interatividade). Na recepção, o STB demodula o sinal recebido, decodifica a informação e converte o sinal para o aparelho de televisão, executando simultaneamente as funções de gerenciamento, segurança de acesso e controle de conteúdo. Estas funções de controle e processamento de sinal são realizadas por uma camada de software chamada de Middleware, considerado como o sistema operacional do Set-top Box (STB). www.teleco.com.br 3

O Canal de interatividade do STB é um canal de acesso IP de banda larga que funciona como canal de retorno para suporte às aplicações interativas da TV Digital. O canal de interatividade permite aos usuários acessarem as aplicações interativas diversas como, por exemplo, aplicações de governo eletrônico e de inclusão digital, correio eletrônico, acesso web, guia eletrônico de programação e videoconferência. No escopo do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), o Terminal de Acesso (ou STB) sugerido pelo Modelo de Referência do SBTVD é modular em termos de suas características e funcionalidades, começando desde um modelo mais básico e de baixo custo, até um modelo mais sofisticado, com várias funcionalidades e de custo mais elevado. No entanto, todos os modelos do Modelo de Referência do SBTVD integram os subsistemas acima descritos. O projeto de um set-top box inclui o desenvolvimento do hardware de suporte e do software básico de controle do hardware, além do software aplicativo que permite o interfaceamento do equipamento com o usuário. www.teleco.com.br 4

Conversor de TV Digital: Arquitetura Típica Para desempenhar as funcionalidades descritas anteriormente é necessária uma interação entre os diversos componentes de hardware e de software que compõe a estrutura de um set-top box. Esses componentes serão descritos com mais detalhes abaixo. Componentes de Hardware Fazem parte da arquitetura de um set-top box básico (figura 1) os seguintes módulos principais, usualmente implementados em hardware: Tuner (Sintonizador); Demodulador; Demultiplexador; Decodificador de Vídeo; Decodificador de Áudio; Núcleo de Processamento e Controle de Dados; Interfaces para o canal de retorno. Figura 1: Arquitetura de um set-top box. Tuner (Sintonizador) Este módulo tem a função de sintonizar o sinal recebido (seja ele digital ou analógico) e efetuar os devidos processamentos. O sintonizador seleciona um canal de VHF ou UHF (de 6 MHz, no caso do Brasil) onde existe informação de áudio e vídeo, que converte o sinal de radiofreqüência para sinal banda base codificado, que pode ser mais facilmente manipulado pelos componentes adjacentes. www.teleco.com.br 5

Demodulador A implementação do demodulador é altamente dependente do padrão adotado para a transmissão do sinal de radiodifusão. No caso da radiodifusão terrestre, existem 3 padrões utilizados pelo mundo. São eles: ATSC (Advanced Television Systems Commitee), que é o padrão americano; DVB (Digital Vídeo Broadcasting), o padrão europeu; ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting), o padrão japonês. A função do demodulador é amostrar o sinal sintonizado e convertê-lo em feixes de bits denominados Transport Stream, que contém vídeo, áudio e dados codificados. Uma vez que o stream é recuperado, é feita uma checagem de erros para então encaminhar o stream ao demultiplexador. Demultiplexador O demultiplexador tem a função de extrair os fluxos elementares de informação de áudio, vídeo e dados, bem como outros fluxos de dados, de controle ou suplementares. Este fluxo de dados consiste de pacotes de dados identificados por um PID (Packet Id), onde o demultiplexador examina todos os identificadores, seleciona pacotes específicos, descriptografa e encaminha para um decodificador específico. Por exemplo, todos os pacotes com identificador de vídeo serão encaminhados para o decodificador de vídeo. O mesmo ocorre para áudio e dados. Decodificador de Vídeo Um decodificador de vídeo transforma os pacotes de video, provenientes do demultiplexador, em seqüência de imagens a serem exibidas no monitor de TV, formatando em diferentes resoluções de tela. Na saída de um codificador de vídeo existe um microprocessador gráfico, cuja função é renderizar (desenhar) arquivos gráficos de aplicações interativas ou mesmo páginas da Internet. Uma vez renderizado, o arquivo gráfico é usado para sobrepor o vídeo exibido por um programa TV. Decodificador de Áudio O fluxo de áudio comprimido, proveniente do demultiplexador, é enviado para o decodificador de áudio para descompressão. A saída pode ser um áudio em formato analógico (estéreo / mono) ou digital. Núcleo de Processamento e Controle de Dados Possibilita a interconexão entre os vários componentes do STB, como por exemplo, processar os comandos de usuário recebidos via interface de usuário, controlar o sintonizador e configurar o dispositivo de conversão e codificação dos sinais de áudio e vídeo. Pode ser entendido como sendo a composição de vários sub-blocos (elementos) de hardware, como o processador, memórias, controladores de periféricos, controladores. Esses elementos são descritos a seguir: www.teleco.com.br 6

Processador O processador, ou CPU, é o cérebro do STB. Suas funções são, basicamente: Inicializar os vários componentes de hardware do decodificador; Monitorar e gerenciar hardware; Carregar dados e instruções da memória; Executar programas. Os processadores contêm uma unidade lógico-aritmética para cálculos e operações lógicas, uma unidade de controle para processar dados de entrada e processar instruções. As ações do usuário, bem como instruções dos programas em execução, são interpretadas e executadas pelo processador. Exemplo de ação do usuário executada: solicitação de mudança de canal pelo controle remoto. Memória O módulo de memória, que é implementado em um chip, é responsável pelo armazenamento temporária dos dados que trafegam entre o microprocessador e vários componentes de hardware. Componentes como máquina gráfica, decodificador de vídeo etc, precisam da memória para executar suas funções. As memórias mais utilizadas para isso são: DRAM (Dynamic RAM); SRAM (Static RAM). Interfaces para o canal de retorno As interfaces mais utilizadas para o canal de retorno são: Modems: é usado para prover serviços de interatividade ao usuário, através da constituição do canal de retorno, conectando o set-top box a uma emissora ou provedor de serviço. Normalmente, os modems são acoplados ao set-top box na fabricação, porém, é possível instalar um modem externo. As opções de modem freqüentemente disponíveis em set-top box são ADSL, ou de telefonia fixa convencional. 10 Base-T (Ethernet): Interface usada para conectar o set-top box a uma rede, na intenção de compartilhar recursos e dados. Outras Interfaces (Funcionalidades) Além das interfaces e funcionalidades mencionadas, o set-top box aind pode pode ter outras, como as apresentadas a seguir. www.teleco.com.br 7

Memória de Massa Embora não seja necessário o uso de discos rígidos em set-top box básicos, este dispositivo proporciona que um set-top box se transforme em um PVR (Personal Vídeo Recorder), o que permite que o usuário tenha controle sobre a programação recebida, podendo-a gravar, copiar e reproduzir quando necessário. Esse recurso exige que comandos semelhantes aos de um vídeocassete, como pausa, fast forward, play etc, sejam implementados. Essa funcionalidade criou um novo paradigma na transmissão televisiva, de forma que atualmente existem muitos estudos tecnológicos para que se possa garantir a propriedade intelectual dos conteúdos. Interfaces Genéricas As possibilidades de escolha de interfaces físicas (genéricas) para o set-top box crescem rapidamente, pois essa é uma tecnologia que ainda está em evolução. Serão citadas aqui algumas categorias de interfaces físicas. Interfaces Multimídia de Alta Velocidade: permitem que o set-top box se comunique em tempo real com dispositivos como câmeras de vídeo, DVD, tocadores de CD e teclados musicais. Para isso, os fabricantes adicionam interfaces como essas: IEEE 1284 Porta Paralela - Provê ao set-top box uma comunicação em alta-velocidade, bidirecional, com uma impressora ou outros dispositivos. Essa interface é capaz de enviar dados ao dispositivo a uma velocidade de 500 kbps a 2 Mbps. USB (Universal Serial Bus) - USB é um padrão de barramento externo originalmente especificado pela Intel para repor padrões de barramento mais antigos. Suporta tecnologia plug-and-play, de forma que mouses, joysticks e discos rígidos possam ser automaticamente configurados assim que fisicamente conectados ao set-top box. Suporta dois protocolos de transferência de dados em alta velocidade: isosíncrono e assíncrono. Uma conexão isosíncrona suporta uma transferência de dados em taxa fixa e contínua e garantia de entrega, o que permite o uso de scanners, dispositivos de vídeo e impressoras se comunicar com o set-top box a 12 Mbps. O protocolo assíncrono é mais lento e é usado para comunicar com teclado, joysticks e mouses a 1.5 Mbit/s. IEEE 1394 (FireWire) - É um padrão de rede projetado para conectar dispositivos eletrônicos de consumo de alta largura de banda como câmeras, videodisc players and set-top boxes. Assim como USB, também é plug-and-play. Suporta a transferência de dados de 98.3 Mbps (S100) até 393.2 Mbps (S400). Assim como a USB, possui transmissão isossíncrona, transferindo dados a uma taxa garantida, o que é ideal para dispositivos com grande quantidade de dados em movimento. Até poucos anos atrás, poucos fabricantes incorporavam FireWire (implementação da Apple para o IEEE 1394) nos projetos, mas isso já está mudando, a exemplo dos videogames, que já suportam essa interface. Interface Serial RS232 - A porta RS 232 é usada para comunicação serial. Usa-se um conector D com 9 pinos que permite conectividade a impressoras seriais, computadores e modems telefônicos. Controle Remoto - O Controle remoto é o dispositivo pelo qual o usuário interage com as funcionalidades da TV, como aumentar volume, mudar de canal etc. Na TV Digital Interativa, ele também é usado para navegação pelas aplicações, pelas setas direcionais e/ou por botões coloridos com função programável pela aplicação. Os comandos são enviados do controle remoto ao set-top box por sinais infravermelhos, atualmente transmitindo em taxas de 4Mbps (IrDA-1.1). www.teleco.com.br 8

Componentes de Software A arquitetura de um set-top box é basicamente composta por três camadas de software: Aplicações Interativas; APIs (Applications Programming Interface); Middleware. Middleware A finalidade da camada de middleware é oferecer um serviço padronizado para a camada de aplicações, escondendo peculiaridades das camadas inferiores como, por exemplo, a tecnologia usada para compressão, modulação etc. O uso do middleware permite que haja portabilidade das aplicações, de forma que possam ser transmitidas para qualquer set-top box com determinado middleware adotado. No middleware também podem existir as máquinas virtuais, que permitem ao desenvolvedor usar o mesmo código nativo para diferentes plataformas de set-top boxes com alterações mínimas, como uma Java Virtual Machine, por exemplo. Também podem fazer parte do middleware máquinas para apresentação de código HTML, JavaScript, XHTML, entre outras linguagens declarativas ou procedurais. APIs (Applications Programming Interface) As APIs compõem a interface entre o middleware e as aplicações, de forma que os desenvolvedores de aplicações não precisem entrar em detalhes de implementação do middleware. Aplicações Interativas As aplicações são programas de computador, executados em um set-top box, que oferecem ao usuário serviços específicos, como governo eletrônico, ou opções de interatividade agregadas a programas de TV. A aplicação interativa mundialmente mais utilizada é o EPG (Electronic Programming Guide), que apresenta a grade de programação disponível nos canais por um período de tempo. As aplicações podem ser residentes no set-top box (não fazem uso do middleware), ou podem ser transmitidas e carregadas pelo set-top box. www.teleco.com.br 9

Conversor de TV Digital: Tipos Set-top boxes podem ser produzidos para vários perfis de mercado, considerando desde terminais básicos, com poucas funcionalidades além de receptor de TV, alguns perfis intermediários, chegando até os perfis mais avançados, com muitas funcionalidades e grande poder de processamento. Veja alguns destes tipos de STBs. Set-top boxes Básicos Esse tipo de set-top box de baixo custo funciona, basicamente, como um receptor de TV Digital. Suporta a interatividade das aplicações, usualmente não possui canal de retorno, ou seja, só permite interatividade local. A especificação típica de um set-top box básico pode ser exemplificada pela seguinte configuração: Entradas: Sintonizador para o meio de transmissão e padrão adotado. Saídas de Vídeo: NTSC/PAL MPEG2 PAL-M no caso do Brasil. Saídas de Áudio: Dolby digital (phono ou digital). Interface de dados: RS232. Canal de Retorno: Modem telefonia fixa (opcional). Desempenho Gráfico: 256 cores. Quatro planos: vídeo (tela cheia ou escalonada), imagem fixa, imagem de fundo. Memória: Flash 1 módulo de 4 MB; SDRAM 4-8 MB. Set-top boxes Médios Os set-top boxes médios, geralmente são os escolhidos por operadoras de TV por assinatura, pois suportam todas as funcionalidades necessárias para uso das aplicações interativas básicas. Entradas: Sintonizador para o meio de transmissão e padrão adotado. Opcionalmente múltiplos sintonizadores para o PVR. Saídas de Vídeo: NTSC/PAL; MPEG2; PAL-M no caso do Brasil. Saídas de Áudio: Dolby digital (phono ou digital). Interface de dados: IEEE-1394, USB, RS232. Canal de Retorno: Modem telefonia fixa, chipset para voz sobre IP. Desempenho Gráfico: 256 cores. Quatro planos: vídeo (tela cheia ou escalonada), imagem fixa, imagem de fundo. CPU: maior que 100 MIPS. Memória: Flash 8 MB; SDRAM 16 MB. Acessórios Opcionais: Controle remoto, teclado sem fio, hard-disk para funcionalidades de PVR. www.teleco.com.br 10

Set-top boxes Avançados Os set-top boxes avançados contemplam todas as funcionalidades dos perfis anteriores, além de incorporar outras, tais como personalização de usuário, interface para uma home-network, dentre outras. Características de um modelo avançado, em pouquíssimo tempo podem ser passadas ao modelo médio, pois vão surgindo novas tecnologias e os preços desses componentes tendem a diminuir com o tempo. Entradas: Sintonizador para o meio de transmissão e padrão adotado, múltiplos sintonizadores, ADSL. Saídas de Vídeo: NTSC/PAL MPEG2; PAL-M no caso do Brasil e HDTV e suporte para Widescreen. Saídas de Áudio: Dolby digital (phono ou digital). Interface de dados: IEEE-1394, USB, RS 232. Opcional: Bluetooth. Canal de Retorno: Modem telefonia fixa, chipset para voz sobre IP, ADSL. Desempenho Gráfico: 256 cores. Quatro planos: vídeo (tela cheia ou escalonada), imagem fixa, imagem de fundo. CPU: maior que 300 MIPS. Memória: Flash 16-64 MB; SDRAM: 32-128 MB. Acessórios Opcionais: Controle remoto; Teclado sem fio; Hard-disk para funcionalidades de PVR. www.teleco.com.br 11

Conversor de TV Digital: Considerações Finais A mudança para TV digital irá proporcionar ao telespectador um sinal de TV de alta qualidade, além de outras possibilidades através da interatividade, como vimos acima. Essa inclusão tecnológica e social será graças aos set-top boxes, que serão responsáveis pela recepção e decodificação dos sinais. Com o avanço da tecnologia estes STBs possuirão uma variedade de interfaces de vídeo e áudio que permitirão a sua comunicação com os atuais televisores e com outros equipamentos de alta definição. Durante os próximos anos da TV digital no Brasil, o set-top box será cada vez mais um equipamento comum no nosso dia-a-dia. Futuramente, estes equipamentos serão integrados aos televisores que passarão a receber diretamente o sinal digital. Assim o Brasil entrará definitivamente para a era da TV Digital. Referências CPqD. Visão Sistêmica. Versão AA PD.30.12.34A.0001A/RT-13/AA. Campinas, CPqD 2006. Instituto de Computação Unicamp. Arquitetura do Set-top Box para TV Digital Interativa. www.teleco.com.br 12

Conversor de TV Digital: Teste seu Entendimento 1. Qual das alternativas abaixo descreve melhor os benefícios da transmissão digital de TV? Uso de um canal de retorno, que permite que o usuário somente receba dados relativos a um programa ou aplicação. Aumento na qualidade da imagem, propiciando uma resolução de até 1024 x 768 pixels, denominada de TV de alta definição ou HDTV (High Definition Television). As novas funcionalidades trazem benefícios sociais, pois permitem que a TV sirva como um instrumento de inclusão social, prestando serviços como governo eletrônico ou educação. Nenhuma das alternativas anteriores. 2. A implementação do módulo demodulador, na arquitetura de um set-top box, depende: Do tipo de processador que será utilizado. Do padrão adotado para a transmissão do sinal de radiodifusão. Do decodificador de vídeo. Nenhuma das alternativas anteriores. 3. Qual das alternativas abaixo representa melhor a arquitetura do software de um set-top box? APIs (Applications Programming Interface), Middleware e as Aplicações Interativas. Middleware, Demultiplexador e Demodulador. Aplicações Interativas, Middleware e as Interfaces Genéricas. Nenhuma das alternativas anteriores. www.teleco.com.br 13