MANUSEIO DE PRODUTOS PERIGOSOS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS. Série Operações

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ÍNDICE PARTE 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS E DEFINIÇÕES... 3 CAPÍTULO DISPOSIÇÕES GERAIS Notas Introdutórias Escopo e aplicação...

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Educação presencial

MANUSEIO DE PRODUTOS PERIGOSOS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS Série Operações

Diretoria Executiva Nacional Coordenação de Projetos Especiais Educação Presencial Manuseio de Produtos Perigosos no Transporte Rodoviário de Cargas Material do aluno Dezembro/2015 Fale conosco 0800.7282891 www.sestsenat.org.br Manuseio de produtos perigosos no transporte rodoviário de cargas: material do aluno. Brasília: SEST/SENAT, 2015. 37 p. : il. 1.Transporte de carga perigosa. 2. Produto perigoso. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. CDU 656.073.436

MANUSEIO DE PRODUTOS PERIGOSOS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS Unidade 1 - Noções de Movimentação de Produtos Perigosos... 9 1 Entendendo o Conceito de Produtos Perigosos para fins de Transporte...10 2 Classificação dos Produtos Perigosos para Fins de Transporte... 11 3 Carregamento e Embalagem de Produtos Perigosos...13 Resumindo...16 Consolidando conteúdos...17 Unidade 2 - Legislação Específica do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos Parte1... 19 1 Premissas para o transporte rodoviário de produtos perigosos...21 2 Responsabilidade pela classificação de um produto perigoso para fins de transporte..22 3 Declaração do expedidor...22 4 Documentação necessária para o transporte terrestre de produtos perigosos...22 5 Treinamento do condutor...23 6 Utilização da Ficha de Emergência e Envelope para Transporte...23 7 Identificação dos Produtos Perigosos em Unidades de Carga e de Transporte...24 8 Certificados de Inspeção para Veículos...25 Resumindo...25 Consolidando conteúdos...26 Unidade 3 - Legislação Específica do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos Parte 2... 27 1 Responsabilidades do Pessoal Envolvido na Operação do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos...29 2 Responsabilidades do Expedidor e do Destinatário...30 3 Responsabilidades do Transportador...31 4 Itinerário e Horários para o Transporte de Produtos Perigosos...32 5 A Incompatibilidade Química...32 Resumindo...33 Consolidando conteúdos...33 Referências... 35 5

Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional, a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo o Brasil. Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da sociedade e à legislação vigente. Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Bons estudos! 6

APRESENTAÇÃO Prezado Aluno Desejamos boas-vindas ao Curso Manuseio de Produtos Perigosos no transporte Rodoviário de Cargas! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos e, ao final da unidade, você encontrará exercícios propostos para a consolidação dos conteúdos. O curso Manuseio de Produtos Perigosos no Transporte Rodoviário de Cargas contém três unidades de 4 horas-aula cada, estruturadas conforme a tabela a seguir: Unidade Carga horária 1. Noções de Movimentação de Produtos Perigosos 4 horas-aula 2. Legislação Específica do Transporte Rodoviário de 4 horas-aula Produtos Perigosos Parte 1 3. Legislação Específica do Transporte Rodoviário de 4 horas-aula Produtos Perigosos Parte 2 Esperamos que este Curso seja muito proveito para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! 7

UNIDADE 01 NOÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS 1 Entendendo o Conceito de Produtos Perigosos para fins de Transporte 2 Classificação dos Produtos Perigosos para Fins de Transporte 3 Carregamento e Embalagem de Produtos Perigosos

UNIDADE 01 - NOÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Quais produtos perigosos para fins de transporte, você conhece? Você conseguiria identificar os principais aspectos do carregamento e embalagem de produtos perigosos? O transporte rodoviário de produtos perigosos apresenta movimentação diferenciada em relação às outras cargas. Nessa primeira unidade, abordaremos, inicialmente, sobre o conceito e a classificação de produtos perigosos para fins de transporte. Na sequência, falaremos dos principais modos de carregamento e tipos de embalagem de produtos perigosos. O domínio desses temas permite ao profissional destacar-se no mercado de trabalho, que necessita, cada vez mais, de pessoas qualificadas. 1 ENTENDENDO O CONCEITO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARA FINS DE TRANSPORTE De acordo com a Resolução ANTT no 420/2004, que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, é denominado produto perigoso toda substância ou artigo encontrado na natureza ou produzido por qualquer processo que, por suas características físico-químicas, represente risco para a saúde das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.

2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS PARA FINS DE TRANSPORTE Por constituírem fontes de perigo, os produtos perigosos são classificados de acordo com o tipo de danos que podem provocar. O Regulamento-Modelo da ONU estabelece os critérios utilizados para a classificação desses produtos, e que estão dispostos em nove Classes de Risco distintas. Essas Classes de Risco podem ou não estar subdivididas em Subclasses, a depender das características dos produtos, como mostra a Tabela 1. 11

Carga Perigosa x produto perigoso: A carga perigosa, ainda que o termo conste na legislação brasileira, pode representar qualquer carregamento mal estivado ou acondicionado (por exemplo: sacos de batata), capaz de provocar um acidente sem colocar a população ou qualquer compartimento de meio ambiente em risco direto de explosão, incêncios, intoxicação ou radiação. Já o carregamento constituído por produtos perigosos para fins de transporte, os quais, em função de suas características peculiares físico-químicas-explosividade, inflamabilidade, toxicidade, radioatividadena ocorrência de um acidente, podem colocar em risco a saúde das pessoas, o meio ambiente e a segurança pública. Classes de Risco Classe 1: explosivos Classe 2: gases Subclasses de Risco Subclasse 1.1: substâncias e artigos com risco de explosão em massa Subclasse 1.2: substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa Subclasse 1.3: substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa Subclasse 1.4: substâncias e artigos que não apresentam risco significativo. Subclasse 1.5: substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa Subclasse 1.6: artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa Subclasse 2.1: gases inflamáveis Subclasse 2.2: gases não inflamáveis, não tóxicos Subclasse 2.3: gases tóxicos 12 Classe 3: líquidos inflamáveis

Classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis. Classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos Classe 6: substâncias tóxicas e infectantes Subclasse 4.1: sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos sólidos insensibilizados Subclasse 4.2: substâncias sujeitas à combustão espontânea Subclasse 4.3: substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis. Subclasse 5.1: substâncias oxidantes Subclasse 5.2: peróxidos orgânico. Subclasse 6.1: substâncias tóxicas Subclasse 6.2: substâncias infectantes Classe 7: material radioativo Classe 8: substâncias corrosivas Classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos Fonte: ANTT (2015) 3 CARREGAMENTO E EMBALAGEM DE PRODUTOS PERIGOSOS O transporte de produto perigoso pode ser realizado de forma contínua ou descontínua. A transferência contínua é efetuada por meio de sistemas dutoviários, principalmente quando as instalações de origem e destino estão próximas uma da outra. É o que ocorre, por exemplo, nos polos petroquímicos ou na transferência de derivados da refinaria às bases de distribuição, normalmente localizados nos setores industriais do tecido urbano ou metropolitano. Para efetivar as transferências descontínuas desse tipo de produto, é comum a utilização do transporte rodoviário, por meio de cargas fracionadas ou a granel. No transporte rodoviário de produtos perigosos, carga fracionada é aquela em que os produtos são transportados em pequenas quantidades, ou seja, em embalagens de massa ou de volume limitados, os quais são padronizados para facilitar o acondicionamento e o manuseio. Com isso, as embalagens podem ser movimentadas manualmente ou por meio de paletização. Normalmente, utilizam-se embalagens internas e externas. 13

As embalagens internas podem ser fabricadas por diversos materiais: papel, papelão, plástico, vidro e metais. As embalagens externas são representadas por: sacos (papel multifoliado resistente à água, plástico, têxtil emborrachado); caixas (aço, alumínio, outros metais, madeira natural, reconstituída ou à prova de pó, papelão, plástico expandido e rígido); tambores (aço, alumínio, outros metais, plástico, compensado e papelão); e bombonas (aço, alumínio e plástico). As embalagens destinadas ao transporte de cargas fracionadas são selecionadas em função das características físico-químicas do material a ser transportado, de sua armazenagem e utilização, e da resistência requerida para que o seu transporte e manuseio ocorram em níveis adequados de segurança. Por isso, a legislação nacional do transporte de produtos perigosos estabelece a obrigatoriedade de certificação de tais embalagens. Carga a granel é aquela sólida ou líquida transportada em grandes volumes e que utilizam tanques, vasos de pressão ou caçambas, para conter o material durante o transporte. Nas operações de carga e descarga, elas exigem equipamentos para transferência do material, tais como bombas, compressores, elevadores ou esteiras transportadoras. Caminhões-tanque são utilizados com frequência pela indústria química, petroquímica e de refino de petróleo para a movimentação urbana de líquidos e gases a granel. 14

No transporte de produtos perigosos, existem os chamados grupos de embalagem. Algumas substâncias podem ser alocadas a um grupo de embalagem conforme o nível de risco que apresentam. Os grupos de embalagem têm os seguintes significados: Grupo de embalagem I: substâncias que apresentam alto risco; Grupo de embalagem II: substâncias que apresentam risco médio; e Grupo de embalagem III: substâncias que apresentam baixo risco. O grupo de embalagem, constante da Relação de Produtos Perigosos da Resolução ANTT n o 420/2004, determina as exigências para transporte em determinados tipos de embalagens e tanques, de acordo com a classe de risco do produto perigoso. SAIBA Consulte a Resolução ANTT no 420/04, especialmente a Relação de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, e veja os grupos de embalagem para as diversas Classes de Risco: http://www.antt.gov.br/index.php/content/ view/1420/resolucao_420.html. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro, 2015) é o órgão, delegado pela ANTT, que tem a atribuição de regulamentar e acompanhar os programas de avaliação da conformidade e fiscalização de embalagens, embalagens grandes, contentores intermediários para granéis (IBCs) e tanques portáteis, utilizados no transporte terrestre de produtos perigosos, bem como de fiscalizar e atestar a adequação dos veículos e dos equipamentos rodoviários destinados ao transporte de produtos perigosos a granel. Consoante Lieggio Júnior (2012), antes da certificação compulsória, muitos eram os relatos de incidentes e acidentes nas vias públicas urbanas, em que as embalagens, não suportando os esforços a que eram submetidas, destroçavam-se, permitindo o derramamento de produtos perigosos, colocando em risco a saúde das pessoas, o meio ambiente e a gestão do tráfego. Por isso, é importante conhecer a definição legal dos seguintes termos abaixo, conforme a Resolução ANTT n o 420/2004, os quais vão permear o dia a dia do profissional de transporte rodoviário de cargas: Embalagens reutilizáveis: são embalagens que podem ser utilizadas mais de uma vez por uma rede de distribuição controlada pelo expedidor, para transportar produtos perigosos idênticos ou similares compatíveis, desde que inspecionadas e consideradas livres de defeitos que possam comprometer sua integridade e capacidade de suportar os ensaios de desempenho. 15

Embalagens recondicionadas: são embalagens que passam por processos de lavagem, de limpeza, de retirada de amassamentos, de restauração de sua forma e contorno originais e de pintura, sem alterar suas características originais (dimensional e estrutural), de forma que possam suportar os ensaios de desempenho para serem novamente utilizadas. Embalagens refabricadas: são embalagens que passam por processos de lavagem, de limpeza, de retirada de amassamentos, de alteração de suas características originais (dimensional e estrutural) e de pintura, de forma que possam suportar os ensaios de desempenho para serem novamente utilizadas. DICAS Exemplos de embalagens que podem ser reutilizáveis, recondicionadas e refabricadas são os tambores de capacidade de 200 litros, que circulam diariamente pelo meio urbano, transportando líquidos inflamáveis. SAIBA Leia o documento do Inmetro acerca do Procedimento de Fiscalização Embalagens para Transporte Terrestre de Produtos Perigosos e fique por dentro das principais irregularidades elencadas: http://inmetro. gov.br/fiscalizacao/treinamento/embalagens_ produtos_perigosos.pdf. RESUMINDO Abordamos o conceito e a classificação de produtos perigosos para fins de transporte. Também, falamos sobre os principais aspectos do carregamento e embalagem de produtos perigosos. As embalagens reutilizáveis são aquelas que, após inspecionadas, podem ser utilizadas mais de uma vez por uma rede de distribuição controlada pelo expedidor, para transportar produtos perigosos idênticos ou similares compatíveis. Conforme Resolução ANTT n o 420/2004 e suas alterações, as embalagens para o transporte terrestre de produtos perigosos devem passar por processo de certificação compulsória pelo Inmetro. 16

1. No Brasil, para o transporte rodoviário de produtos perigosos, existem três grupos de embalagem. ( ) Certo ( ) Errado 2. No Brasil, a instituição pública que tem a atribuição de regulamentar e acompanhar os programas de avaliação da conformidade e fiscalização de embalagens utilizadas no transporte terrestre de produtos perigosos é: ( ) CNEN ( ) IPEM ( ) Inmetro ( ) ABNT 3. Os produtos perigosos, para fins de transporte, estão distribuídos em sete Classes de Risco. ( ) Certo ( ) Errado 4. São embalagens que passam por processos de lavagem, de limpeza, de retirada de amassamentos, de restauração de sua forma e contorno originais e de pintura, sem alterar suas características originais (dimensional e estrutural), de forma que possam suportar os ensaios de desempenho para serem novamente utilizadas. Estamos falando de: ( ) Embalagens reutilizáveis ( ) Embalagens recondicionadas ( ) Embalagens refabricadas ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 5. O transporte rodoviário internacional de cargas pode ser realizado sem a necessidade de obtenção de qualquer tipo de licença ou autorização. ( ) Certo ( ) Errado 17

UNIDADE 02 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARTE 1 1 Premissas para o transporte rodoviário de produtos perigosos 2 Responsabilidade pela classificação de um produto perigoso para fins de transporte 3 Declaração do expedidor 4 Documentação necessária para o transporte terrestre de produtos perigosos 5 Treinamento do condutor 6 Utilização da Ficha de Emergência e Envelope para Transporte 7 Identificação dos Produtos Perigosos em Unidades de Carga e de Transporte 8 Certificados de Inspeção para Veículos

UNIDADE 02 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARTE 1 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA O que você sabe sobre a declaração do expedidor para o transporte de produtos perigosos? Qual é o objetivo dessa declaração? Nesta segunda unidade, trataremos, inicialmente, das premissas para o transporte rodoviário de produtos perigosos, da responsabilidade pela classificação de um produto perigoso, e da emissão da Declaração do Expedidor. Em seguida, debateremos sobre a documentação necessária para o transporte rodoviário de produtos perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga, e os necessários certificados de inspeção para os veículos transportadores. Sem atenção a esses econhecer a documentação necessária para o transporte rodoviário de produtos perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga e os necessários certificados de inspeção para os veículos transportadores.

1 PREMISSAS PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS No Brasil, o transporte rodoviário de produtos perigosos é disciplinado, sobretudo, pela Resolução ANTT n o 3665/11, que atualiza o Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, e pela Resolução ANTT n o 420/04, que estabelece as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) complementam o arcabouço legal, tais como: identificação das unidades de transporte e carga, incompatibilidade química e dimensões e requisitos de segurança para área de estacionamento de veículos. A legislação para o transporte rodoviário de produtos perigosos baseia-se nas premissas de homogeneização de procedimentos operacionais, a fim de propiciar a aplicação de seus dois princípios universais: (a) o de garantia da segurança da operação, e (b) o de facilitação do transporte entre fronteiras dos meios urbanos nacionais e internacionais. Para Lieggio Júnior (2012), algumas premissas do transporte desse tipo de produto dizem respeito a: responsabilidade pela classificação de um produto perigoso para fins de transporte; planejamento da expedição; carregamento e embalagem; treinamento do condutor; utilização da Ficha de Emergência e do Envelope para o Transporte; identificação dos produtos perigosos em unidades de transporte e de carga; e responsabilidades do embarcador e do transportador. 21

2 RESPONSABILIDADE PELA CLASSIFICAÇÃO DE UM PRODUTO PERIGOSO PARA FINS DE TRANSPORTE De acordo com a Resolução ANTT n o 420/04, a classificação de um produto ou resíduo considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante, tomando como base as características físico-químicas do produto, e alocando-o em uma das Classes ou Subclasses de Risco. Com isso, devem ser tomados todos os cuidados referentes ao planejamento da expedição, que engloba: embalagem; marcação e rotulagem; identificação das unidades de transporte e de carga; documentação; prescrições aplicáveis a veículos e equipamentos do transporte rodoviário; quantidade limitada e provisões especiais, quando aplicáveis; e demais condições exigidas para transporte nos regulamentos nacionais. 3 DECLARAÇÃO DO EXPEDIDOR No transporte de produtos perigosos, há a necessidade de se garantir o adequado acondicionamento da carga. Por isso, o embarcador deve emitir uma declaração denominada de Declaração do Expedidor de que os produtos estão adequadamente acondicionados e estivados para suportar os riscos normais das etapas necessárias à operação de transporte e que atendem à regulamentação em vigor. 4 DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA O TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTOS PERIGOSOS De acordo com a Resolução ANTT n o 420/2004 e suas alterações, todo carregamento de produto perigoso deve ser acompanhado de documento fiscal. O documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento (declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro documento que acompanhe a expedição) que contenham, em regra, as seguintes informações: O nome apropriado para embarque; A classe ou a subclasse do produto, acompanhada, para a Classe 1, da letra correspondente ao grupo de compatibilidade. Nos casos de existência de risco(s) subsidiário(s), poderão ser incluídos os números das classes e subclasses correspondentes, entre parênteses, após o número da classe ou subclasse principal do produto; 22 O número ONU, precedido das letras UN ou ONU e o grupo de embalagem da substância ou artigo; e

A quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição (em volume, massa, ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado). Quando se tratar de embarque com quantidade limitada por unidade de transporte, o documento fiscal deve informar o peso bruto do produto expresso em quilograma. 5 TREINAMENTO DO CONDUTOR O condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve receber um treinamento específico, exigido pela Resolução ANTT n o 3665/11, e sua regulamentação é estabelecida na Resolução Contran nº 168/04 e suas alterações. Tal treinamento denomina-se Movimentação e Operação de Produtos Perigosos (MOPP) e contempla, em geral, desde noções básicas de direção defensiva, passando pela regulamentação nacional, até procedimentos de emergência. 6 UTILIZAÇÃO DA FICHA DE EMERGÊNCIA E ENVELOPE PARA TRANSPORTE A Ficha de Emergência é um documento de porte obrigatório pelo condutor do veículo, e deve conter: a natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos transportados, bem como as medidas de emergências; as disposições aplicáveis, caso uma pessoa entre em contato com os produtos transportados ou com substâncias que podem desprender-se deles; as medidas que se devem tomar no caso de ruptura ou deterioração de embalagens ou tanques, ou em caso de vazamento ou derramamento de produtos perigosos transportados; no caso de vazamento ou no impedimento do veículo prosseguir viagem, as medidas necessárias para a realização do transbordo da carga ou, quando for o caso, restrições de manuseio do produto; números de telefones de emergência do corpo de bombeiros, polícia, defesa civil, órgão de meio ambiente e, quando for o caso, órgãos competentes para as Classes 1 e 7, ao longo do itinerário; e os produtos considerados incompatíveis para fins de transporte. 23

SAIBA O Envelope para Transporte abriga as Fichas de Emergência e, no seu exterior, há informações breves sobre como o condutor deve agir em caso de emergências e os contatos das autoridades ao longo da rota de transporte. 7 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS EM UNIDADES DE CARGA E DE TRANSPORTE A identificação das unidades de carga (volumes) e de transporte (veículos) é realizada por meio de Painel de Segurança e Rótulo de Risco. O Painel de Segurança é composto pelo número ONU e Número de Risco (código numérico constituído de dois ou três algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o produto perigoso apresenta). O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e apresenta, em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o produto perigoso pertence. 24

SAIBA Consulte, por meio do sítio eletrônico abaixo, a Resolução ANTT no 420/04 e leia o Capítulo 5.3, para saber mais sobre o uso dos Rótulos de Risco e Painéis de Segurança: http://www.antt.gov.br/index.php/content/ view/1420/resolucao_420.html. 8 CERTIFICADOS DE INSPEÇÃO PARA VEÍCULOS De acordo com a Resolução ANTT n o 3.665/2011, os veículos e equipamentos de transporte de produtos perigosos a granel devem ser inspecionados por organismos de inspeção acreditados pelo Inmetro, os quais realizarão inspeções periódicas e de construção para emissão do Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) e do Certificado de Inspeção Veicular (CIV), de acordo com regulamentos técnicos vigentes, complementados com normas técnicas brasileiras ou internacionais aceitas. SAIBA Assista a um vídeo sobre a fiscalização do transporte rodoviário de produtos perigosos, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas: https:// www.youtube.com/watch?v=dlorlxgt3s8. RESUMINDO Mostramos as premissas para o transporte rodoviário de produtos perigosos, a responsabilidade pela classificação de um produto perigoso e pela emissão da Declaração do Expedidor. Também, falamos sobre a documentação necessária para o transporte rodoviário de produtos perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga, e os necessários certificados de inspeção para os veículos transportadores. É importante que o condutor do veículo esteja atento a respeito do porte de toda a documentação obrigatória relacionada ao transporte rodoviário de produtos perigosos, tendo em vista que essa atitude evita, além da aplicação de multas, a perda de tempo do transportador em suas operações. Se é utilizado caminhão-tanque no transporte rodoviário de produtos perigosos, é preciso estar antenado com a validade do Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) e do Certificado de Inspeção Veicular (CIV). 25

Envelope para Transporte abriga as Fichas de Emergência. No seu exterior, há informações breves sobre como o condutor deve agir em caso de emergência, e os contatos das autoridades ao longo da rota de transporte. 1. No transporte rodoviário de produtos perigosos, a denominada Declaração do Expedidor é facultativa. ( ) Certo ( ) Errado 2. O documento fiscal para o transporte rodoviário de produtos perigosos deve conter, em regra, as seguintes informações: ( ) O nome apropriado do produto perigoso para embarque ( ) A classe ou a subclasse do produto ( ) O número ONU ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. 3. A classificação de um produto ou resíduo considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo transportador. ( ) Certo ( ) Errado 4. A Ficha de Emergência é um documento de porte obrigatório pelo condutor do veículo que transporta produtos perigosos e deve conter, exceto: ( ) A natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos transportados, bem como as medidas de emergências. ( ) As disposições aplicáveis, caso uma pessoa entre em contato com os produtos transportados. ( ) As medidas que se devem tomar no caso de ruptura ou deterioração de embalagens ou tanques. ( ) O preço de cada mercadoria. 5. O Rótulo de Risco não obedece, necessariamente, a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e apresentam, em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o produto perigoso pertence. 26 ( ) Certo ( ) Errado

UNIDADE 03 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARTE 2 1 Responsabilidades do Pessoal Envolvido na Operação do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos 2 Responsabilidades do Expedidor e do Destinatário 3 Responsabilidades do Transportador 4 Itinerário e Horários para o Transporte de Produtos Perigosos 5 A Incompatibilidade Química

UNIDADE 03 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARTE 2 O QUE VOCÊ SABE SOBRE O TEMA Como identificar as responsabilidades do pessoal envolvido na operação de transporte rodoviário de produtos perigosos? Qual a importância do itinerário e da atenção à incompatibilidade química para o tráfego desses produtos? Nesta terceira unidade, continuaremos a falar da legislação específica, agora abarcando a identificação das principais responsabilidades do pessoal envolvido na operação de transporte rodoviário de produtos perigosos (condutor, expedidor, destinatário e transportador). Também, o aluno terá a oportunidade de compreender a importância da obediência ao itinerário e horário, bem como da atenção à incompatibilidade química para o tráfego dos produtos perigosos, uma vez que qualquer descuido dos procedimentos estabelecidos nas normas legais coloca em risco o condutor, o veículo, a carga, as pessoas que circulam ao redor e o meio ambiente.

1 RESPONSABILIDADES DO PESSOAL ENVOLVIDO NA OPERAÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS De acordo com a Resolução ANTT n o 3.665/11, na operação do transporte rodoviário de produtos perigosos, devem ser observados: O transportador deve assegurar-se de que o veículo esteja em condições adequadas ao transporte antes de mobilizá-lo. O expedidor, além de exigir ao condutor o porte de documento comprobatório referente ao curso MOPP, deve orientá-lo quanto aos riscos inerentes aos produtos embarcados e aos cuidados a serem observados durante o transporte. O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, conservação e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo, inclusive os exigidos em função da natureza específica dos produtos transportados. DICAS O condutor deve examinar as condições gerais do veículo, verificando, inclusive, a existência de vazamento, o grau de aquecimento, o estado de uso dos pneus e as demais condições do conjunto transportador. O condutor deve interromper a viagem e entrar em contato com a transportadora, autoridades ou entidades cujos telefones estejam listados no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alterações nas condições de partida, capazes de colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente. As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos perigosos devem ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança e saúde do trabalho, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 29

Durante o transporte, o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o traje mínimo obrigatório, ficando desobrigados do uso dos EPIs. O pessoal que participar das operações de carregamento, descarregamento ou transbordo de produtos perigosos a granel deve receber treinamento específico. SAIBA Assista ao vídeo de simulação de acidente com produtos perigosos, realizada pelo SEST SENAT: https://www.youtube.com/watch?v=zslnwq0lc0s. 2 RESPONSABILIDADES DO EXPEDIDOR E DO DESTINATÁRIO O profissional da área de transportes rodoviário de cargas deve estar atento às responsabilidades do expedidor e do destinatário, quais sejam: O expedidor deve exigir do transportador o uso de veículo e equipamento de transporte em boas condições técnicas e operacionais, adequados para a carga a ser transportada, limpos ou descontaminados de resíduos de carregamentos anteriores. O expedidor deve fornecer, juntamente com as devidas instruções para sua utilização, os conjuntos de equipamentos para situações de emergência e os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários. O expedidor deve fornecer ao transportador os documentos obrigatórios para o transporte de produtos perigosos. O expedidor é responsável pelo acondicionamento e estiva dos produtos a serem transportados, de acordo com as especificações do fabricante. O expedidor, na composição de uma expedição com diversos produtos perigosos, deve adotar todas as precauções relativas à preservação da carga, especialmente quanto à compatibilidade. O expedidor deve fornecer os elementos de identificação para sinalização do veículo e equipamento de transporte quando o transportador não os possuir, e exigir o seu emprego, bem como prestar informações sobre as características dos produtos a serem transportados. 30 O expedidor deve entregar ao transportador os produtos perigosos expedidos de forma fracionada devidamente acondicionados, embalados, rotulados, etiquetados e marcados.

São de responsabilidade do expedidor as operações de carga; e do destinatário, as operações de descarga. Ao expedidor e ao destinatário, cumpre orientar e treinar o pessoal empregado nessas atividades, conforme suas responsabilidades. 3 RESPONSABILIDADES DO TRANSPORTADOR Por outro lado, elencam-se, abaixo, alguns exemplos de deveres e obrigações do transportador: Assumir as responsabilidades atribuídas ao expedidor, sempre que efetuar quaisquer alterações no carregamento de produtos perigosos, inclusive quando efetuar operações de redespacho. Dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos de transporte, bem como providenciar a limpeza ou descontaminação de resíduos de carregamentos anteriores. Vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamento de transporte, de acordo com a natureza da carga a ser transportada. Acompanhar, para ressalva das responsabilidades pelo transporte, as operações de carga, descarga e transbordo executadas pelo expedidor ou destinatário de carga. Produtos perigosos a granel de acordo com o especificado no CIPP. 31

DICAS Os produtos perigosos a granel devem ser transportados de acordo com o especificado no Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP), emitido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a exemplo dos caminhões-tanque. Portar no veículo o conjunto de equipamentos para situações de emergência e os EPIs em bom estado de conservação e funcionamento. O transportador é solidariamente responsável com o expedidor na hipótese de aceitar para transporte produtos cuja embalagem apresente sinais de violação, deterioração, ou mau estado de conservação 4 ITINERÁRIO E HORÁRIOS PARA O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS Por ser uma atividade que apresenta riscos em sua operação, o transporte de produtos perigosos necessita de especial atenção quanto ao itinerário e ao horário de sua movimentação. A Resolução ANTT n o 3.665/2011 estabelece que o condutor de veículo transportando produtos perigosos deve evitar o uso de vias em áreas densamente povoadas ou de proteção de mananciais, de reservatórios de água ou de reservas florestais e ecológicas, ou que deles sejam próximas. DICAS As autoridades com circunscrição sobre as vias podem determinar restrições ao seu uso, ao longo de toda a sua extensão ou parte dela, sinalizando os trechos restritos e assegurando percurso alternativo, assim como estabelecer locais e períodos com restrição para estacionamento, parada, carga e descarga. 5 A INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA A Resolução ANTT nº 420/2004 define que produtos incompatíveis para fins de transporte são substâncias ou artigos que, quando embarcados em conjunto, resultam riscos indevidos no caso de vazamento, derramamento ou qualquer outro acidente. 32

Tais produtos incompatíveis devem ser segregados uns dos outros durante a sua movimentação. A norma ABNT NBR 14619:2005 apresenta tabela de incompatibilidade química entre diversas Classes de Risco de produtos perigosos. A simples consulta a essa norma impede que o embarcador e o transportador corram ou provoquem situações de risco desnecessárias, no transporte de produtos perigosos pela rede urbana e metropolitana. RESUMINDO Nesta unidade, mostramos as principais responsabilidades do pessoal envolvido na operação de transporte rodoviário de produtos perigosos. E falamos da importância do itinerário e do horário, bem como da atenção à incompatibilidade química para o tráfego desses produtos. Já se sabe, por exemplo, que as autoridades com circunscrição sobre as vias podem determinar restrições a seu uso, no que diz respeito ao tráfego de produtos perigosos. O transportador sempre deve vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamentos de transporte, de acordo com a natureza da carga a ser transportada. 1. O condutor, durante o transporte rodoviário de produtos perigosos, é o responsável pela guarda, conservação e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo. ( ) Certo ( ) Errado 2. Antes de iniciar o transporte rodoviário de produtos perigosos, o condutor deve realizar as seguintes atividades, exceto: ( ) Examinar as condições gerais do veículo. ( ) Verificar a existência de vazamento. ( ) Inspecionar o estado de uso dos pneus. ( ) Abrir pelo menos uma das embalagens para certificar-se do seu conteúdo. 3. O transporte rodoviário de produtos perigosos necessita de especial atenção quanto ao itinerário e ao horário de sua realização. ( ) Certo ( ) Errado 33

4. Os produtos perigosos a granel devem ser transportados de acordo com o especificado no: ( ) Certificado de Inspeção Veicular (CIV) ( ) Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) ( ) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 5. No embarque de produtos perigosos, produtos de Classes de Risco distintas não apresentam incompatibilidade química entre si para o transporte. ( ) Certo ( ) Errado 34

REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14064:2015. Transporte rodoviário de produtos perigosos - Diretrizes do atendimento à emergência. Disponível em: <http://www. abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 14619:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química. Disponível em: <http://www. abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 7503:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope - Características, dimensões e preenchimento. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 15481:2013. Transporte rodoviário de produtos perigosos - Requisitos mínimos de segurança. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 16173:2013. Transporte terrestre de produtos perigosos Carregamento, descarregamento e transbordo a granel e embalados - Capacitação de colaboradores. Disponível em: <http://www.abnt.org. br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 7500:2013. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 9735:2012. Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 14095:2008. Transporte rodoviário de produtos perigosos - Área de estacionamento para veículos - Requisitos de segurança. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015.. ABNT NBR 15480:2007. Transporte rodoviário de produtos perigosos - Plano de ação de emergência (PAE) no atendimento a acidentes. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em outubro de 2015. ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Disponível em: <http://www.antt.gov. br>. Acesso em outubro de 2015.. Resolução n 3.665, de 4 de maio de 2011, e suas alterações. Disponível em: http://www. antt.gov.br/. Acesso em outubro de 2015. 35

. Resolução n 3.056, de 12 de março de 2009, e suas alterações. Disponível em: http:// www.antt.gov.br/. Acesso em outubro de 2015.. Resolução n 420, de 13 de maio de 2004, e suas alterações. Disponível em: <http://www. antt.gov.br>. Acesso em outubro de 2015. BRASIL. Lei n 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em outubro de 2015.. Lei n 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em outubro de 2015.. Lei n 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br>. Acesso outubro de 2015.. Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em outubro de 2015. DENATRAN. Departamento Nacional de Trânsito. Disponível em: <http://www.denatran. gov.br>. Acesso em outubro de 2015. INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em outubro de 2015. LIEGGIO JÚNIOR, M. Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos: Proposta Metodológica para Avaliação e Classificação dos Serviços prestados pelas Empresas de Transporte quanto a Riscos de Acidentes. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília (UnB): 2012. 36

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