BOLETIM DE CONJUNTURA

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preços de venda carteira de encomendas estudo dos negócios 2º TRIMESTRE tendências produção e utilização da capacidade pessoas ao serviço

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Síntese Económica de Conjuntura - Abril de 2015

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Transcrição:

87 BOLETIM DE CONJUNTURA preços de venda carteira de encomendas 2016 estado dos negócios 4º TRIMESTRE tendências produção e utilização da capacidade pessoas ao serviço

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 4º Trimestre 2016 No último trimestre de 2016, a produção da indústria portuguesa de calçado estabilizou: a tendência positiva registada entre as empresas orientadas para o mercado interno, beneficiando dos sinais de reanimação da economia nacional, contrabalançou algum decréscimo de atividade entre as mais fortemente exportadoras. A estabilidade da produção refletiu-se no emprego que teve idêntico comportamento. No entanto, a carteira de encomendas, particularmente a proveniente do exterior, teve uma evolução desfavorável e a insuficiência de encomendas de clientes estrangeiros foi, como habitualmente, a dificuldade sentida por mais empresas. Ainda assim, quatro em cada cinco empresas consideram que o estado atual dos negócios é suficiente e são mais as que entendem que é bom do que as que pensam o inverso. Para o segundo trimestre do ano, a larga maioria das empresas não espera alteração substancial nos níveis de produção, encomendas, preços e emprego. Contudo, no que respeita aos preços no mercado português, as previsões de aumento são as mais fortes dos últimos três anos. Mais de 80% das empresas acreditam que o estado dos negócios no setor permanecerá suficiente. Publicação Trimestral editada pela Com o apoio do programa COMPETE Coordenação Técnica CEGEA - Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa, Porto 2

1 - APRECIAÇÃO DA SITUAÇÃO DO SETOR NO 4º TRIMESTRE DE 2016 Produção No último trimestre do ano, entre as que responderam ao inquérito, o número de empresas que registou um aumento da produção (20%) foi exatamente o mesmo que registou uma diminuição: o saldo de respostas extremas (s.r.e.) foi, por isso, nulo. O aumento da procura interna, característico da época do ano a que esta análise se refere, assim como os sinais positivos da conjuntura da economia portuguesa, justificam o facto de mais de metade (60%) das empresas inquiridas com orientação nacional terem dado conta de que a sua produção aumentou, não tendo havido registo de nenhuma indicação de diminuição. 20 60 20 Utilização da Capacidade DIMINUIU ESTABILIZOU AUMENTOU 11 78 11 INFERIOR NORMAL SUPERIOR Para mais de três quartos das empresas inquiridas (78%) a capacidade produtiva é normal para a época do ano. Apesar de nulo, o s.r.e. é o mais elevado desde o terceiro trimestre de 2014, período desde o qual vinha a registar valores negativos. As empresas com orientação nacional (+20%) e as moderadamente exportadoras (+13%) apresentaram os saldos mais positivos, em linha com as respostas dadas na pergunta sobre a produção. Carteira de Encomendas Mesmo com a maioria das empresas a considerarem que a carteira global de encomendas se manteve estável (62%), o s.r.e. agravou-se em 2 pontos percentuais face ao período anterior, sendo agora de -12%. As previsões do trimestre passado apontavam no sentido de alguma melhoria neste indicador, o que não se veio a verificar. No que toca à dimensão, foram as pequenas e médias empresas que responderam em maior percentagem que as encomendas diminuíram no quarto trimestre. A instabilidade política com que a União Europeia se tem confrontado, assim como alguma incerteza da comunidade internacional face aos resultados das eleições norte americanas, terão contribuído para o abrandamento das encomendas do estrangeiro que foi ainda mais significativo do que os inquiridos previam no trimestre anterior. As empresas que indicaram que as encomendas do estrangeiro aumentaram (11%) foram significativamente menos do que as que responderam terem diminuído (28%), o que originou um agravamento do s.r.e. de 7 p.p. face ao trimestre anterior. CARTEIRA GLOBAL DE ENCOMENDAS ESTABILIZOU 62 CARTEIRA DE ENCOMENDAS DO ESTRANGEIRO ESTABILIZOU 61 DIMINUIU 25 AUMENTOU 13 AUMENTOU 11 DIMINUIU 28 3

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 4º Trimestre 2016 Horizonte 44% 40% PRODUÇÃO ASSEGURADA POR ENCOMENDAS Refletindo a queda da carteira global de encomendas, apenas das empresas inquiridas afirmaram ter encomendas para mais de três meses de produção. Mais de dois terços afirmaram ter produção assegurada para 1 a 3 meses e apenas 9% indicaram ter encomendas para menos de um mês. Foram as pequenas empresas que mais responderam (1) estar nessa situação que não se verifica para nenhuma das empresas muito grandes. 9% < 1 MÊS 1 A 2 MESES 2 A 3 MESES > 3 MESES Preços No que concerne aos preços, as empresas que responderam ao inquérito são quase unanimes em afirmar que estes se mantiveram estáveis, tanto em Portugal (93%), como no estrangeiro (96%). No entanto, o cenário em Portugal é ligeiramente mais positivo que o internacional: 5% das empresas responderam que os preços em Portugal aumentaram no período em análise, enquanto não houve nenhuma a indicar que tal tenha acontecido no estrangeiro. Depois de alguns trimestres em valores negativos, o s.r.e. dos preços em Portugal voltou assim a ser positivo (3%), resultado, mais uma vez, de alguns sinais de melhoria da economia. EM PORTUGAL NO ESTRANGEIRO ESTABILIZAM 2% 93% 5% ESTABILIZAM 4% 96% 0% DIMINUEM AUMENTAM DIMINUEM AUMENTAM Pessoas ao serviço AUMENTAM EVOLUÇÃO DO EMPREGO De acordo com o inquérito, o emprego do setor não sofreu grandes alterações: a grande maioria das empresas (86%) indicou não ter contratado nem dispensado nenhum trabalhador. Também no que toca às pessoas ao serviço, o s.r.e. foi nulo e diminuiu face ao 3º trimestre: o número de empresas que afirmaram ter contratado () foi idêntico ao das que afirmaram ter dispensado pessoas. De salientar ainda o facto de terem sido as pequenas empresas que mais responderam ter aumentado o número de pessoas ao serviço (1) neste trimestre. 4 ESTABILIZAM DIMINUEM 86%

Estado dos negócios Depois de ter atingido, no 3º trimestre de 2016, um dos valores mais elevados dos últimos anos, o s.r.e. diminuiu, mas manteve-se num valor positivo (6%). Isto significa que continua a haver mais empresas a considerarem que o estado dos negócios foi bom para a época do ano (13%), do que a entenderem que foi mau (). A esmagadora maioria afirmou, no entanto, que o estado dos negócios foi suficiente (80%). 80% MAU 13% Quando questionadas sobre o estado dos negócios por comparação com o mesmo período de 2015, mais de dois terços das empresas (69%) indicaram estar igual, 16% ter piorado e 15% melhorado. Ainda que negativo (-1%), o s.r.e. seguiu a tendência dos últimos dois trimestres e voltou a dar sinais de melhorias, subindo 4 pontos percentuais face ao registado no período passado. SUFICIENTE BOM PERÍODO HOMOLOGO 16% 69% 15% PIOROU ESTÁ IGUAL MELHOROU I.I. - Estado dos negócios por dimensão da empresa, orientação de mercado e peso da coleção própria nas vendas. A apreciação sobre o estado dos negócios é tanto mais positiva quanto maior a dimensão dos inquiridos: o saldo de respostas extremas é de -8% entre as pequenas empresas, mas atinge os +40% entre as muito grandes. Numa análise em função da orientação de mercado, apesar de terem dado sinais positivos no que toca à produção, as empresas orientadas para o mercado nacional são as únicas que apresentam s.r.e. negativo, enquanto as fortemente exportadoras registaram um saldo de +21%. Quanto ao peso da coleção própria nas vendas, as empresas em que este é minoritário registam s.r.e. positivo, ao contrário do que acontece com as restantes. BOM SUFICIENTE MAU 8 8 13 8 15 60 40 92 79 77 PEQUENAS EMPRESAS MÉDIAS EMPRESAS GRANDES EMPRESAS MUITO GRANDES EMPRESAS 5

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 4º Trimestre 2016 Limitações à produção A questão relacionada com as limitações, que consta do inquérito cujas respostas dão origem a este boletim, é quase sempre um indicador em linha com a avaliação global do setor. Apesar da evolução pouco favorável de alguns indicadores do setor, no último trimestre do ano, quase um quarto (24%) das empresas que deram resposta ao inquérito não sentiram nenhuma dificuldade, percentagem que cresceu comparativamente aos resultados do período anterior (20%). Ao nível das dificuldades relacionadas com fatores de produção, as diferenças em relação às sentidas no 3º trimestre são mínimas, consequência da estabilização da produção no trimestre em análise. A percentagem de empresas que mencionou ter sentido dificuldade no abastecimento de matérias-primas manteve-se nos mesmos 22% registados no período passado. Já o preço das matérias-primas constituiu uma limitação para 29% das empresas, menos um ponto percentual do que no terceiro trimestre. Mesmo com a estagnação no emprego, das empresas admitiram ter sentido escassez de mão-de-obra e um quarto referiram escassez de mão-de-obra qualificada. Tendo ficado abaixo das previsões apontadas no penúltimo trimestre do ano e diminuído 3 p.p. face aos valores registados anteriormente, a insuficiência de encomendas de clientes estrangeiros continua a ser a principal dificuldade das empresas do setor, tendo sido mencionada por 45% dos inquiridos. Já a percentagem que mencionou insuficiência de encomendas dos clientes nacionais foi 20%, ou seja, mais 1 p.p. do que no 3º trimestre. Houve também menos empresas a mencionarem a concorrência das importações, mas mesmo assim foi uma dificuldade mencionada por um em cada cinco inquiridos. As condições climatéricas, que no trimestre passado representaram uma preocupação para 15% das empresas, este trimestre foram mencionadas apenas por. Em contrapartida, aumentou a percentagem de empresas que se referiram à legislação laboral () e à situação cambial (5%) como uma das dificuldades sentidas no período. A percentagem de empresas que indicaram ter dificuldades financeiras permaneceu estável (2%) e houve menos empresas a mencionarem que se depararam com dificuldades no que concerne à legislação fiscal () e a outras dificuldades não especificadas (4%). Nenhuma Insuficiência das encomendas de clientes nacionais Insuficiência das encomendas de clientes estrangeiros Concorrência das importações Condicionamento legal/admin. acesso mercado externo Escassez de mão-de-obra Escassez de mão-de-obra qualificada Legislação laboral Falta de equipamento adequado Dificuldade de abastecimento de matérias-primas Preço das matérias primas Dificuldades financeiras Legislação fiscal Situação cambial Condições climatéricas Outras 24% 20% 45% 20% 2% 25% 0% 22% 29% 2% 5% 4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 6

2 - PERSPETIVAS PARA O 4º TRIMESTRE DE 2016 Tendências da produção As previsões para o primeiro trimestre de 2017, no que toca à produção, são mais favoráveis do que as aventadas no trimestre passado. Apesar da grande maioria dos inquiridos (84%) esperar que a produção venha a estabilizar, as empresas que acreditam que virá a aumentar (9%) são mais do que as que acreditam que venha a diminuir (). O s.r.e. sofreu assim um aumento considerável, de -14% no trimestre passado, para +2% este trimestre. As empresas moderadamente exportadoras são as mais otimistas: 25% espera que a produção aumente. 84% 9% DIMINUIÇÃO ESTABILIZAÇÃO AUMENTO Perspectivas de encomendas Mesmo com expectativas de aumento da produção, as empresas que responderam ao inquérito não estão tão otimistas com as previsões das encomendas. Tanto no caso da carteira global de encomendas como no das encomendas do estrangeiro, 11% das empresas preveem que estas venham a aumentar. Ainda assim, esta percentagem não foi suficiente para compensar a das que consideram que as encomendas irão diminuir no próximo trimestre, tendo-se registado um s.r.e. negativos nos dois casos: -5% nas previsões da carteira global de encomendas e -4% nas encomendas do estrangeiro. PREVISÃO CARTEIRA GLOBAL DE ENCOMENDAS PREVISÃO CARTEIRA DE ENCOMENDAS DO ESTRANGEIRO 11% AUMENTO 11% AUMENTO 73% ESTABILIZAÇÃO 74% ESTABILIZAÇÃO 16% DIMINUIÇÃO 15% DIMINUIÇÃO 7

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 4º Trimestre 2016 Perspetivas de preços de venda Ao contrário do anterior, em que nenhuma empresa previa que houvesse aumento nos preços em Portugal, agora 10% das empresas acreditam que os preços aumentem no próximo trimestre e não há nenhuma a esperar que venham a diminuir. Depois de vários períodos com valores negativos, este s.r.e. registou uma subida de 15 p.p. Também no que toca às perspetivas dos preços de venda no estrangeiro, as empresas estão otimistas sendo mais a apontarem para uma possibilidade de aumento (9%) do que de diminuição (2%), o que originou igualmente um s.r.e. () positivo. PREVISÃO DE PREÇOS EM PORTUGAL PREVISÃO DE PREÇOS NO ESTRANGEIRO 90% ESTABILIZAM 89% ESTABILIZAM 10% 9% AUMENTAM AUMENTAM 2% DIMINUEM Perspetivas sobre o emprego Com a esmagadora maioria (89%) das empresas a esperarem não vir a ter necessidade de contratar nem de dispensar trabalhadores, no primeiro trimestre de 2017, 6% responderam que iriam contratar e uma percentagem menor (5%) disse acreditar vir a dispensar. Em termos de dimensão, apenas as empresas de média dimensão consideram vir a dispensar pessoas (12%); as restantes são mais otimistas e, por isso, registaram s.r.e. positivos. AUMENTAM ESTABILIZAM 6% 89% DIMINUEM 5% 8

Perspetiva sobre o estado dos negócios Com um trimestre menos dinâmico, do ponto de vista das empresas que responderam ao questionário, as empresas estão cautelosas quanto às previsões para o próximo trimestre. Embora a larga maioria (84%) das empresas acredite que o estado de negócios irá ser suficiente, há ainda 9% que estão pessimistas e que acreditam que, no próximo trimestre, o estado de negócios será bom. Quando questionadas sobre como será o próximo trimestre em comparação com o mesmo período de 2016, três quartos das empresas (76%) esperam que venha a ser igual, 11% acreditam que venha a melhorar, mas 13% receiam que o 1º trimestre de 2017 seja pior que o homólogo do ano anterior. Apesar de negativo (-2%), este s.r.e. desagravou face ao registado no período anterior (-4%). PREVISÃO PERÍODO HOMÓLOGO BOM 11% MELHOR 84% SUFICIENTE 76% IGUAL 9% MAU 13% PIOR Apuramento dos resultados As expectativas de evolução do estado dos negócios para o próximo trimestre, por comparação com o início de 2016, são mais favoráveis entre as empresas mais orientadas para o mercado nacional, refletindo alguns sinais positivos da economia portuguesa: 40% das empresas orientadas para o mercado nacional acreditam que o primeiro trimestre de 2017 será melhor do que o foi o de 2016. As empresas que não produzem artigos de coleção própria foram as únicas, no que toca a este critério, a apresentarem uma perspetiva mais otimista. Quanto à dimensão, são as muito grandes empresas que mais anteveem a possibilidade de melhoria da conjuntura. BOM SUFICIENTE MAU 8 8 12 4 8 8 20 84 84 84 80 PEQUENAS EMPRESAS MÉDIAS EMPRESAS GRANDES EMPRESAS MUITO GRANDES EMPRESAS 9

Análise Trimestral de Conjuntura à Indústria de Calçado - 4º Trimestre 2016 Indicador de Síntese Expectativas Empresariais Apesar de alguma estagnação da conjuntura, de que se foi dando conta ao longo deste boletim, o índice de expectativas empresarias apresentou ligeiras melhorias face ao 3º trimestre de 2016, mas manteve-se em valores negativos. Este desagravamento deve-se, essencialmente, às expectativas do aumento da produção e do aumento dos preços de venda, em Portugal e no estrangeiro. 25% 0% -25% -50% 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 As dificuldades que se perspetivam para o próximo trimestre não fogem muito àquelas que as empresas enfrentaram no período em análise. A dificuldade em que se perspetiva um maior agravamento é o preço das matérias-primas, mencionado por 36% das empresas, mas prevê-se que a principal preocupação continue a ser a insuficiência de encomendas de clientes estrangeiros (4). A escassez de mão-de-obra qualificada (24%), a escassez de mão-de-obra (6%) e a legislação laboral (6%) registam algum desagravamento, associado à estabilidade prevista para o nível de emprego da indústria. Também as condições climatéricas e a situação cambial devem perder relevo entre as preocupações do setor. Em contrapartida, a concorrência das importações foi mencionada por 24% das empresas que responderam ao inquérito, enquanto a insuficiência de encomendas de clientes nacionais e as dificuldades de abastecimento de matérias-primas o foram por 20% dos inquiridos. As empresas que esperam não vir a sentir qualquer dificuldade (22%) são ligeiramente menos do que aquelas que afirmaram não as ter sentido neste trimestre, o que indicia alguma expectativa de melhoria do setor. 10

Notas de Conjuntura Na mais recente Síntese Económica de Conjuntura, o Instituto Nacional Estatística dá conta de sinais positivos quanto ao andamento da economia portuguesa no final de 2016: Em Portugal, de acordo com a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais, o PIB registou um aumento, em termos homólogos, de 1,9% em volume no 4º trimestre de 2016 (1,6% no trimestre anterior). A aceleração observada resultou do aumento do contributo da procura interna, com uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do Consumo Privado. O contributo da procura externa líquida foi negativo, em resultado da aceleração mais intensa das Importações de Bens e Serviços relativamente às Exportações de Bens e Serviços. ( ) No conjunto do ano, o PIB, em volume, cresceu 1,4% em 2016 (1,6% em 2015) com uma diminuição do contributo da procura interna e um contributo menos negativo da procura externa líquida. Em termos homólogos, a informação proveniente dos Indicadores de Curto Prazo (ICP), disponível até dezembro, aponta para uma aceleração da atividade económica. ( ) O indicador de confiança da indústria transformadora aumentou em janeiro pelo quarto mês consecutivo ( ) renovando o valor máximo desde março de 2008. O saldo das opiniões dos empresários da indústria transformadora sobre a procura global, disponível até janeiro, aumentou nos últimos três meses ( ) De acordo com os resultados preliminares do comércio internacional de bens, em termos nominais, as exportações aceleraram nos últimos quatro meses, passando de uma variação homóloga de 3,6% em novembro para 4,9% em dezembro. ( ) De acordo com o Inquérito ao Emprego, a taxa de desemprego média anual fixou-se em 11,1% em 2016, uma taxa inferior em 1,3 p.p. face a 2015. Instituto Nacional de Estatística, Síntese Económica de Conjuntura, Janeiro de 2017 Em janeiro, Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa reviu em alta as suas previsões para o desempenho da economia portuguesa em 2017: Este efeito deverá favorecer o crescimento anual em 2017, com um novo ponto central de 1., uma revisão em alta de 0.6 p.p. face ao indicado na anterior folha de conjuntura do NECEP, se bem que envolvendo um intervalo de previsão alargado. Passados estes efeitos pontuais, é de esperar o retorno a uma trajetória de crescimento moderado, projetando-se um crescimento do PIB em torno de 1.4% em 2018 e 2019. ( ) A fragilidade do investimento continua a ser, aliás, o principal motivo de preocupação. As perspetivas de crescimento moderado do produto no horizonte de previsão decorrem, também, do comportamento dececionante da formação bruta de capital fixo que deverá ter recuado no ano passado face a 2015. Também em janeiro, o Fundo Monetário Internacional atualizou as suas perspetivas para a economia mundial. Para o conjunto da economia mundial, o FMI continua a prever um crescimento de 3,4% em 2017 e de 3,6% em 2018. Para a área euro, as previsões mantêm-se muito modestas, apontando para um crescimento anual de 1,6%, com taxas ainda mais reduzidas na Alemanha e na França. A Espanha deverá continuar a destacar-se com um crescimento de 2,3% em 2017 e 2,1% em 2018. Embora continue a alertar para a possibilidade de surpresas negativas, como tem vindo a fazer desde 2009, o Fundo adota agora um tom um pouco mais otimista, admitindo a possibilidade desenvolvimentos positivos: Embora se considere que o sentido predominante dos riscos é negativo, há também riscos positivos para o crescimento a curto prazo. Especificamente, a atividade global pode acelerar mais fortemente se os estímulos políticos se revelarem maiores do que atualmente previstos nos Estados Unidos ou na China. Os riscos negativos para a atividade em destaque incluem uma possível viragem para plataformas políticas introvertidas e para o protecionismo, um aperto superior ao esperado nas condições financeiras globais que poderia interagir com as debilidades dos balanços na área euro e nalgumas economias de mercado emergentes, mais fortes tensões geopolíticas e um abrandamento mais severo na China. Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook (WEO) Update, janeiro 2017 NECEP/CEA Católica Lisbon, Síntese da Folha Trimestral de Conjuntura nº47, 4º Trimestre de 2016 11