FLORA DO SEMI- ÁRIDO E AS MUDANÇAS GLOBAIS Ana Maria Giulietti Universidade Estadual de Feira de Santana PAINEL POLÍTICAS GLOBAIS 51ª Reunião Extraordinária do CONAMA
PAÍSES MEGADIVERSOS
Brasil 8.514.877 km² Quantas espécies de plantas? ca. 600 algas marinhas ca. 3100 briófitas ca. 1300 pteridófitas 9 spp. gimnospermas 35.000-55.000 angiospermas (plantas com flores) Nordeste: 8.026 spp angiospermas Semi-árido : 5.344 spp angiospermas
DELIMITAÇÃO DO SEMI-ÁRIDO BIOMA DAS CAATINGAS Ca. 800.000 Km2 CLIMA: SEMI-ÁRIDO A TROPICAL CHUVA: 500-1800 mm PI,CE,RN,PB,PE,ALSE,B A,MG
PRINCIPAIS MITOS RELACIONADOS COM O BIOMA DAS CAATINGAS É HOMOGÊNEA BAIXO NÚMERO DE ESPÉCIES POUCAS ESPÉCIES ENDÊMICAS ESTÁ MUITO ALTERADA
BIOMA DAS CAATINGAS 80% ANTROPIZADA
CAATINGA NA ÉPOCA SECA
CAATINGA NA ÉPOCA CHUVOSA Abaíra - BA
Ecorregiões do Bioma Caatinga Depressão Sertaneja Setentrional Depressão Sertaneja Meridional Planalto da Borborema Complexo da Chapada Diamantina Complexo de Campo Maior Complexo Ibiapaba Araripe Dunas do São Francisco Raso da Catarina
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO 27 EXTREMAS 12 MUITO ALTA 18 ALTA
TIPOS DE VEGETAÇÃO E NÚMERO DE ESPÉCIES DE ANGIOSPERMAS DO BIOMA CAATINGA CAMPO RUPESTRE : 1834 CAATINGA: 1511 FLORESTAS:1363 CERRADO:1193 BREJOS E ALAGADOS:483 Total: 5.344 spp Giulietti & Queiroz 2006
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAATINGA FAMÍLIA CACTACEAE Melocactus paucispinus Heimen & Paul Cereus jamacaru DC.
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE FAMÍLIA LEGUMINOSAE CAATINGA Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Senna martiana (Benth.) Irwim & Barneby Senna bracteosa D.S. Cardoso & L.P. Queiroz Pithecellobium dulce (Roxbourg) Bentham
Tillandsia sp. PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAATINGA
Jatropha mutabilis Pohl Croton blanchetianus Baill. Cnidoscolus quercifolius Pohl PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAATINGA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE
Spondias tuberosa Arruda PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAATINGA FAMÍLIA ANACARDIACEAE
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAATINGA FAMÍLIA ASTERACEAE Trichogonia campestris Gardner Agrianthus luetzelburgii L.
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE FAMÍLIA MALVACEAE CAATINGA Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Herissantia tiubae (K.Schum.) Briz.
DEMAIS FORMAÇÕES ASSOCIADAS AO BIOMA CAATINGA
CAMPOS RUPESTRES
CAMPOS RUPESTRES MORRO DO CHAPÉU BA
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAMPOS RUPESTRES FAMÍLIA MELASTOMATACEAE Marcetia latifolia Naudin Cambessedesia cambessedesioides
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAMPOS RUPESTRES FAMÍLIA ERIOCAULACEAE Paepalanthus sp.
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAMPOS RUPESTRES FAMÍLIA VELLOZIACEAE Vellozia furcata L.B.Sm. & Ayensu
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CAMPOS RUPESTRES FAMÍLIA POACEAE Panicum cumbucanum Renv. Streptostachys lancifolia R.P. Oliveira & Longhi-Wagner Sacciolepis sp.
CERRADO
CERRADO
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CERRADO FAMÍLIA VOCHYSIACEAE Vochysia thyrsoidea Pohl Qualea grandiflora Mart.
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CERRADO FAMÍLIA LEGUMINOSAE Mimosa honesta Mart. Calliandra nebulosa Barneby
PLANTAS TÍPICAS DE ÁREAS DE CERRADO FAMÍLIA ARECACEAE Syagrus sp.
FLORESTAS
PLANTAS TÍPICAS DE FLORESTAS FAMÍLIA ORCHIDACEAE Cattleya amethystoglossa Linden & Oncidium sp.
BREJOS E AMBIENTES AQUÁTICOS
BREJOS E AMBIENTES AQUÁTICOS
PLANTAS TÍPICAS DE BREJOS E AMBIENTES AQUÁTICOS FAMÍLIA CYPERACEAE Bulbostylis capillaris Nees Eleocharis dulcis Trin. ex Henschel.
PLANTAS TÍPICAS DE BREJOS E AMBIENTES AQUÁTICOS FAMÍLIA ARACEAE FAMÍLIA PONTEDERIACEAE Pistia stratioides L. Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
TÁXONS ENDÊMICOS DA CAATINGA Gêneros Espécies PRADO (1991) 12 183 HARLEY et al. (PRELO) 22 346
Influência do Oceano Atlântico Padrões de circulação atmosférica e de anomalias de TSM no Atlântico Tropical Norte e Sul, durante anos secos (a) e chuvosos (b) no Nordeste. A área em verde representa a posição da ZCIT (Fonte: C. Nobre e L.C. Molion)
Anomalias de chuva na região Nordeste do Brasil para o período de fevereiro a maio. As anomalias foram calculadas em relação ao período de referência 1961-90. Fonte de dados CRU Climate Research Unit desde 1901 até 1998.
Regionalização da previsão climática sazonal de chuva na América do Sul. As regiões são delimitadas considerando as anomalias de correlação entre a chuva observada (CMAP) e a simulada pelo modelo de CPTEC/COLA numa rodada de dez anos e nove membros (Fonte: Marengo et al. 2003).
Média sazonal de verão (DJF), inverno (JJA) e anual dos cinco AGCMs para anomalias de temperatura do ar no cenário B2, nos períodos 2010-2040, 2041-2070 e 2071-2100. As unidades estão em ºC.
Média sazonal de verão (DJF), inverno (JJA) e anual dos cinco AGCMs para anomalias de temperatura do ar no cenário A2, nos períodos 2010-2040, 2041-2070 e 2071-2100. As unidades estão em ºC.
Mudanças climáticas x Semi-Árido Até o final do Século XXI 1. Temperaturas podem aumentar de 2º a 5ºC 2. Chuvas podem diminuir até 15% 3. Redução do volume de rios e açudes 4. Substituição da Caatinga por uma vegetação mais árida de Cactáceas 5. Agravamento do problema de aridização devido ao aumento nas taxas de evaporação e altas temperaturas. Marengo, 2007
Mudanças climáticas x Semi-Árido Até o final do Século XXI 1. Desaparecimento de até 60% das florestas 2. Perda das áreas de brejo e alagados 3. Redução do número de espécies em mais de 70% do total, restringindo-se às Xerófitas, especialmente Cactáceas e Bromeliáceas 4. Redução drástica do número de espécies raras e endêmicas 5. Aumento das áreas de desertificação.
O que podemos fazer? 1. Conhecer, utilizar de forma sustentável e conservar a biodiversidade do Semi-árido 2. Proibir desmatamentos e queimadas 3. Reflorestar, principalmente as margens dos rios com espécies nativas 4. Fazer acompanhamento rigoroso das mudanças climáticas 5. Respeitar os atuais traçados dos rios perenes no Semi-árido 6. Educar, orientar e ensinar a valorizar o ambiente
Algumas ações da Pesquisa 1. Flora de Pernambuco 1972-2. Flora da Paraíba 1993-3. Projeto Chapada Diamantina 1994-97 4. Flora da Bahia 1980, 2001-5. Instituto do Milênio do Semi-Árido- 2003 6. Programa de Biodiversidade do Semi-Árido - 2005
MCT - CNPq Coordenação: UEFS BRASIL
Principais objetivos Estabelecer um Instituto Virtual do Semi-Árido; Estabelecer uma rede multidisciplinar de pesquisadores Treinar e estabelecer recursos humanos; Determinar a composição e o estado de conservação da biodiversidade do semi-árido; Traçar o perfil fitoquímico de espécies nativas do semi-árido; Buscar substâncias farmacologicamente ativas a partir de espécies nativas do semi-árido através de uma busca randômica; Conservar os recursos genéticos vegetais; Manejo da Caatinga; Banco de gens e identificação por Barcode Desenvolver e propor modelos de planejamento e recuperação dos recursos hídricos do semi-árido
Resultados do Programa Bioprospecção Preparação de 536 extratos de 90 espécies nativas do semi-árido; Isolamento de 103 substâncias puras, incluindo: - Flavonoides, terpenoides, alcaloides, nafoquinonas, fenilpropanonas, feofitinas e outras; Descoberta de 14 compostos novos; Preparação de 20 derivados semisintéticos Pironafitoquinonas flavonoides lapachol OH O R 1 MeO O OMe OMe O OH R 2 O O O OH O OH O
Resultados da Farmacologia Estudadas 34 famílias,90 espécies através de 536 extratos,58 promissoras Teste inicial de citotoxicidade, seguido por testes : Antineoplásicos Imunomuduladores, Anti T. cruzi, Anti Leischmania, Antimicrobiano 31 plantas selecionadas como promissoras 2 patentes enviadas In vitro Assessmemt SP20 Droga MTT
Recursos Genéticos Banco de DNA total de espécies de plantas do semi-árido: - 1.995 amostras, 1.029 spp., 414 gêneros, 107 familias; Dados de variação genética ao nível intra-específico de 12 das 31 espécies promissoras (esses dados são indispensáveis para a formação dos bancos de germplasma e conservação) e amostras de DNA de 4 populações para todas as 31 spp.; Protocolos de propagação para 15 das 31 espécies promissoras; Banco de sementes das 31 espécies promissoras; Banco de germoplasma ex-situ das espécies promissoras em casa de vegetação (20 spp.) e em campo (1).
Ana Maria Giulietti (Coordenadora) & Luciano Paganucci de Queiroz (Vice-coordenador) Início: 05/2005 Término previsto: 12/2009
Objetivos Estrutura Inventários Semi-árido Amostragem Andamento Inventários Coleções Projetos Temáticos
Serra das Confusões Seridó Dunas do São Francisco Buique Senhor do Bonfim Raso da Catarina
Metas futuras para os estudos da biodiversidade e conservação do Semi-árido 1. Melhorar a infra-estrutura, ampliar e qualificar os acervos biológicos 2. Concluir o levantamento da flora e da fauna 3. Detectar as espécies endêmicas e ameaçadas de extinção do Semi-árido 4. Realizar bioprospecção visando a utilização sustentável e conservação dos recursos genéticos 5. Ampliar as áreas de conservação in situ e expandir a conservação ex situ 6. Especialmente: Formar e fixar recursos humanos estudando diferentes abordagens da região