Morcegos da Caatinga: Panorama científico dos últimos 35 anos Juan Carlos Vargas Mena 1,3,4, Eugenia Cordero-Schmidt 1,3,4, Bernal Rodriguez- Herrera 2,3,4 & Eduardo Martins Venticinque 1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2 Universidad de Costa Rica; 3 Asosiación Theria para Estudio y Conservación de los Mamíferos; 4 Programa para la Conservación de murciélagos de Costa Rica
Introdução Caatinga Única região natural com limites inteiramente restritos ao território brasileiro. 800.000 km2 pelo IBGE (1985) e inclui 9 estados. Paisagem semiárida e heterogênea com uma floresta tropical seca sazonal. Proporcionalmente é a região natural menos estudada no Brasil Antropização e desertificação em aumento (Leal et al. 2003, Santos et al. 2011, Albuquerque.2012)
Introdução Quiropterofauna na Caatinga Morcegos desempenham processos ecológicos chaves na paisagem. Dispersão de sementes, polinização e controle de populações de invertebrados e vertebrados. Pouco conhecida, acreditando-se por muito tempo ser um subconjunto do Cerrado (Mares etal., 1981). Pesquisas recentes têm mostrado que a Caatinga contém comunidades complexas, únicas, e com alta biodiversidade (Oliveira et al., 2003. Panorama atual do conhecimento cientifico da Quiropterofauna?
Objetivos Fazer o levantamento científico do número de pesquisas feitas por ano e por estado 1 2 Identificar quais linhas de pesquisas foram recorrentes nos últimos 35 anos Levantar o conhecimento atual sobre a riqueza de espécies de morcegos na Caatinga 3 4 Classificar o estado de conservação das espécies registradas
Metodologia Revisão bibliográfica Artigos científicos, livros, capítulos de livros, resumos de congressos, monografias, dissertações e teses. Periódicos Capes, Google Acadêmico, Web of Science, e Science Direct. Palavras-chave: morcego, bat, Chiroptera, quirópteros, Caatinga, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Alagoas, Sergipe e Bahia Lista de espécies Ocorrência na Caatinga alta e Baixa, Ecótonos y Enclaves com a Mata Atlântica e Cerrado. Status de conservação assignados seguindo os critérios da lista vermelha da UICN. As categorias das linhas de pesquisa foram tomadas de Rodriguez-Herrera et al. (2014).
Número de pesquisas Numero de pesquisas Resultados e discussão Número pesquisas por ano e por estado 12 10 8 6 4 2 0 35 anos, n=95 30 25 20 15 10 5 0 N = 95 Anos 2000 e 2010 feitas o 75% do total das pesquisas 2010-2014 feito o 41% Ceará e Pernambuco com maior numero de pesquisas Maior atenção pelos quiropterólogos Esforço de UF e instituições estaduáis RN e Alagoas desconhecidos
Resultados e discussão Linhas de pesquisa Sistem. e Tax. 13% Cien. Saúde. 8% Ecologia 20% Parasitolog. 1% Distribuição e ocorrências das espécies (47%) Reflexo de que ainda está-se descobrindo a diversidade real Ecologia (20%) Hist.Nat (11%) Hist. Nat. 11% Importância das pesquisa por entender a ecologia no semiárido Distrib. e Occôr. 47% Sistemática e Taxonomia (13%) descrição de 3 novas spp. Ciências da saúde 8% (Raiva) Parasitologia (1%) Fisiologia e Genética = 0%
Resultados e discussão Riqueza de espécies Espécies com novo registro para Caatinga Num de especies Caatinga (alta e baixa) Cerrado Mata Atlânt. Enclave Ecótono Enclave Ecótono 74 33 44 41 28 Total 89 O número de spp tem aumentado nos últimos 35 anos Willig & Mares (1989) = 46 spp Oliveira et al. (2003) = 64 spp Paglia et al. (2012) = 77 spp Este trabalho = 89 spp Avanço na estimação da diversidade Caatingueira Dryadonycteris capixaba Brejos Lionycteris spurrelli CA e Ecot MA Lonchophylla dekeyseri CA e Ecot. Macrophyllum macrophyllum enclave CE Micronycteris hirsuta Brejo Phylloderma stenops Varios Dermanura gnoma Ecot. MA Platyrrhinus recifinus Brejos Pygoderma bilabiatum brejos, enclave MA, CA Sturnira tildae Brejos Eumops bonariensis CA e Enclave CE Molossus currentium CA Myotis albescens CA Rhogeessa io CA Espécies não achadas Diclidurus albus Tadarida brasiliensis
Resultados e discussão Estado de conservação N=89 spp 4 3 8 74 Least Concern Near Threatened Data Deficient Not Evaluated Especies em LC correspondem à distribuição total das espécies e poderia não ter a mesma realidade nas Caatingas. (X.vierai) 8 spp em DD reflexam a falta de informação básica da biologia destas espécies. L. dekeyseri, V.spectrum, N.macrourus e M.ruber em quase ameaçados (NT) vulneráveis ao desmatamento, antropização e perturbação de refúgios que sofre a Caatinga. Não evaluadas (NE) são : Dryadonycteris capixaba (Brejos de AL PE) Myotis lavali (Chaco Paraguai e MA de BR-Paraguai) Chiroderma vizottoi (Endem. Caat.)
Conclusões Maioria de trabalhos feitos por pesquisadores brasileiros Diversidade de morcegos na Caatinga aumentando conforme passam os anos Precisa de reavaliar o estado de conservação das espécies no bioma da Caatinga Ainda existem lacunas de informação, especialmente em fisiologia, genética e parasitologia Pesquisas dos últimos 35 anos têm produzido informações taxonômicas, ecológicas e biogeográficas muito importantes auxiliando no conhecimento sobre a grande diversidade do semiárido brasileiro, até pouco tempo atrás subestimada
Obrigado Juan Carlos Vargas Mena Programa de Pós-Graduação em Ecologia, UFRN juankvm19@hotmail.com