CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE CONTROLE DE ERVAS DANINHAS E DO PREPARO DO SOLO

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Transcrição:

CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE CONTROLE DE ERVAS DANINHAS E DO PREPARO DO SOLO Francineuma Ponciano de Arruda 1, Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão 2, Walter Esfrain Pereira 3, Alberício Pereira de Andrade 4, Tarcísio Marcos de Sousa Gondim 5. (1) CCA/UFPB. Campus II, Areia, PB. CEP 58397000. email: neuma_arruda@hotmail.com; (2) Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz 1143, CP 174, CEP 58107720, Campina Grande, PB. email: nbeltrao@cnpa.embrapa.br; (3) DCFS/CCA/UFPB. Campus II, Areia, PB. email: wep@cca.ufpb.br; (4) DSER/CCA/UFPB. Campus II, Areia, PB. email: andrade@cca.ufpb.br; (5) Embrapa Algodão, Campo Experimental de Barbalha, e mail: tarcisio@cnpa.embrapa.br RESUMO O experimento de campo foi conduzido, no município de Barbalha, CE, no período de julho a dezembro de 2002, para avaliar o efeito de sistemas de preparo do solo (Convencional e com aiveca a 35 cm de profundidade) e métodos de controle de ervas daninhas (mecânico, químico e testemunha) em diferentes épocas de amostragem (30, 45, 60, 75 e 90 ) sobre algumas características de crescimento do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201. Os tratamentos foram testados em delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições e esquema de análise em parcelas subdivididas 2x3x5. Do plantio à colheita foi aplicada uma lâmina de irrigação de 523,98 mm. Foi verificado que o sistema de preparo do solo com aiveca favoreceu o crescimento vegetativo do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201, enquanto que a competição causada pelas plantas daninhas o reduziu significativamente, sendo o método de controle mecânico o mais eficiente dos aqui estudados. INTRODUÇÃO O algodoeiro, por apresentar crescimento inicial lento, metabolismo típico de plantas C 3 e raízes superficiais, é considerado altamente sensível à interferência das plantas daninhas (Beltrão & Azevedo, 1994). De uma maneira geral, quanto maior o período de convivência da cultura com as infestantes, maior será o grau de interferência, dependendo, entretanto, da época do ciclo da cultura que ocorre a competição (Salgado et al., 2002). O controle destas é um dos importantes fatores no sistema de produção. Para Pitelli (1990), o método mais eficaz para controlar essas infestantes é o uso combinado de diferentes práticas, que visam melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, maior eficácia e menor custo. O bom preparo do solo, um dos métodos mais eficientes de controle de plantas daninhas (Beltrão & Azevedo, 1994), associado a outros métodos de controle pode ser uma alternativa eficaz e minimizadora de custos, pois um bom preparo favorece o estabelecimento, crescimento, desenvolvimento e rendimento do algodoeiro. Como a produtividade final é uma função direta do crescimento e da partição de assimilados, este trabalho teve por objetivo quantificar o crescimento do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201 em função de sistemas de preparo do solo e de métodos de controle de ervas daninhas em diferentes épocas de amostragem. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido, no período de julho a dezembro de 2002, no Campo Experimental de Barbalha, CE, pertencente a Embrapa Algodão. O município de Barbalha está localizado na Microrregião Cariri a 7 19 de latitude e 39 18 de longitude, com aproximadamente 415m de altitude.

Utilizouse o delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições em parcelas subdividas 2x3x5, sendo os fatores dois sistemas de preparo do solo (convencional e com aiveca a 35 cm de profundidade), três métodos de controle de ervas daninhas (mecânico com capinas manuais; químico, utilizandose glyphosate na dosagem de 5,0 litros ha 1 e a testemunha, sem controle de invasoras) e cinco épocas de amostragem (30, 45, 60, 75 e 90 dias após a emergência). Adotouse para o arranjo populacional, o sistema de fileiras duplas com o espaçamento de 1,40 m entre estas e de 0,40m entre as fileiras simples e densidade entre plantas de 0,20m, com duas plantas por cova. Do plantio à colheita foi aplicado, via sistema de irrigação por sulco, 523,89mm de água calculada em função da estimativa da evapotranspiração com tempo de irrigação calculado pela Equação de infiltração de KostiakovLewis. Todos os tratamentos receberam doses iguais de NPK, fórmula 506030, com o N parcelado. As pragas foram controladas, via Manejo Integrado de Pragas (MIP). Foram avaliadas como características de crescimento a área foliar, altura de plantas, taxa de crescimento absoluto foliar, taxa de crescimento relativo foliar, taxa de crescimento absoluto caulinar e taxa de crescimento relativo caulinar. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores médios para as características de crescimento (área foliar e altura de plantas) do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201 podem ser observados na Tabela 1, onde a interação entre os fatores sistemas de preparo do solo e épocas de amostragem foi significativa para área foliar (AF) e altura de plantas (AP) aos 75 dias após a emergência (), sendo os maiores valores (1211,82 e 41,23, respectivamente) encontrados no sistema de preparo do solo com aiveca à 35 cm de profundidade, provavelmente devido a maior inversão do solo pela aiveca em maior profundidade que o convencional. Segundo Harper (1977) a inversão da leiva, efetuada pelo arado, proporciona elevada mortalidade dos diásporos e das partes vegetativas das infestantes enterradas. Na Tabela 1 verificase, ainda interação significativa entre os fatores épocas de amostragem e métodos de controle de ervas daninhas para AF e AP a partir dos 60, sendo os maiores valores encontrados no método de controle mecânico, independente do sistema de preparo do solo (interação não significativa). Tal resultado devese ao fato do algodoeiro, neste tratamento, ter permanecido livre da concorrência com as plantas daninhas. Observase também que estas características aumentaram com o tempo, atingindo o máximo de AF e de AP aos 90. Segundo Magalhães (1985) o crescimento vegetal é decisivamente influenciado pelo tempo em que a planta mantém ativa a sua superfície foliar. Oosterhuis (1999) afirma que o aumento da AF ocorre principalmente dos 60 aos 90. Observando os valores médios para taxa de crescimento absoluto foliar (TCAF), taxa de crescimento relativo foliar (TCRF), taxa de crescimento absoluto caulinar (TCAC) e taxa de crescimento relativo caulinar (TCRC) do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201 na Tabela 2, verificase uma interação significativa dos fatores sistemas de preparo do solo e épocas de amostragem apenas para as duas primeiras variáveis (TCAF e TCRF) aos 45, com o sistema de preparo do solo com aiveca superando o convencional, assim como para as características AF e AP (Tabela 1). Com relação aos fatores épocas de amostragem e métodos de controle de ervas daninhas, a interação foi significativa para a TCAF e TCRF aos 45 e 60, TCAC aos 60 e 75 e para TCRC aos 45, 60 e 75, sendo os maiores valores encontrados nos métodos de controle mecânico e químico, os quais permaneceram livres da concorrência com plantas daninhas, não diferindo entre si para estas variáveis. Tanto para estas características (TCAF, TCRF, TCAC e TCRC), quanto para AF e AP, os menores valores foram encontrados na testemunha, onde o algodoeiro permaneceu por todo o ciclo em concorrência com as plantas daninhas, concordando com a afirmação de Salgado et al. (2002).

CONCLUSÕES O sistema de preparo do solo com aiveca à 35 cm de profundidade favoreceu o crescimento vegatativo do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201; O método mecânico de controle de ervas daninhas foi o mais eficiente, proporcionando maior área foliar e altura de plantas, no entanto não diferiu do método químico para as características de crescimento TCAF, TCRF, TCAC e TCRC; A competição causada pelas plantas daninhas reduziu significativamente as características de crescimento do algodão herbáceo, cv. BRS 201. Tabela 1. Área foliar (AF) e altura de plantas (AP) do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201, em função dos sistemas de preparo do solo (PS) e métodos de controle de ervas daninhas (MC) em diferentes épocas de amostragem. Cultura irrigada. Barbalha, CE, 2002. Fatores AF (cm 2 /planta) AP (cm/planta) 30 45 60 75 90 30 45 60 75 90 PS Convencional 77,83a 237,70a 695,70a 1211,82b 1340,34a 16,89a 21,32a Aiveca (35 cm) 136,76a 558,77a 1082,94a 1751,84a 1781,16a 19,14a 27,59a MC Mecânico 177,16a 767,88a 1523,69a 2388,98a 2475,94a 19,43a 30,14a Químico 65,81a 279,94a 969,38ab 1864,46a 2077,30a 17,27a 23,20a Testemunha 78,90a 146,89a 174,87b 192,06b 129,00b 17,35a 20,03a Médias seguidas de mesma letra nas colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. dias após a emergência. 31,70a 41,33a 45,13a 39,63ab 24,79a 41,23b 51,88a 58,91a 54,85a 25,90b 43,34a 53,03a 60,77a 58,59a 25,20b

Tabela 2. Taxa de crescimento absoluto foliar (TCAF), taxa de crescimento relativo foliar (TCRF), taxa de crescimento absoluto caulinar (TCAC) e taxa de crescimento relativo caulinar (TCRC) do algodoeiro herbáceo, cv. BRS 201, em função dos sistemas de preparo do solo (PS) e métodos de controle de ervas daninhas (MC) em diferentes épocas de amostragem. Cultura irrigada. Barbalha, CE, 2002. Fatores PS TCAF (cm 2 /dia) TCRF (cm 2 /cm 2 /dia) TCAC (cm/dia) TCRC (cm/cm/dia) 45 60 75 90 45 60 75 90 45 60 75 90 X 45 60 75 90 X 0,35 b 1,15 a 1,10 a 0,82 a 0,39a 0,24a 0,10a 0,25a 0,032a 0,018b a 0,003a 0,001 a 0,001a Convenc Aiveca 0,013 b 0,030 a MC Mecânico 1,40 a 0,97 ab 0,25 a 0,07 a 0,032 a 0,020 b 0,004 a 0,001 a Químico 0,67 ab 1,68 a 0,75 a 0,26 a 0,026 ab 0,044 a 0,014 a 0,004 a Testem. 0,19 b 0,23 b 0,05 a 0,41 a 0,007 b 0,012 b 0,003 a 0,003 a Médias seguidas de mesma letra nas colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. dias após a emergência. 0,30 0,56 0,71 a 0,40 a 0,18 a 0,69 0,92 1,00 a 1,10 a 0,32 b 0,64 0,70 0,92 a 1,02 a 0,07 b 0,14 0,08 0,12 a 0,25 a 0,05 a 0,44 a 0,57 a 0,010 0,013 a 0,008 ab 0,004 b 0,011 0,011 0,011ab 0,015a b 0,008a 0,009a 0,001b 0,001 0,000 0,001 a 0,002 a 0,001 a a 0,007 a

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N.E. de M.; AZEVEDO, D. M. P. de. Controle de plantas daninhas na cultura do algodoeiro. Campina Grande: EMBRAPACNPA, 1994.151p. HARPER, J.L. Population biology of plants. New York: Academic Press, 1977. 892p. MAGALHÃES, A.C.N. Análise quantitativa do crescimento. In: FERRI, M.G. Fisiologia vegetal. São Paulo: EPU, 1985. v. 1, p. 333350. OOSTERHUIS, D.M. Growth and development of a cotton plant. In: CIA, E.; FREIRE, E.C.; SANTOS, W.J. dos (ed). Cultura do algodoeiro. Piracicaba: POTAFOS, 1999. p. 3554. PITELLI, R. A. Ecologia de plantas invasoras em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DE PASTAGENS, I., 1989, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FUNEP, 1990. p. 6986. SALGADO, T.P.; ALVES, P.L.C.A.; MATTOS, E.D.; MARTINS, J.F.; HERNANDEZ, D.D. Períodos de interferência das plantas daninhas na cultura do algodoeiro (Gossypium hirsutum). Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 20, n. 3, p. 373379, 2002.