NYRON FERNANDO SILVA DA COSTA 1,2 FREDERICO TEJO DI PACE 2 SAMUELLSON LOPES CABRAL 2

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Transcrição:

ANALISE PRELIMINAR DO SALDO DE RADIAÇÃO NA MICRORREGIÃO LESTE DO ESTADO DE ALAGOAS COM IMAGEM TM LANDSAT 5 NYRON FERNANDO SILVA DA COSTA 1,2 FREDERICO TEJO DI PACE 2 SAMUELLSON LOPES CABRAL 2 Universidade federal de Alagoas - UFAL/ICAT Campos A. C. Simões br104-norte km97 Maceió - AL, Brasil Nyron301@hotmail.com Fred@ccen@ufal.br samuellsoncabral@hotmail.com Resumo: o saldo de radiação é um importante componente do balanço de energia e tem grande relevância em estudos de áreas irrigadas e bacias hidrográficas. Tendo como objetivo a estimativa do saldo de radiação através de imagens de satélite multiespectrais do mapeador temático TM Landsat 5 utilizando o algoritmo SEBAL. Os cálculos foram realizados para o dia 11/06/1990 e os resultados foram obtidos com a ferramenta model maker do software ERDAS Imagine, onde é levado em consideração na área de estudo o qual podemos quantificar a cobertura vegetal de forma instantânea com o cômputo dos índices de vegetação e a capacidade de energia disponível dos alvos analisados. Os valores médios obtidos da temperatura da superfície, ficaram em torno de 18ºc e os valores do albedo e do saldo de radiação ficaram em torno de 14% e 311w/m² respectivamente. No estudo verificou-se que a utilização da técnica se mostra bastante eficaz para a região por possuir superfícies para a irrigação, das quais possuem uma maior capacidade de armazenamento de energia como: espelhos d água e florestas nativas. Onde nos alvos que possuem vegetação de cana-de-açúcar foi verificada uma variação do albedo entre 17% e 24% variando de acordo com o desenvolvimento do dossel na região de estudo. Palavras chaves: Multiespectrais, TM landsat e SEBAL. Abstract: the radiation balance is an important component of the energy balance and has great relevance in studies of irrigated areas and hydrographic basins. Having as objective the estimate of the balance of radiation through multispectral images of satellite from thematic Mapper TM Landsat 5 using algorithm SEBAL. The calculations had been carried through for day 11/06/1990 and the results had been gotten with the tool model maker from software ERDAS Imagine It imagines where it is led in consideration in the study area which we can quantify the vegetal covering of instantaneous form with it I compute of the indices of vegetation and the capacity of available energy of the analyzed targets. The gotten average values of the temperature of the surface had been around 18ºc and the values of Albedo and the balance of radiation had been around 14% and 311w/m ² respectively. In the study it was verified that the use of the technique if shows sufficiently efficient for the region for possessing surfaces for the irrigation of which they possess a bigger capacity of energy storage as: mirrors of water and native forests. Where in the targets that they possess vegetation of sugar cane-of-sugar was verified a variation of Albedo between 17% and 24% having varied in accordance with the development of the canopy in the study region. 129

Keywords: multispectral, TM landsat and SEBAL. 1. Introdução O estudo do saldo de radiação tem uma importante potencialidade em estudos agrometeorológicos devido a sua importância no balanço de energia onde que nos quantifica a capacidade de energia disponível para fotossíntese na cultura e evapotranspiração. Através de dados de superfícies com instrumentos de alta precisão pode-se analisar o saldo de radiação em superfície e a sua variação diária com medidas pontuais em determinados instantes de tempo, no entanto, essas medidas se mostram ideais para pequenas localidades e em áreas homogêneas com pouca variação da cobertura da superfície. Do contrário a analisar o saldo de radiação com imagens de satélite se mostra uma ferramenta bastante viável para grandes áreas com qualquer tipo de cobertura de terreno, no entanto desprovidas de nebulosidades. Já que a nebulosidade interfere diretamente nos resultados de radiação refletida onde não se utiliza correção atmosférica. Nos últimos anos foram propostos alguns algoritmos para o cálculo do balanço de energia à superfície; o mais destacado é o SEBAL (Surface Energy Balance Algorithm for Land), pois leva em consideração a variabilidade espacial de muitos elementos micrometeorológicos, através de funções semi-empíricas e pode ser aplicado em diversos agrossistemas (Bastiaanssen et al., 1998); sendo um algoritmo utilizado com enfoque em áreas irrigadas se mostrando um elemento bastante eficaz no cálculo da evapotranspiração. Figura 1: localização da área de estudo Figura 2: imagem TM landsat com as bandas 1,2 e 3 2. MÉTODOS Para o processamento das imagens serão desenvolvidos modelos através da ferramenta Model Maker do ERDAS Imagine 8.5. a partir do mini recorte feito nas seguintes coordenadas canto superior esquerdo (longitude 36º 19 39,32 Oeste e latitude 9º 49 12,75 Sul), canto superior direito (longitude 36º 03 00,42 Oeste e latitude 09º 49 22,17 Sul), canto inferior esquerdo (longitude 36º 19 48,09 Oeste e latitude 10º 03 39,05 Sul), canto inferior direito (longitude 36º 03 08,46 Oeste e latitude 10º 03 48,70 Sul) no dia 6 de junho de 1990 (06/06/1990).. Calibração radiométrica Etapa 2.1 Constituiu-se do cômputo da radiância espectral de cada banda ( L ), ou seja, efetivação da Calibração Radiométrica, em que o número digital (ND) de cada pixel da imagem é convertido em radiância espectral monocromática. Essas radiâncias representam a energia 130

solar refletida por cada pixel, por unidade de área, de tempo, de ângulo sólido e de comprimento de onda, medida no nível do satélite Landsat (705 km), para as bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7. Para a banda 6, essa radiância representa a energia emitida por cada pixel. A obtenção da radiância de cada banda é feita segundo a equação de Markham and Baker (1987): bi a (2.1) i L = a i + ND 255 2 1 1 Onde a e b são as radiâncias espectrais mínimas e máximas ( Wm sr µm ) conforme Tabela 3.1, ND é a intensidade do pixel (número digital número inteiro de 0 a 255) e i corresponde as bandas (1, 2,... e 7) do satélite TM - Landsat 5. Reflectância monocromática Etapa 2.2 A Etapa 2 compreende o cômputo da reflectância monocromática de cada banda (ρ ), definida como sendo a razão entre o fluxo de radiação solar refletida e o fluxo de radiação solar incidente que é obtida segundo a equação (Allen et al., 2002): π.l (2.2) ρ = k.cos Z.d Onde L é a radiância espectral de cada banda, k é a irradiância solar espectral de cada banda no topo da atmosfera 2 1 (Wm µm, Tabela 3.1), Z é o ângulo zenital solar e d r é o inverso do quadrado da distância relativa Terra-Sol (em unidade astronômica UA), dada por (Iqbal, 1983): Albedo no topo da atmosfera Etapa 2.3 A Etapa 3 representa o cômputo do albedo no topo da atmosfera (α toa ), isto é, o albedo não ajustado a transmissividade atmosférica, que é obtida pela combinação linear das reflectâncias monocromáticas: α toa = 0,293ρ1+ 0,274ρ2+ 0,233ρ3+ 0,157ρ4+ 0,033ρ5+ 0,011ρ (2.3) 7 Onde,,,, e ρ são os albedos planetários das bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7. ρ1 ρ2 ρ3 ρ4 ρ5 7 Albedo da Superfície Etapa 2.4 Na Etapa 4 obtém-se o albedo da superfície (α) ou albedo corrigido para os efeitos atmosféricos pela equação: αtoa αp α = 2 (2.4.1) τ sw Onde α é o albedo planetário, α é a radiação solar refletida pela atmosfera, que varia toa p entre 0,025 e 0,04, mas para o modelo SEBAL é recomendado o uso do valor de 0,03, com base em Bastiaanssen (2000) e τ sw é a transmissividade atmosférica, que para condições de céu claro, pode ser obtida por (Allen et al., 2002): 5 τ = 0,75 + 2.10 z (2.4.2) Onde z é a altitude de cada pixel (m). Índices de Vegetação: IVDN, IVAS e IAF Etapa 2.5 sw r 131

O Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (IVDN) é obtido através da razão entre a diferença das refletividades do Infravermelho próximo ( ρiv ) e do vermelho ( ρv ) e a soma das mesmas (Allen et al. 2002): ρ IV ρ V IVDN = ρ + ρ (2.5.1) IV Onde ρiv e ρv correspondem, respectivamente, as bandas 4 e 3 do TM - Landsat 5. O IVDN é um indicador sensível da quantidade e da condição da vegetação verde. Seus valores variam de 1 a +1 e para superfícies com alguma vegetação o IVDN varia de 0 a +1, já para a água e nuvens o IVDN geralmente é menor que zero. Para o cálculo do Índice de Vegetação Ajustado para os Efeitos do Solo (IVAS) que é um índice que busca amenizar os efeitos do background do solo, foi utilizado a expressão (Huete, 1988): V (1+ L)(ρIV ρv) SAVI = (L+ ρ + ρ ) IV V (2.5.2) Onde L é constante, neste estudo, utilizou-se L = 0,5, que é o valor mais freqüente na literatura (Accioly et al., 2002; Boegh et al., 2002). O Índice de Área Foliar (IAF) é definido pela razão entre a área foliar de toda a vegetação por unidade de área utilizada por essa vegetação. O IAF é um indicador da biomassa de cada pixel da imagem sendo o mesmo computado pela seguinte equação empírica obtida por Allen et al., (2002): 0,69 SAVI ln 0,59 IAF = 0,91 (2.5.3) Emissividades Etapa 2.6 Para a obtenção da temperatura da superfície, foi utilizada a equação de Planck invertida, válida para um corpo negro. Como cada pixel não emite radiação eletromagnética como um corpo negro, há a necessidade de introduzir a emissividade de cada pixel no domínio espectral da banda termal ε NB. Por sua vez, quando do cômputo da radiação de onda longa emitida por cada pixel, há de ser considerada a emissividade de banda larga (6 14 µm). Segundo ε Allen et al. (2002), as emissividades NB ε e 0 podem ser obtidas, para IVDN>0 e IAF<3, por: ε NB = 0,97 + 0,00331IAF (2.6.1) ε 0 = 0,95+ 0,01IAF (2.6.2) Para pixels com IAF 3, = ε 0,98. Para corpos de água (IVDN<0). εnb 0 = Temperatura da Superfície Etapa 2.7 ε 0 132

Para a obtenção da temperatura da superfície (T o ) foram utilizados a radiância espectral da banda termal L e a emissividade ε obtida na etapa anterior. Dessa forma, obteve-se a λ,6 NB temperatura da superfície (K) pela seguinte expressão (Morse et al., 2000; Allen et al., 2002): T o = K 2 ε NB ln K Lλ,6 1 + 1 (2.7) Onde K1 e K 2 são constantes iguais a 607,76 Wm2 sr 1µm 1 e 1260,56 K, respectivamente. Radiação de Onda Longa Emitida Etapa 2.8 A radiação de onda longa emitida pela superfície R (Wm 2 ) foi obtida através da L equação de Stefan-Boltzman: 4 R = ε L 0.σ. T (2.8) s Onde ε é a emissividade de cada pixel; σ é a constante de Stefan-Boltzman 0 8 2 4 (σ = 5,67.10 Wm K ) e Ts é a temperatura da superfície (K). Radiação de onda curta incidente Etapa 2.9 A radiação de onda curta incidente R (Wm 2 ) é o fluxo de radiação solar direta e difusa s que atinge a superfície terrestre, que para condição de céu claro é dada pela seguinte expressão (Bastiaanssen, 1995; Morse et al., 2000; Allen et al., 2002): R = S.cos Z.d s r. τ (2.9) sw Onde S é a constante solar (1367 Wm 2 ) ; Z é ângulo zenital solar; d r é o inverso do quadrado da distância relativa Terra-Sol e τsw é a transmissividade atmosférica. R s será considerado constante em toda a área de estudo. Radiação de onda longa incidente Etapa 2.10 A radiação de onda longa incidente emitida pela atmosfera na direção da superfície (Wm 2 ), foi computada pela equação de Stefan-Boltzman: 4 a.σ. T (2.10) L a R = ε 0,09 εa a sw ) T a Onde é a emissividade atmosférica obtida por: ε = 0,85.( lnτ (Bastiaanssen, 1995; Allen et al., 2002), σ é a constante de Stefan-Boltzman e é a temperatura do ar (K). R L Saldo de radiação Etapa 2.11 O saldo de radiação à superfície Rn (Wm 2 ) equação do balanço de radiação à superfície: será computado utilizando-se a seguinte 133

Onde Rs Rn = R αr + R R (1 ε o ) R (2.11) S S L L é a radiação de ondas curtas incidente, α é o albedo corrigido de cada pixel, é a radiação de onda longa emitida pela atmosfera na direção de cada pixel, de onda longa emitida por cada pixel e ε o é a emissividade de cada pixel. L R L R L é a radiação 3. RESSULTADOS E DISCUSSÕES O albedo instantâneo da superfície apresentou valores médios de 14%, com um mínimo de 2,56% e um máximo de 28,06% com uma variância de 0,164 e desvio padrão de 0,014. Onde existe uma dispersão no histograma que nos mostra a diferença entre os alvos e as suas respectivas capacidades de reflexão da radiação. Visto que, áreas com solo exposto apresentam maior refletividade do que solos com vegetação, em razão da pouca capacidade de retenção de umidade bem como do tipo de solo. A área estudada caracterizada por zona da mata onde se predomina o solo massapé de composição argilosa com grande capacidade de absorção da umidade. Tabela 1 Valores estatísticos do albedo da superfície (mínimo, máximo, médio, desvio padrão e variância) para dia 11/06/1990. Mínimo(%) Maximo(%) Media(%) Desvio padrão Variância Albedo da 2,56 28,06 14,6 0,027 0,0007 superfície Temperatura da superfície O computo é analisado através das suas respectivas emissividades, mostrando valores também compreendidos entre superfícies secas e úmidas, vegetação e rios e a variada topografia em que nos permite admitir uma altura média de 92,976 metros para a imagem trabalhada. Analisando os valores estatísticos da temperatura da superfície, os quais representam os valores mínimos, máximos, médios, desvio padrão e variância, aqui representados na Tabela 2 e Figura 2 no dia 11/06/1990 apresentam valor médio de 18,84 C, valores máximo de 24,08 C e mínimos de 17,09 C respectivamente, com amplitude de 6,9 C e desvio padrão de 1,175 C. Tabela 2 - Valores estatísticos da temperatura da superfície (mínimo, máximo, médio, desvio padrão e variância) para dia 11/06/1990. Mínimo (ºC) Maximo (ºC) Media (ºC) Desvio padrão Variância (ºC) (ºC) Temperatura 17,09 24,08 18,84 1,175 1,38 da superfície Radiação de onda longa emitida A radiação de onda longa é uma variável meteorológica que varia com a temperatura da superfície elevada a quarta potência. Onde no seguinte estudo obtivemos valores compreendidos entre 379,86 w/m² (mínimo) e 426,052 w/m² (máximo) com uma média de 394,683 w/m² mostrados na tabela 3. 134

Tabela 3 - Valores estatísticos radiação de onda longa emitida (mínimo, máximo, médio, desvio padrão e variância) para dia 11/06/1990. Mínimo Maximo Media Desvio Variância padrão Radiação de 379,86 w/m² 426,052w/m² 394,683w/m² 5,645 31,866 onda longa emitida Radiação de onda longa incidente Através da temperatura do ar podemos concluir o balanço de onda longa incidente na atmosfera. Onde utilizamos como um resultado constante para toda a região. A emissividade atmosférica e a temperatura do ar são variáveis utilizadas no cálculo onde não sofre influência da superfície já que admitimos uma altura média para toda a imagem e a tratamos como uma superfície plana na qual admitimos que os valores de radiação de onda longa emitida ficaram em torno de 311,711 w/m². Radiação de onda curta incidente A radiação de onda curta incidente totaliza 476,833 w/m² tomando uma altura média de 92,976 metros de altitude com relação ao nível do mar. Onde a variação é dependente dos efeitos orográficos na superfície. Saldo de radiação A figura nos mostra classificação em vermelho do saldo de radiação onde as superfícies representam espelhos d água e regiões de baixas altitudes onde se analisam os valores mais altos devido à capacidade de armazenamento de energia proveniente da radiação solar, Com os valores mínimos em tons azuis escuros e claros estão às superfícies que apresentam complexos urbanos e superfícies desprovidas de vegetação onde ocorre uma maior perda de radiação por emissão. Do amarelo ao verde fluorescente identifica zonas de transição entre os complexos urbanos e a vegetação menos significativa (com baixo crescimento) e onde se analisa a média de todos os valores. Em tons verdes escuro caracterizam as zonas com grande densidade vegetativa (com crescimento elevado) como vestígios de florestas nativas. 233,089< RN <262,937 262,937< RN <292,786 292,786< RN <307,710 307,710< RN <322,635 322,635 < RN < 352,483 352, 483 < RN < 385, 317 Figura 3: Figura 3: Imagem do Saldo de radiação instantâneo para o dia 11/06/1990. 135

Tabela 4 Valores estatísticos de saldo de radiação (mínimo, máximo, médio, desvio padrão e variância) para dia 11/06/1990. Mínimo Maximo Media Desvio Variância padrão Saldo de 233,09 w/m² 385,91 w/m² 311,56 w/m² 16,307 265,918 radiação 4. Conclusões 1- A energia disponível em superfícies retentoras de umidade é maior que em superfícies secas devido a sua maior capacidade de armazenamento. 2- A região de estudo nos mostra um elevado valor de energia disponível na realização do processo fotossintético. 3- Os valores obtidos nos resultados para estimativa do saldo de radiação utilizando imagens de satélite mostraram-se congruentes com relação aos resultados da literatura. 4- A técnica se mostra como uma ferramenta bastante eficaz para regiões remotas de dados de superfície como ocorreu na região estudada anteriormente. 5- Os valores de albedo em regiões de cultivo de cana-de-açúcar variam entre 17% e 24%. Referências bibliográficas ALLEN, R. G.; TREZZA, R.; TASUMI, M. Surface energy balance algorithms for land. Advance training and users manual, version 1.0, 98p, 2002. BASTIAANSSEN, W. G. M.; MENENTI, M.; FEDDES, R. A.; HOLTSLAG, A. A. M. A remote sensing surface energy balance algorithm for land (SEBAL)1.Formulation.Journal of Hydrology, v. 212213,p. 198212,1998a. BASTIAANSSEN, W.; BOS, M. G. Irrigation performance indicators based on remotely sensed data: a review of literature. Irrigation and Drainage Systems. v.13, p.291-311, 1999. CURRAN, P. J. Principles of remote sensing. London: Longman, 282 p., 1985. HUETE, A. R. Adjusting Vegetation Indices for Soil Influences. International Agrophysics. 4(4): 367-376, 1988. IQBAL. M. An Introduction to Solar Radiation. Lbrary of Congress Cataloging in Publication data, Academic Press Canadian. 1983. MARKHAM, B. L. and BARKER, L. L. Thematic mapper bandpass solar exoatmospherical irradiances, Int. Journal of Remote Sensing, v. 8, nº. 3 p. 517-523, 1987. NOVO, E. M., 1989. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. São Paulo. Edgard Blucher. 307p. 136