VARIAÇÃO ALÉLICA DE DOIS GENES DE TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO EM TRIGO E SUA ASSOCIAÇÃO COM CRESCIMENTO RADICULAR

Documentos relacionados
Ensaio de Cultivares em Rede - Trigo

BIOFORTIFICAÇÃO EM TRIGO NO BRASIL

FENOLOGIA DAS CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL, ANO 2012

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

ilhlifililfi II hilfiuli Ihl II MIII IIIllhIhhhIllHhIUIII

RESPOSTA DE TRIGO AO ALUMíNIO EM HIDROPONIA. Resumo

FENOLOGIA DE CULTIVARES DE TRIGO PARA FINS DE REFINAMENTO DO ZONEAMENTO AGRÍCOLA DA CULTURA NA REGIÃO HOMOGÊNEA DE ADAPTAÇÃO DE CULTIVARES 4

RESULTADOS DE 2009 CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O PARANÁ E SÃO PAULO. Fevereiro, 2010

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS Nº 2062

Cultivares de Trigo. Indicadas para Cultivo no Brasil e Instituições Criadoras 1922 a 2014

COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE MAMONEIRA À TOXICIDADE DE ALUMÍNIO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA.

BOLETIM INFORMATIVO N 1916 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 25/04/2016 a 29/04/2016

Comportamento de genótipos de trigo, oriundos do Paraná, quanto à severidade de oídio, na safra 2008

BOLETIM INFORMATIVO N 1912 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 28/03/2016 a 01/04/2016

Dano de geada nos estádios vegetativos do trigo em Guarapuava, invernos 2010 e 2011

ISSN Julho,

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

BOLETIM INFORMATIVO N 1910 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 14/03/2016 a 18/03/2016

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

Comportamento de genótipos de trigo, oriundos do Paraná, quanto à severidade de oídio, na safra 2007

BOLETIM INFORMATIVO N 1881 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 02/11/2015 a 06/11/2015

BOLETIM INFORMATIVO N 1880 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 26/10/2015 a 30/10/2015

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

BOLETIM INFORMATIVO N 1892 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 18/01/2016 a 22/01/2016

BOLETIM INFORMATIVO N 1886 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 07/12/2015 a 11/12/2015

BOLETIM INFORMATIVO N 1907 ACOMPANHAMENTO DE PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DO RIO GRANDE DO SUL. SEMANA DE 22/02/2016 a 26/02/2016

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

INFORMAÇÕES SOBRE CULTIVARES DE TRIGO RECOMENDADAS PARA PLANTIO NO RIO GRANDE DO SUL EM '\ Resumo

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

RESULTADOS DE 2009 CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O RIO GRANDE DO SUL. Fevereiro, 2010

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

OBJETIVO: Captar e divulgar, semanalmente, os preços médios recebidos pelos produtores. COTAÇÕES AGROPECUÁRIAS

Documentos 94. Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo do Rio Grande do Sul, 2009

Efetividade de genes de resistência de trigo a oídio, safra 2007

Classificação comercial regionalizada das cultivares de trigo da Embrapa indicadas para semeadura no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, em 2012

RESULTADOS DO ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL, EM 2011

GERMINAÇÃO PRÉ-COLHEITA EM TRIGO (Triticum aestivum L.)

ESTUDOS DE CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO EM CASA DE VEGETAÇÃO

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE FEIJÃO COM SEMENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO

TRIGO: TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA ( 1 )

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

ASSOCIAÇÃO ENTRE GERMINAÇÃO NA ESPIGA EM PRÉ-COLHEITA E TESTE DE NÚMERO DE QUEDA EM GENÓTIPOS DE TRIGO

Comunicado Técnico. Avaliação de Variedades de Milho, Introduzidas do Cimmyt - Safras 2005/2006 e 2006/2007

Reação à ferrugem da folha de genótipos de trigo indicados para cultivo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná em 2004

Resultados do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo no Rio Grande do Sul, em 2010

Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo no Rio Grande Sul, safra 2012

Exsudação de Citrato e Tolerância ao Alumínio em Sorgo. Adaptação a solos ácidos, ácidos orgânicos, mecanismos de tolerância ao alumínio

CORRELAÇÃO DE FORÇA DE GLÚTEN E ÍNDICE DE ELASTICIDADE COM ESTABILIDADE, PARA GENÓTIPOS DE TRIGO DA EMBRAPA, POR REGIÃO TRITÍCOLA DO PARANÁ

SISTEMAS DE CULTIVO DE TRIGO NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL, PARANÁ E MATO GROSSO DO SUL

ANÁLISE CONJUNTA DO ENSAIO BRASILEIRO DE LINHAGENS DE AVEIA BRANCA CONDUZIDO EM 2011

PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL

ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE RENDIMENTO DE GRÃOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO EM DIVERSAS REGIÕES TRITÍCOLAS DO BRASIL

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS PARA CULTIVO NO RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1998/99

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

Efeito do estresse por encharcamento no ciclo reprodutivo, no número de afilhos e no rendimento de grãos em trigo

Relação entre características de moagem de genótipos de trigo com qualidade tecnológica

Comunicado 288 Técnico

O ACAMAMENTO E A REAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO RECOMENDADAS NO RIO GRANDE DO SUL

FERIADOS MUNICIPAIS NAS COMARCAS DO RS/2016

Reação de cultivares brasileiras de trigo ao Wheat streak mosaic virus

CULTIVARES DE TRIGO EMBRAPA

3 Biotrigo Genética, Rua João Battisti, 71,

Potencial agronômico de linhagens de trigo em duas regiões do Estado de São Paulo

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

CONCENTRAÇÃO DE FERRO E ZINCO EM GRÃOS DE TRIGO SOB COLHEITA E DEBULHA MANUAL

MODAIS DE TRANSPORTE NO RIO GRANDE DO SUL

CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL INDICATIVA DAS CULTIVARES DE TRIGO DA EMBRAPA - PARANÁ, MATO GROSSO DO SUL E SÃO PAULO, SAFRA

CULTIVARES DE SOJA (2005/06) Unidades Demonstrativas

Desenvolvimento radicular da soja visando a tolerância à seca

Reação ao estresse hídrico em mudas de cafeeiros arábicos portadores de genes de Coffea racemosa, C. canephora e C. liberica

BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL -BANRISUL

Reação à ferrugem da folha de genótipos de trigo indicados para cultivo no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná em 2002

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

Cultivares comerciais de milho não transgenico de instituições publicas

BPUFs para Sistemas de Produção Envolvendo o Trigo

ANÁLISE CONJUNTA DOS ENSAIOS REGIONAL E BRASILEIRO DE LINHAGENS DE AVEIA BRANCA CONDUZIDOS ENTRE 2008 E 2011

O ALUMÍNIO EM SOLOS CULTIVADOS COM CAJUEIRO (Anacardium occidentale L.) NO PIAUÍ

BRS PARRUDO: NOVA PROPOSTA DE ARQUITETURA DE PLANTA DE TRIGO ADAPTADA AO SUL DO BRASIL

Transcrição:

ARIAÇÃO ALÉLICA DE DOIS GENES DE TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO EM TRIGO E SUA ASSOCIAÇÃO COM CRESCIMENTO RADICULAR Jorge Fernando Pereira¹, Diliane Barichello 2, Jéssica Rosset Ferreira 3, Jorge González Aguilera¹, Luciano Consoli¹, José Pereira da Silva Jr¹, Sandro Bonow 4, Adeliano Cargnin 5 ¹Embrapa Trigo, Rodovia BR 285, km 294, CEP 99001-970, Passo Fundo - RS. E-mail: jorge.pereira@embrapa.br; 2 Instituto Agronômico do Paraná, Rodovia Celso Garcia Cid, km 375, CEP 86047-902, Londrina - PR; 3 Universidade de Passo Fundo, Rodovia BR 285, CEP 99052-900, Passo Fundo - RS; 4 Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 392 km 78, CEP 96001-970, Pelotas - RS; 5 Embrapa Uva e inho, Rua Livramento 515, CEP 95700-000, Bento Gonçalves - RS. A acidez do solo é um fator que limita a produção agrícola, sendo que, no Brasil, a maioria dos solos utilizados na agricultura é naturalmente ácido. Nestes solos ocorre a solubilização do alumínio trivalente (Al 3+ ) que, em alta concentração, se torna um importante estresse sendo responsável pela redução do crescimento radicular que pode, consequentemente, diminuir a absorção de água e nutrientes pelas plantas. A exsudação de ácidos orgânicos (malato e citrato) pelo ápice radicular é um dos mecanismos de tolerância ao Al 3+ em trigo, sendo que estes ácidos se ligam ao Al 3+ presente no solo diminuindo seu efeito tóxico. Dois genes que conferem tolerância ao Al 3+ já foram identificados em trigo: o TaALMT1, que codifica um transportador de malato (Sasaki et al., 2006), e o TaMATE1B, que codifica um transportador de citrato (Tovkach et al., 2013). Para estes dois genes, a presença de diferentes repetições/elementos na região promotora está correlacionada com um aumento na expressão gênica que, consequentemente, é associada com maior exsudação de ácido orgânico e maior tolerância ao Al 3+ (Sasaki et al., 2006; Tovkach et al., 2013). Os diferentes alelos da região promotora podem ser discriminados pela técnica de PCR (Sasaki et al., 2006; Garcia-Oliveira et al., 2014).

Neste trabalho, uma coleção de 300 genótipos de trigo, pertencentes à diferentes instituições brasileiras (Tabela 1), foi avaliada com o objetivo de identificar os alelos dos genes TaALMT1 e TaMATE1B presentes nestes materiais. Para tanto, o DNA das plantas foi extraído e amplificado conforme protocolos publicados previamente (Sasaki et al., 2006; Tovkach et al., 2013). Além disso, 33 genótipos foram aleatoriamente selecionados para análise do crescimento radicular com intuito de identificar as combinações alélicas presentes nos materiais com melhor crescimento. Para estas análises, foi utilizado solo ácido coletado na Embrapa Trigo (latitude -28,216979, longitude - 52,408428) com ph 4,2 e alumínio trocável representando 78,9% da capacidade total de troca de cátions. Parte do solo foi corrigido com calcário, o que aumentou o ph para 6,2 e reduziu o alumínio solúvel para 0%. Cinco sementes germinadas foram transferidas para vasos (25 cm de altura x 5 cm de diâmetro) contendo 450 g de solo e incubadas em casa de vegetação por 8 dias. Ao final do experimento, o comprimento da raiz mais longa de cada plântula foi medido e o CRR (crescimento relativo da raiz) foi estimado como (comprimento radicular no tratamento com solo ácido / comprimento da raiz em solo corrigido) x 100. Sete alelos do promotor do gene TaALMT1 (designados de I a II) foram detectados (Tabela 1) com base no tamanho dos produtos de PCR. Os alelos mais comuns foram o Tipo e I (71,3% e 11,9%, respectivamente) sendo que estes alelos são geralmente associados com níveis mais elevados de expressão do gene e maior tolerância ao Al 3+ (Sasaki et al., 2006). Os promotores de Tipo I e Tipo II, geralmente associados com sensibilidade ao Al 3+, foram detectados em 12,2% dos genótipos. Uma inserção no promotor do gene TaMATE1B (aqui designada com o símbolo + ) que é associada a uma maior resistência ao Al 3+ (Tovkach et al., 2013) foi identificada em 80 genótipos (Tabela 1). A combinação entre os alelos permitiu a separação em 12 haplótipos, onde apenas 68 dos 300 genótipos analisados apresentaram os alelos superiores dos dois genes (Tipos e I para o gene TaALMT1 juntamente com a inserção no promotor do gene TaMATE1B). No entanto, o haplótipo mais representado foi Tipo sem a inserção (aqui designada com o símbolo - ).

O experimento para análise do crescimento radicular, realizado em 33 genótipos que representam os 12 haplótipos, revelou que o CRR mais elevado foi observado em alguns genótipos apresentando os promotores Tipo ou I do gene TaALMT1 juntamente com a inserção no promotor de TaMATE1B (Figura 1). Entretanto, estas mesmas combinações também foram detectadas em outros materiais que não apresentaram crescimento radicular significativamente maior. Quando os genótipos dentro do mesmo haplótipo são comparados, verifica-se uma tendência de maior crescimento radicular naqueles contendo a inserção no promotor do gene TaMATE1B, como pode ser observado para os genótipos Fortaleza, IAS 14, Aliança e IAC 21. Esta tendência de maior crescimento é significativa para alguns genótipos e não para outros. No mínimo, os materiais que apresentam a inserção na região promotora de TaMATE1B são estatisticamente similares aos que não a contem. Em conclusão, uma elevada proporção de alelos superiores para o gene TaALMT1 foi encontrada ainda que a maioria dos genótipos não apresentou a inserção no promotor do gene TaMATE1B. Uma vez que há uma tendência de maior crescimento radicular em materiais contendo esta inserção, é interessante aumentar a frequência deste alelo em genótipos brasileiros de trigo. Referências bibliográficas GARCIA OLIEIRA AL, MARTINS LOPES P, TOLRÁ R, et al. (2014) Molecular characterization of the citrate transporter gene TaMATE1 and expression analysis of upstream genes involved in organic acid transport under Al stress in bread wheat (Triticum aestivum). Physiologia Plantarum 152:441-452 SASAKI T, RYAN PR, DELHAIZE E, et al. (2006) Sequence upstream of the wheat (Triticum aestivum L.) ALMT1 gene and its relationship to aluminum resistance. Plant Cell Physiology 47:1343-1354 TOKACH A, RYAN PR, RICHARDSON AE, et al. (2013) Transposonmediated alteration of TaMATE1B expression in wheat confers constitutive citrate efflux from root apices. Plant Physiology 161:880-892

Tabela 1. ariação alélica da região promotora dos genes TaALMT1 e TaMATE1B em uma coleção de trigo brasileiro. Genótipos Bagé, Branco Ligeiro, BRS 264, Caçador 2, CD 104, Embrapa 10 - Guajá, Glória, IAC 22 - Araguaia, IAC 287 - Yaco, IAS 30 - São Sepé, Negroz 11-45, Ocepar 7 - Batuira, Palotina, Pampa, Tiacena 1, Trigo Libanes, e eadeiros Alelo TaALMT1 Alelo TaMATE1B I - Hulha Negra, IAC 6 - Brasil, Tiacena 2, e Tiacena 3 I + BRS 208, Candiota, Dom Marco, Esteana 11 a 42, Herval, IAS 58, IAS-C 46 - Curitiba, Minuano, Rio Sulino, e Trintani II - Fortaleza, Horto, IAC 2 - Kibeiro, IAPAR 33 - Guarapuava, IAS 15 - Campeiro, e Trintecinco II + Ocepar 17 III - B 20, CD 118, BRS 207, IAPAR 28 - Igapó, IAPAR 29 - Cacatu, Ocepar 18, Ocepar 19, PAT 24, Trigo BR 20 - Guató, Trigo BR 26 - São Gotardo, e Trigo BR 31 - Miriti I - IAS 14 - Contestado I + Aceguá, Alegrete, B 5, B 8, B 15, Beckman, BH 1146, Branco Pelado, BRS 49, BRS 177, BRS 179, BRS 194, BRS 220, BRS 229, BRS Angico, BRS Camboatã, BRS Gaivota, BRS Guabiju, BRS Guamirim, BRS Louro, BRS Tangará, BRS Timbaúva, BRS Umbu, Butuí, Candeias, Carazinho, CD 105, CD 114, Centidor 2118-46 B, CEP 11, CEP 13 - Guaíba, CEP 14 - Tapes, CEP 17 - Itapua, CEP 19 - Jatai, CEP 21 - Campos, CEP 24 - Industrial, CEP 27 - Missoes, Charrua, Cincana, CNT 2, CNT 3, CNT 4, CNT 5, CNT 7, CNT 8, CNT 9, CNT 10, Confiança, Cotiporã, Embrapa 21, Embrapa 22, Embrapa 24, Embrapa 27, Embrapa 41, Embrapa 42, Embrapa 52, Encruzilhada, Farrapo, Floreana, Florestana, Frontana, Fronteira, Fundacep 29, Fundacep 30, Garibaldi ermelho, General argas, Giruá, IAC 1 - Cacique, IAC 7 - Bartira, IAC 17 - Maracaí, IAC 18 - Xavantes, IAC 24 - Tucuruí, IAC 160 - Juruá, IAC 161 - Taiamã, IAC 227 - Anhumas, IAPAR 3 - Aracatu, IAPAR 6 - Tapejara, IAPAR 18 - Marumbi, IAPAR 21 - Taquari, IAPAR 22 - Guaraúna, IAPAR 32 - Guaratã, IAPAR 40 - Mirim, IAPAR 41 - Tamacoré, IAPAR 42 - Ibiara, IAPAR 60, IAPAR 78, IAS 2, IAS 6, IAS 13 - Passo Fundo, IAS 20 - IASSUL, IAS 23, IAS 24, IAS 25, IAS 28 - Ijuí, IAS 36 - Jarau, IAS 49 - Pioneiro, IAS 51 - Albatroz, IAS 54, IAS 55, IAS 56, IAS 59, IAS 62, IAS 64, IAS-C 47 - Florestal, IAS-C 48 - Guarapuava, IPR 84, IPR 85, Jacuí, Lagoa ermelha, Lanceiro, Londrina, Mascarenhas, MG 1, Milagre, Milanes, Negroz 22-45, Negroz 3028-46, Nova Prata, Ocepar 8 - Macuco, Ocepar 9 - Perdiz, Ocepar 13 - Acauã, Ocepar 15, Ocepar 16, Ocepar 20, Ocepar 23, OR 1, Panda, PAT 18, PAT 7219, PAT 7392, Patriarca, Peladinho, Pinhal Grande, Pitana, Pitoco Pelado, Preludio, Quartzo, S 12, Safira, Sales, Santa Barbara, Sema 220, Serrano, Trigo BR 1, Trigo BR 2, Trigo BR 3, Trigo BR 4, Trigo BR 5, Trigo BR 8, Trigo BR 10 - Formosa, Trigo BR 11 - Guarani, Trigo BR 12 - Aruanã, Trigo BR 13, Trigo BR 14, Trigo BR 15, Trigo BR 16 - Rio erde, Trigo BR 17 - Caiuá, Trigo BR 18 - Terena, Trigo BR 19, Trigo BR 21 - Nhandeva, Trigo BR 22, Trigo BR 23, Trigo BR 25, Trigo BR 28, Trigo BR 29 - Javaé, Trigo BR 30 - Cadiuéu, Trigo BR 32, Trigo BR 33 - Guará, Trigo BR 34, Trigo BR 38, Trigo BR 39 - Paraúna, Trigo BR 41 - Ofaié, Trigo BR 43, Trigo Chapéu, Tucano, e eranópolis B 4, B 9, Carazinho, Coloncol, Combate, Coxilha, Embrapa 15, Erexim, IAC 72 - Tapajós, IAPAR 34 - Guaraji, IAPAR 46, IAS 16 - Cruz Alta, IAS 17, IAS 22 - Tibaji, IAS 32 - Sudeste, IAS 34 - Xapecó, IAS 53, IAS 57, IAS 60, Londrina, MGS 1 Aliança, MGS 3 Brilhante, Minuano 82, Nobre, Ônix, PAT 1, PAT 9, PAT 19, RS 1 - Fênix, RS 2 - Santa Maria, RS 3 - Palmeira, S 76, Santiago, Surpresa, Trapeano, Trigo BR 7, Trigo BR 24, Trigo BR 27, acaria, e ila Rica - + Frocor, IAC 3 - Anhanguera, IAC 23 - Tocantins, IAC 350, IAPAR 53, Ocepar 10 - Garça, Ocepar 11 - Juriti, e Trigo BR 6 I - C 33, Cinquentenário, Colonista, Dom Feliciano, IAC 5 - Maringá, IAC 8 - Paraguaçú, IAC 21 - Iguaçú, IAC 286 - Takaoka, IAPAR 30 - Pirata, IAS 3 - São Borja, IAS 7, IAS 8 - Piratini, IAS 9, IAS 50 - Alvorada, IAS 52, Jesuíta, Nordeste, Novo Sulino, Novo Surto, PAT 10, PG 1, Planalto, RS 4 - Ibiraiaras, Seberi, Toropi, Trigo BR 9 - Cerrados, Trigo BR 37, e Trintecinco I + Centelha II +

100 Crescimento Relativo da Raiz (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 I I I I II I II II II I II II I III I I I I I I I I * I * 0 Tiacena 1 BR 26 Hulha Negra IAC 6 IAS-C 46 Bagé BRS 208 IAC 2 Horto IAC 23 Centelha Fortaleza CD 118 Ocepar 17 Frocor IAC 350 CD 114 IAS 14 IAS 16 BR 6 BRS Louro BR 18 Santiago Colonista Embrapa 22 IAC 5 BR 39 Toropi Cinquentenário Minuano 82 Brilhante IAC 21 Aliança Figura 1. Crescimento relativo da raiz (CRR) de 33 cultivares de trigo. As barras representam a porcentagem média do CRR. Números I a II representam os diferentes alelos do promotor TaALMT1. As barras cinzas representam genótipos sem a inserção no promotor do gene TaMATE1B enquanto as barras pretas representam genótipos contendo a inserção. Os asteriscos indicam os CRRs significativamente superiores (P> 0,05) em relação ao genótipo BR39, que apresentou o melhor CRR entre os materiais que não contém a inserção no promotor do gene TaMATE1B.