Redução da emissão de gases e vapores emanados de tanque de teto fixo

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Transcrição:

Redução da emissão de gases e vapores emanados de tanque de teto fixo 1. Introdução Os órgãos estaduais ambientais como a CETESB-Companhia Ambiental do Estado de São Paulo têm pressionado as empresas que armazenam líquidos combustíveis, inflamáveis e produtos químicos poluentes, em tanques existentes de teto fixo, a reduzirem drasticamente as emissões desses produtos para o meio ambiente. A grande redução de emissões acontece quando se passa de teto fixo para teto flutuante interno, porém há também a opção de inertização ou blanketing com gás inerte. Outra alternativa seria o tanque sem teto fixo com teto flutuante, porém a adaptação para o caso de tanque existente é muito trabalhosa e dispendiosa. A opção por um teto flutuante interno, mantendo-se o teto fixo, além de mais plausível, tem a vantagem de que a emissão de tanque com teto flutuante interno é menor, devido a não haver a influência das condições meteorológicas, como a radiação solar e o vento sobre o teto exposto. 2. Definições a. Tanques de armazenamento são equipamentos ou reservatórios cilíndricos verticais encontrados em refinarias de petróleo, petroquímicas, terminais e indústrias químicas, sendo utilizados para o armazenamento ou estoque de produtos líquidos. Basicamente há três tipos desses tanques: tanque de teto fixo; tanque de teto flutuante externo e tanque de teto fixo com flutuante interno. b. Líquidos combustíveis e inflamáveis são os classificados na Norma ABNT NBR 17505-1, sob o título Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis Parte 1: Disposições gerais : Líquidos Inflamáveis Líquidos Combustíveis Ponto de Fulgor < 37,8ºC Ponto de Fulgor 37,8ºC Como regra geral, os produtos líquidos combustíveis são armazenados, em função do ponto de fulgor, em tanques de teto fixo e os produtos líquidos inflamáveis são armazenados, em função da pressão de vapor, em tanques de teto flutuante. c. Ponto de fulgor é a menor temperatura, na qual um líquido combustível libera gases/vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável, que se inflama com a aplicação de uma fonte externa de calor, sob condições específicas de ensaio. Porém, o ponto de fulgor não é suficiente para que a combustão seja mantida, ou seja, retirada a fonte de calor a combustão cessa. Se após o ponto de fulgor for atingido, o fornecimento de calor ao combustível prosseguir, a chama não vai mais se extinguir. O ponto de fulgor é uma medida direta da volatilidade de um líquido combustível e de sua tendência para evaporar: quanto mais baixo for o ponto de fulgor, tanto maior são a volatilidade e o risco de fogo. d. Pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio com o líquido que lhe deu origem, ou seja, a quantidade de líquido que evapora é a mesma que se condensa. A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido inflamável, assim também é utilizada para caracterizar a volatilidade. Portanto o termo volátil é usado para descrever os líquidos que evaporam com muita facilidade. A pressão de vapor é uma propriedade física que depende do valor da temperatura. Quanto maior a pressão de vapor maior é a taxa de evaporação, isto significa mais vapor no ambiente externo e aumento do risco de incêndio. petroblog-santini Página 1 de 8

e. Inertização ou tank blanketing é a introdução de um gás inerte como um colchão (daí o nome blanketing), no espaço de vapor de um tanque de armazenamento, entre o teto fixo e o nível de líquido, com o objetivo de impedir a degradação do produto armazenado, por contato com o ar atmosférico, e as fugas de vapores para a atmosfera, que causem danos a pessoas e ao meio ambiente. 3. Redução das perdas por emanações em tanques de teto fixo Nos tanques de teto fixo acumula-se um volume apreciável de gases e vapores, sobre o nível do líquido armazenado, chamado de espaço de vapor, e o mecanismo principal das perdas e emissões são os vapores expelidos nas movimentações do tanque. No enchimento há expulsão dos vapores e gases contidos no espaço de vapor do tanque; enquanto que no esvaziamento há a entrada de ar no espaço de vapor, que ao se tornar não saturado, induz à nova evaporação das partes mais voláteis do produto líquido armazenado. Outras situações que também contribuem para as perdas são as variações climáticas ou ambientais de temperatura (noite e dia; chuva e sol; verão e inverno) e o efeito de vento sobre o tanque, que fazem o tanque respirar exalando os vapores internos ou admitindo o ar atmosférico, na medida em que o volume do produto expande ou contrai, pela variação da temperatura. A redução da emissão de gases e vapores emanados de líquido, armazenado em tanques de teto fixo, passa pelas seguintes propostas de solução. Tanque de teto fixo com teto flutuante interno e selo periférico; Tanque de teto fixo com sistema fechado de recolhimento de vapores emitidos; Instalação de sistema de "tank blanketing" com Nitrogênio. 3.1. Tanque de teto fixo com teto flutuante interno O teto fixo com flutuante interno nada mais é do que um teto flutuante instalado no interior de um tanque de teto fixo. O teto flutuante interno deve ser do tipo pontão, construído de Alumínio, em que a chaparia ou lençol de chapas ou deck tenha contato com o produto armazenado, circundado por um selo de vedação periférico, que fica parcialmente submerso no produto. Este teto é constituído por um conjunto de flutuadores de Alumínio que sustentam uma chaparia ou película também de Alumínio, que flutua sobre a superfície do líquido armazenado no tanque e mantém a vedação durante enchimento ou esvaziamento do reservatório. A periferia é selada por material de alta flexibilidade que se adapta à parede do tanque e mantém a vedação durante enchimento ou esvaziamento do tanque e as aberturas de passagem das colunas suportes do teto fixo devem ser seladas com chapas de material resiliente. Com isso, as perdas evaporativas são muito menores, no entanto deve ser considerada a fuga de vapor, através do espaço de passagem das colunas de suporte do teto fixo, e pela evaporação das superfícies molhadas aderidas ao costado, que é expelida com a subida do teto. O teto flutuante interno, também chamado de selo ou película flutuante, pode ser inteiramente montado na fábrica ou mesmo na obra, no interior do tanque. Isso evita a realização de trabalho a quente em parques de tanques que estão em operação. Além da fácil e rápida instalação, o selo é um produto ambientalmente correto. Sua utilização reduz as perdas de produto e consequentemente as emissões de compostos orgânicos voláteis. Projeto, fabricação e montagem são executados conforme preconiza a Norma Técnica americana API STD 650 Anexo H - Welded Tanks for Oil Storage - Internal Floating Roofs. Há ainda as seguintes vantagens: Reduz sensivelmente as emanações devidas à respiração do tanque e as perdas nos enchimentos e esvaziamentos, em mais de 95%, comparando-se com tanque de teto fixo; Minimiza a contaminação ambiental, reduzindo as perdas por evaporação e os odores externos oriundos da fuga de produto; petroblog-santini Página 2 de 8

Elimina a necessidade de drenagem pluvial sobre o teto; Elimina o efeito do vento sobre o tanque; Promove o isolamento térmico da superfície do produto; Reduz os riscos de incêndio devido a descargas atmosféricas. Ilustrações de tanque de teto fixo com teto flutuante interno Exemplos de empresas envolvidas no projeto, fornecimento e instalação de teto flutuante interno também chamado de selo flutuante ou película flutuante: Empresa Romão Tecnologias Industriais http://romaotecnologias.com.br/selos-paratanques/?gclid=cj0kcqjwrszdbrdwarisaeeyhrcjliv2yxi7pjfrod0dt6kum3vf2kpyn pnrgvlbnprswuviuw5f_bqaaud1ealw_wcb Grupo Vetor Mathias http://www.vetortecnologia.com.br/selo-flutuante/ 3.2. Tanque de teto fixo com sistema fechado de recolhimento de vapores emitidos O sistema fechado de recolhimento ou coleta de vapores emanados de tanques de teto fixo é indicado para as emissões contendo substâncias tóxicas, COVs-Compostos Orgânicos Voláteis ou em Inglês VOCs-Volatile Organic Compounds, descarregadas de um tanque ou de conjunto tanques. O sistema deve garantir 95% em peso de redução das emissões para a atmosfera e é aferido com a medição das emissões detetáveis abaixo de 500 ppm, em peso, a nível do solo. Para medição dessas emissões, o órgão ambiental americano, EPA-Environment Protection Agency, recomenda a metodologia do Method 21- Determination of volatile organic compound level https://www.epa.gov/sites/production/files/2016-06/documents/m-21.pdf. É um sistema fechado de recolhimento dos gases e vapores, provenientes das emissões do tanque ou de conjunto tanques, com posterior envio para: a- Queima em incinerador dedicado, pois, o envio para a Tocha, não é possível, devido à baixa pressão dos gases e vapores emitidos e recolhidos; b- Retorno para reprocessamento; c- Tratamento biológico dos gases e vapores emanados que são aspirados e passam por um sistema de filtragem e purificação com carvão ativado, antes de serem lançados para a atmosfera. petroblog-santini Página 3 de 8

Esquema ilustrativo do sistema de recuperação de vapores e gases de parque de tanques de teto fixo para incineração Esquema ilustrativo do sistema de recuperação de vapores e gases de parque de tanques de teto fixo e tratamento com biofiltração 3.3. Uso do sistema de "tank blanketing" com Nitrogênio para selagem de tanques de teto fixo Os sistemas de inertização ou blanketing são usados para manter uma atmosfera de gás inerte entre o topo do nível do produto e o teto do tanque armazenado. O Nitrogênio e o CO 2 - dióxido de Carbono são os dois gases comumente utilizados em blanketing de tanques. No entanto o gás Nitrogênio ou azoto é o normalmente utilizado para este efeito, por ser inerte, abundante e relativamente barato, mas deve ser fornecido com elevada pureza e extremamente seco. As refinarias, empresas farmacêuticas e a indústria petroquímica usam o blanketing do tanque para evitar o contato do produto com o Oxigênio, como forma de conservar o produto líquido armazenado, e evitar condições potencialmente perigosas. petroblog-santini Página 4 de 8

O processo de blanketing também controla a atmosfera acima de um líquido inflamável ou combustível, e isso reduz o potencial de ignição. Os fabricantes usam este método de armazenamento para produtos químicos, combustíveis, óleos lubrificantes, produtos farmacêuticos, tintas e solventes. A sua aplicação é própria ao tipo mais comum de tanques, que são os tanques de teto fixo fixed roof, e não aos tanques de teto flutuante floating roof, os quais já têm um mecanismo próprio que minimiza a presença de ar e umidade. As vantagens são: Impede que o ar atmosférico, umidade, substâncias poluentes e outros contaminantes entrem no tanque; Protege o produto do tanque da oxidação (limita a degradação ou deterioração do produto), aumentando a sua validade, pois não há exposição e contato com Oxigênio do ar atmosférico; Protege o interior do tanque contra corrosão ou ferrugem; Limita a evaporação do produto, evitando a perda de materiais, uma vez que a pressão de inertização é superior à pressão de vapor do líquido armazenado; Compensa a redução do volume do produto contido no tanque causado pelo seu arrefecimento, prevenindo o vácuo no tanque; Reduz a possibilidade de uma mistura explosiva ao redor do tanque, principalmente na parte superior interna do tanque e do lado de fora do tanque, quando o produto armazenado é combustível ou inflamável, evitando os riscos de explosão ou incêndio; Altera as propriedades inflamáveis do produto armazenado pela substituição do Oxigênio por Nitrogênio; Evita que o líquido evapore para a atmosfera, controlando a emissão de compostos orgânicos voláteis poluentes (VOCs-Volatile Organic Compounds) para a atmosfera; Proteje o meio ambiente quando os gases do tanque forem expelidos para o exterior, durante o enchimento do tanque; Evita que uma deformação por flambagem do tanque ou mesmo que o tanque colapse, ao impedir o vácuo no interior do tanque; Reduz os custos com seguro da instalação. Os sistemas de blanketing são amplamente utilizados na indústria em diferentes segmentos para aumentar a vida útil, integridade e conservação dos produtos estocados, aumentar a vida útil do tanque de armazenamento e prevenir possíveis acidentes como incêndio e explosão. São sistemas que consistem basicamente da remoção do Oxigênio de dentro do tanque, injetando-se gás inerte que, na maioria dos casos é o Nitrogênio. A seleção do gás inerte é freqüentemente baseada nas seguintes características: não inflamável, não contaminante, compatível quimicamente com o líquido armazenado, não tóxico, menor custo e alta disponibilidade. Exemplos de empresas envolvidas no projeto, fornecimento e instalação de sistemas de inertização em tanques são: GASCAT http://www.gascat.com.br/parcerias http://www.gascat.com.br/aplicacoes/16/sistemas-de-blanketing GROTH CORPORATION https://www.grothcorp.com/products/tank-blanketing PROTECTOSEAL http://www.protectoseal.com/vaporflame/vftankvalves.cfm petroblog-santini Página 5 de 8

Os sistemas de inertização ou blanketing do tanque são usados para inertizar o espaço de vapor do tanque com Nitrogênio, utilizando dispositivos de injetar e regular a pressão de N 2, na entrada no tanque. As válvulas destinadas a essa aplicação são as seguintes: Válvula inertizadora ou de blanketing valve; Válvula de alívio de pressão e vácuo; Válvula de alívio de pressão de emergência; Válvula corta-chamas. a. Válvula inertizadora ou de blanketing valve O sistema inclui uma válvula chamada de válvula inertizadora ou reguladora de pressão, que controla o fluxo de reposição ou make-up de Nitrogênio, que entra no espaço vapor do tanque, durante a fase de aspiração ou inalação do tanque. A inalação ocorre quando o líquido armazenado está sendo bombeado para fora do tanque, ou seja, o tanque é esvaziado, e/ou quando os vapores condensam no tanque, devido a uma redução na temperatura, causando vácuo no tanque. O gás inerte entra no tanque apenas durante os ciclos de aspiração do tanque. A válvula é continuamente ajustada para uma pequena pressão positiva de um gás inerte, mantida constante no espaço de vapor do tanque de armazenagem, não permitindo o contato do produto armazenado com o ar atmosférico. Normalmente, sob condições estáticas, a válvula está fechada, não havendo fluxo de Nitrogênio. Se houver saída de produto ou redução do volume armazenado por esvaziamento do tanque, a pressão no espaço vapor cai e, para compensar, ocorre um fluxo de Nitrogênio para dentro do tanque. Da mesma forma, se a temperatura cair, haverá uma diminuição da pressão no espaço de vapor e o Nitrogênio entra no tanque. Isso reduz a evaporação do produto armazenado ao mínimo, evita a introdução de ar e umidade no tanque, conserva a qualidade do produto, reduz muito as emissões e promove a proteção contra incêndio, mantendo um ambiente de gás inerte no tanque. Atenção: se a taxa de bombeamento do tanque for maior que a taxa de reposição do fluxo de Nitrogênio, uma pressão negativa pode fazer com que o tanque seja sugado e colapse. b. Válvula de alívio de pressão e vácuo É a válvula de proteção do tanque para as ocorrências de elevação de pressão interna ou de vácuo durante a operação normal do tanque. Ela deve ser ajustada na pressão e no vácuo máximos admissíveis pelo projeto do tanque de teto fixo. c. Válvula de alívio de pressão de emergência É a válvula de proteção do tanque contra picos de pressão interna de emergência, passíveis de acontecerem no tanque. d. Válvula corta-chamas É a válvula de proteção do tanque contra entrada de chamas de incêndios externos no interior do tanque. Ver figuras ilustrativas a seguir. petroblog-santini Página 6 de 8

Figuras ilustrativas de Sistemas de inertização ou blanketing de tanques de armazenamento petroblog-santini Página 7 de 8

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