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INTRODUÇÃO Arborização tem importante (e antiga) função na redução da poluição, especialmente na Pequim dos dias atuais; A redução pode ocorrer de 2 formas: Diretamente, por absorção de gases como dióxido de enxofre (SO 2 ), dióxido de nitrogênio (NO 2 ) e ozônio (O 3 ), dissolução sobre superfície foliar ou como barreira física; Indiretamente, pela diminuição da necessidade de refrigeração artificial e pela redução de algumas reações químicas. Árvores também produzem poluentes (BVOC biogenic emissions of reactive volatile organic compounds, precursores de O 3 e pólen, p.ex.).

INTRODUÇÃO Cálculos de redução de poluição foram geralmente feitos por extrapolação de indivíduos para o total existente; Atualmente busca se integrar a Fisiologia das espécies com Meteorologia e Química Atmosférica, mas ainda assim há limitações no modelo (concentração de poluentes e configurações de copa variáveis, p.ex.). Em Pequim estudos da arborização urbana foram prioritariamente estruturais.

OBJETIVOS Descrever a atual composição e estrutura da arborização urbana em Pequim; Quantificar os principais poluentes que são reduzidos pela arborização; Quantificar a produção de BVOC (isopreno e monoterpeno); Calcular o seqüestro de carbono. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo focado na região central (300Km 2 4 milhões de habitantes); Determinação de cobertura a partir de análises de imagens de satélite (Landsat) e conferência aleatória em 100 pontos de checagem de campo após processamento das imagens.

MATERIAIS E MÉTODOS Divisão da área em 3 regiões (anéis), relacionados àhistória da cidade; 250 pontos de amostragem (erro padrão menor do que 10%) escolhidos a partir de análise de imagens, cada um com área aproximada de 400m 2.

MATERIAIS E MÉTODOS

MATERIAIS E MÉTODOS Cálculos sobre redução de poluição: Q = F x L x T, onde Q = quantidade de partículas poluentes retiradas pelas árvores em um tempo X F = fluxo de poluentes L = cobertura de copa total na área T = tempo Algumas variáveis envolvidas no cálculo de cada um dos parâmetros acima: Velocidade de deposição de um poluente, concentração do poluente na atmosfera, resistência aerodinâmica, resistência da copa, velocidade do vento a uma altura X, velocidade friccional e constantes previamente calculadas. Produção de BVOC extrapolada a partir de indivíduos. Seqüestro e armazenamento de carbono estimado a partir de fórmulas biométricas (redução de 20% em relação a ambiente florestal).

RESULTADOS

45 spp. de árvores e 33 de arbustos; RESULTADOS Sophora japonica (pagode japonês) Populus tomentosa (choupo, álamo) Tolerantes a compactação, poluição e seca Predominância de PAP de árvores jovens; 40% em bom estado, 31% regulares e 29% em estado crítico, morrendo ou mortas.

RESULTADOS Carbono: na região mais recente da cidade há mais árvores e mais C total acumulado, mas a média por árvore émaior na região mais antiga (árvores mais velhas).

RESULTADOS Concentração dos poluentes sujeita a sazonalidade (ex.: SO 2 maior no inverno, devido ao aquecimento via queima de carvão).

RESULTADOS Total de poluentes retirada pelas árvores por ano: 1.261,4t; 27g/ano/m 2 de cobertura arbórea (elevada se comparada a outros estudos).

RESULTADOS Taxas de concentração e retirada de poluentes seguiram padrões sazonais e ligados à fisiologia das árvores: primavera mais seca e com vento, mais particulados; > área foliar na primavera, > retirada de poluentes;.

RESULTADOS Total potencial de formação de Ozônio: 1.952,6t/ano; Aumento potencial devido àelevação de NO x veiculares, verões quentes e baixa movimentação do ar + BVOC gerado pelas árvores. Diminuição de temperatura de 1,6 o Ce conseqüentemente de poluentes que seriam gerados pela refrigeração artificial.

DISCUSSÃO Arborização inadequada para retirada adequada de poluição muitas árvores pequenas (ainda); Excesso de podas na copa diminuição da eficiência de interceptação; Espécies inadequadas, com vida curta e altas taxas de produção de BVOC; Modelo usado para calcular retirada de poluentes via árvores urbanas precisa ser melhorado.

RECOMENDAÇÕES Para reduzir poluentes: árvores perenifólias, porte grande, balanço entre taxa de crescimento e longevidade, tipo das folhas (mais ásperas, com tricomas), resistentes a poluição e com baixa emissão de BVOC e pólen; Adequação ao ambiente urbano: resistência a pragas e doenças, tolerância à compactação, baixa quantidade de nutrientes e seca, adaptação ao clima local e longevidade. FIM