Produtividade de variedades de milho de polinização aberta no RS

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Transcrição:

Produtividade de variedades de milho de polinização aberta no RS Eberson Diedrich Eicholz (1) ; Rogério Ferreira Aires (2) ; Lineu Migon (3) e Marcel Eicholz (4) (1) Pesquisador; Embrapa Clima Temperado; Pelotas, RS; eberson.eicholz@embrapa.br; (2) Pesquisador, Fepagro, Nordeste; (3) Pesquisador, Fepagro Serra; (4) Doutorando PPGSPAF/UFPel. RESUMO: O milho (Zea mays L.) atualmente é uma das espécies com altos investimentos em tecnologia, geralmente as cultivares são selecionadas para responder a adubação solúvel, resistência a pragas e altas produtividades de grãos, o que acarretou em altos custos de produção. Em muitos casos, os agricultores de base familiar não dispõem de recurso para alto investimento em sementes e insumos, da mesma forma, a nova legislação dos produtos orgânicos preconiza a utilização de sementes do mesmo modo de produção, fatores que sugerem a disponibilização de variedades para este público. Para tanto foram avaliadas oito variedades de milho oriundas dos programas de melhoramento da Embrapa e Fepagro em oito ambientes no Rio Grande do Sul nas safras 2013/14, 2014/15 e 2015/16. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram constituídas por quatro fileiras de 5 m espaçadas 0,7 m. Foi utilizada semeadura manual com densidade de quatro plantas por metro linear. Os dados de rendimento grãos área útil da parcela (duas linhas centrais) foram transformados em kg ha -1 e ajustados para 13% de umidade, também foi determinado o Indicação para cada local e variedade. Os dados de produtividade foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. Como resultado verificou-se que as variedades de milho Tupi laranja, Colonial santa eulária, Brasino e Fepagro 35 tem potencial para para o Rio Grande do Sul. Termos de indexação: VCU,, Zea mays L. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais difundidas, em muito devido a sua grande capacidade de adaptação as diferentes condições ambientais e seu valor nutricional. O Brasil é o terceiro maior produtor no mundo (FAO, 2012). É uma das espécies com maior investimento em tecnologia, geralmente as cultivares são selecionadas, para responder a adubação solúvel, resistência a pragas e altas produtividades de grãos. Porém isto acarretou em altos custos de produção, onde a semente é parte significativa. s de milho de polinização aberta (varietais) praticamente inexistem no mercado. Os agricultores de base familiar muitas vezes não dispõem de recurso para altos investimentos em sementes. Em muitas situações utilizam híbridos e transgênicos que não expressam seu potencial devido as condições de solo e baixo investimento em insumos. No mesmo sentido, anova legislação dos produtos orgânicos preconiza a utilização de sementes do mesmo modo de produção, assim, as sementes de variedades de polinização aberta de milho são demandados, principalmente pelas cooperativas e associações de agricultores ecológicos, considerando que, por enquanto, não utilizam sementes transgênicas nos cultivos. Para Emygdio et al. (2008) a escolha da cultivar mais adequada para uma determinada situação exige um conjunto de conhecimentos e considerações, que além do tipo de cultivar (variedade de polinização aberta, híbrido duplo, híbrido triplo ou híbrido simples), o produtor deve considerar o ciclo e o potencial de rendimento da cultivar, a época de semeadura, a tolerância a doenças, a densidade de semeadura e o espaçamento entre linhas a ser adotado. Todos esses aspectos combinados serão responsáveis pelo sucesso da produção Vários trabalhos atribuem as variedades de polinização aberta maior condição de resposta ao estresse, sendo assim alterantiva viável e desejável em condições sub-ótimas de cultivo e/ou sob condições de baixo uso de tecnologia (BISOGNIN et al.,1997; SANGOI et al. 2003; SILVA et al. 2003; VOGT et al., 2011). Que segundo Emygdio et al. (2011) se deve, em parte, à premissa de que variedades de polinização aberta, por serem constituídas de uma população de plantas variável, apresentam base genética mais ampla, quando comparadas aos híbridos e, em decorrência disso, maior heterogeneidade morfológica e fenológica.

O objetivo de avaliar o desempenho agronômico de variedades de milho visando à de cultivo, bem como determinar o Valor de Cultivo e Uso (VCU) dessas variedades para fins de registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliados nos anos agrícolas 2013/14, 2014/15 e 2015/16 oito variedades de milho oriundas dos programas de melhoramento Embrapa (Farináceo amarelo, Farináceo branco, colonial Santa Eulália, Tupi Laranja, Brasino e Dente de ouro amarelo) e da Fepagro (Pagnoncelli e Fepagro 35) e duas testemunhas (BR 5202 Pampa e BRS Missões) em oito ambientes. Os ensaios foram conduzidos em Pelotas e Canguçu sob a responsabilidade da Embrapa Clima Temperado e Vacaria e Veranópolis sob a responsabilidade a Fepagro, conforme Tabela 1. Tabela 1 Localização, altitude do local, safra e data de semeadura dos experimentos. Data de Município Altitude Safra semeadura Canguçu,RS 275 Pelotas,RS 60 Veranópolis,RS 670 Vacaria,RS 912 2013/14 20/11/2013 2014/15 13/12/2014 2013/14 18/11/2014 2015/16 02/12/2015 2014/15 20/10/2014 2015/16 12/11/2015 2013/14 19/11/2013 2014/15 26/11/2014 O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com três repetições, composto por 10 tratamentos. As parcelas foram constituídas por quatro fileiras de 5 m espaçadas 0,7 m. Foi utilizada semeadura manual com densidade de quatro plantas por metro linear de sulco, correspondendo a um estande de 55.000 plantas por hectare. A adubação foi feita com base na análise de solo, seguindo a recomendação técnica para a cultura do milho. Na adubação de cobertura, foi aplicado em média 200 kg/ha de uréia (45% N) quando as plantas estavam com seis a sete folhas. Os dados de rendimento grãos na área útil da parcela (duas linhas centrais) foram transformados em kg ha -1 e ajustados para 13% de umidade. Para cada cultivar foi determinado o Indicação = [média da variedade/(média das testemunhas desvio padrão do ensaio)]. Os dados de produtividade foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO O rendimento médio das variedades de milho nos ensaios em Canguçu (Tabela 2) foi superior a 6.000 kg ha -1, valores superiores a média do estado do Rio grande do Sul e do município de Canguçu que na safra 2014/15 foram 5.891 e 3.000kg ha -1 respectivamente (IBGE, 2016). O índice para foi obtido por quatro das variedades testadas da Embrapa e ambas da Fepagro, o que evidencia potencial na região de estudo. Os milhos farináceos branco e amarelo foram os de menor produtividade e não atingiram o índice superior a 1 necessário para considerando esta característica. Estas variedades são consideradas especiais e visam atender mercados de alimentação humana, na forma de farinha. Nichos de mercado demandam milhos com estas características de alto rendimento e qualidade de farinha para confecção de pães e bolachas sem gluten, necessidade cada vez mais comum entre os consumidores de farinha Tabela 2 Dados médios de produtividade de grãos de milho de ensaios conduzidos em Canguçu, RS em duas safras. 2013/14 2014/15 2014 2015 BR 5202 Pampa (T) 7137 a 6117 abc 1,29 1,21 BRS Missões (T) 6312 a 6057 abc 1,14 1,20 Santa Eulária 6967 a 5441 bcd 1,26 1,08 Brasino 6667 a 7164 a 1,20 1,42 Tupi Laranja 6524 a 6482 ab 1,18 1,28 Dente de ouro 5887 ab 5933 abc 1,06 1,17 Farenáceo Branco 4141 c 4171 d 0,75 0,83 Farenáceo Amarelo 5036 bc 4866 cd 0,91 0,96 Pagnoncelli - 5783 abc - 1,14 Fepagro 35-5078 bcd - 1,00 Média (T) 6725 6087 Média geral 6085 5709 CV (%) 12,7 13,4 si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. **s com 1 são indicadas para No local Pelotas, visualizado na Tabela 3, não se observaram diferenças significativas entre as variedades de milho testados em relação às testemunhas na safra 2013/14, já na safra 2014/15 somente os milhos farináceos apresentaram rendimento produtivo inferior. Com exceção destes últimos, todos apresentaram potencial para, independente da safra.

Tabela 3 Dados médios de produtividade de grãos de milho de ensaios conduzidos em Pelotas, RS em duas safras. 2013/14 2015/16 2014 2016 BR 5202 Pampa (T) 6080 a 6954 a 1,17 1,18 BRS Missões (T) 6021 a 7012 a 1,15 1,19 Santa Eulária 5808 a 6672 a 1,11 1,13 Brasino 5601 a 6560 a 1,07 1,11 Tupi Laranja 5890 a 6716 a 1,13 1,14 Dente de ouro 6388 a 6095 a 1,22 1,03 Farenáceo Branco 5449 a 4196 b 1,04 0,71 Farenáceo Amarelo 5960 a 4870 b 1,14 0,82 Pagnoncelli 6971 a 1,18 Fepagro 35 6239 a 1,06 Média (T) 6051 6983 Média geral 5823 6227 CV (%) 16,5 11,2 si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade **s com 1 são indicadas para Em Veranópolis (Tabela 4), somente as variedades Dente de ouro, Farenáceo Branco, Pagnoncelli (na safra 2014/15) e Farenáceo Amarelo (na safra 2015/16) não atingiram o índice de. Tabela 4 Dados médios de produtividade de grãos de milho de ensaios conduzidos em Veranópolis, RS em duas safras. 2014/15 2015/16 2015 2016 BR 5202 Pampa (T) 6620 abcde 5065 a 1,12 1,58 BRS Missões (T) 8229 a 3285 bc 1,39 1,02 Santa Eulária 7695 abc 4788 a 1,30 1,49 Brasino 8134 ab 4550 a 1,37 1,42 Tupi Laranja 6779 abcd 4654 a 1,15 1,45 Dente de ouro 5882 cde 4796 a 0,99 1,50 Farenáceo Branco 4939 de 3787 b 0,83 1,18 Farenáceo Amarelo 6004 bcde 2655 c 1,01 0,83 Pagnoncelli 4433 e 3750 b 0,75 1,17 Fepagro 35 6512 abcde 5322 a 1,10 1,66 Média (T) 7425 4175 Média geral 6484 4299 CV (%) 16,78 8,84 si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. **s com 1 são indicadas para cultivo. Resultado semelhante foi observado em Vacaria (Tabela 5), onde os genótipos Farenáceo Branco, Pagnoncelli e Farenáceo Amarelo não atingiram o índice de. É importante destacar que, a exemplo dos farináceos, o genótipo Pagnoncelli é um milho especial, foi selecionado por possuir palha mais maleável, que é excelente para ser empregada em obras de artesanato. Características como coloração, textura, maciez e resistência, facilitam o trabalho dos artesãos e garantem um produto de melhor qualidade. Tabela 5 Dados médios de produtividade de grãos de milho de ensaios conduzidos em Vacaria, RS em duas safras. Produtividade (kg ha -1 ) ** 2013/14* 2014/15 2014 2015 BR 5202 Pampa (T) 6466 a 7595 ab 1,29 1,35 BRS Missões (T) 6186 ab 6752 abcd 1,23 1,20 Santa Eulária 6169 ab 6942 abc 1,23 1,24 Brasino 4894 bc 6984 abc 0,98 1,24 Tupi Laranja 6692 a 7932 a 1,33 1,41 Dente de ouro 5355 ab 5610 bcd 1,07 1,00 Farenáceo Branco 3630 c 5471 bcd 0,72 0,97 Farenáceo Amarelo 3694 c 4754 cd 0,74 0,85 Pagnoncelli - 4651 d - 0,83 Fepagro 35-8298 a - 1,48 Média (T) 6326 7174 Média Geral 5385 6565 CV (%) 13,91 16,4 *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. **s com 1 são indicadas para CONCLUSÕES As variedades de milho Tupi laranja, Colonial santa eulária, Brasino e Fepagro 35 tem potencial para para o Rio Grande do Sul. REFERÊNCIAS BISOGNIN, D. A.; CIPRANDI, O.; COIMBRA, J. L. M.; GUIDOLIN, A. F. Potencial de variedades de polinização aberta de milho em condições adversas de ambiente. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 29-34, 1997. EMYGDIO, B. M.; MACHADO, J. R.; GUADAGNIN, J. P.; MEIRELES, W.; PEREIRA, F.; BACKES, R. L.; OLIVEIRA, A. C. B. DE; RODRIGUES, L.R. Recomendação de variedades de milho para o sul do

Brasil para a safra 2011/12. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 7-13, 2011. EMYGDIO, B. M.; SILVA, S. D. DOS A.; PORTO, M. P.; TEIXEIRA, M. C. C.; OLIVEIRA, A. C. B. DE. Fenologia e características agronômicas de variedades de milho recomendadas para o RS. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008, 18p. (Embrapa Clima Temperado. Circular Técnica, 74). IBGE. Produção agrícola municipal, ano 2014. Disponível em:http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=8 39&z=p&o=29. Acesso Junho 2016. SANGOI, L.; HORN, D.; ALMEIDA, M. L.; SCHMITT, A.; BIANCHET, P.; SCHWEITZ, C.; GRACIETTI, M. A.; SILVA, P. R. F.; ARGENTA, G. Sistemas de manejo e performance agronômica de cultivares de milho com diferentes bases genéticas no planalto catarinense. In: REUNIÃO TÉCNICA CATARINENSE DE MILHO E FEIJÃO, 4., 2003, Lages. Anais... Lages: CAV-UDESC, 2003b. p. 78-83. SILVA, A. A.; SILVA, P. R. F.; ARGENTA, G.; SANGOI, L.; MINETTO, T. J.; BISOTTO, V.; RAMBO, L.; FORSTHOFER, E. L.; SUHRE, E., STRIEDER, M. L. Desempenho agronômico e econômico de tipos de cultivares de milho em função de níveis de manejo. In: REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DE MILHO, 48., 2003, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Emater/RS, Fepagro, 2003. 1 CD-ROM. VOGT, G. A.; BALBINOT JUNIOR, A. A.; BACKES, R. L. Estabilidade e adaptabilidade de variedades de polinização aberta de milho em Santa Catarina. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.24, n.1, p.77-82, 2.