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Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2004 2009 Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar PROVISÓRIO 2004/0020(CNS) 29.9.2004 PROJECTO DE PARECER da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar destinado à Comissão das Pescas sobre a proposta de regulamento do Conselho que altera o Regulamento (CE) nº 850/98 no respeitante à protecção dos recifes de coral de profundidade dos efeitos do arrasto em determinadas zonas do oceano Atlântico (COM(2004)0058 C5-0074/2004 2004/0020(CNS)) Relatora de parecer: Satu Hassi PA\543184.doc PE 347.216

PA_Leg PE 347.216 2/6 PA\543184.doc

BREVE JUSTIFICAÇÃO A Comissão propõe que seja proibida a utilização das artes de arrasto pelo fundo ou de quaisquer outras que impliquem um contacto com o fundo marinho nas águas em torno das Ilhas Canárias, da Madeira e dos Açores. Isto contribuiria para proteger os habitats de profundidade formados por agregações de coral de profundidade (Lophelia pertusa), fontes hidrotermais e estruturas carbonatadas, já que estes habitats são conhecidos por conterem elevados níveis de biodiversidade marinha e serem muito vulneráveis aos danos causados pelo contacto físico com as artes da pesca. O novo Regulamento de base no âmbito da Política Comum das Pescas 1 estabelece concretamente que a Comunidade tome medidas tendentes a reduzir o impacto ambiental da pesca. A proposta da Comissão deve, por conseguinte, ser calorosamente saudada pelo Parlamento, rapidamente adoptada pelo Conselho e, em seguida, implementada pelos Estados-Membros. A protecção dos recifes de coral de profundidade e de outros sensíveis habitats marinhos de profundidade tem-se tornado uma matéria que reúne cada vez mais preocupações por parte da comunidade científica à escala mundial. Num relatório destinado à Comissão de Helsínquia, à Comissão e à Direcção-Geral das Pescas da Comissão Europeia OSPAR, o Conselho Internacional para a Exploração dos Mares ICES advertia para que o único método comprovado para impedir os danos causados aos corais biogénicos de profundidade pela actividade da pesca é através da criação de espaços vedados às artes rebocadas, que são susceptíveis de afectar o fundo marinho. 2 Agindo em conformidade com a proposta do ICES, a Comunidade Europeia e os Estados-Membros em causa, juntamente com as outras partes contratantes da Convenção de Oslo e de Paris para a Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste, comprometeram-se a tomar medidas imediatas tendentes a proteger os corais de recife de mais danos, em consequência da utilização de artes de pesca nas zonas de coral, e a assegurar, além disso, a tomada de medidas até 2005 destinadas a identificar ameaças adicionais aos corais de águas frias, assim como a tomada de medidas destinadas a proteger os corais contra estas ameaças. 3 A incorporação desta proposta na proposta da Comissão contribuiria para aplicar o compromisso OSPAR, assim como a legislação comunitária pertinente, tal como a Directiva sobre Habitats e Espécies Protegidas. No que diz respeito à ameaça que a utilização das artes de arrasto pelo fundo representa para a biodiversidade das águas profundas em alto mar, a Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar refere o apelo lançado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2003 para investigar urgentemente a melhor forma de gerir, numa base científica, que inclui a aplicação do princípio da precaução, as ameaças e os perigos para os ecossistemas e a biodiversidade marinhos vulneráveis e ameaçados, existentes em zonas situadas fora da 1 Regulamento (CE) 2371/2002 2 Relatório do Comité Consultivo sobre ecossistemas do ICES. Relatório colectivo de investigação do ICES nº 254, Conselho Internacional para a Exploração dos Mares, Dezembro de 2002. p 28. 3 Declaração de Bremen, adoptada na reunião ministerial das Partes constituintes do OSPAR Convenção para a Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste, Junho de 2003, nº 12. PA\543184.doc 3/6 PE 347.216

jurisdição nacional. 1 A comissão refere ainda que a Sétima Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade Biológica, realizada em Fevereiro de 2004, exortou a Assembleia-Geral das Nações Unidas e os Estados a título individual a tomarem medidas urgentes, a curto e a longo prazo, destinadas a proteger a biodiversidade das águas profundas no alto mar contra práticas destrutivas. 2 A comissão sustenta que a posição da União Europeia deve ser apoiar a acção da Assembleia Geral das Nações Unidas, que é coerente com a proposta da Comissão destinada a proteger estes habitats nas águas comunitárias. No mínimo, justifica-se uma moratória sobre artes de arrasto pelo fundo nas zonas de alto mar até que tenham sido implementados regimes juridicamente vinculativos, destinados a proteger a biodiversidade das águas marinhas profundas contra a pesca de arrasto pelo fundo e a conservar e administrar a actividade de pesca demersal do alto mar em conformidade com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o Acordo das Nações Unidas de 1995 relativo à Conservação e à Gestão das Populações de Peixes, a Convenção sobre Diversidade Biológica e outros diplomas de relevo. Isto é totalmente coerente com as obrigações subscritas pela Comunidade Europeia e pelos Estados-Membros enquanto Partes contratantes do Acordo das Nações Unidas relativo à Conservação e à Gestão das Populações de Peixes e, em particular, com a obrigação de dar ampla aplicação ao princípio da precaução e proteger a biodiversidade no meio marinho consagrado nos artigos 5º e 6ºdo Acordo da Nações Unidas de 1995 relativo à Conservação e à Gestão das Populações de Peixes. A única proposta que a relatora deseja fazer no sentido de melhorar a louvável proposta da Comissão consistiria em requerer a realização de estudos científicos adicionais a fim de apurar que outras zonas situadas dentro das águas da União Europeia merecem protecção similar, pelo que submete duas alterações para esse efeito. ALTERAÇÕES A Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar insta a Comissão das Pescas, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes alterações no seu relatório: Texto da Comissão 3 Alterações do Parlamento Alteração 1 CONSIDERANDO 3 BIS (novo) 1 Resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre os Oceanos e o Direito do Mar. A/RES/58/240. Nºs 51 e 52. 12 de Dezembro de 2003. 2 Decisão VII/5 da Sétima Conferência das Partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica Marinha e Costeira, nºs 57-62, Fevereiro de 2004. 3 Ainda não se encontra publicado em JO. PE 347.216 4/6 PA\543184.doc

(3 bis) Considerando que a protecção destas zonas contra o impacto adverso da actividade da pesca é totalmente consentâneo com as disposições estabelecidas nos artigos 5º e 6º do Acordo das Nações Unidas de 1995 relativo à Conservação e à Gestão das Populações de Peixes, nomeadamente com as disposições que requerem a aplicação do princípio da precaução e a protecção da biodiversidade no meio marinho, Alteração 2 ARTIGO 1 Artigo 30, nº 5 (novo), (Regulamento (CE) nº 850/98) Ao artigo 30º do Regulamento (CE) nº 850/98 é aditado o seguinte nº 5: "5. A Comissão apresentará até 31 de Dezembro de 2005 ao Parlamento Europeu e ao Conselho um relatório que avaliará o estado de conservação das zonas referidas no nº 4, assim como de outras zonas de habitats de águas profundas com idêntico grau de vulnerabilidade, situadas nas águas da UE. Com base nesse relatório, o Conselho decidirá sobre todos os aditamentos necessários à lista contida no nº 4." PA\543184.doc 5/6 PE 347.216

Título ## Referências Comissão competente quanto ao fundo ## Cooperação reforçada ## Relator de parecer ## Data de designação ## Exame em comissão ## Data de aprovação das alterações ## PROCESSO ###### ## ## ## (##) Resultado da votação final A favor: ## Contra: ## Abstenções: ## Deputados presentes no momento da votação final Suplentes presentes no momento da votação final Suplentes (nº 2 do art. 178º) presentes no momento da votação final ## ## ## PE 347.216 6/6 PA\543184.doc