PROJETO DE LEI Nº 161/04



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Transcrição:

PROJETO DE LEI Nº 161/04 DISPÕE SOBRE A PERMISSÃO DE USO DAS VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS, INCLUSIVE O ESPAÇO AÉREO E O SUBSOLO E OBRAS DE ARTE DE DOMÍNIO MUNICIPAL PARA AS FINALIDADES QUE ESPECIFICA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1º O Município de Guarulhos poderá permitir, a título precário e oneroso, o uso das vias e logradouros públicos, áreas de domínio público, inclusive o subsolo e espaço aéreo e obras de arte de domínio municipal, para implantação, instalação e passagem de equipamentos urbanos destinados à prestação de serviços de infra-estrutura por entidades de direito público ou privado, obedecidas as disposições desta Lei e demais atos normativos. 1º Nenhuma entidade de direito público ou privado poderá utilizar áreas de domínio público, inclusive o subsolo e espaço aéreo e obras de arte de domínio municipal sem a prévia permissão do Executivo. 2º Consideram-se obras de arte de domínio municipal as pontes, pontilhões, túneis, viadutos e outras obras de natureza similar. 3º Os serviços de infra-estrutura de que trata esta Lei, constituem-se: I - distribuição de energia elétrica e iluminação pública; II - telefonia convencional fixa e telefonia celular; III - telecomunicações em geral, inclusive TV a cabo; IV - dutovias (distribuição de gás, petróleo e derivados químicos); V - outros serviços de interesse público. 4º Para fins desta Lei, consideram-se equipamentos urbanos todas as instalações de infraestrutura, tais como: tubulações, dutos, condutos, oleodutos, cabeamentos, posteamentos, cabinas, telefone de uso público, torres, suportes, equipamentos subterrâneos ou aéreos, caixas de passagem, caixas telefônicas, dentre outros de natureza similar a serem instalados no Município. Art. 2º Os projetos de implantação, instalação e passagem de equipamentos urbanos nos logradouros, vias públicas e nas obras de arte de domínio municipal, inclusive espaço aéreo e subsolo, dependerão de prévia aprovação pelo Executivo e formalização de Termo de Permissão Onerosa de Uso, obedecidas as disposições desta Lei e demais atos regulamentares. 1º A celebração de Termo de Permissão Onerosa de Uso não exime a entidade de direito público ou privado da obrigação de cumprir as normas de posturas municipais, de saúde, de segurança, de trânsito e de edificações, do Plano Diretor do Município e demais existentes para cada tipo de atividade a ser exercida. 2º O Executivo editará normas complementares para fixação das especificações técnicas concernentes à apresentação dos elementos necessários à apreciação dos projetos de implantação e do cadastro dos equipamentos já implantados, transpostos ou colocados. Art. 3º A permissão para utilização das vias públicas, inclusive espaço aéreo e subsolo e das obras de arte de domínio municipal, para a implantação, instalação e passagens de equipamentos urbanos será remunerada mensalmente, mediante preço público. 1º O valor mensal da remuneração será determinado pela seguinte expressão: onde, P é o preço em R$ (real) da concessão para a rede de infra-estrutura licenciada pelo Município; t é o trecho urbano onde passa a rede, conforme a listagem de logradouros e faces de quadra definida pela tabela de valores do Município; L t é o comprimento linear em metro da rede em cada trecho urbano; B t é a largura em metro da estrutura por onde passa a rede em cada trecho urbano; H t é a altura em metro da estrutura por onde passa a rede em cada trecho urbano; V t é o montante em R$/m 2 (real por metro quadrado) definido conforme tabela do Município, que estipula os valores vigentes de avaliação de mercado para cada trecho urbano; K é o coeficiente de cobrança pela concessão para a rede, definido em 0,4%. 1

2º Aplica-se a mesma fórmula para o cálculo dos armários e do mobiliário urbano, erigidos em propriedade municipal, utilizados para a infra-estrutura necessária à extensão dos serviços. 3º O coeficiente k terá valor de 0,3% para efeito de cobrança das redes de distribuição de gás, considerando apenas a estrutura de condução do conteúdo gasoso ou liquefeito, e não a estrutura das demais redes acessórias ou adjacentes, sobre as quais se aplicará o fator normal de 0,4%. 4º O coeficiente K terá valor 0,2% para efeito de cobrança das redes de distribuição de energia, considerando apenas a estrutura relativa à natureza propriamente dita destes serviços e não a estrutura das demais redes acessórias ou adjacentes, sobre as quais se aplicará o fator normal de 0,4%. 5º Nos casos de redes de infra-estrutura executadas em regime de consórcio ou compartilhadas, a cobrança será efetuada de forma individual, contra cada uma das empresas, tomando como base de cálculo a participação relativa das mesmas em termos de ocupação e utilização do conjunto instalado. Art. 4º O requerimento de aprovação do projeto será protocolado junto à Prefeitura, que no prazo máximo de sessenta dias, contados da data do protocolo, deverá analisar e decidir sobre o pedido. 1º Eventual exigência comunicada ao interessado suspenderá a contagem do prazo fixado no caput deste artigo, que será reiniciada a partir da data do cumprimento da exigência. 2º Não havendo manifestação do setor competente da Prefeitura no prazo assinalado, este deverá fornecer ao interessado, sempre que por este requerido, os esclarecimentos a respeito do andamento do pedido. 3º Do indeferimento do pedido formulado, caberá recurso administrativo, dirigido ao Prefeito, no prazo de trinta dias, contados da publicação do despacho no Diário Oficial do Município de Guarulhos. 4º Após protocolado o recurso administrativo, caberá o prazo de trinta dias para decisão do órgão competente. Art. 5º Aprovado o projeto pelo setor competente, a Secretaria de Assuntos Jurídicos lavrará, imediatamente, o Termo de Permissão Onerosa de Uso das vias e logradouros públicos, espaço aéreo e subsolo e obras de arte municipais, para os fins previstos nesta Lei. 1º O Termo de Permissão Onerosa de Uso deverá ser formalizado entre a Administração e a entidade interessada. 2º O Termo de Permissão Onerosa de Uso será firmado com a entidade que esteja efetivamente prestando os serviços de infra-estrutura, seja pelo regime direto, de concessão, permissão ou autorização, ficando responsável pelo cumprimento às disposições desta Lei enquanto perdurar a prestação de serviços, bem como, mesmo que posteriormente, responsável pelo período de sua atuação. 3º No ato da formalização do Termo de Permissão Onerosa de Uso, deverá ser recolhida a primeira parcela mensal do valor fixado, sendo as parcelas subseqüentes, recolhidas com observância ao disposto no art. 11 desta Lei. Art. 6º Os equipamentos urbanos destinados à prestação de serviços de infra-estrutura implantados nas vias e logradouros públicos, de que trata a presente Lei, integrarão Cadastro Municipal específico, para fins de cobrança de preço público e controle urbano, cujos elementos serão definidos por ato normativo da autoridade competente. Art. 7º Após a formalização do Termo de Permissão Onerosa de Uso, a entidade poderá iniciar a execução das obras ou serviços aprovados. 1º O setor competente acompanhará a execução de quaisquer obras e serviços, notificando de imediato a entidade para efetuar as correções que entenda necessárias, se for constatada a inobservância do projeto aprovado. 2º A execução das obras e serviços objeto dos projetos aprovados pelo setor competente deverá ser iniciada em até um ano, contado da data da emissão do Termo de Permissão Onerosa de Uso, ao término do qual será revogada a permissão concedida, sem prejuízo da cobrança do preço público, desde o período em que lavrado o Termo mencionado. Art. 8º Havendo desconformidade entre o projeto aprovado e sua execução, a entidade permissionária ficará compelida ao seu refazimento, suportando os custos decorrentes, além de responder pelas perdas e danos que tenha causado ou venha a causar ao Município, ou a terceiros, com a readaptação imposta, sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis. Parágrafo único. Na hipótese do interessado estar impedido de executar o projeto aprovado, por razões alheias à sua vontade, deverá comunicar tal fato ao setor competente que procederá a análise do assunto, visando solucionar o problema existente, de forma a atender o interesse público. 2

Art. 9º Serão de responsabilidade exclusiva da entidade interessada quaisquer danos ou prejuízos causados, inclusive a terceiros, pela execução de obras ou serviços, mesmo que advindos de atos praticados involuntariamente. Art. 10. Fica a permissionária obrigada a realizar o remanejamento dos equipamentos instalados quando houver comprovado interesse público que justifique tal medida, sem qualquer ônus ao Município. Art. 11. O pagamento do preço público apurado será efetuado mensalmente, tendo como vencimento o décimo quinto dia do mês. 1º A contagem do mês para fins de início de pagamento do valor acima referido, contar-se-á da data da aprovação do projeto e conseqüente formalização do Termo de Permissão Onerosa de Uso. 2º É facultado o pagamento antecipado das parcelas mensais, hipótese em que será concedido desconto de 1% ao mês, incidente sobre cada parcela paga, antecipadamente, tomando-se em conta a data em que deveria ser realizado o pagamento. 3º O atraso no pagamento do preço público ensejará a incidência, cumulativamente de juros de mora, atualização monetária e multa, assim especificados: I - juros de mora de 1% ao mês ou fração; II - atualização pela variação da UFG, no período vigente, ou outro índice que vier a ser utilizado pelo Município; III - multa de 2%. Art. 12. A desobediência injustificada às disposições constantes da presente Lei sujeitará o infrator à aplicação das seguintes penalidades: I - advertência; II - multa; III - suspensão da aprovação de novos projetos; IV - imediata desocupação da área utilizada. 1º A advertência será aplicada pelo setor competente em razão da inobservância das disposições desta Lei. 2º A multa será aplicada pelo setor competente, sempre que a entidade de direito público ou privado não atender à notificação de advertência quanto à inobservância do projeto na execução da obra ou serviço, ou qualquer outra irregularidade às disposições desta Lei ou demais atos normativos e corresponderá ao preço mensal estipulado à entidade infratora, acrescido de 50%. 3º A suspensão da aprovação de novos projetos será aplicada pelo setor competente pela aprovação do projeto à entidade de direito público ou privado, sempre que, injustificadamente, persistirem as infrações referidas no parágrafo anterior. 4º Em caso de impossibilidade de retirada do equipamento do local onde foi disposto irregularmente, a título de penalidade, será cobrado em dobro o preço mensal estipulado à entidade infratora. 5º Da aplicação das penas previstas nos incisos II, III e IV caberá defesa no prazo máximo de trinta dias contado do primeiro dia útil do efetivo recebimento da notificação feita à entidade interessada. 6º Após protocolado o recurso administrativo, caberá o prazo de trinta dias para decisão do órgão competente. Art. 13. As entidades de direito público e privado que tenham equipamentos de sua propriedade já implantados em caráter permanente nas vias públicas, logradouros e obras de arte de domínio municipal, fornecerão à Prefeitura, cópia dos elementos cadastrais, a fim de serem complementados os registros existentes e organizados na forma de Cadastro Específico. 1º Independente da apresentação dos dados complementares de que trata o caput deste artigo, a Prefeitura por intermédio do setor competente, expedirá o Termo de Permissão Onerosa de Uso dos equipamentos constantes dos registros cadastrais já existentes. 2º O Executivo estabelecerá os prazos para apresentação dos elementos cadastrais complementares e em se tratando de entidades que possuam equipamentos cujas medições demandem estudos técnicos específicos, a implementação do seu cadastro poderá ser realizada progressivamente, especificando-se, obrigatoriamente, no Termo de Permissão Onerosa de Uso dos equipamentos já cadastrados, os limites, condições e prazos para a apresentação dos elementos complementares. 3º Não havendo a entidade de direito público ou privado regularizado a situação dos equipamentos já implantados nos prazos estabelecidos, serão aplicadas as seguintes penalidades, cumulativamente: I - o preço público mensal estipulado para a entidade infratora acrescido de 30% aos que não se regularizarem em sessenta dias após o prazo estabelecido; 3

II - o preço público mensal estipulado para a entidade infratora, acrescido de 60% aos que não se regularizarem em até noventa dias após o prazo estabelecido; III - o preço público mensal estipulado para a entidade infratora, acrescido de 90% aos que não se regularizarem em até cento e oitenta dias após o prazo estabelecido; IV - o preço público mensal estipulado para a entidade infratora, acrescido de 100%, penalidade esta a ser aplicada mensalmente, a partir do 181º (centésimo octogésimo primeiro) dia após o prazo estipulado, sendo devido até a regularização da situação do equipamento perante as disposições desta Lei. 4º Visando à uniformização do processamento de dados do Cadastro, a Prefeitura por intermédio do setor competente, disponibilizará às entidades interessadas os arquivos digitais com o mapeamento viário do Município. Art. 14. Serão considerados clandestinos os equipamentos implantados em desconformidade com o estabelecido nesta Lei, os que não possuam o Termo de Permissão Onerosa de Uso ou que não tenham sido aprovados e autorizados os projetos de implantação. Art. 15. O Município poderá converter o pagamento do preço público mensal estipulado para a entidade permissionária em dação em pagamento, desde que precedido de autorização legislativa e prévia avaliação do Executivo. 1º A dação em pagamento a que se refere o caput deste artigo, deve visar a construção da rede pública de infra-estrutura subterrânea, e corresponde aos equipamentos a serem transferidos pelo empreendedor ao Município, consubstanciados nos dutos, subdutos, caixas de passagem ou emenda, cabos de fibra e outros. 2º O valor transferido pelo empreendedor ao Município na forma de dação em pagamento será atualizado monetariamente pelo índice oficial do Município e acrescido de juros de 1% ao mês, e deverá ser amortizado mensalmente com o valor estipulado para a entidade permissionária. 3º Após a extinção dos créditos mediante dação em pagamento, a entidade se submeterá ao pagamento do preço público eventualmente devido, nos termos da legislação vigente. 4º O Executivo fixará a competência para o controle dos pagamentos e finalização das dações em pagamento. Art. 16. Ficarão dispensados do pagamento do preço público instituído pela presente Lei, os equipamentos de infra-estrutura urbana instalados nas vias e logradouros públicos, áreas de domínio público, inclusive o subsolo e espaço aéreo e obras de arte de domínio municipal, que se destinem ao saneamento (água e esgoto), urbanização (drenagem pluvial), limpeza urbana, serviços postais e transportes coletivos. Art. 17. O Executivo editará normas referentes às especificações técnicas de compatibilização de projetos ou obras de utilização de vias públicas, espaço aéreo, subsolo e obras de arte do Município, visando disciplinar o compartilhamento ou sublocação das áreas municipais. Art. 18. Esta Lei será regulamentada no prazo de sessenta dias, especialmente em relação às competências dos órgãos da Administração para aplicação da presente Lei. contrário. Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em Guarulhos, 6 de dezembro de 2004. ELÓI PIETÁ Prefeito Municipal 4

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Excelentíssimo Vereador SEBASTIÃO BISPO DA SILVA Presidente da E. Câmara Municipal de GUARULHOS Temos a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência e dignos Pares para exame, discussão e votação, o anexo Projeto de Lei que dispõe sobre a permissão de uso das vias e logradouros públicos, inclusive o espaço aéreo e o subsolo e obras de arte de domínio Municipal para as finalidades que especifica e dá outras providências. Historicamente a coisa pública era de todos e não era de ninguém, ocasionando deturpações enormes. O Município autorizava a abertura do buraco para utilização do subsolo sem, contudo, manter registro das redes implantadas. Todas as redes eram de estatais, justificando-se a autorização pela cooperação entre os entes federados. Além disso, o monopólio para exploração do serviço limitava o número de redes a serem implantadas, não chegando a causar maiores problemas, pois não se vislumbrava o escasseamento tanto do espaço quanto do subsolo. A nova ordem constitucional e as privatizações levaram o Município a uma nova concepção, isso porque os municípios não dependem mais do poder central e têm autonomia política e administrativa, notadamente para organização dos serviços públicos. A situação como hoje se apresenta, deve levar o Município à busca de soluções, de maneira que os serviços possam ser disponibilizados de forma segura e ordenada, permitindo que toda população tenha acesso às diferentes modalidades de serviços. Desta forma, o administrador público nas suas atividades de planejamento urbano, pode utilizar como ferramentas de trabalho e até como indicador de desenvolvimento de determinadas áreas da cidade, a gama de redes de infra-estrutura existente ou por ser realizada, sendo a disponibilização destes serviços e a respectiva implantação da infraestrutura compatibilizada com o processo de planejamento municipal, de maneira a evitar a abertura indiscriminada de vias e passeios, tão comum em nosso Município. Na ultima década, houve um significativo aumento de serviços à disposição da população, os quais, para sua implantação, necessitam da extensão de redes subterrâneas ou aéreas no espaço urbano. Assim, o uso da telefonia celular, as televisões a cabo, as infovias próprias, a Internet ou as ligações dos sistemas em rede, são novos recursos que estão sendo disponibilizados à população e estão ocupando espaço privilegiado para a implantação das redes aéreas e subterrâneas necessárias à efetivação dos mesmos e, este espaço pertence aos Municípios. A privatização das companhias telefônicas foi o referencial, pois o quadro atual situa-se em um contexto marcado por grandes modificações, todas elas associadas ao comportamento internacional do mercado competitivo do setor, estabelecendo uma série de novos padrões e opções de negócios. Os órgãos públicos tornaram-se demandadores de serviços e as grandes empresas passaram a utilizar as telecomunicações para apoiar seus respectivos processos de negócios. Neste período, o número de operadoras multiplicou. Avanços importantes na transmissão por fibra óptica e emissão a laser, combinados com a tecnologia de transmissão por pacotes digitais, promoveram um aumento surpreendente de capacidade das linhas de transmissão. Para as prefeituras, esta é uma questão nova. Estas intervenções acarretam um grande transtorno sendo necessário estabelecer a questão do direito de passagem. Também têm sido projetadas novas redes para fornecimento de gás natural, energia elétrica, água e esgoto, invariavelmente, os espaços públicos municipais têm sido requisitados para a implantação de tais projetos. A remuneração em face da utilização dos bens públicos municipais por terceiros origina uma receita não tributária, denominada preço público, pois inexiste prestação de serviço público ou exercício regular de poder de polícia. Anote-se que as empresas não são obrigadas a utilizar espaço de propriedade municipal, podem utilizar outra tecnologia ou atravessar áreas privadas para extensão de seus cabos, por exemplo. Não há, portanto, obrigatoriedade, mas sim opção pela utilização dos espaços públicos para extensão das redes de infra-estrutura, especialmente de telecomunicações. 5

A definição do preço público é extremamente relevante, uma vez que decorre do uso especial do bem público para fins privados, porém não deve ser irrisório nem abusivo. Neste sentido, o projeto de lei em apreço, após estudos prévios, atribui uma fórmula já utilizada por diversos Municípios, fórmula esta revestida de razoabilidade e proporcionalidade. Deste modo, resta inequívoco o poder-dever do Município em estabelecer retribuição pela utilização dos bens públicos municipais pelas concessionárias dos serviços públicos, em face do seu uso especial para fins privados, da mesma forma que são remuneradas outras outorgas de espaços públicos, como: bancas de jornal, quiosques etc. estabelecidos em calçadas ou praças. A remuneração deve ser mediante a fixação de preço público razoável, que possua relação com o valor de mercado do espaço utilizado, mediante prévio estudo ou avaliação técnica, mormente porque pela equivocada tradição de desregulamentação sobre o subsolo e a parte aérea, estes não possuem valor de mercado conhecido. (Rogério Favreto, Procurador Geral de Porto Alegre/RS) Frise-se que a competência municipal nada tem a ver com a concessão dos serviços públicos, cuja atribuição é federal. Evidentemente, com a presente minuta de projeto de lei, não pretende o Município intervir em tal questão, por não ter competência constitucional para tanto. Todavia, em que pese ser competência da União dispor sobre a exploração, autorização, concessão ou permissão dos serviços, isto não implica que os mesmos possam ser prestados sem o cumprimento de regras básicas estabelecidas pelos Municípios. Não obstante, a Constituição Federal em seu art. 30, inciso VIII e a Lei Orgânica do Município de Guarulhos, art. 132, inciso X, alínea c, estabelecem que é da competência municipal a função de planejamento, do controle da atividade edilícia e do uso do solo urbano. Bem como, cabe ao Município executar a política de desenvolvimento e expansão urbana conforme dispõe o art. 182 da Constituição Federal de 1988. Ainda, é de responsabilidade do Município, e decorrente desta atribuição constitucional de planejar, a manutenção de registros atualizados e confiáveis, tanto da situação do solo urbano quanto do subsolo. Tornase, portanto, imprescindível que as infra-estruturas existentes, ou que venham a ser implantadas, sejam do conhecimento do poder municipal. Art. 132. A política do desenvolvimento urbano e o estabelecimento de diretrizes e norma relativas ao mesmo, têm como objetivos e deverão assegurar:... X - a ordenação e o controle do uso do solo, de forma a evitar:... c) o adensamento inadequado à infra-estrutura urbana e aos equipamentos urbanos e comunitários existentes ou previstos; Art. 30. Compete aos Municípios:... VII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, e traz em seu bojo as diretrizes gerais da política urbana. Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes:... VI - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:... c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infraestrutura urbana; Art. 4º Para fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:... III - planejamento municipal, em especial: a)... b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; 6

Reconhecendo a competência municipal, o art. 74 da Lei nº 9.472/1997 - Lei Geral das Telecomunicações dispõe: Art. 74. A concessão, permissão ou autorização de serviço de telecomunicações não isenta a prestadora do atendimento às normas de engenharia e às leis municipais, estaduais ou do Distrito Federal relativas à construção civil e à instalação de cabos e equipamentos em logradouros públicos. Aponte-se que a própria Lei Federal, em se tratando de competências constitucionais, ressalva expressamente a competência dos demais entes federativos quanto às regras edilícias e à ocupação dos logradouros públicos. O projeto de lei cuida para que a implantação, instalação e passagem de equipamentos urbanos destinados à prestação de serviços de infra-estrutura deva ser submetida à apreciação dos setores competentes da Administração e disciplina a utilização de bem público municipal, estabelecendo regras para cobrança pela utilização do espaço público definindo prazos para a regularização das atividades já implantadas. Enfatiza ainda que, para a organização e racionalização do espaço, o Município deverá incentivar e potencializar o compartilhamento ou sublocação das redes aéreas e subterrâneas. Destarte, em face da inegável relevância e do evidente interesse público que a matéria encerra, solicitamos a apreciação do incluso Projeto de Lei em conformidade com o disposto no art. 43 da Lei Orgânica do Município de Guarulhos, em regime de urgência. Contando com a costumeira eficiência de Vossa Excelência e ilustres Pares no trato dos assuntos de interesse público, aguardamos a aprovação do projeto na forma proposta, renovando protestos de elevado apreço. Guarulhos, 6 de dezembro de 2004. ELÓI PIETÁ Prefeito Municipal 7