África/Brasil EM QUE ESPELHO FICOU PERDIDA A MINHA FACE. (Cecília Meireles)

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ÁFRICA, UM CALDEIRÃO CULTURAL EM CONSTANTE EBULIÇÃO!

1,216 bilhão de habitantes em 30,2 milhões de Km². 15% da Humanidade, que aliás, foi nela que teve sua origem. 60% da população ainda não completou 25 anos. Na parte norte do continente, inclusive no Saara, predominam os povos caucasóides, principalmente berberes e árabes. Ao sul do Saara, predominam os povos negróides, cerca de 70% da população africana. Os pigmeus concentram-se na bacia do rio Congo e na Tanzânia. Agrupados principalmente na África meridional, vivem 5 milhões de brancos de origem europeia.

ETNIA WATUSI MASAIS: povos seminômades que : vivem no Quênia e na Tanzânia Vida comunitária (decisões em comunidade) Os zulus na África do Sul

O rápido crescimento no número de habitantes decorre : da fase da transição demográfica em que se encontra a África. No quinquenio 1950-55 a taxa de mortalidade infantil era de 177 por mil e a esperança de vida era de 39 anos. No quinquenio 2000-05 a mortalidade infantil tinha caído para 88 por mil e a esperança de vida subido para 53 anos. Evidentemente, o continente continua distante dos níveis alcançados no resto do mundo, mas está em progresso, mostrando que apesar das epidemias e das guerras, a mortalidade média está em declínio no continente. A conjugação de taxas de mortalidade em queda e a manutenção de taxas de fecundidade ainda elevadas faz da África a região do mundo que apresenta as maiores taxas de crescimento vegetativo.

COLONIZAÇÃO AFRICANA O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores

No princípio do século XIX, expansão do capitalismo industrial, e o neocolonialismo no continente africano. A partilha da África, com a Conferência de Berlim (1884), onde as potências coloniais negociaram a divisão da África. Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia(que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América

ÁFRICA Entre 1950 e 1970, descolonização dá origem a sistemas políticos frágeis, que, em muitos países, acabam degenerando em ditaduras ou em sangrentas guerras civis envolvendo clãs e etnias rivais. A instabilidade do continente é uma herança do caótico processo de colonização. Muitos dos conflitos africanos se arrastam há anos sem perspectiva de se obter a paz, como as guerras civis que devastam a Nigéria, o Sudão e a Somália.

São vários os conflitos no continente africano na atualidade, muitos deles estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece na Argélia e no Sudão. Além de tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o apartheid na África do Sul política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo Partido Nacional (NNP).

OS CONFLITOS O DERRESPEITO ÀS NAÇÕES AFRICANAS. A DESARTICULAÇÃO ECONÔMICA DA ÁFRICA

BOKO HARAM- INSURGENTE ISLÂMICOS O grupo fundamentalista, que pretende criar um estado islâmico no norte da Nigéria, está ativo no país desde 2009 e é considerado responsável pela morte de mais de 3.000 pessoas. A seita raptou igualmente na sua escola mais de 200 meninas, muitas ainda desaparecidas.

ONU adverte para possível crise de alimentos na África São aproximadamente 2,4 milhões de refugiados em 200 lugares situados em 22 países dependem da ajuda do Programa Mundial de Alimentos para sobreviver. É o continente esquecido e as crises de lá também são. Como é menos importante geo estrategicamente, a atenção se centra em crises como a da Síria, a da Ucrânia ou o Iraque, mas não devemos esquecer as centenas de milhares de africanos que mal sobrevivem diariamente.

A AIDS NO CONTINENTE A principal vítima é a África subsaariana :70% dos adultos e 80% das crianças infectadas. Supostos especialistas asseguram que o crescimento da epidemia na África acontece por causa da transmissão sexual, principalmente através de relações heterossexuais (ao redor de 90%). Esta lenda aceita de forma consensual foi amplificada pela OMS, que a utilizou para promover os preservativos e lutar contra a "superpopulação" dos povos considerados como raças inferiores.

CONGO E O RIO EBOLA

O fantasma do ebola

CARACTERÍSTICAS DAS REGIÕES AFRICANAS

O NORTE AFRICANO E O MAGREB CLIMA MEDITERRÂNEO ocupada pelos árabes desde o século VII - vem sendo convulsionada pelo crescimento do fundamentalismo islâmico. Revolução do Jasmin na Tunísia e os movimentos recentes

SAARA CLIMA ÁRIDO, SOLO RASO E SALINO GRANDES ANECÚMENOS PRODUÇÃO DE PETRÓLEO CONFLITOS:EGITO, SUDÃO, LÍBIA

REGIÃO DO SAHEL A zona é caracterizada por uma estepe semiárida atravessando os seguintes países: Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina-Faso, Níger, parte norte da Nigéria, Chade, o Sudão, Etiópia, Eritreia, Djibouti e Somália.

Somália, país do chamado "Chifre a África", localizada na porção centrooriental do continente e é caracterizada historicamente por inúmeros conflitos de caráter étnico, fome crônica e condições climáticas de semi-aridez (parte da região está localizada no Sahel). A Etiópia, ou antiga Abissínia, é a única nação africana que nunca foi colonizada por potências ocidentais. Somália, Eritréia e Etiópia estão envolvidos em conflitos de fronteiras, étnicos e religiosos. Os piratas da Somália

África equatorial

AFRICA EQUATORIAL CLIMA QUENTE E ÚMIDO FLORESTA EQUATORIAL SOLOS PROFUNDOS,LIXIVIADOS E LATERIZADOS ALTOS ÍNDICES PLUVIOMÉTRICO

ÁFRICA DAS SAVANAS

SAVANAS. CLIMA SEMI-ÚMIDO SOLOS LIXIVIADOS E LATERIZADOS PEQUENASÁRVORES, ARBUSTOS MISTURADOS COM GRAMÍNEAS

ÁFRICA PORQUE A ÁFRICA NAS SALAS DE AULA NO BRASIL

RESPOSTA NECESSÁRIA PARA ENTENDER ALGUMAS QUESTÕES COTIDIANAS DA NOSSA BRASILIDADE. PARA DESVENDAR NOSSA ALMA, COMO REFLEXO DOS NOSSOS LAÇOS HISTÓRICOS.

A Ignorância Brasileira Sobre a diversidade e riquezas das sociedades Na resistência em admitir uma outra verdade

A desconstrução desse imaginário caricaturado, pobre, preconceituoso e alienante, que se perpetua na consciência ou seria inconsciência, fazendo com que aqui, os afro-brasileiros sejam : Estigmatizados Inferiorizados Com medo da própria imagem Não reivindicando o direito à sua própria história, que é parte fundamental da história de todos nós.

Destruir alguns conceitos refazendo o caminho. Assim, precisamos afirmar que: A África não é uma selva tropical. A áfrica não é mais distante do que a Europa ou mesmo a Ásia. As populações africanas não são um amontoado de negros, em tribos, ao invés de reinos, ou mesmo impérios. O europeu não civilizou a África apesar da missão civilizadora e do fardo do homem branco. A África tem História e já tinha escrita. Oralidade não é ausência de escrita. A África é UMA, mas é diversa. Diversas populações, diversas culturas.

E AINDA PRECISA RESPONDER PORQUE África? É lá, que encontraremos, o espelho, onde está a nossa face. a África é o outro lado da rua e nos falta coragem para atravessá-la.

Porque no escravismo brasileiro, as relações capital-trabalho, são relações africanos/europeus.

O entendimento da História econômica, cultural e social do Brasil só pode ser feita através do conhecimento da História e da cultura africanas.

É a consciência como chave para a participação cidadã.

Pode ser a diferença entre acolher e conviver versus recusar e discriminar. Porque sem África na escolacontinuaria a eliminação simbólica do africano e da história nacional.

a África é o outro lado da rua e nos falta coragem para atravessá-la.

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. (Nelson Mandela).