A colecção nos primeiros quinze anos

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Transcrição:

1 A colecção nos primeiros quinze anos A colecção teve o seu começo no contexto nacional e posteriormente ampliou o âmbito das suas aquisições a artistas dos países de expressão portuguesa em que a PLMJ A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados passou a colaborar regularmente com parceiros locais da sua área de acção, tendo em atenção o contexto social e cultural, diversificando assim a acção da Fundação PLMJ, que passou a integrar o contexto internacional no seu programa cultural. O novo século apresentava uma perspectiva cultural de desenvolvimento nas diversas áreas da criação artística e essencialmente nas artes visuais, com uma expressão mais consistente, ainda que de pequena dimensão, no mercado da arte contemporânea, que anunciava uma tendência de crescimento presente no aparecimento de novas galerias com uma estratégia de difusão e fortalecimento desse mercado, bem como no impulso ao coleccionismo e internacionalização da arte contemporânea produzida em Portugal. Duas galerias são exemplares dessa nova dinâmica no nosso país: a Galeria Filomena Soares, criada em 1999, e a Galeria Cristina Guerra Contemporary Art, criada em 2001. É também por estes anos que o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, inaugurado a 6 de Junho de 1999 com a exposição "Circa 1968, abre uma nova perspectiva sobre a arte portuguesa no contexto de uma colecção internacional. Dois anos mais tarde, um outro evento de amplitude europeia, mas que ultrapassou as suas fronteiras apresentando um vasto programa cultural que na sua transversalidade congregou uma diversidade de áreas da criação artística, o Porto Capital Europeia da Cultura 2001, em parceria com outra cidade, também esta escolhida pela Comissão Europeia, Roterdão, anunciou um novo fôlego na cultura contemporânea que aqui se vivia. É neste contexto de crescimento e desenvolvimento do tecido cultural português que a PLMJ A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados cria no ano 2000 a Fundação PLMJ, que sistematicamente tem vindo a desenvolver a sua

2 actividade de forma regular, mesmo nos anos em que a crise financeira assolou o mundo, e de uma forma mais austera o panorama nacional. Revisitando a sua história, nos primeiros anos deste século, uma exposição de pintura e escultura, intitulada Uma Visão Sobre os Anos 80-90, foi pensada para comemorar a inauguração dos seus novos escritórios na Avenida da Liberdade, no edifício Eurolex, em Lisboa, local e sede actual desta sociedade de advogados e da sua Fundação. O modelo escolhido para fazer a exposição foi um concurso aberto à comunidade artística, e consequentemente à aquisição de obras de arte que viriam a corporalizar o início da colecção. Esta iniciativa contou com a organização de três personalidades marcantes do contexto artístico e cultural português: Maria da Graça Carmona e Costa, Manuel de Brito e Mário Teixeira da Silva, bem como a colaboração das seguintes galerias, algumas entretanto desaparecidas do contexto nacional mas com uma importante presença nos últimos anos do século passado: Módulo Centro Difusor de Arte, Galeria Giefarte, Galeria 111, Galeria António Prates, Galeria Pomar dos Artistas, Galeria Arte Periférica, Galeria Canvas (mais tarde Galeria Graça Brandão), Galeria Directos, Galeria Pedro Cera, Galeria Palmira Suzo, Galeria de S. Bento e Galeria Novo Século. A exposição contou com a adesão de cerca de sessenta artistas que expuseram mais de 120 obras de arte, representadas também em catálogo, o primeiro desta Fundação, num total de quarenta e quatro artistas representados. A escolha destes foi efectuada pelo conjunto de advogados e colaboradores da PLMJ que na época ali trabalhavam e que iriam fruir as obras de arte no seu dia-a-dia, uma prática que a Fundação mantém em todos os seus escritórios em Portugal e no estrangeiro, principalmente nos países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A exposição e o modus operandis que a PLMJ accionou para a concretizar desenharam o que seria o futuro da colecção, dos seus projectos de apoio à comunidade artística, da sua linha editorial e fundamentalmente da estreita ligação que esta instituição sempre manteve com os artistas, agentes e outros elementos da sociedade civil com responsabilidade,

3 interesse e vontade de desenvolver a cultura em Portugal. Numa passagem do texto de apresentação desse catálogo, Luís Sáragga Leal, o principal impulsionador deste projecto institucional e da sua colecção, cruza no mesmo período de tempo a actividade do escritório de advogados e a produção artística desses anos que lhe são contemporâneos: A Exposição propõe-se apresentar uma visão tão ecléctica quanto possível das principais tendências estéticas e movimentos artísticos dos Anos 80-90, décadas em que também esta sociedade de advogados cresceu e se consolidou como um expoente da advocacia portuguesa de que legitimamente nos orgulhamos. Estas linhas de acção, assentes na vontade de dar corpo e visibilidade à obra dos artistas, criaram um espaço expositivo pertencente à Fundação para apresentar exposições de artistas da colecção e mostrar as novas aquisições, tendo sempre como linha de horizonte projectos inéditos e muitas vezes artistas mais laterais ao circuito galerístico português, que como qualquer outro não pode absorver o crescente número de artistas formados por uma também crescente, mas saudável, oferta académica que inclui escolas privadas, institutos politécnicos, universidades e cursos de formação artística. Este programa, com curadoria de Miguel Amado, marcou o calendário expositivo durante quatro anos, os anos da crise económica e de alguma retracção no mercado da arte contemporânea. O calendário das exposições oscilou entre duas e três mostras por cada ano, tendo sido iniciado em 2008 com a exposição Ponto de Vista, a que se seguiu Néquim, de Nuno de Campos, artista radicado em Nova Iorque, EUA, no mesmo ano. O ciclo de exposições continuou com Medo do Escuro de Pedro Amaral, em 2009; Bordaliana de Joana Vasconcelos, em 2009; Opções & Futuros #4, uma exposição do ciclo que apresentava as novas aquisições de artistas no início de carreira, também em 2009; Claim to Fame, da dupla de artistas Sara & André, em 2010; Going Deeper, de Luísa Mota, em 2010; ainda no mesmo ano, Matxatxulana + Marrabenta, de Ídasse e Pinto, dois artistas moçambicanos; Kickflip, de Pedro Amaral, em 2011; English As She Is Spoke, de João Pedro Vale, em 2011; e Idioma Comum Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ, uma exposição que mostrou com maior

4 abrangência artistas originários dos países de língua portuguesa, também em 2011. Na mesma esteira internacional, no âmbito da CPLP, dois artistas de Moçambique e de Angola, respectivamente Jorge Días e Lino Damião, apresentaram a exposição conjunta Outras Coisas + Na Boca do Povo, em 2012. Esta foi a última exposição do programa apresentado na galeria da Fundação. Contudo, as exposições da colecção da Fundação foram apresentadas noutros contextos, como centros de arte e museus, por exemplo na Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, no então denominado Museu da Cidade, actualmente o Museu de Lisboa, ou numa pequena galeria em Lisboa que acolhia projectos independentes, a ArteContempo, e mais recentemente na SNBA - Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, ou ainda na galeria do Instituto Camões em Maputo, Moçambique, entre muitas outras que serão elencadas e estudadas numa futura edição que fará com um rigor mais apurado o historial desta instituição cultural. Durante estes quinze anos, a Fundação procurou não só compreender e atender aos projectos dos artistas da sua colecção, mas também estreitar as relações que mantém com as comunidades onde exerce a sua actividade, onde encontra uma parceria para o desenvolvimento dos seus projectos culturais. Um desses exemplos, que marcou o espaço público da cidade de Lisboa, onde se encontra a sua sede, foi a encomenda da peça Sou como tu, da autoria de Rui Chafes. Esta obra, que se encontra na Avenida da Liberdade em frente à sede da PLMJ, foi doada à cidade de Lisboa por ocasião da comemoração dos quarenta anos desta sociedade de advogados. No âmbito da mesma comemoração, uma outra escultura, da autoria de João Pedro Vale, intitulada Blindness, de 2007, foi igualmente encomendada e encontra-se exposta na entrada da sede da Sociedade. Ambas estas obras estão reproduzidas neste livro, bem como numa outra edição desta Fundação, com o título Materiais Transitórios Núcleo de Escultura da Fundação PLMJ (2015), onde poderá ser encontrada informação mais detalhada sobre as obras e os seus autores. Prosseguindo esta revisitação e tendo como mote as edições no âmbito da colecção será interessante recordar essa linha editorial, que correspondeu na maior parte das vezes a exposições,

5 mas proporcionou também a alguns artistas do seu acervo a edição de uma monografia sobre a sua obra, por vezes a primeira a apresentar um estudo e uma recolha do seu trabalho, constituindo uma ferramenta de trabalho tanto para o artista como para curadores e historiadores e sem dúvida um elemento importante para a investigação académica. Retomo aqui uma passagem deste texto que revisita a primeira exposição no ano de 1999, e em que é referida a partilha da colecção com os seus primeiros destinatários, todos os colaboradores que integram a instituição, definindo esta colecção de arte como uma corporate collection. Esta definição associa a PLMJ a outras empresas que têm como um dos seus principais objectivos um sentido de responsabilidade para com aqueles que constituem a instituição e nela trabalham, proporcionando um quotidiano mais humanizado pelo contacto diário com obras de arte contemporânea, isto é, com a arte do seu tempo, seleccionadas segundo um programa e um critério que segue a evolução do contexto artístico, que está em permanente mudança. A instituição revelou no decorrer destes quinze anos que a sua natureza corporativa impulsionou, desde a sua criação, uma outra preocupação, não apenas complementar, mas correspondente com os seus fundamentos: ser também um parceiro responsável no plano cultural dos contextos socioeconómicos em que opera. A existência de uma colecção com quinze anos no panorama nacional é um factor importante para confirmar que, apesar das adversidades que os coleccionadores, sejam eles particulares, privados ou institucionais, enfrentam, coleccionar é constituir o património da nossa memória colectiva, do futuro que se faz no presente. E apesar desta última frase ser quase um cliché no tempo presente, a sua essência é fundamental para a coesão de uma sociedade mais culta e mais consciente do tempo em que vive. João Silvério