SEIS ESPÉCIES NOVAS DO GÊNERO MYCOTRETUS CHEVROLAT, 1837, DA REGIÃO AMAZÔNICA. (COLEÓPTERA, EROTYLIDAE). Moacir Alvarenga ( *)

Documentos relacionados
Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1

GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE

Anomiopus Westwood (Coleoptera, Scarabaeidae) novas espécies do grupo virescens

SISTEMÁTICA DE Rhabdepyris KIEFFER (HYMENOPTERA, BETHYLIDAE) AMAZÔNICOS COM ANTENAS PECTINADAS

REVISÃO DO GÊNERO SATIPOELLA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE) INTRODUÇÃO

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1

Mirídeos neotropicais, CCXXXIX: descrições de algumas espécies de Cylapinae do Amazonas (Hemiptera).

Acta Biol. Par., Curitiba, 41 (3-4): KETI MARIA ROCHA ZANOL 2 Estrianna gen. nov. (Espécie tipo Estrianna sinopia sp. n.

DEIPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DOIS NOVOS CiÊNEROS E TRÊS NOVAS ESPÉCIES DE OPILIOES BRASILEIROS (*) POR INTRODUÇÁO

NOVOS CERAMBYCIDAE (COLEOPTERA) DA COLEÇÃO ODETTE MORVAN, KAW, GUIANA FRANCESA

Novos Cerambycidae (Coleoptera) da coleção Odette Morvan, Kaw, Guiana Francesa. IV

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

Novas espécies de Aglaoschema Napp, 1994 (Coleoptera, Cerambycidae) 1

Novas espécies do gênero Anomiopus, grupo smaragdinus (Coleoptera, Scarabaeidae)

NOVOS TÁXONS SUL-AMERICANOS DE COMPSOCERINI (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE) 1

Descrições de duas espécies novas de Amb/ycerus Thunberg (Coleoptera, Bruchidae) 1

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera)

Três espécies novas do gênero Chorisoneura (Blattellidae, Chorisoneuriinae) coletadas em ninhos de Sphecidae (Hymenoptera) do Estado do Acre, Brasil

Espécies de Gorybia Pascoe (Coleoptera, Cerambycidae, Piezocerini) ocorrentes na Bolívia

Novos Cerambycidae (Coleoptera) da Coleção Odette Morvan, Guiana Francesa. II

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO

CONTRIBUIÇÃO AOS HEMILOPHINI DA COSTA RICA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE)

Boethus catarinae sp. nov.

Pteracantha Newman, 1838

Novas espécies de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Equador

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae) do Equador e Bolívia e redescrição de Estola medionigra Breuning

Chrysomelidae. Luciano de A. Moura

Derophthalma vittinotata, sp.n. Figs 1-4

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) '

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1

Novos Hemilophini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Região Neotropical

MIRÍDEOS NEOTROPICAIS, XL: DESCRIÇÕES DE NOVAS ESPÉCIES DA AMAZÔNIA (HEMIPTERA).

ALGUNS LANIATORES NOVOS DA REPUBLIC A ARGENTIN A MELLO-LEITÃ O

SETE NOVOS LANIATORES COLHIDOS

Novos táxons de Lamiinae (Coleoptera, Cerambycidae) da América do Sul

Acta Biol. Par., Curitiba, 35 (1-2):

Novas espécies e nota sobre Lamiinae (Coleoptera, Cerambycidae) neotropicais da coleção Arriagada, Santiago, Chile

Acta Biol. Par., Curitiba, 32 (1, 2, 3, 4): DANÚNCIA URBAN 2

NOVO GÊNERO DE ANACOLINI E DESCRIÇÃO DOS MACHOS DE MYZOMORPHUS FLAVIPES E POEKILOSOMA CARINATIPENNE (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, PRIONINAE)

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae).

DESCRiÇÃO DE UMA ESPÉCIE NOVA DE CAL VOZ/NA ENDERLEIN (HYMENOPTERA, BETHYLlDAE) DO BRASIL. Celso Oliveira Azevedo 1

ABSTRACT. Psy/lobora arruzzonensis sp. n. (Figs. I-4)

DANÚNCIA URBAN 2. Acta Biol. Par., Curitiba, 31 (1, 2, 3, 4):

ESPÉCIES NOVAS E CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CALLIA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE) INTRODUÇAO

Fioravante Giacomel 2

species are recorded frol11 Brazil and one oflhel11 also recorded from Bolivia. KEY WORDS. Coleoptera, Bruchidae, Amblycerus, new species

Chrysodasia pronotata, sp.n. Figs 1-5

SEIS ESPÉCIES NOVAS DE CARIBLATTA HEBARD (BLATTARIA, BLATTELLIDAE) DO BRASIL 1

NOVOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE HOPLOPHORIONINI (HEMIPTERA, MEMBRACIDAE, MEMBRACINAE)

Espécies novas de Blaptica do Rio Grande do Sul, Brasil (Blattaria, Blaberidae, Blaberinae)

bois GÉNEROS E QUATRO ESPÉCIES DE PACHYLINA E

Notas e descrições em Eburiini (Coleoptera, Cerambycidae)

Papéis Avulsos de Zoologia

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVII. (OPIL!ONES, GONYLEPT!DXE) ABSTRACT

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares

DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS DE PSELAPHINAE (COLEOPTERA: STAPHYLINIDAE) DA AMAZÔNIA CENTRAL BRASILEIRA

(Hemiptera, Cicadellidae, Xestocephalinae) 1

Acta Biol. Par., Curitiba, 46 (1-2):

Novas espécies de Acanthoderini, Onciderini e Pteropliini (Coleoptera: Cerambycidae: Lamiinae) do Brasil e da Bolívia

Eranina Monné (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) e novo gênero de Hemilophini

Kyra gen. nov. (Cicadellidae, Deltocephalinae) e descrições de duas novas espécies 1

Novos táxons de Apomecynini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae)

Designação de lectótipos de algumas espécies sul-americanas de Anthidium Fabricius (Hymenoptera, Megachilidae) 1

Novos táxons de Hemilophini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) das Américas

Novas espécies de Cometes Audinet-Serville, 1828

Novas espécies de Cerambycinae (Cerambycidae, Coleoptera)

Espécies novas de Thygater Holmberg (Hymenoptera, Apoidea, Anthophoridae) 1

Novos táxons e notas sobre Cerambycidae (Coleoptera) da Costa Rica

Novas espécies e novas ocorrências de Xenofrea (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae)

Fam. PHALAGIBIDAS Simoãa

Espécies novas de Ischnoptera (Blattellidae, Blattellinae) do Estado do Mato Grosso, Brasil e considerações sobre I. similis

Sinopse do gênero Eucharassus Bates (Coleoptera, Cerambycidae)

Elytral color variation, new species and new records in Cometes Audinet-Serville, 1828 (Coleoptera, Cerambycidae, Disteniinae)

SHILAP Revista de Lepidopterología ISSN: Sociedad Hispano-Luso-Americana de Lepidopterología. España

Novos táxons de Cerambycinae (Coleoptera, Cerambycidae) da Região Neotropical

NOVOS TÁXONS DE APOMECYNINI (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE)

Descrições de táxons em Hippopsini, Desmiphorini e Pteropliini (Cerambycidae, Lamiinae)

Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 contribuição para o conhecimento dos escorpiões brasileiros

Notholopus (Notholopoides) niger, Sp.D. Figs 1-5

Acta Biol. Par., Curitiba, 34 (1, 2, 3, 4):

DOIS NOVOS GÊNEROS E UMA NOVA ESPÊCIE DE ENOPLIINAE DO BRASIL (COLEOPTERA, CLERlDAE) 1

idwell (Coleoptera, novas espécies predador 1

Maria Helena M. Galileo 1,3 & Ubirajara R. Martins 2,3

NOTAS SOBRE PSEUDEVOPLITUS (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE) E DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS 1

DUAS NOVAS ESPÉCIES DO GÊNERO SCATONOMUS ER (COL. SCARABAEIDAE)

SÕBRE A PRESENÇA DE CEROFíTIDAS NO BR ASIL, COM A DESCRI ÇÃO DE DUAS NOVAS E S PÉCIES (IN SECT A: COLEOPTERA, CEROPHYTIDAEl 1

Espécies novas e notas sobre Nananthidium Moure (Hymenoptera, Apidae, Megachilinae) 1

PAPÉIS AVULSOS. DEPARTAh'íkNTO DE ZOOLOGIA OPILIÕES DA COLEÇÁO GOFFERJE " (OPILIONES - GONYLEPTIDAE) (*) HENEDICIO A. M So~nks e HÉLIA E. M.

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VIII. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) 1

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVL NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE E PRESENÇA DE TRIAENONYCHIDA E NO BRASIL (OPILIONES).

Keti Maria Rocha Zanol 2

CALLIINI (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE):

Descrição dos Imaturos de Loxa deducta Walker e Pallantia macunaima Grazia (Heteroptera: Pentatomidae) em Ligustro, Ligustrum lucidum Ait.

REVISTA BRASIlEIRA DE ZOOLOGIA ABSTRACT RESUMO INTRODUÇÃO

KETI MARIA ROCHA ZANOL 2

urivillius (Coleoptera,

UBM IV 2ºano 1º Semestre Mestrado Integrado em Medicina Dentária Octávio Ribeiro 2009/2010

Transcrição:

SEIS ESPÉCIES NOVAS DO GÊNERO CHEVROLAT, 1837, DA REGIÃO AMAZÔNICA. (COLEÓPTERA, EROTYLIDAE). Moacir Alvarenga ( *) Resumo Seis novas espécies de Mycotretus são descritas: M. bistrioculatus (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador); M. quadrioculatus (Brasil, Pará, Tucuruí); M. octoculatus (Brasil, Pará, Tucuruí); M. tucuruiensis (Brasil, Pará, Tucuruí); M. fragosoi (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador); M. luizi (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador). BISTRIOCULATUS (Fig. 1) Corpo ocráceo e brilhante, com a face inferior, peças bucais, pernas e ápice dos élitros ligeiramente mais claros. Antenas com os seis últimos artículos pretos. Élitros com seis manchas amarelas, arredondadas e envolvidas por um anel preto, assim dispostas, em cada élitro: duas no primeiro terço, a externa alcança o bordo lateral e a interna não alcança a sutura; a terceira, um pouco irregular e perto da extremidade do élitro. Compr.5,5 mm; larg. 3,0 mm. Cabeça com sulco fronto-epistomal oblíquo e restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal situada no mesmo plano da fronte, com uma fosseta no meio e não totalmente delimitada pela estria paraocular que termina um pouco antes da referida fosseta; mento anteriormente com os lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente.dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por um fraco filete elevado em toda extensão; bordo lateral com filete elevado e uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longa do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, marginado por um filete elevado em toda extensão. Escutelo subpentagonal. Élitro com oito (apenas sete visíveis dorsalmente) estrias longitudinais, subeqüidistantes, com pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um largo filete elevado e serrilhado posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado com uma série de pontos profundos ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e levemente túmida e a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por um filete elevado. Mesosterno transverso, levemente convexo com uma depressão linear e longitudinal nos lados. Metasterno convexo com os bordos anterior e posterior intercoxal emarginados; linha paracoxal presente; sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com pêlos esparsos; linha paracoxal presente e curta. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas no ápice. Afim de Mycotretus sexoculatus chaparensis Delkeskamp, 1957 pela disposição das manchas elitrais mais aproximadas e pelo calo umeral sem mancha. Holótipo: BRASIL, Amazonas, rio Javari, Estirão do Equador (coordenadas ( * ) Estagiário do Museu Nacional, Quinta da Boa Vista, CEP 20942, Rio de Janeiro, RJ. ACTA AMAZÔNICA 13(3-4): 583-589. 1983 583,

4j 5 6 Fig. 1 - Mycotretus bistrioculatus Fig. 2 - Mycotretus quadrioculatus Fig. 3 - Mycotretus octoculatus Fig. 4 - Mycotretus tucuruiensis Fig. 5 - Mycotretus fragosoi Fig. 6 - Mycotretus luizi

aproximadas: long 71038'W e lat 4 33'S) X.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor. Três parátipos da mesma localidade, um no Museu Nacional, Rio de Janeiro, um no Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém e um no Departamento de Zoologia da U. F. do Paraná, Curitiba. QUADRIOCULATUS (Fig. 2) Corpo ocráceo e brilhante. Antenas com os cinco últimos artículos pretos. Pronoto com cinco manchas pretas, assim dispostas: uma subquadrada junto ao bordo anterior, quatro um tanto alongadas e transversais, sobre o disco. Élitros, cada um com duas manchas amarelas arredondadas, envolvidas por um anel preto e situadas uma ao lado da outra na região mediana. (0 parátipo de Jacareacanga, Pará tem as manchas unidas em cada élitro). Compr. 4,5 mm; larg. 2.0mm. Cabeça com sulco fronto-epktomal oblíquo restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal situada no mesmo plano da fronte, com uma fosseta no meio a delimitada pela estria paraocular que termina junto ao sulco fronto-epistomal; mento com os lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por fino filete elevado em toda extensão; bordo lateral com filete elevado e uma série de pontos sobre o filete e outra ao longo do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, com pequena depressão de cada lado do lóbulo central, onde se encontram alguns pontos profundos, marginado por um fino filete elevado em toda extensão. Escutelo subpentagonal. Élitro com oito (apenas seis visíveis dorsalmente) estrias longitudinais, subeqüidistantes, com pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um filete elevado com alguns pontos profundos posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com uma série de pontos profundos ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e fracamente túmida e a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por um filete elevado em toda extensão. Mesosterno transverso, fracamente convexo com uma depressão linear e longitudinal nos lados. Metasterno convexo e liso; bordo anterior sub-reto e o posterior intercoxal emarginado; linha paracoxal presente; sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com pêlos esparsos; linha paracoxal presente. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas no ápice. Afim de Mycotretus s. sexoculatus Lacordaire, 1842 dele diferindo pela disposição das manchas pronotais e elitrais. Holótipo: BRASIL, Pará, Tucuruí, 1.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor. Onze parátipos da mesma localidade, dois no Museu Nacional, Rio de Janeiro; um no Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém; um no Departamento de Zoologia da U.F. do Paraná, Curitiba; um no Museu de Zoologia da U. de São Paulo; um na coleção Ricardo Diringshofen, São Paulo; seis na coleção do autor (um deles de Jacareacanga, Pará, Brasil, XII. 1968, M. Alvarenga col.). OCTOCULATUS (Fig. 3) Corpo ocráceo, brilhante, com a face inferior e pernas um pouco mais claras. Cabeça com uma mancha irregular preta sobre o vértice. Antenas com os cinco últimos artículos pretos. Pronoto com fina moldura preta na metade posterior dos bordos laterais e do bordo posterior, assim como sete manchas irregulares da mesma cor, sobre o disco, assim distribuí-

das: duas alongadas e longitudinais, partindo do bordo anterior indo até o meio do disco, duas juntas aos bordos laterais e três basais (a central preescutelar). Élitro com quatro manchas amarelas, envolvidas por um anel preto, duas no primeiro terço e duas no terceiro. (No parátipo do Estirão do Equador, Amazonas, os anéis pretos se unem em volta das manchas). Compr. 7,0 mm.; larg. 4,0. Cabeça com sulco fronto-epistomal oblíquo e restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal situada no mesmo plano da fronte, com uma fosseta no meio e delimitada pela estria paraocular que termina um pouco antes do sulco frontoepistomal; mento anteriormente comos lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por um fino filete elevado em toda extensão; bordo lateral marginado por forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longo do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, marginado por um filete elevado em toda extensão. Escutelo subpentagonal. Cada élitro com oito (apenas sete visíveis dorsalmente) estrias longitudinais, subeqüidistantes, com pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um filete elevado, serrilhado posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com uma série de pontos profundos ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e túmida e a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por um filete elevado em toda extensão. Mesosternotransversojevemente convexo e com uma depressão linear e longitudinal nos lados. Metasterno convexo e liso; bordo anterior e posterior intercoxal emarginados; linha paracoxal presente; sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com pêlos esparsos; linha paracoxal presente. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas no ápice. Afim de Mycotretus s. sexoculatus Lacordaire, 1842 dele diferindo pela disposição das manchas pronotais e elitrais. Holótipo: BRASIL, Pará, Tucuruí, 1.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor. Parátipo: BRASIL, Amazonas, rio Javari, Estirão do Equador (coordenadas aproximadas: long 71 38' W e lat 4 33'S) na coleção do autor. TUCURUINSES (Fig.4) Corpo fulvo e brilhante. De cor preta são: na caheça uma grande mancha triangular; nas antenas os seis últimos artículos; no pronoto os filetes elevados dos bordos laterais, uma faixa estreita na região mediana do bordo anterior, além de outra no bordo posterior um pouco alargada na região preescutelar, são também pretos dois dentes pequenos entre o ângulo posterior e o lóbulo central, um ponto no meio do primeiro terço do disco e outros quatro em linha curva; o escutelo; nos élitros duas faixas largas, a primeira basal com o bordo posterior recortado, a segunda, mais estreita, logo depois do meio e um pouco recortada nos dois bordos, assim como a sutura e os filetes elevados dos bordos laterais. Comp. 7,5 mm; larg. 4,5 mm. Cabeça com o sulco fronto-epistomal oblíquo e restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal no mesmo plano da fronte, com uma fosseta no meio e delimitada pela estria paraocular que termina no sulco fronto-epistomal; mento anteriormente com os lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por fino filete elevado em toda extensão; bordo lateral marginado por um

forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longo do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, marginado por um filete elevado em toda extensão. Escutelo subpentagonal. Élitro com oito (apenas seis visíveis dorsal mente) estrias longitudinais, subeqüidistantes, de pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um filete elevado e serrilhado posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com pequenos pontos profundos sobre o filete e alguns mais fortes ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e abaulada, a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por um filete elevado em toda extensão. Mesosterno transverso, convexo com uma depressão linear e longitudinal nos lados. Metasterno convexo, com o bordo anterior fracamente emarginado; linha paracoxal presente; sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com pêlos esparsos; linha paracoxal inexistente. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas no ápice. Afim de Mycotretus quadripunctatus Crotch, 1876 dele diferindo por ter cinco manchas pequenas e pretas no pronoto e as pernas fulvas. Holótipo: BRASIL, Pará, Tucuruí, 1.1979. M. Alvarenga col., na coleção do autor. (Fig. 5) FRAGOSOI Corpo flavo. Artículos 3 6 das antenas castanhos. De cor preta são: na cabeça uma mancha triangular; nas antenas os cinco últimos artículos; no pronoto três manchas circulares (a maior no disco com as duas menores de cada lado); o escutelo; nos élitros, faixa estreita nos bordos e na sutura, três manchas grandes subretangulares, junto a base (duas sobre o calo umeral, alcançando os bordos laterais somente na parte inferior, outra comum na região escutelar), uma faixa larga e irregular na região mediana, uma mancha apical anteriormente com pequeno avanço no meio, além do bordo lateral e interno da epipleura. Compr. 6,0 mm; larg. 3,0 mm. Cabeça com o sulco fronto-epistomal oblíquo e restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal no mesmo plano da fronte, com uma fosseta no meio e delimitada pela estria paraocular que termina no sulco fronto-epistomal; mento anteriormente com os lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por um filete elevado em toda extensão; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e uma outra ao longo do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, marginado por um filete elevado em toda extensão. Escutelo transverso e subpentagonal. Élitro com oito (apenas seis visíveis dorsal mente)' estrias subeqüidistantes, longitudinais, com pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um filete elevado e serrilhado posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e túmida e a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por um forte filete elevado em toda extensão. Mesosterno transverso, convexo, e com uma depressão linear e longitudinal nos lados. Metasterno convexo com o bordo anterior fracamente emarginado; linha paracoxal presente; o sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com pequenos pêlos espar-

sos; unhas paracoxais presentes. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas no ápice. Afim de Mycotretus pelliciens Kirsch, 1Ô76 dele diferindo pelo desenho dos élitros além de não apresentar opalescencia tegumentar. Holótipo: BRASIL, Amazonas, rio Javarí, Estirão do Equador (coordenadas aproximadas: long 71 38' W e lat 4 33'S) X.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor. Dedico a espécie ao amigo Sergio Augusto Fragoso, da EMBRAPAe Museu Nacional, pela sua dedicação à Entomologia. sp n. (Fig.6) LUIZI Corpo ocráceo e brilhante. De cor preta são: os sete últimos artículos das antenas; cinco pequenas manchas arredondas, uma no meio junto ao bordo anterior (faltando no parátipo de Tucuruí) e quatro em arco transversal junto à base; élitros com quatro manchas grandes, sub-retangulares, não alcançando os bordos laterais e nem a sutura (duas no primeiro terço, um pouco afastadas da base e duas depois do meio). Compr. 7,0 mm; larg. 3,5 mm. Cabeça com sulco fronto-epistomal oblíquo e restrito aos lados; arcada sobre o alvéolo antenal no mesmo plano da fronte, com uma fosseta um pouco depois do meio e delimitada pela estria paraocular que termina um pouco antes do sulco fronto-epistomal; mento anteriormente com os lados curvilíneos; último artículo do palpo maxilar mediocremente dilatado. Pronoto com o bordo anterior emarginado, a chanfradura oblíqua nos lados e reta medianamente, marginado por um filete elevado em toda extensão; bordo lateral marginado por forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longo do lado interno; bordo posterior sutilmente sinuoso, marginado por fraco filete elevado em toda extensão. Escutelo subpentagonal. Élitro com oito (apenas sete visíveis dorsalmente) estrias longitudinais, subeqüidistantes, com pontos profundos, as três últimas começando depois do calo umeral; base marginada por um filete elevado, serrilhado posteriormente; bordo lateral marginado por um forte filete elevado, com uma série de pontos profundos sobre o filete e outra ao longo do lado interno. Prosterno com a região anterior convexa e a intercoxal subplana; linhas paracoxais proeminentes; bordo anterior quando visto de frente em forma de "V", marginado por forte filete elevado em toda extensão. Mesosterno transverso, convexo e com uma depressão linear e longitudinal nos lados.metasterno convexo com o bordo anterior sub-reto; linha coxal presente; sulco mediano sem alcançar o bordo anterior. Abdome com a linha paracoxal presente. Tíbias ligeiramente curvas, pubescentes e mediocremente dilatadas. Afim de Mycotretus puncticeps Kirsch, 1865 dele diferindo pelo número de pontos do pronoto e o mento com ps lados curvilíneos anteriormente. Holótipo: BRASIL, Amazonas, rio Javarí, Estirão do Equador (coordenadas aproximadas: long 71 38' W e lat 4 33'S) X.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor. Um parátipo do BRASIL, Pará, Tucuruí, 1.1979, M. Alvarenga col., na coleção do autor e outro de BRASIL, Pará, Oriximiná, boca do Cuminá-Mirim, 16-26.1.1968, Exp. Perm. Amaz. col., no Museu de Zoologia da U.S.Paulo. Dedico a espécie ao meu filho Luiz Carlos de Figueiredo Alvarenga, malacologista do Museu Nacional, Rio de Janeiro. AGRADECIMENTO O autor agradece ao Sergio Augusto Fragoso a feitura dos desenhos e várias sugestões sobre o presente trabalho.

Abstract. Six new species of Mycotretus are described: M. bistrioculatus (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador); M. quadrioculatus (Brasil, Pará, Tucuruí); M. octoculatus (Brasil, Pará, Tucuruí); M. tucuruiensis (Brasil, Pará, Tucuruí); M. fragosoi (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador); M. luizi (Brasil, Amazonas, Estirão do Equador). Referências bibliográficas Crotch, G. R. - 1876. A revision of the coleopterous family Erotylidae. Cist. Ent., 1:377-572. Delkeskjimp, K. 1957. Beiträge zur Kanntnis der Insektenfauna Boliviens. Teil 3. Col. 2. Erotylidae. Veröff. Zool. Staatsamml., München, 5: 93-116. Kirsch, T. F. W. - 1865. Beiträge zur Fauna von Bogota. Berl. ent. Zeitsch., 28 (2): 187-213. 1876. Beiträge zur Kenntnis Peruanischen Käferfauna. Deut. ent. Zeitsch., Berlin, 20: 81-133. Lacordaire, J. T. - 1R42. Monographie des Erotyliens. Paris. 543p. (Aceito para publicação em 19/9/83)