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Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 9º ANO 3º BIMESTRE AUTORIA NANCY DA SILVA RODRIGUES Rio de Janeiro 2012

TEXTO GERADOR I NOITE DOS CAPITÃES DA AREIA A grande noite de Paz da Bahia veio do Cais, envolveu os saveiros, o forte, o quebra-mar, se estendeu sobre as ladeiras e as torres das igrejas. Os sinos já não tocam as ave-marias que as seis horas há muito que passaram. E o céu está cheio de estrelas, se bem a lua não tenha surgido nesta noite clara. O trapiche se destaca na brancura do areal, que conserva as marcas dos passos dos Capitães da Areia, que já se recolheram. Ao longe, a fraca luz da lanterna da Porta do Mar, botequim de marítimos, parece agonizar. Passa um vento frio que levanta a areia e torna difíceis os passos do negro João Grande, que se recolhe. Vai curvado pelo vento como a vela de um barco. E alto, o mais alto do bando, e o mais forte também, negro de carapinha baixa e músculos retesados, embora tenha apenas treze anos, dos quais quatro passados na mais absoluta liberdade, correndo as ruas da Bahia com os Capitães da Areia. Desde aquela tarde em que seu pai, carroceiro gigantesco, foi pegado por um caminhão quando tentava desviar o cavalo para um lado da rua, João Grande não voltou pequena casa do morro. Na sua frente estava a cidade misteriosa, e ele partiu para conquistá-la. A cidade da Bahia, negra e religiosa, é quase tão misteriosa como o verde mar. Por isso João Grande não voltou mais. Engajou com 9 anos nos Capitães da Areia, quando o Caboclo ainda era o chefe e o grupo pouco conhecido, pois o Caboclo não gostava de se arriscar. Cedo João Grande se fez um dos chefes e nunca deixou de ser convidado para as reuniões que os maiorais faziam planejar os furtos. Não que fosse um bom organizador de assalta uma inteligência viva. Ao contrário, doía-lhe a cabeça se tinha que pensar. Ficava com os olhos ardendo, como ficava também quando via alguém fazendo maldade com os menores. Então seus músculos e retesavam e estava disposto a qualquer briga. Mas a sua enorme força muscular o fizera temido. O Sem-Pernas dizia dele: -- Este negro é burro, mas é uma prensa... 2

ATIVIDADES DE LEITURA QUESTÃO 1 Releia o trecho com atenção: [... ] Cedo João Grande se fez um dos chefes e nunca deixou de ser convidado para as reuniões que os maiorais faziam planejar os furtos. Não que fosse um bom organizador de assalta uma inteligência viva. Ao contrário, doía-lhe a cabeça se tinha que pensar. [... ] Agora compare com a seguinte afirmação: Patrick sofreu um grave acidente, bateu a cabeça contra o volante e reclamou por horas que a cabeça doía muito. Observando o uso da palavra cabeça, pode-se dizer que o termo tem o mesmo significado nos dois trechos? Que diferenças de sentido elas apresentam? Habilidade trabalhada usadas. Inferir o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto em que são Resposta comentada Espera-se que o aluno perceba a variedade de significados que uma palavra pode ter dependendo do contexto no qual está inserida, assim como conseguir traduzir em palavras essas diferenças. 3

ATIVIDADES DE USO DA LÍNGUA QUESTÃO 2 Você lembra a diferença entre discurso direto e indireto? O discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Exemplo: "- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe. Já no discurso indireto não há diálogo, o narrador não coloca as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo: Ele perguntou a ela porque viera tão tarde. Partindo dessa observação, releia a parte final do Texto gerador I. Sem-pernas, temos um discurso direto ou indireto? Na fala de Habilidade trabalhada Diferenciar e utilizar adequadamente os discursos direto e indireto. Resposta comentada A resposta esperada é o discurso direto, pois no trecho em questão é Sem-pernas quem está falando e não o narrador. TEXTO GERADOR II O padre José Pedro meteu a mão no bolso da batina, tirou o breviário negro. Abriu e de dentro sacou algumas notas de dez mil-réis: - Isso é pra gente andar no carrossel hoje... Convido vocês todos para andarem hoje no carrossel da praça de Itapagipe. 4

Esperava que os rostos se animassem mais. Que uma extraordinária alegria reinasse em toda sala. Porque assim ficaria ainda mais convicto de que estava servindo a Deus quando daqueles quinhentos mil-réis que dona Guilhermina Silva dera para comprar velas pano altar da Virgem tirara cinqüenta mil-réis para levar os Capitães da Areia ao carrossel. E como os rostos não ficaram subitamente alegres, ele ficou desconcertado, as notas na mão, olhando a multidão de meninos. Pedro Bala coçou o cabelo (que lhe caía sobre as orelhas), quis falar, não acertou. Olhou então para o Professor, e foi este quem aplicou: - Padre, o senhor é um homem bom. -- Teve vontade de dizer que o padre era bom como João Grande, mas pensou que talvez o padre se ofendesse se ele o comparasse ao negro. - Mas o que temi que o Sem-Pernas e Volta Seca tão os dois trabalhando no carrossel. E a gente tá convidado -- aí fez uma pequena pausa -- pelo proprietário, que é amigo deles, pra andar à noite de graça. Agente não esquece do convite do senhor... -- O Professor falava pausado escolhendo as palavras, pensando que aquele era um momento delicado, adivinhando muita coisa, e Pedro Bala o apoiava com a cabeça. - Fica pra outra vez. Mas o senhor não vai zangar com a gente porque a gente não aceita? Não vai, não é? -- e espiava o padre, cujo rosto agora estava novamente alegre. - Não. Fica pra outra vez. -- Olhou para os meninos sorrindo - Foi até melhor assim. Porque o dinheiro que eu tinha... - e se calou de repente ante o fato que ia contar. E pensou que talvez tive, sido uma lição de Deus, um aviso, e que tivesse feito uma com malfeita. Seu olhar foi tão estranho, que os meninos se aproximam um passo. Olhavam para o padre sem compreender. Pedro Bala franzia testa como quando tinha um problema a resolver, o Professor tentou falar. Mas,João Grande compreendeu tudo, apesar de ser o mais burro de todos: - Era da igreja, padre?-e bateu na boca com raiva de si mesmo. 5

Os outros entenderam. Pirulito pensou que tivesse sido um grande pecado, mas sentiu que a bondade do padre era maior que o pecado. Então o Sem-Pernas veio coxeando ainda mais que o seu natural, como se viesse lutando consigo mesmo, chegou peno do padre e quase gritou a princípio, se bem logo baixasse muito a voz: - A gente pode botar no lugar onde estava... QUESTÃO 6 Releia a passagem no texto: Teve vontade de dizer que o padre era bom como João Grande. Você perceberá que o Professor acha que o padre e João Grande são homens bons. No trecho em destaque, o uso do da expressão como, expressa uma ideia de: a) Conclusão b) Condição c) Finalidade d) Comparação Habilidade trabalhada sequências. Relacionar o uso de conjunções subordinativas variadas aos sentidos produzidos nas Resposta comentada O objetivo dessa questão é levar o aluno a perceber que os conectivos além de desempenharem o papel de ligar as orações, eles são responsáveis pelo estabelecimento do sentido dessas orações que se subordinam. Resposta: letra d. 6