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Transcrição:

462 versão eletrônica INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS DE ANSIEDADE EM DIFERENTES CATEGORIAS DO FUTSAL ESCOLAR Felipe de Menezes Tavares 1 RESUMO A relação entre Esporte e Ansiedade figura-se como um dos campos de pesquisa mais abordados na atualidade, pelo fato de estarem diretamente ligados ao rendimento e a conquista de resultados. Assim, este estudo teve como objetivo analisar qual a categoria que mais sofre influências em decorrência dos níveis de Ansiedade. A amostra foi composta por 45 alunos/atletas com faixa etária entre 11 e 17 anos, praticantes de Futsal, todos do gênero masculino, vinculados a 03 instituições, duas delas situadas em Arcoverde-PE e uma em Buíque-PE, sendo 02 escolas (01 pública e 01 privada) e uma repartição privada que oferece serviço ao comércio. Como instrumento para coleta de dados foi utilizado o questionário Sport Competition Anxiety Test (SCAT), que foi construído por Martens citado por De Rose e Vasconcellos (1997). Após obter os resultados, ficou constatado que 80% dos entrevistados do Pré-Mirim possuem um nível de ansiedade entre média e médiaalta, 100% do Mirim estiveram entre média e média-alta e no Infantil 86% se encontram com um nível de ansiedade entre média-baixa e média. Desta forma, pode-se concluir que a ansiedade manifesta-se em um grau mais elevado na categoria Mirim devido as alterações provenientes da fase púbere e a relação com a heterogeneidade dos níveis de maturação de cada indivíduo, influenciando diretamente no seu desempenho. Palavras-chave: Futsal. Ansiedade. Esporte. Treinamento esportivo. ABSTRACT Influence of anxiety levels in different categories of school futsal The relationship between sport and Anxiety figure as one of the research fields most discussed today because they are directly linked to performance and achievement of results. This study aimed to analyze which category that is influenced as a result of high levels of anxiety. The sample consisted of 45 students / athletes aged between 11 and 17 years, practitioners of Futsal, all males, linked to 03 institutions, two of them located in Arcoverde-PE and PE-in Buíque, 02 schools (01 public and 01 private) and a breakdown service that offers private trade. As an instrument for data collection questionnaire was used "Sport Competition Anxiety Test" (SCAT), which was built by Martens quoted by De Rose and Vasconcellos (1997). After obtaining the results, it was found that 80% of respondents have a Pre-Mirim anxiety level between medium and medium-high, 100% of the Mirim were between medium and mediumhigh and Children 86% are at a level of anxiety among lower-middle and middle. Thus, it is possible conclude that anxiety manifests itself in a higher degree in the category due Mirim changes from puberty stage and the relationship with the heterogeneity of the maturity levels of each individual, directly influencing their performance. Key words: Futsal. Anxiety. Sport. Sports coaching. E-mail: felipe_menezes_educacaofisica@hotmail.com 1-Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Futebol e Futsal: As Ciências do Esporte e a Metodologia do Treinamento, Brasil. Endereço para correspondência: Rua Idelfonso Freire, 347. Centro - Arcoverde - Pernambuco. CEP: 56506-520.

463 versão eletrônica INTRODUÇÃO A relação entre Esporte e Ansiedade figura-se como um dos campos de pesquisa mais abordados na atualidade, pois estes estão diretamente ligados ao rendimento e a conquista de resultados. Assim, é necessário que os envolvidos neste processo sejam avaliados para saber em que estágio de Ansiedade os mesmos se encontram. Para Bertuol e Valentini (2006), ansiedade refere-se a um estado emocional em que ocorre uma apreensão, uma preocupação debilitante, durante certo período, provocando um medo geral no indivíduo, causado pela expectativa de algum perigo, ameaça ou desafio existente. Assim sendo, a Ansiedade foi classificada, segundo Spielberg citado De Rose e Vasconcellos (1997) como Ansiedadetraço que seria a predisposição de uma pessoa perceber certas situações como ameaçadoras ou não, respondendo a elas com níveis variados de ansiedade momentânea; e Ansiedade-estado que seria o estado emocional imediato caracterizado por um sentimento de medo e apreensão e tensão, acompanhado ou associado com a ativação do sistema nervoso. Desta forma surge a Ansiedade-traço competitiva, que seria a predisposição de perceber eventos esportivos como ameaçadores e a eles responder com níveis variados de ansiedade-estado (Martens citado por De Rose e Vasconcellos, 1997). O Futsal, modalidade esportiva bastante praticada em nossas escolas, com grande quantidade de adeptos no país, seja no Esporte Profissional ou Amador, proporciona sentimentos e emoções que estarão presentes em toda a vida dos praticantes, sejam eles negativos e/ou positivos (Iacovino e Navarro, 2008). Para Cratty citado por Bocchini e Colaboradores (2008), a ansiedade é alterada de acordo com a faixa etária, elevando os níveis desde a puberdade e atingindo o seu auge no fim da adolescência, com tendência de diminuição aos 30 anos. Sendo considerada como um fator importante para o desempenho de atletas em competições, independentemente do nível e idade como afirmam Interdonato e Colaboradores (2010), este estudo teve como objetivo analisar qual a categoria que mais sofre influências em decorrência dos níveis de Ansiedade. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo foi realizado no mês de agosto de 2013, através da aceitação das instituições participantes e dos responsáveis pelos alunos/atletas, por meio do questionário utilizado como base para a pesquisa, junto com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 45 alunos/atletas com faixa etária entre 11 e 17 anos, praticantes de Futsal, todos do gênero masculino, vinculados a 03 instituições, duas delas situadas em Arcoverde-PE e uma em Buíque-PE, sendo 02 escolas (01 pública e 01 privada) e uma repartição privada que oferece serviço ao comércio e que possui equipes de Futsal disputando campeonatos organizados pela Federação Pernambucana de Futsal (FPFS). Os 45 alunos/atletas foram divididos em grupos de 15, mediante a regulamentação dos Jogos Escolares de Pernambuco (JEP s) em três categorias: Pré-Mirim (11 e 12 anos), Mirim (13 e 14 anos) e Infantil (15 a 17 anos). Como instrumento para coleta de dados foi utilizado o questionário Sport Competition Anxiety Test (SCAT), que foi construído por Martens citado por De Rose e Vasconcellos (1997). O questionário SCAT consiste em 15 questões objetivas sobre como o praticante se sente em determinadas situações que envolvem a prática esportiva em geral. Estas quinze questões estão divididas em: 8 itens de ativação (questões 2, 3, 5, 8, 9, 12, 14, e 15), 2 itens de desativação (questões 6 e 11) e 5 itens (questões 1, 4, 7, 10, e 13) que possuem efeito placebo e não são contabilizados no final da contagem dos resultados. Para avaliar esses itens, neste teste se utiliza a seguinte categoria de escalas: A Raramente; B Ás vezes; C Frequentemente (Aplewicz e Colaboradores, 2009). A pontuação é dada de 1 a 3 para os itens de ativação e de 3 a 1 paras os de desativação. O escore total deste teste varia de 10 (baixa ansiedade) a 30 (alta ansiedade). Neste estudo, utilizamos a pesquisa do tipo descritiva que para Gil (2008), têm como objetivo primordial a descrição das

464 versão eletrônica características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, tendo como característica mais significativa à utilização de técnicas de padronização de coletas de dados. RESULTADOS As tabelas a seguir nos mostram os níveis de ansiedade em que os alunos/atletas se encontram. A Tabela 1 indica que 80% dos entrevistados que estão na categoria Pré- Mirim, possuem um nível de ansiedade entre média e média-alta, tendo valores equivalentes a 20% média-baixa; 60% média; 20% média alta. A Tabela 2 demonstra que os participantes do estudo da categoria Mirim, se encontram com um nível de ansiedade bastante elevado, pois os resultados contabilizam 100% entre média e média alta, sendo 60% média; 40% média-alta. A Tabela 3 evidencia que os alunos/atletas da categoria Infantil, dentre eles 86% se encontram com um nível de ansiedade entre média-baixa e média. Seus respectivos valores são: 33% média-baixa; 53% média; 13% média-alta. Tabela 1 - Nível de Ansiedade em alunos/atletas da categoria Pré-Mirim Baixa (10 12 pontos) 0 0% 0,0 0 Média-baixa (13 16 pontos) 3 20% 1,6 1,0 Média (17 23 pontos) 9 60% 4,8 3,0 Média-alta (24 27 pontos) 3 20% 1,6 1,0 Alta (acima de 28 pontos) 0 0% 0,0 0 Total 15 100% 8,0 5,0 Tabela 2 - Nível de Ansiedade em alunos/atletas da categoria Mirim Baixa (10 12 pontos) 0 0% 0 0 Média-baixa (13 16 pontos) 0 0% 0 0 Média (17 23 pontos) 9 60% 4,8 4,2 Média-alta (24 27 pontos) 6 40% 3,2 2,8 Alta (acima de 28 pontos) 0 0% 0 0 Total 15 100% 8,0 7,0 Tabela 3 - Nível de Ansiedade em alunos/atletas da categoria Infantil Baixa (10 12 pontos) 0 0% 0 0 Média-baixa (13 16 pontos) 5 33% 2,7 2,3 Média (17 23 pontos) 8 53% 4,3 3,7 Média-alta (24 27 pontos) 2 13% 1,1 0,9 Alta (acima de 28 pontos) 0 0% 0 0 Total 15 100% 8,0 7,0 DISCUSSÃO Ao analisar a Tabela 1, verifica-se que nesta faixa etária são comuns as alterações provenientes da proximidade da puberdade, pois estes ainda se encontram na fase prépúbere, sem condições para administrar situações de estresse e ansiedade e com pouca experiência em relação ao tempo de prática do Futsal (Interdonato e

465 versão eletrônica Colaboradores, 2010; Lima e Colaboradores, 2008; Pelegrin, 2009; Silva, 2012; Tavares, 2010). Em um estudo realizado por De Rose e Vasconcellos (1997), ficou constatado que os níveis de ansiedade nesta faixa etária (Pré- Mirim) se dão também pelo fato da inexperiência e do pouco período de prática. Atletas que estão em categorias mais avançadas tendem a ser mais responsáveis e encaram a prática esportiva com mais seriedade do que os que estão começando a carreira no esporte seja ela escolar ou extraescolar. A Tabela 2 refere-se a categoria Mirim (atletas que se encontram na fase púbere), que obteve os resultados mais elevados de todo o estudo, caracterizando-se como ansiedade média e média-alta. Uma pesquisa realizada por Lima e Nascimento (2010) com indivíduos de mesma faixa etária, foi constatado dados semelhante a este estudo onde os mesmos também se mostraram com altos níveis de ansiedade. Isso ocorre devido às equipes, em sua maioria, serem heterogêneas, ocasionando uma confrontação entre a idade biológica e a cronológica, pois uns podem estar em estágios maturacionais mais avançados do que outros, sofrendo alterações físicas e psicológicas de suma importância para a prática e o rendimento esportivo (Lima e Colaboradores, 2008). No que diz respeito a Tabela 3, os atletas que se encontram nesta categoria são mais experientes, apresentam uma vivência maior em competições e possuem um maior tempo de prática, e isso pode ter sido um dos fatores que fez com que os níveis de ansiedade pudessem ser considerados entre média-baixa e média. Apesar disso, temos que levar em consideração o termo Prontidão Esportiva, pois é quando a demanda competitiva estiver de acordo com as características de cada indivíduo (nível de crescimento, de desenvolvimento e maturação), pertencentes a cada faixa etária (Caldas, 2006 citado por Tavares, 2010). Dados similares ao desta pesquisa foram encontrados em análise feita por Silveira (2009), que teve indivíduos da mesma idade com níveis de ansiedade entre média-baixa e média. Entretanto, em coletas de dados feitas por Bertuol e Valentini (2006) e Gonçalves e Belo (2007), que analisaram os níveis de ansiedade entre atletas púberes e póspúberes, ficou constatado que os resultados obtidos são similares a este estudo. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a ansiedade manifestase em um grau mais elevado na categoria Mirim (13 e 14 anos) devido às alterações provenientes da fase púbere e a relação com a heterogeneidade dos níveis de maturação de cada indivíduo, exercendo uma influência direta no seu desempenho. REFERÊNCIAS 1-Aplewicz, J. G. F.; Ecave, C.; Gomes, H. A.; Lima, H. H.; Laurindo, M. A.; Vilela Júnior, G. B. Níveis de Ansiedade em Atletas Escolares de Voleibol de faixa etária de 15 a 17 Anos. Revista do Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida. Ponta Grossa. Vol. 1. Num. 1. 2009. 2-Bertuol, L.; Valentini, N. C. Ansiedade Competitiva de Adolescentes: Gênero, Maturação, Nível de Experiência e Modalidades Esportivas. Revista da Educação Física/UEM. Maringá. Vol. 17. Num. 1. p.65-74. 2006. 3-Bocchini, D.; Morimoto, L.; Rezende, D.; Cavinato, G.; Da Luz, L. M. R. Analise dos Tipos de Ansiedade entre Jogadores Titulares e Reservas de Futsal. Revista Conexões/UNICAMP. Campinas. Vol. 6 ed. especial. p.522-532. 2008. 4-De Rose Júnior, D.; Vasconcellos, E. Ansiedade Traço-Competitiva e Atletismo: um Estudo com atletas Infanto-Juvenis. Revista Paulista de Educação Física. Vol. 11. Num. 2. p.148-154. 1997. 5-Gil, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª edição. Atlas. 2008. 6-Gonçalves, M. P.; Belo, R. P. Ansiedadetraço competitiva: diferenças quanto ao gênero, faixa etária, experiência em competições e modalidade esportiva em

466 versão eletrônica jovens atletas. Psico-USF. João Pessoa. Vol. 2. Num. 12. p.301-307. 2007. Recebido para publicação em 30/09/2013 Aceito em 20/10/2013 7-Iacovino, V.; Navarro, A. C. As Variáveis Psicológicas que influenciam no Rendimento do Atleta de Futsal de Alto Nível. In: Navarro, A. C.; Almeida, R. Futsal. São Paulo: Phorte. p.153-166. 2008. 8-Interdonato, G. C.; Oliveira, A. R.; Luiz Júnior, C. C.; Greguol, M. Análise da Ansiedade Traço Competitiva em Jovens Atletas. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Campinas. Vol. 8. Num. 3. p.1-9. 2010. 9-Lima, A. M.; Nascimento, D. Nível de Ansiedade-Traço Competitiva de Atletas da Categoria Mirim de Futsal da Cidade de Curitiba. Coleção Pesquisa em Educação Física. Vol. 9. Num. 6. p.171-176. 2010. 10-Lima, D. A.; Estrada, L. F. G.; Massa, M.; Hirota, V. B. A Maturação Sexual e a Idade Cronológica durante um processo de Detecção, Seleção e Promoção do Talento Esportivo nas Categorias de Base do Futebol de Campo. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Vol. 7. Num. 3. p.83-90. 2008. 11-Pelegrin, G. C. Ansiedade Pré-Competitiva: Uma Revisão. TCC de Graduação. Universidade do Extremo Sul Catarinense. Criciúma. p.9-64. 2009. 12-Silva, A. Relação Ansiedade Estado e Desempenho dos Goleiros de Futsal nas Olímpiadas Escolares. Revista Brasileira de Futsal e Futebol. Edição Especial. São Paulo. Vol. 4. Num. 14. p.263-267. 2012. Disponível em: < http://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/vie w/166/153> 13-Silveira, R. O. Análise dos Níveis de Ansiedade Pré-Competitiva de Atletas de Futsal. TCC de Graduação. Universidade Federal de Minas Gerais. p.10-34. 2009. 14-Tavares, F. M. A Iniciação Esportiva e a Especialização Precoce no Contexto Escolar. TCC Graduação. Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde. p.9-44. 2010.