AS INTERAÇÕES EM GRUPOS DE EXPERIMENTOS DE ADUBAÇÃO DE MILHO*

Documentos relacionados
A ADUBAÇÃO DO MILHO EM LAVRAS *

EFEITO DE TRÊS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK EM QUATRO VARIEDADES DE MANDIOCA ( 1 )

Adubação em "torrão paulista" de. Eucalyptus Saligna SM. RUBENS FOOT GUIMARÃES Serviço Florestal da Cia. Paulista de Estradas de Ferro

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

ÉPOCA DE COLHEITA DO MILHO, PARA ESTUDO DOS NUTRIENTES NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO, EM EN SAIOS EM CASA DE VEGETAÇÃO ( 1 ). HERMANO GARGANTINI e

Sôbre uma Fórmula para o Cálculo da Dose Mais Econômica de Adubo

EFEITOS DO BORO EM CANA-DE-AÇÚCAR CULTIVADA EM ALGUNS SOLOS DO MUNICÍPIO DE PIRACICABA- II CANA-SOCA ( 1 ). M. O. C. DO BRASIL SOBRINHO, A. ESPIRONELO

ADUBAÇÃO DO TRIGO VIII EXPERIÊNCIAS COM N, P, K E S EM SOLOS DE VÁRZEA DO VALE DO PARAÍBA ( 1,2 )

CIRCULAR TÉCNICA N o 176 JANEIRO UM ENSAIO FATORIAL DE ESPÉCIES E ADUBAÇÕES DE Eucalyptus

ADUBAÇÃO DE SOQUEIRA DE CANA-DE-AÇÚCAR ( 1 ). JOSÉ GOMES DA SILVA e EDUARDO ABRAMIDES ( 2 ). Conquanto abundante

EFEITOS DE ALGUNS ADUBOS NITROGENADOS SOBRE A REAÇÃO DO SOLO *

DIAGNOSE FOLIAR NA CANA-DE-AÇÚCAR. VI - NOTA SOBRE O EFEITO DA QUANTIDADE DE CHUVA NOS TEORES FOLIARES DE Ν, Ρ Ε Κ NA CANA-PLANTA* RESUMO

EFICIÊNCIA DO DELINEAMENTO EM BLOCOS AO ACASO, EM EXPERIÊNCIAS COMPARATIVAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MILHO (*)

ADUBAÇÃO DO TRIGO I - EXPERIÊNCIAS COM N, P, K E S EM LATOSSOLO ROXO DO VALE DO PARANAPANEMA ( 1,2 )

PRECISÃO DOS DELINEAMENTOS TIPO LATTICE EM MILHO ( 1 )

ADUBAÇÃO DA CANA - DE-AÇÚCAR

OBSERVAÇÕES SOBRE A ADUBAÇÃO FOLIAR EM FEI- JOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) II ( 1 ). EDUARDO ANTÔNIO

ESTUDOS SOBRE A NUTRIÇÃO MINERAL DO FEIJÃO MACASSAR (Vigna sinensis (L.) ENDL.). IV. EXIGÊNCIAS DE MACRO Ε MICRONUTRIENTES*

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

EFEITO DE DOSES CRESCENTES DE NITROGÊNIO, FÓSFO RO E POTÁSSIO SÔBRE A PRODUÇÃO DE MANDIOCA EM SOLOS DE BAIXA E ALTA FERTILIDADE ( 1 ) SINOPSE

EFEITO DO TAMANHO DO VASO E DA ÉPOCA DE CORTE DE PLANTAS DE TRIGO NO ESTUDO DA AÇÃO DOS NUTRIENTES N, P e K ( 1 )

I ADUBAÇÃO FOSFATADA EM SOLO MASSAPÊ-SALMOURAO (*)

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

ADUBAÇÃO DA CANA- DE-AÇÚCAR

CANA-DE-AÇÚCAR: COMPORTAMENTO DE VARIEDADES EM PIRACICABA, SP 0

TEORES DE NITROGÊNIO NAS FOLHAS DE CANA-DE- - AÇÚCAR (SACCHARUM OFFICINARUM L.), CULTIVAR CB

Termos para indexação: nitrogênio, matéria seca, Brachiaria decumbens, recuperação, acúmulo

INTERAÇÕES DE EXPERIMENTOS FATORIAIS

A lei de Mitscherlich aplicada a experimentos de adubação com vinhaça

"ADUBAÇÃO MINERAL,NA CULTURA DO, RABANETE (Raphanus sativus L.S.'

Influência de doses de fósforo e de nitrogênio na produção de abobóra híbrida, tipo tetsukabuto, na região norte de Minas Gerais

I. Ensaio em areia lavada

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA E PROFUNDIDADE DE PLANTIO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FIGUEIRA ( 1 )

ADUBAÇÃO DE BATATA-DOCE COM DIFEREN TES DOSES DE NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO ( 1 )

Planejamento de instalação de experimentos no campo

FRUTIFICAÇÃO NO CAFEEIRO (*)

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO

Influência da Adubação Nitrogenada e do Ambiente na Produção de Grãos de Variedades de Milho

ESTUDO DE RELAÇÃO N/K NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE CAFEEIRO OBATÃ IAC

REAPLICAÇÃO DE CALCÁRIO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO CONSOLIDADO. ANTONIO SERGIO DO AMARAL Eng. Agr. (UDESC)

Melhoramento Genético das Variedades de Milho Cruzeta e Potiguar no Estado do Rio Grande do Norte

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PELA CULTURA DO FEIJOEIRO ( 1 )

ADUBAÇÃO DO TRIGO III - EXPERIÊNCIAS COM N, P, K E S, EM SOLOS DE BAIXADA, TIPO MASSAPÉ, DE MONTE ALEGRE DO SUL, SP ( 1,2 )

ESTUDO DO SISTEMA RADICULAR DA SOJA (GLYCINE MAX (L.) MERRIL) EM SOLO LATOSSOLO ROXO ADU BADO OU SEM ADUBO ( 1 ) SINOPSE 1 INTRODUÇÃO

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE UM POLIFOSFATO SULFORADO (PTC) NO ALGODOEIRO EM SOLO DE GOIÂNIA-GO *

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

ENSAIO DE ROTAÇÃO BIENAL DE CULTURAS ( 1 ).

O FARELO DE TORTA DE MAMONA NA ADUBAÇÃO DA BATATINHA (*)

38º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras DOSES DE ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NA PRODUTIVIDADE DE CAFEEIROS NAS MATAS DE MINAS

3.1 EXPERIÊNCIA DA USINA SÃO MARTINHO

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A DOSES E MODOS DE APLICAÇÃO DE FÓSFORO EM SISTEMAS DE PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL NO CERRADO (*)

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE MICROPARCELAS NA AVALIAÇÃO DA FERTI LIDADE DE QUATRO SOLOS DA REGIÃO DE BOTUCATU*

TEAZ Técnicas Experimentais Aplicadas à Zootecnia PLANO DE ENSINO

SOBRINHO e SEBASTIÃO ALVES. Em vista da extensão do território

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE EXPERIMENTAÇÃO. Profª. Sheila Regina Oro

OBSERVAÇÕES PRELIMINARES SOBRE A ADUBAÇÃO FOLIAR EM FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) I ( 1 ).

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

PROGRAMA DE DISCIPLINA

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

VARIEDADE X ESPAÇAMENTO X DENSIDADE 1. Eujandir W. de Lima Orsi 2 O. Pereira Godoy 2 INTRODUÇÃO

ADUBAÇÃO DO TRIGO II - EXPERIÊNCIAS COM N,P,K E SEM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO ORTO, NA REGIÃO SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO ( 1,2 )

Avaliação de cultivares de milho com e sem pendão visando a produção de minimilho na região Norte do estado de Minas Gerais 1

( ) As médias que apresentara ao menos uma letra em comum nso diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.

ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL

Adaptabilidade e Estabilidade de Híbridos de Milho no Nordeste Brasileiro no Biênio 2002/2003

EFEITO DA FOSFORITA DE OLINDA E DO SUPERFOSFATO SIMPLES SÔBRE A PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO EM DIFERENTES SOLOS DO ESTADO DE SÃO PAULO ( 1 )

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

3ª LISTA DE EXERCÍCIOS

Análise do crescimento de plantas de cebola (Allium cepa L.) em função de doses de nitrogênio em semeadura direta.

Unidade IX (Cont.) José Ribamar Silva

A estimação do efeito residual de fertilizantes por meio da Lei de Mitscherlich (*)

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO' NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE JABORANDI

AS TORTAS DE CACAU E DE ALGODÃO NA ADUBAÇÃO DA CANA

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

Análise Conjunta de Experimentos

Fundação de Apoio e Pesquisa e Desenvolvimento Integrado Rio Verde

O presente trabalho é o terceiro de uma série planejada na E. S. A. «Luiz de Queiroz», que visa esclarecer o efeito da adubação Ν, Ρ e Κ em ca-

Milho consorciado com plantas de cobertura, sob efeito residual de adubação da cultura da melancia (1).

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

Instituto Federal Goiano

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Avaliação de híbridos eficientes e ineficientes no uso de Nitrogênio no solo

EMPREGO DE DOLICHOS LABLAB L. COMO ADUBO VERDE. I - ESTUDO DO PLANTIO INTERCALADO NA CULTURA DO MILHO ( 1 )

Empresa Brasileria de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estatística do Consumo de Potássio pelas culturas no Brasil

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

CÁLCULOS DE FECHAMENTO DE FORMULAÇÕES E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO

ESTRATÉGIAS PARA O APROVEITAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NO MILHO EM PLANTIO DIRETO.

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO SOB DO CULTIVO CONSORCIADO COM ADUBOS VERDES. Reges HEINRICHS. Godofredo César VITTI

SEEC UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE UERN FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS FANAT DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DECB

Influência da cobertura morta sôbre a umidade de um solo cultivado com Cafeeiro (*)

A Cultura do Algodoeiro

EFEITOS DA APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES COMERCIAIS, VIA FOLIAR, EM GLOXÍNEA

EFEITO DE DOSES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DO ALGODOEIRO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO EM MATO GROSSO DO SUL (*)

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO COM NITROGÊNIO E FÓSFORO PARA A PRODUÇÃO DE FENO COM O CAPIM MASSAI (Panicum maximum CV. Massai)

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo

Transcrição:

AS INTERAÇÕES EM GRUPOS DE EXPERIMENTOS DE ADUBAÇÃO DE MILHO* HUMBERTO DE CAMPOS** FREDERICO PIMENTEL GOMES** RESUMO O presente trabalho teve como objetivo estudar as interações lineares, N' xp';n' x K'e Ρ' x Κ', em quatro grupos de ensaios fatoriais 3 3 de adubação de milho, com Ν, Ρ e K, num total de 117 experimentos com 3.159 parcelas. Os grupos eram assim constituídos: Grupo 1: 53 ensaios, realizados em Ribeirão Preto (SP), utilizando-se as doses 0; 40 e 80 kg/ha de N, de P 2 0 5 e de K 2 0. Grupo 2: 41 ensaios, realizados no Estado do Rio de Janeiro, com as doses: 0, 30 e 60 kg/ha de Ν e de K 2 0 e 0; 60 e 120 kg/ha de P 2 O s. Grupo 3: 10 ensaios, realizados no Triângulo Mineiro, com as doses: 0; 75 e 150 kg/ha para os três nutrientes. Grupo 4: 13 ensaios, realizados: 7 no Triângulo Mineiro e 6 em Patos de Minas (MG), utilizando-se em ambos os subgrupos, as doses: 0; 60 e 120 kg/ha para os três nutrientes. Foi observado que somente as interações N' x Ρ', referente às doses 0 e 1 no grupo 1, e Ρ' x Κ', referente às doses 0 e 2 no grupo 2, foram significativas. É possível, pois, concluir com grande generalidade, que nos ensaios fatoriais 3 3 de adubação de milho, quando se consideram doses moderadas de nutrientes, as interações são de importância secundária e, na grande maioria dos casos, são de pequena monta, quando comparadas aos e feitos principais dos nutrientes. INTRODUÇÃO Os métodos a serem adotados no estudo econômico de ensaios de adubação dependem, em grande parte, de serem ou nâo importantes as interações entre nutrientes. Só muito raramente, porém, podem as interações ser estimadas adequadamente em ensaios isolados, que, em geral, nâo têm precisão suficiente para isso. Faz-se mister, pois, aproveitar grupos de ensaios numerosos, que permitam estimar com precisão e generalidade as interações entre os nutrientes, quase sempre presentes, mas de pouca monta. No presente trabalho serão estudadas as interações entre os componentes lineares * Entregue para publicação em 24/4/1975. ** Professores do Departamento de Matemática e Estatística - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP.

N', P' e K', em quatro grupos de ensaios fatoriais 3 3 de adubação de milho com Ν, Ρ e K, num total de 117 experimentos, com 3.159 parcelas. MATERIAL Ε MÉTODOS Material Os experimentos, a serem estudados do ponto de vista das interações, todos eles fatoriais 3 3 de adubação de milho (Zea mays L.), com Ν, Ρ e K, com uma só repetição por local, estão subdivididos em grupos como se segue: GRUPO 1: 53 ensaios em terra roxa legítima, realizados no município de Ribeirão Preto (SP), pelo Dr. Hermano Vaz de Arruda, com milho híbrido H-6999, com as doses de 0; 40 e 80 kg/ha de N, de P 2 O s e de K 2 0. GRUPO 2: 41 ensaios em solos diversos, realizados no Estado do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do Eng9 Agr9 Paulo Tavares de Macedo, do Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Centro-Sul, com milhos híbridos (Minas 2, Vita e Agroceres). As doses utilizadas foram: 0; 30 e 60 kg/ha de Ν e de K 2 O, e 0; 60 e 120 kg/ha de P 2 O s. GRUPO 3: 10 ensaios em solos diversos, realizados no Triângulo Mineiro, sob a responsabilidade dos Eng9 s Agr9 s Rui Alves Araújo, Carmen Silva Pereira, José Martins de Oliveira e Edwaldo Sobral Goes, do Instituto de Experimentação e Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais. As doses utilizadas foram: 0; 75 e 150 kg/ha para os três nutrientes. GRUPO 4: Com dois subgrupos: um de sete ensaios realizados também no Triângulo Mineiro, sob a responsabilidade dos mesmos técnicos citados no Grupo 3, e outro de seis ensaios, realizados em Patos de Minas, pelo Eng9 Agr9 José Martins de Oliveira. Em ambos os subgrupos, foram utilizadas as doses de 0; 60 e 120 kg/ha dos três nutrientes. Métodos Os métodos seguidos foram os utilizados por PIMENTEL GOMES e SALATI (1957). Indicando-se por 0, 1 e 2 as doses dos nutrientes, os contrastes que estimam as interações, com base nas doses 0 e 2, são os seguintes para cada ensaio: 1 N'xP'= [(000 + 001 + 002 + 220 + 221 + 222) - (200 + 201 + 202 + 020 + 021 + 022)] 6 1 N'χ K' = [(000 + 010 + 020 + 202 + 212 + 222) - (200 + 210 + 220 + 002 + 012 + 022)] 6 1 P' χ K' = [(000 + 100 + 200 + Q22 + 122 + 222) - (020 + 120 + 220 + 002 + 102 + 202)]

Tendo em vista as doses 0 e 1, os contrastes estimadores das interações são os que se seguem, também para cada ensaio : 1 N' χ P' = [(000+001 +002+ 110+ 111 + 112) - (100+ 101 + 102 + 010 + 011 + 012)] 6 1 N'xK'= [(000 + 010 + 020 + 101 + 111 + 121)-(100+ 110+ 120 + 001 +011 +021)] 6 1 Ρ' χ K' = [(000+ 100 + 200 + 011 + 111 + 211) - (010+ 110 + 210 + 001 + 101 + 201)] 6 A análise de variância, para um número Ε de ensaios no grupo, está baseada no seguinte esquema: RESULTADOS OBTIDOS De conformidade com os contrastes mencionados, foram calculadas as interações para os diferentes grupos, com resultados que constam, do Apêndice. Com as estimativas obtidas foram feitas as análises de variância, expostas a seguir. GRUPO 1-53 ensaios

As interações médias, em kg/ha, com seus respectivos erros padrões são dadas a seguir. GRUPO 2-41 ensaios As interações médias, em kg/ha, com seus respectivos erros padrões foram as que se seguem. GRUPO 3-10 ensaios A seguir, são dadas as interações médias, em kg/ha, com seus respectivos erros padrões.

GRUPO 4-13 ensaios As interações médias, em kg/ha, e seus respectivos erros padrões são daiias a seguir. DISCUSSÃO Ε CONCLUSÕES Nos ensaios de adubação as opiniões lançadas a respeito da importância das interações de nutrientes são, às vezes, muito controvertidas. Entretanto, diversos estudos realizados têm demonstrado que elas são relativamente de pouca monta nesse campo. Tal opinião foi confirmada, em particular, por pesquisa realizada por PIMENTEL GO MES e SALATI (1957), relativa à cana-de-açúcar, e pelos estudos de IGUE (1968), referentes ao feijoeiro. A presente pesquisa examinou com profundidade, pela primeira vez no Brasil, o problema das interações em ensaios de adubação de milho. Ao todo se estudaram nada menos de 117 experimentos fatoriais 3 3 com Ν, Ρ e K, num total de 3.159 parcelas. Verificou-se no presente estudo que somente em muito poucos casos se observaram valores significativos para as interações, confirmando assim os resultados de PIMENTEL GOMES e SALATI (1957) e IGUE (1968) para outras culturas. No exame dos resultados para cada grupo observou-se: GRUPO 1 : Neste caso os efeitos principais foram: Nj - N 0 = 899 kg/ha Pi - P 0 = 201 kg/ha Kj - K 0 = 212 kg/ha Ν2 - N 0 = 1.311 kg/ha P 2 - P 0 = 323 kg/ha K 2 - K 0 «234 kg/ha A única interação significativa foi N' χ P' = -110,5 ± 51,6, referente às doses 0 e 1. Entretanto, observa-se que tal interação representa apenas 12,3% do efeito principal de Ν (+899 kg/ha), embora alcance 55,0% do efeito principal de Ρ (+201 kg/ha). Assim,

num desmembramento, teríamos: Efeito de Ν na ausência de Ρ = 899 - (-110,5) = 1.009,5 kg/ha, Efeito de Ν na presença de Ρ = 899 + (-110,5) = 788,5 kg/ha, o que nos mostra que o Ρ teria uma ação inibidora sobre a resposta do N, uma vez que o rendimento referente ao Ν decresce de 221,0 kg/ha com a presença do Ρ, o que representa uma queda de 21,9% na produção. GRUPO 2: Neste grupo, os efeitos principais foram: Ni - N 0 = 335 kg/ha Ρ χ - P 0 = 345 kg/ha Κχ KQ - 67 kg/ha N 2 - N 0 = 532 kg/ha P 2 - P 0 = 344 kg/ha K 2 - K 0 = 7 kg/ha Observou-se que a interação P' χ Κ' = 96,7 ± 45,1, quando se consideram os níveis 0 e 2, foi a única significativa. Desdobrando convenientemente, obtemos os contrastes: Efeito de Ρ na ausência de Κ = 344 - (96,7) = 247,3 kg/ha, Efeito de Ρ na presença de Κ = 344 + (96,7) = 440,7 kg/ha. Embora a dose dupla de Κ não tenha apresentado uma resposta satisfatória, ela age favoravelmente sobre o efeito do P, aumentando a produção de 193,4 kg/ha o que representa um acréscimo de 78,2%. Neste caso particular a interação FxK' representou um papel preponderante nos efeitos da adubação, o que se explica em parte, pela baixa eficiência observada para o K. GRUPOS 3 e 4: Para estes dois grupos, embora constituídos de um número razoável de ensaios, 10 e 13 respectivamente, não se constatou interação significativa, embora os efeitos principais, na maioria dos casos, tenham sido apreciáveis, ou seja: GRUPO 3: Νχ - N 0 = 933 kg/ha Ρ χ - P 0-761 kg/ha Κχ - K 0 == 184 kg/ha N 2 - N 0 = 1.159 kg/ha P 2 - P 0 = 938 kg/ha K 2 - K 0 = 222 kg/ha GRUPO 4: Νχ-Ν 0 = 893 kg/ha Ρχ - P 0 = 530 kg/ha Κχ - K 0 = 282 kg/ha N 2 - N 0 = 1.424 kg/ha P 2 - P 0-573 kg/ha K 2 - K 0 = 317 kg/ha

Levando-se em consideração que os experimentos estudados no presente trabalho abrangeram uma grande parte da zona Brasileira produtora de milho (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) podemos realmente concluir com grande generalidade que nos experimentos fatoriais 3 3 de adubação de milho as interações entre os nutrientes (N, Ρ e K) são de importância secundária e na grande maioria dos casos, são de pequena monta, quando comparadas aos efeitos principais. É claro, porém, que essa conclusão só é válida para doses moderadas de nutrientes, tais como as adotadas nos ensaios estudados. É estranho, porém, o aparecimento de uma interação significativa de sinal negativo (Ν' xp'= -110,5 kg/ha no grupo 1, para as doses 0 e 1), pois o razoável e o usual é o sinal positivo para interações significativas entre nutrientes distintos. Seria de esperar uma interação negativa entre nitrogênio e estéreo, por exemplo, por conter azoto e estéreo, mas nunca entre nitrogênio e fósforo. Uma explicação razoável para esse fato, sugerida pelo EngQ Agr9 Armando Conagin, do Instituto Agronômico de Campinas, seria a de provir a resposta observada não do nitrogênio ou do fósforo, mas do enxofre, contido tanto no adubo nitrogenado (sulfato de amônio) como no adubo fosfatado (superfosfato simples). SUMMARY INTERACTIONS IN GROUPS OF EXPERIMENTS OF FERTILIZATION OF CORN The present paper has in view the study of linear interactions N'xP';N'x K' and P' x K' in four groups of 3 3 factorial experiments of fertilization of corn, with Ν, Ρ and K, involving 117 experiments and 3,159 plots. The groups were: Group 1: 53 experiments, carried out in Ribeirão Preto (SP), with the following levels of nutrients: 0; 40 and 80 kg/ha of N, P 2 0 5 and K 2 O. Group 2: 41 experiments, carried out in the State of Rio de Janeiro, with the levels: 0; 30 and 60 kg/ha of both Ν and K 2 0, and 0; 60 and 120 kg/ha of P 2 O s. Group 3: 10 experiments carried out in the Region of Triângulo Mineiro (MG) with the levels: 0; 75 and 150 kg/ha for the 3 nutrients. Group 4: 13 experiments carried out: 7 of them in Triângulo Mineiro, and the other 6 in Patos de Minas (MG), using the levels: 0; 60 and 120 kg/ha for each of the 3 nutrients. It was observed that only the interaction N'xP' using the levels 0 and 1 in group 1, and P' x Κ' using the levels 0 and 2 in group 2, were significant at the 5% level of probability. Then, it is possible to conclude, with a wide generality, that in 3 3 factorial ex-

periments of fertilization of corn, for moderate levels of nutrients, the interactions have little importance. In most of the cases, interactions are secondary when compared with the main effects of nutrients. LITERATURA CITADA IGUE, Τ., 1968. Interações em Grupos de Experimentos de Adubação do Feijoeiro com Ν, Ρ e K, Segundo o Esquema Fatorial 3x3x3. Tese de M.S., Departamento de Matemática e Estatística da ESALQ. PIMENTEL GOMES, F. & E. SALATI, 1957. As interações num Grupo de Experimentos de Adubação da Cana-de-Açúcar. Rev. da Agricultura, 32:261-270.