CORRELAÇÃO DO IMC ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS COM O IMC ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES SEUS FILHOS RESUMO

Documentos relacionados
DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

Auna do curso de Educação Física, Bacharelado e Licenciatura da Unijui 3

RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL EM ESCOLARES

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

O FUTURO DA OBESIDADE NO BRASIL: UMA PREVISÃO A PARTIR DO MÉTODO LEE-CARTER ( )

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

Clique para editar o título

SOBREPESO E OBESIDADE

Influência do estado nutricional no nível de satisfação corporal de escolares do sexo feminino. Resumo. 1 Introdução

RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE IMC E DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE MARINGÁ

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

Palavras-Chave: Obesidade; Educação Nutricional; Avaliação Nutricional

SAÚDE E MOVIMENTO: Análise do Comportamento alimentar e físico em adolescentes RESUMO

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DO INTERIOR DE PERNAMBUCO, BRASIL.

AVALIAÇÃO DO PESO E ESTATURA PARA IDADE DE ADOLESCENTES DE 15 E 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA PUBLICA DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR: BRASIL

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

Weliton Nepomuceno Rodrigues 2, Larissa Luiza Fonseca Ferreira 2, Eliangela Saraiva Oliveira Pinto 3

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

AVALIAÇÃO DO PESO E ESTATURA PARA IDADE DE ADOLESCENTES DE 15 E 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA PUBLICA DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR: BRASIL

ACONSELHAMENTO SOBRE MODOS SAUDÁVEIS DE VIDA: PRÁTICA E ADESÃO EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.

PERCEPÇÃO DE APOIO SOCIAL PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS OBESOS

PREVALÊNCIA DE INATIVIDADE FÍSICA E SOBREPESO EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNTAMENTAL

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO MILENA CAROLINA SILVA CASTRO OLIVEIRA

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE MARINGÁ PR, NO ANO DE 2012

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

UNISC- UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL CURSO DE NUTRIÇÃO. Caroline Taiane Thumé QUALIDADE DA DIETA E FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS

3. Material e Métodos

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

LEVANTAMENTO DOS FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ENTRE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO-CE

ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 2017 E NUTRITIONAL STATUS OF WOMAN IN THE CLIMATERIC PERIOD 2017 E 2018

ALTERAÇÕES NA SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL A PARTIR DA INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR MULTIDISCIPLINAR.

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR

ISSN Prevalência de excesso de peso infantil... Ribeiro, G. M.; Silva, L. M. L; Ibiapina, D. F. N. PESQUISA

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE 9 A 11 ANOS DE IDADE MATRICULADAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

_Influência dos fatores socioeconómicos no excesso de peso e obesidade na população portuguesa em 2014

MAGREZA E SOBREPESO EM ESCOLARES DE RIO BRANCO, AC, BRASIL UNDERWEIGHT AND OVERWEIGHT IN SCHOOL CHILDREN FROM RIO BRANCO, ACRE STATE, BRAZIL

Co-orientadora Profa. Dra. da Faculdade de Nutrição/UFG,

ESTADO NUTRICIONAL DE MENINOS DE 9 A 11 ANOS DA CIDADE DE CURITIBA

6º Simposio de Ensino de Graduação

Associação entre o estilo de vida dos pais e a composição corporal dos filhos adolescentes

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

OBESIDADE E A INFLUÊNCIA DO ESTILO DE VIDA

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL¹

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA CIDADE DO MEIO OESTE CATARINENSE 1 RESUMO

INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO NA FORÇA MUSCULAR DE TRONCO DE MULHERES

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

ESCOLA MUNICIPAL LEITÃO DA CUNHA PROJETO BOM DE PESO

A ANÁLISE DOS OBJETIVOS E A RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos A MATEMÁTICA EM SITUAÇÕES QUE ENGLOBAM ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

Professores: Roberto Calmon e Thiago Fernandes

Prevalência de excesso de peso e obesidade, numa escola EB 2/3 do norte de Portugal, numa perspectiva longitudinal.

PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE TABELAS ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT VII IX X XI XII

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

COMPORTAMENTOS DE RISCO E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

RELATO DE EXPERIÊNCIA: FEIRAS DE SAÚDE COMO INSTRUMENTO PARA VIGILÂNCIA E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSOS EM GOVERNADOR VALADARES - MG.

RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

PALAVRAS-CHAVE Desenvolvimento motor. Flexibilidade. Resistência abdominal.

TÍTULO: OBESIDADE INFANTIL NAS ESCOLAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ALIMENTAR DOS ESCOLARES DE 1 a a 4 a SÉRIES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DA CIDADE DE ARARAQUARA - SP

RELAÇÃO ENTRE DUAS EQUAÇÕES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM MULHERES RESUMO

Sugestões de leituras

Ana Paula Aires², Ariane de Oliveira Botega², Flaviana Pedron², Gabriela Pinto², Naiani Ramos², Priscila Pereira² e Ana Lúcia de Freitas Saccol³

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DE 6 À 8 ANOS DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE PARANAVAÍ

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS MATRICULADAS EM UMA CRECHE DE BRASÍLIA-DF

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

PREVALÊNCIA DE SEDENTARISMO E SUA ASSOCIAÇÃO COM SOBREPESO/OBESIDADE EM ADULTOS ASSISTIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM TERESINA-PI

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

Como redigir artigos científicos QUINTA AULA 03/10/11. Primeiro passo. Revisão da literatura. Terceiro passo. Segundo passo

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA CRECHE DO MUNICÍPIO DE BONITO-PE

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

COSI PORTUGAL. WHO European Childhood Obesity Surveillance Initiative

Transcrição:

CORRELAÇÃO DO IMC ESTADO NUTRICIONAL DOS PAIS COM O IMC ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES SEUS FILHOS RESUMO Thiago Silva Piola 1 Rodrigo Bozza 2 Wagner Campos 3 Verificar a correlação entre o estado nutricional de pais com os de seus filhos. A amostra compreendeu 56 escolares, meninos com idade cronológica entre 11 a 19 anos, e seus respectivos pais e mães, com idade cronológica de 34 a 55 e 32 a 57 anos respectivamente. O indicador de estado nutricional utilizado foi o índice de massa corporal (IMC). Foi utilizada a estatística descritiva para a apresentação dos dados. Para relacionar o IMC dos pais com o IMC dos filhos foi utilizada a correlação de Spearman, com um nível de significância de p<0,05. Os resultados apontaram para uma correlação entre o IMC dos escolares com o dos pais, o que indica que seu estilo de vida poderia ter influenciado no de seus filhos. Novas investigações são necessárias, incluindo outras variáveis comportamentais que possam influenciar no IMC. Palavras-Chave: Estado nutricional. Pais. Relações pais-filho. CORRELATION OF BMI NUTRITIONAL STATUS FROM PARENTS WITH BMI NUTRITIONAL STATUS FROM STUDENTS ABSTRACT To verify the correlation between nutritional status from parents with their children. Were analyzed 56 students, male with chronological age between 11 to 19 yr-old, and their fathers and mothers, with chronological age between 34 to 55 and 32 to 57 yr-old respectively. The nutritional status indicator was body mass index (BMI). Used descriptive statistic to show the dates. The relation between parents and child BMI were verified trough Spearman correlation, with signification level p<0.05. The outcomes showed to a correlation between the BMI from students with his fathers, what indicate his lifestyle should be influenced in his children. New researches are necessary, analyzing others behaviors would influence in BMI. Keywords: Nutritional status. Parents. Parent-child relations. 1 Doutor em Educação Física (Atividade Física e Saúde). Universidade Federal do Paraná. Curitiba. Paraná. Brasil. E-mail: tspthiago@hotmail.com 2 Doutor em Educação Física. Centro de Estudos em Atividade Física e Saúde. Universidade Federal do Paraná. Curitiba. Paraná. Brasil. E-mail: rdbozza@hotmail.com 3 Doutor em Desenvolvimento Motor e Estudos dos Esportes. Centro de Estudos em Atividade Física e Saúde. Universidade Federal do Paraná. Curitiba. Paraná. Brasil. E-mail: wagnercampos@hotmail.com 55

Correlação do IMC estado nutricional dos pais com o IMC estado nutricional de escolares seus filhos 1 INTRODUÇÃO A obesidade, caraterizada pelo índice de massa corporal (IMC) 30 Kg/m 2 (ACSM, 2017), é uma doença complexa, multifatorial e evitável (HRUBY; HU, 2015) reconhecida como uma epidemia global desde o final dos anos de 1990 (WHO, 2000b) e ligada, em todas as idades e etnicidades, ao aumento do risco de desenvolver inúmeras doenças crônicas não transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de câncer e problemas musculoesqueléticos (ACSM, 2017). Entretanto, mesmo com os problemas de saúde associados a obesidade estando bem elucidados pela literatura (NG et al., 2014; RIVERA et al., 2014) as prevalências globais desta alcançaram números alarmantes, onde 11% dos homens e 15% das mulheres se encontram nesta situação (ARROYO-JOHNSON; MINCEY, 2016), além de 32% das crianças e adolescentes apresentam sobrepeso ou obesidade (ACSM, 2017). No Brasil, cerca de 17,4% dos adultos, 6,8% dos meninos e 7,6% das meninas com menos de 20 anos apresentam quadro de obesidade (MALTA et al., 2014; NG et al., 2014). Sobre estes aspectos, a literatura sugere que familiares possuem um papel de suma importância nas primeiras experiências das crianças visto que, suas atitudes dentro do contexto familiar influenciam no comportamento destas além de se associarem com os níveis de atividade física durante a infância (DAVISON et al, 2013; HESKETH; HINKLEY; CAMPBELL, 2012; PEARSON et al., 2011). Porém, obesos estão associados com o aumento da prevalência de obesidade nas crianças e o aumento do risco de virem a ser adultos obesos, independentemente do nível de obesidade na infância (BURKE; BEILIN; DUNBAR, 2001). Também é sabido que os riscos de uma criança com sobrepeso ou obesidade, em comparação a uma eutrófica, vir a se tornar um adulto obeso são três vezes maiores, e para quatro vezes quando confrontado as chances a um adolescente obeso (JUONALA et al, 2006). Estas evidências apontam para um consenso de que o ambiente teria grande importância no início da vida (JUONOLA et al., 2011). Tendo isso em mente, o objetivo deste estudo foi verificar a correlação entre o estado nutricional de pais com o de seus respectivos filhos. 2 MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo correlacional com 56 meninos com idade cronológica entre 11 a 19 anos e seus respectivos pais e mães (n = 112; 56 pais e 56 mães), com idades cronológicas de 34 a 55 e 32 a 57 anos, respectivamente. A amostra, caracterizada como intencional, não aleatória e voluntária, foi selecionada por conveniência considerando meninos que morassem com o pai e com a mãe, além da disponibilidade dos avaliados em participarem do estudo. 56

Thiago Silva Piola; Rodrigo Bozza; Wagner Campos A participação dos avaliados foi condicionada a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos responsáveis e um termo de assentimento assinado por seus respectivos filhos, onde ambos concordavam com a participação nos testes e posterior divulgação dos resultados, sem a identificação dos avaliados. Os procedimentos metodológicos da pesquisa foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR) sobre o registro CEP/SD: 624.161.08.09; CAAE: 3185.0.000.091-8. O estado nutricional, foi mesurado a partir do IMC, obtido a partir dos dados de massa corporal e estatura segundo os procedimentos de Alvares e Pavan (2003), aplicados a equação Kg/estatura 2 e classificado em eutrófico, sobrepeso e obeso (CONDE; MONTEIRO, 2006). Para o cálculo do estado nutricional dos pais, também obtido pelo cálculo do IMC, as informações sobre a massa corporal em a estatura foram obtidas de forma autorrelatada através de um questionário anexo ao termo de consentimento que foi enviado aos mesmos. Os pais foram classificados de acordo com os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000a). Para as análises, primeiramente os dados foram testados quanto a sua normalidade através do teste de Kolmogorov-Smirnov, posteriormente os dados foram apresentados quanto a sua média e desvio padrão. Para relacionar o estado nutricional dos pais com o dos filhos foi utilizada a correlação de Spearman, com um nível de significância estabelecido em p<0,05. Todas as análises foram realizadas no software SPSS versão 24.0. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra composta por 56 meninos com idade média de 14,92 ± 1,60 anos, de maioria eutróficos (64,30%) e seus respectivos pais com idade média de 43,96 ± 5,11 e de maioria com sobrepeso (48,20%) e mães, com idade média de 42,10 ± 5,20 de maioria eutróficas (66,10%) (Tabela 1 e figura 1). Tabela 1 Apresentação descritiva dos dados em média e desvio padrão. Filho Pai Mãe Idade (anos) 14,92 ± 1,60 43,96 ± 5,11 42,10 ± 5,20 Estatura (m) 1,78 ± 0,10 1,81 ± 0,07 1,67 ± 0,07 Peso (Kg) 68,63 ± 12,84 87,98 ± 13,97 69,06 ± 12,17 Estado nutricional (Kg/m²) 21,41 ± 3,14 26,74 ± 3,36 24,56 ± 3,55 57

IMC dos filhos (Km/m 2 ) Prevalência da amostra (%) Correlação do IMC estado nutricional dos pais com o IMC estado nutricional de escolares seus filhos Figura 1 Prevalência de filhos, pais e mães eutróficos, sobrepesos e obesos. 70,00 60,00 66,10 64,30 50,00 48,20 40,00 30,00 20,00 10,00 33,90 23,20 32,10 10,70 3,60 17,20 0,00 Eutróficos Sobrepeso Obeso Mãe Filhos Pai Figura 2 Correlação entre o Estado nutricional dos pais e dos filhos. Correlação entre o estado nutricional dos pais e dos filhos 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 IMC do pai (Km/m 2 ) 58

IMC dos filhos (Km/m 2 ) Thiago Silva Piola; Rodrigo Bozza; Wagner Campos Figura 3 Correlação entre o Estado nutricional das mães e dos filhos. 40,00 Correlação entre o estado nutricional das mães e dos filhos 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 IMC da mãe (Km/m 2 ) A partir da análise de correlação entre o estado nutricional entre pai e filho, observou-se uma associação positiva e moderada (rho: 0,43; p = 0,01) (figura 2). Nos achados de Li et al. (2009), foram observadas associações entre o estado nutricional dos pais e das mães com os filhos não apenas nos anos iniciais de vida, mas também na fase adulta, mostrando que a modelagem dos pais pode ser determinante também para o excesso de peso. Por outro lado, 35,70% dos meninos do presente estudo encontram-se com excesso de peso (presença combinada do sobrepeso com a obesidade) o que gera preocupações, afinal, se as tendências observadas por Li et al (2009) se repetirem, os filhos desta geração repetiriam os hábitos dos pais e consequentemente poderiam vir a ter excesso de peso. Talvez, os achados deste estudo terem encontrando correlações apenas entre o estado nutricional do pai e do filho possa ser explicado pelo fato do pai atuar como um modelo ser seguido, utilizando seu comportamento como exemplo (DAVISON; CUTTING; BIRCH, 2003), enquanto a mãe atuaria mais como apoiadora do comportamento escolhido pelo filho (rho: 0,26; p = 0,39) (figura 3) (PETROSKI; PELEGRINI, 2009). Por outro lado, a maior parte dos meninos do presente estudo são eutróficos (IMC = 21,40 Kg/m 2 ), semelhantes aos resultados observados por Petroski e Pelegrini (IMC = 21,50 Kg/m 2 ) (2009) que observaram que um estilo de vida saudável do pai e da mãe estava associado a um menor percentual de gordura dos filhos. O que nos dá indícios de que um estilo de vida saudável por parte dos pais poderia ser determinante para tal comportamento dos filhos. 59

Correlação do IMC estado nutricional dos pais com o IMC estado nutricional de escolares seus filhos Sabe-se que a influência dos pais no desenvolvimento do risco cardiovascular vai além do biológico (KHANOLKAR; BYBERG; KOUPIL, 2012) e que ter pai e mãe, com sobrepeso, está associado a um maior peso das crianças, quando comparadas as que possuem apenas um dos pais com sobrepeso, ou ambos dentro dos padrões de normalidade (FREEMAN et al., 2012). Também é conhecido o fato de que a maioria das enfermidades relacionadas ao excesso de peso tendem a se manifestar na fase adulta, porém, é cada vez mais comum doenças relacionadas a este problema iniciarem na infância ou adolescência. O que deixa claro a necessidade de se incentivar hábitos saudáveis desde as idades mais jovens, e é claro, este comportamento sendo adotado também pelos pais (STRONG et al., 2005; PIOLA et al., 2015). O presente estudo não é livre de limitações, pois, além de uma amostra intencional o estudo abordou apenas meninos. Futuras investigações deveriam focar em meninos e meninas, além de incluir nas análises crianças e adolescentes que não morem com pai e mãe. 4 CONCLUSÕES Assim, pode-se perceber dessa análise, que são necessários aprofundamentos sobre o tema em discussão e que seja possível mostrar, que é preciso conhecer melhor os fatores que interferem no aumento do IMC de pais e filhos, bem como, conhecer todas as variáveis comportamentais e ambientais que possam encorajar os jovens e adultos a mudarem seu estilo de vida e proporcionar maior prática de atividade física nesta população. REFERÊNCIAS ACSM. ACSM's Exercise Testing and Prescription. Lippincott williams & wilkins, 2017. ALVAREZ, B. R.; PAVAN, A. L.; PETROSKI, E. Alturas e comprimentos. v. 2, p. 31-45, 2003. ARROYO-JOHNSON, C.; MINCEY, K. D. Obesity epidemiology trends by race/ethnicity, gender, and education. National Health Interview Survey, 1997 2012. v. 45, n. 4, p. 571-579, 2016. CONDE, W. L.; MONTEIRO, C. A. Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros. J Pediatr, v. 82, p. 266-272, 2006. 60

Thiago Silva Piola; Rodrigo Bozza; Wagner Campos DAVISON, K. K.; CUTTING, T. M.; BIRCH, L. L. Parents' activity-related parenting practices predict girls' physical activity. Med Sci Sports Exerc, v. 35, n. 9, p. 1589-95, 2003. FREEMAN, E. et al. Preventing and treating childhood obesity: time to target fathers. v. 36, n. 1, p. 12, 2012. HRUBY, A.; HU, F. B. The epidemiology of obesity: a big picture. v. 33, n. 7, p. 673-689, 2015. KHANOLKAR, A. R.; BYBERG, L.; KOUPIL, I. Parental influences on cardiovascular risk factors in Swedish children aged 5 14 years. v. 22, n. 6, p. 840-847, 2012. LI, L.; LAW, C.; LO CONTE, R.; POWER, C. Intergenerational influences on childhood body mass index: the effect of parental body mass index trajectories. Am J Clin Nutr, v. 89, n. 2, p. 551-7, 2009. MALTA, D. C.; ANDRADE, S. C.; CLARO, R. M.; BERNAL, R. T.; MONTEIRO, C. A. Trends in prevalence of overweight and obesity in adults in 26 Brazilian state capitals and the Federal District from 2006 to 2012. Rev Bras Epidemiol, v. 17 Suppl 1, p. 267-76, 2014. NG, M.; FLEMING, T.; ROBINSON, M.; THOMSON, B.; et al. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980 2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet, v. 384, n. 9945, p. 5, 2014. PETROSKI, E. L.; PELEGRINI, A. Association of parental lifestyle with body composition of their adolescent children. v. 27, n. 1, p. 48-52, 2009. PIOLA, T. S. et al. Association of physical activity of adolescents, families and peers: a systematic review. v. 28, n. 2, 2015. RIVERA, J. Á. et al. Childhood and adolescent overweight and obesity in Latin America: a systematic review. Lancet, v. 2, n. 4, p. 321-332, 2014. STRONG, W. B. et al. Evidence Based Physical Activity for School-age Youth. v. 146, n. 6, p. 732-737, 2005. WHO. Defining the problem of overweight and obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. Geneva, Technical Report Series. 2000a. Obesity: preventing and managing the global epidemic. World Health Organization, 2000b. Artigo recebido em: 27/09/2017 Artigo aprovado em: 07/05/2018 Artigo publicado em: 11/07/2018 61